segunda-feira, 19 de julho de 2010

Forma de Governo das “igrejas” evangélicas não é bíblico e nem encontra embasamento nos testemunhos dos Pais da Igreja, nem muito mesmo na Tradição Apostólica.

Vemos nas Igrejas nascidas da Reforma Protestante no séc. XVI uma forma que podemos dizer “democrática” para eleição de presbíteros, diáconos e pastores, cabe-nos a pergunta onde se encontra nas Sagradas Escrituras que o Senhor Jesus elegeu Pedro ou qualquer outro apostolo como Pastor da Igreja de Jerusalém, ou das demais Igrejas ou para qualquer oficio religioso? O Apostolo Pedro não foi eleito nem muito menos nenhum outro apostolo. Pedro, bem como os outros 12 Apóstolos, foram indicados para o oficio diretamente por Jesus cf. Mt 10, 1-6. Nas Comunidades “evangélicas” os pastores são, na maioria dos casos, eleitos pelo voto da congregação ou assembléia. Qual é a evidência ou prova bíblica para se eleger pastores desta maneira? Não há nenhuma vestígio disto nas Sagradas Escrituras. A Igreja de Jerusalém nomeou diáconos, Pedro presidiu a escolha de Matias para o lugar vago de Judas o Traidor cf. At 1, 15-26.

Não existem nas Escrituras nada semelhante, à eleição de pastores. Depois que os diáconos foram nomeados, foram ainda ordenados pelos apóstolos. Os apóstolos ordenaram sete diáconos através de preces e imposição das mãos sobre eles cf. At 6, 1-6:

O que isto ressalta a sucessão apostólica como conhecida na Igreja católica, que fora sempre repetida desde os apóstolos quando conferiam o diaconato ou o episcopado pela imposição de mãos gesto e ritual que confere poder, pois mão é entendido na bíblia, como poder cf. (Ex 14,31; Sl 19,2; 1Rs 18,46; Ez 3,14; 30,21) assim fizeram os seus discípulos seus sucessores, entre o séculos a exemplo dos Apóstolos comunicando um ministério ou missão (At 6,6; 13,3; 1Tm 4,14; 2Tm 1,6s).

Como atesta a reflexão de São Cipriano:

"Nosso Senhor, cujos preceitos e recomendações devemos observar, descrevendo a honra de um bispo e a ordem de Sua Igreja, falou no Evangelho, dizendo a Pedro: 'Eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus; e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.' Daí, através do passar dos tempos e sucessões, a ordem dos bispos e a hierarquia da Igreja permaneceu, de modo que a Igreja está fundamentada sobre os bispos, e cada ato da Igreja está controlado por aqueles mesmos administradores. Desde então, está fundamentada na lei divina. Eu me admiro de que alguns, com atrevida temeridade, preferiram me escrever como se escrevessem em nome da Igreja; isso quando a Igreja foi estabelecida sobre os bispos e o clero, e todos os que permaneceram firmes na fé" (Cipriano, Epístola 26,33 [aos proscritos]; 250 dC).

Durante suas viagens, Paulo ordenou Tito e Timóteo. Paulo deu a Tito e a Timóteo a autoridade de ordenar anciãos:

"Eu te deixei em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres anciãos em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei" (Tt 1,5)

"A ninguém imponhas as mãos inconsideradamente, para que não venhas a tornar-te cúmplice dos pecados alheios" (1Tim 5,22).

Como retrata também:

"Nossos apóstolos também sabiam do ofício do episcopado através de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois houve uma discussão a respeito. Por essa razão, portanto, como obtiveram um conhecimento antecipado disso, eles indicaram aqueles [ministros] já mencionados, e posteriormente lhes deram instruções, para que quando algum deles falecesse, os outros aprovassem homens que os pudesse suceder no ministério" (São Clemente de Roma, 1ª Epístola aos Coríntios 44,1-2; ~96 dC).

"O Santo Apóstolo Paulo dando a forma de indicar um bispo e estabelecendo por suas instruções uma inteiramente nova qualidade de membro da Igreja, ensinou com as seguintes palavras o somatório de todas as virtudes que leva alguém à perfeição: 'manter firme a palavra de acordo com a doutrina da fé, ser apto a ensinar a sã doutrina e a preparar mantenedores. Porque há muitos homens desregrados, faladores vãos e enganadores'. Assim ele destaca que as virtudes essenciais de uma boa disposição e de moralidade são as únicas proveitosas para um bom serviço do sacerdócio se, ao mesmo tempo, não faltam as qualidades necessárias para saber como pregar e preservar a fé, porque alguém não é corretamente feito um bom e proveitoso sacerdote simplesmente por uma vida inocente ou por um mero conhecimento da pregação" (Hilário de Poitiers, Sobre a Trindade 8,137; 359 dC).

A ordenação dos anciãos e diáconos está implicitamente indicada.

O Novo Testamento não nos fala em nenhum momento da congregação elegendo seus anciãos “pastores” pais mais velhos “padres” como conhecemos. Ao contrario, os anciãos eram indicados pelos apóstolos ou por aqueles que receberam a autoridade dos apóstolos como visto acima. Esta forma de governo da Igreja é chamada governo episcopal. 1500 anos depois da forma hierárquica da Igreja esta constituída, após a Reforma começaram a utilizar nas comunidades eclesiais “Igrejas Protestantes” governos presbiterais ou congregacionais.

Veja esta narração que mostra como era a hierarquia crista no séc II.

"Hegésipo e os acontecimentos que ele relata - em seu quarto livro de Memórias que chegou até nós - nos deixou um registro completíssimo de sua constatação. Neles, conta que numa viagem para Roma, encontrou um grande número de bispos e que recebeu a mesma doutrina deles. É apropriado ouvir o que ele diz depois de fazer algumas observações sobre a Epístola de Clemente aos Coríntios. Suas palavras são as seguintes: 'E a Igreja de Corinto continuou em sua fé verdadeira até que Primo se tornasse bispo de Corinto. Eu conversei com eles em minha viagem para Roma e permaneci com os Coríntios vários dias, durante os quais nós estivemos mutuamente recordando a verdadeira doutrina. E quando cheguei a Roma permaneci ali até o tempo de Aniceto, cujo diácono era Eleutério. E Aniceto foi sucedido por Sótero, e esse por Eleutério. Em cada sucessão, e em cada cidade se confirmou que foi pregado de acordo com a lei, os profetas e o Senhor'" (Hegesipo, em fragmento na História Eclesiástica de Eusébio 4,22; ~180 dC).

Então se na bíblia nem muito menos na Tradição Apostólica, não consta nada semelhante a este tipo de hierarquia cristã? Faço a pergunta que tanto fazem os protestantes porque vocês obedecem, as suas Igrejas com governos não bíblicos? Que não possuem validação por não serem decorrentes dos apóstolos e não terem Sido ordenados pelos sucessores dos apóstolos?

"Para finalizar, é bom - penso - examinar as altas qualificações em vossa eleição, para que aquele que for indicado para a Presidência possa ser adequado para o posto. [...]”(Gregório de Nissa, Epístola 13 [à Igreja de Nicomédia] ~390 dC).
John Lennon J. da Silva
Apostolado São Clemente Romano
Caruaru 16 de julho de 2010


Referencias:

[1]MORONIKOS. Forma de Governo das Igrejas Evangélicas não é bíblico. [Tradução: Tradução: José Fernandes Vidal] Brasília: Apostolado Veritatis Splendor. Disponível em: http://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/704-questionando-os-protestantes-viii Acesso 06 julho 2010.

[2] AA.VV. Os padres da Igreja, Sobre a estrutura hierárquica da Igreja. [Tradução: Tradução: José Fernandes Vidal] Brasília: Apostolado Veritatis Splendor. Disponível em: http://www.veritatis.com.br/patristica/extratos/671-sobre-a-estrutura-hierarquica-da-igreja Acesso 06 julho 2010.