sábado, 31 de março de 2012

Membro do Apostolado SCR faz palestra sobre campanha da fraternidade

Por John Lennon J. da Silva.

Como todos os leitores de nossa página sabem, este ano voltamos com mais um novo integrante trata-se do baiano Thiago Correa, formado em Farmácia pela Faculdade Pitágoras, é natural de Feira de Santana, mas atualmente reside em Itanhém/BA, recentimente informei sua entrada no nosso quadro de colaboradores pela página do apostolado no facebook.
No mês passado a convite do padre da Paróquia de Nossa Senhora D`Ajuda, cujo faz parte. No dia 14 de Março, ele proferiu um palestra sobre a Campanha da Fraternidade desenvolvida, deste ano, pela CNBB, que têm como lema: "Que a saúde se difunda sobre a terra!"; Podendo ele, trazer ao público riquíssimas informações sobre a estrita ligação, que sempre deteve a Igreja pela saúde corporal de seus filhos. Além de outros ensinamentos que versão sobre o assunto. Para os fieis da comunidade no salão da paróquia. Abaixo segue uma foto do evento, que teve boa receptividade especialmente entre os jovens.

O Apostolado São Clemente Romano parabeniza-o por seu empenho!

terça-feira, 27 de março de 2012

William Lane Craig em entrevista a Veja

É possível acreditar em Deus usando a razão", afirma William Lane Craig¹.
Quando o escritor britânico Christopher Hitchens, um dos maiores defensores do ateísmo, travou um longo debate nos Estados Unidos, em abril de 2009, com o filósofo e teólogo William Lane Craig sobre a existência de Deus, seus colegas ateus ficaram tensos. Momentos antes de subir ao palco, Hitchens — que morreu em dezembro de 2011. aos 62 anos — falou a jornalistas sobre a expectativa de enfrentar Craig.

"Posso dizer que meus colegas ateus o levam bem a sério", disse. "Ele é considerado um adversário muito duro, rigoroso, culto e formidável", continuou. "Normalmente as pessoas não me dizem 'boa sorte' ou 'não nos decepcione' antes de um debate — mas hoje, é o tipo de coisa que estão me dizendo". Difícil saber se houve um vencedor do debate. O certo é que Craig se destaca pela elegância com que apresenta seus argumentos, mesmo quando submetido ao fogo cerrado.
O teólogo evangélico é considerado um dos maiores defensores da doutrina cristã na atualidade. Craig, que vive em Atlanta (EUA) com a esposa, sustenta que a existência de Deus e a ressurreição de Jesus, por exemplo, não são apenas questões de fé, mas passíveis de prova lógica e racional. Em seu currículo de debates estão o famoso químico e autor britânico Peter Atkins e o neurocientista americano Sam Harris (veja lista com vídeos legendados de Craig). Basta uma rápida procura no Youtube para encontrar uma vastidão de debates travados entre Craig e diversos estudiosos. Richard Dawkins, um dos maiores críticos do teísmo, ainda se recusa a discutir com Craig sobre a existência de Deus.

Em
artigo publicado no jornal inglês The Guardian, Dawkins afirma que Craig faz apologia ao genocídio, por defender passagens da Bíblia que justificam a morte de homens, mulheres e crianças por meio de ordens divinas. "Vocês apertariam a mão de um homem que escreve esse tipo de coisa? Vocês compartilhariam o mesmo palco que ele? Eu não, eu me recuso", escreveu. Na entrevista abaixo, Craig fala sobre o assunto.

Autor de diversos livros — entre eles Em Guarda – Defenda a fé cristã com razão e precisão (Ed. Vida Nova), lançado no fim de 2011 no Brasil, — Craig é doutor em filosofia pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e em teologia pela Universidade de Munique, Alemanha. O filósofo esteve no Brasil para o 8º Congresso de Teologia da Editora Vida Nova, em Águas de Lindóia, entre 13 e 16 de março. Durante o simpósio, Craig deu palestras e dedicou a última apresentação a atacar, ponto a ponto, os argumentos de Richard Dawkins sobre a inexistência de Deus.
Por que deveríamos acreditar em Deus? Porque os argumentos e evidências que apontam para a Sua existência são mais plausíveis do que aqueles que apontam para a negação. Vários argumentos dão força à ideia de que Deus existe. Ele é a melhor explicação para a existência de tudo a partir de um momento no passado finito, e também a para o ajuste preciso do universo, levando ao surgimento de vida inteligente. Deus também é a melhor explicação para a existência de deveres e valores morais objetivos no mundo. Com isso, quero dizer valores e deveres que existem independentemente da opinião humana.

Se Deus é bondade e justiça, por que ele não criou um universo perfeito onde todas as pessoas vivem felizes? Acho que esse é o desejo de Deus. É o que a Bíblia ensina. O fato de que o desejo de Deus não é realizado implica que os seres humanos possuem livre-arbítrio. Não concordo com os teólogos que dizem que Deus determina quem é salvo ou não. Parece-me que os próprios humanos determinam isso. A única razão pela qual algumas pessoas não são salvas é porque elas próprias rejeitam livremente a vontade de Deus de salvá-las.

Alguns cientistas argumentam que o livre-arbítrio não existe. Se esse for o caso, as pessoas poderiam ser julgadas por Deus? Não, elas não poderiam. Acredito que esses autores estão errados. É difícil entender como a concepção do determinismo pode ser racional. Se acreditarmos que tudo é determinado, então até a crença no determinismo foi determinada. Nesse contexto, não se chega a essa conclusão por reflexão racional. Ela seria tão natural e inevitável como um dente que nasce ou uma árvore que dá galhos. Penso que o determinismo, racionalmente, não passa de absurdo. Não é possível acreditar racionalmente nele. Portanto, a atitude racional é negá-lo e acreditar que existe o livre-arbítrio.

O senhor defende em seu site uma passagem do Velho Testamento em que Deus ordena a destruição da cidade de Canaã, inclusive autorizando o genocídio, argumentando que os inocentes mortos nesse massacre seriam salvos pela graça divina. Esse não é um argumento perigosamente próximo daqueles usados por terroristas motivados pela religião? A teoria ética desses terroristas não está errada. Isso, contudo, não quer dizer que eles estão certos. O problema é a crença deles no deus errado. O verdadeiro Deus não ordena atos terroristas e, portanto, eles estariam cometendo uma atrocidade moral. Quero dizer que se Deus decide tirar a vida de uma pessoa inocente, especialmente uma criança, a Sua graça se estende a ela.

Se o terrorista é cristão o ato terrorista motivado pela religião é justificável, por ele acreditar no Deus ‘certo’? Não é suficiente acreditar no deus certo. É preciso garantir que os comandos divinos estão sendo corretamente interpretados. Não acho que Deus dê esse tipo de comando hoje em dia. Os casos do Velho Testamento, como a conquista de Canaã, não representam a vontade normal de Deus.

O sr. está querendo dizer que Deus também está sujeito a variações de humor? Não é plausível esperar que pelo menos Ele seja consistente? Penso que Deus pode fazer exceções aos comandos morais que dá. O principal exemplo no Velho Testamento é a ordem que ele dá a Abraão para sacrificar seu filho Isaque. Se Abraão tivesse feito isso por iniciativa própria, isso seria uma abominação. O deus do Velho Testamento condena o sacrifício infantil. Essa foi uma das razões que o levou a ordenar a destruição das nações pagãs ao redor de Israel. Elas estavam sacrificando crianças aos seus deuses. E, no entanto, Deus dá essa ordem extraordinária a Abraão: sacrificar o próprio filho Isaque. Isso serviu para verificar a obediência e fé dele. Mas isso é a exceção que prova a regra. Não é a forma normal com que Deus conduz os assuntos humanos. Mas porque Deus é Deus, Ele tem a possibilidade de abrir exceções em alguns casos extremos, como esse.

O sr. disse que não é suficiente ter o deus certo, é preciso fazer a interpretação correta dos comandos divinos. Como garantir que a sua interpretação é objetivamente correta? As coisas que digo são baseadas no que Deus nos deu a conhecer sobre si mesmo e em preceitos registrados na Bíblia, que é a palavra d’Ele. Refiro-me a determinações sobre a vida humana, como “não matarás”. Deus condena o sacrifício de crianças, Seu desejo é que amemos uns ao outros. Essa é a Sua moral geral. Seria apenas em casos excepcionalmente extremos, como o de Abraão e Isaque, que Deus mudaria isso. Se eu achar que Deus me comandou a fazer algo que é contra o Seu desejo moral geral, revelado na escritura, o mais provável é que eu tenha entendido errado. Temos a revelação do desejo moral de Deus e é assim que devemos nos comportar.

O sr. deposita grande parte da sua argumentação no conteúdo da Bíblia. Contudo, ela foi escrita por homens em um período restrito, em uma área restrita do mundo, em uma língua restrita, para um grupo específico de pessoas. Que evidência se tem de que a Bíblia é a palavra de um ser sobrenatural? A razão pela qual acreditamos na Bíblia e sua validade é porque acreditamos em Cristo. Ele considerava as escrituras hebraicas como a palavra de Deus. Seus ensinamentos são extensões do que é ensinado no Velho Testamento. Os ensinamentos de Jesus são direcionados à era da Igreja, que o sucederia. A questão, então, se torna a seguinte: temos boas razões para acreditar em Jesus? Ele é quem ele diz ser, a revelação de Deus? Acredito que sim. A ressurreição dos mortos, por exemplo, mostra que ele era quem afirmava.

Existem provas que confirmem a ressurreição de Jesus? Temos boas bases históricas. A palavra ‘prova’ pode ser enganosa porque muitos a associam com matemática. Certamente, não temos prova matemática de qualquer coisa que tenha acontecido na história do homem. Não temos provas, nesse sentido, de que Júlio César foi assassinado no senado romano, por exemplo, mas temos boas bases históricas para isso. Meu argumento é que se você considera os documentos do Novo Testamento como fontes da história antiga, — como os historiadores gregos Tácito, Heródoto ou Tucídides — o evangelho aparece como uma fonte histórica muito confiável para a vida de Jesus de Nazaré. A maioria dos historiadores do Novo Testamento concorda com os fatos fundamentais que balizam a inferência sobre a ressurreição de Cristo. Coisas como a sua execução sob autoridade romana, a descoberta das tumbas vazias por um grupo de mulheres no domingo depois da crucificação e o relato de vários indivíduos e grupos sobre os aparecimentos de Jesus vivo após sua execução. Com isso, nos resta a seguinte pergunta: qual é a melhor explicação para essa sequência de acontecimentos? Penso que a melhor explicação é aquela que os discípulos originais deram — Deus fez Jesus renascer dos mortos. Não podemos falar de uma prova, mas podemos levantar boas bases históricas para dizer que a ressurreição é a melhor explicação para os fatos. E como temos boas razões para acreditar que Cristo era quem dizia ser, portanto temos boas razões para acreditar que seus ensinamentos eram verdade. Sendo assim, podemos ver que a Bíblia não foi criação contingente de um tempo, de um lugar e de certas pessoas, mas é a palavra de Deus para a humanidade.

O textos da Bíblia passaram por diversas revisões ao longo do tempo. Como podemos ter certeza de que as informações às quais temos acesso hoje são as mesmas escritas há 2.000 anos? Além disso, como lidar com o fato de que informações podem ser perdidas durante a tradução? Você tem razão quanto a variedade de revisões e traduções. Por isso, é imperativo voltar às línguas originais nas quais esses textos foram escritos. Hoje, os críticos textuais comparam diferentes manuscritos antigos de modo a reconstruir o que os originais diziam. O Novo Testamento é o livro mais atestado da história antiga, seja em termos de manuscritos encontrados ou em termos de quão próximos eles estão da data original de escrita. Os textos já foram reconstruídos com 99% de precisão em relação aos originais. As incertezas que restam são trivialidades. Por exemplo, na Primeira Epístola de João, ele diz: “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”. Mas alguns manuscritos dizem: “Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo se cumpra”. Não temos certeza se o texto original diz ‘vosso’ ou ‘nosso’. Isso ilustra como esse 1% de incerteza é trivial. Alguém que realmente queira entender os textos deverá aprender grego, a língua original em que o Novo Testamento foi escrito. Contudo, as pessoas também podem comprar diferentes traduções e compará-las para perceber como o texto se comporta em diferentes versões.

É possível explicar a existência de Deus apenas com a razão? Qual o papel da ciência na explicação das causas do universo? A razão é muito mais ampla do que a ciência. A ciência é uma exploração do mundo físico e natural. A razão, por outro lado, inclui elementos como a lógica, a matemática, a metafísica, a ética, a psicologia e assim por diante. Parte da cegueira de cientistas naturalistas, como Richard Dawkins, é que eles são culpados de algo chamado ‘cientismo’. Como se a ciência fosse a única fonte da verdade. Não acho que podemos explicar Deus em sua plenitude, mas a razão é suficiente para justificar a conclusão de que um criador transcendente do universo existe e é a fonte absoluta de bondade moral.

Por que o cristianismo deveria ser mais importante do que outras religiões que ensinam as mesmas questões fundamentais, como o amor e a caridade? As pessoas não entendem o que é o cristianismo. É por isso que alguns ficam tão ofendidos quando se prega que Jesus é a única forma de salvação. Elas pensam que ser cristão é seguir os ensinamentos éticos de Jesus, como amar ao próximo como a si mesmo. É claro que não é preciso acreditar em Jesus para se fazer isso. Isso não é o cristianismo. O evangelho diz que somos moralmente culpados perante Deus. Espiritualmente, somos separados d’Ele. É por isso que precisamos experimentar Seu perdão e graça. Para isso, é preciso ter um substituto que pague a pena dos nossos pecados. Jesus ofereceu a própria vida como sacrifício por nós. Ao aceitar o que ele fez em nosso nome, podemos ter o perdão de Deus e a limpeza moral. A partir disso, nossa relação com Deus pode ser restaurada. Isso evidencia por que acreditar em Cristo é tão importante. Repudiá-lo é rejeitar a graça de Deus e permanecer espiritualmente separado d’Ele. Se você morre nessa condição você ficará eternamente separado de Deus. Outras religiões não ensinam a mesma coisa.

A crença em Deus é necessária para trazer qualidade de vida e felicidade? Penso que a crença em Deus ajuda, mas não é necessária. Ela pode lhe dar uma fundação para valores morais, propósito de vida e esperança para o futuro. Contudo, se você quiser viver inconsistentemente, é possível ser um ateu feliz, contanto que não se pense nas implicações do ateísmo. Em última análise, o ateísmo prega que não existem valores morais objetivos, que tudo é uma ilusão, que não há propósito e significado para a vida e que somos um subproduto do acaso.

Por que importa se acreditamos no deus do cristianismo ou na ‘mãe natureza’ se na prática as pessoas podem seguir, fundamentalmente, os mesmos ensinamentos? Deveríamos acreditar em uma mentira se isso for bom para a sociedade? As pessoas devem acreditar em uma falsa teoria, só por causa dos benefícios sociais? Eu acho que não. Isso seria uma alucinação. Algumas pessoas passam a acreditar na religião por esse motivo. Já que a religião traz benefícios para a sociedade, mesmo que o indivíduo pense que ela não passa de um ‘conto de fadas’, ele passa a acreditar. Digo que não. Se você acha que a religião é um conto de fadas, não acredite. Mas se o cristianismo é a verdade — como penso que é — temos que acreditar nele independente das consequências. É o que as pessoas racionais fazem, elas acreditam na verdade. A via contrária é o pragmatismo. “Isso Funciona?", perguntam elas. "Não importa se é verdade, quero saber se funciona”. Não estou preocupado se na Suécia alguns são felizes sem acreditar em Deus ou se há alguma vantagem em acreditar n’Ele. Como filósofo, estou interessado no que é verdade e me parece que a existência desse ser transcendente que criou e projetou o universo, fonte dos valores morais, é a verdade.
Notas:
¹William Lane Craig: Filósofo, teólogo e professor universitário na Universidade de Biola, Califórnia. Nasceu no dia 23 de agosto de 1949. Livros destacados: Apologética Contemporânea – A veracidade da Fé Cristã; Em Guarda, Defenda a fé cristã com razão e precisão; ambos publicados no Brasil pela editora Vida Nova. Principal contribuição para a filosofia: Craig foi responsável por reformular o Argumento Cosmológico Kalam (variação do argumento cosmológico que defende a existência de uma primeira causa para o universo) nos seguintes termos: 1) Tudo que começa a existir tem uma causa de existência. 2) O universo começou a existir. 3) Portanto, o universo tem uma causa para sua existência. William Lane Craig é conhecido pelo trabalho na filosofia do tempo e na filosofia da religião, especificamente sobre a existência de Deus e na defesa do teísmo cristão. Escreveu e editou mais de 30 livros, é doutor em filosofia e teologia em universidades inglesa e alemã e desde 1996 é pesquisador e professor de filosofia na Universidade de Biola, na Califórnia. Atualmente vive em Atlanta, nos EUA, com a esposa. Craig pratica exercícios regularmente como forma de combater a APM (Atrofia Peronial Muscular) uma doença degenerativa do sistema nervoso que lhe causou atrofiamento dos nervos das mãos e pernas. Especialista em debates desde o ensino médio, o filósofo passa a maior parte do tempo estudando.
Fonte:
VEJA, "É possível acreditar em Deus usando a razão", afirma William Lane Craig. Disponivel em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/e-possivel-acreditar-em-deus-usando-a-razao-afirma-william-lane-craig Acesso em: 26 Março de 2012.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Pe. Paulo Ricardo libera comunicado sobre fatídicas calúnias

Por John Lennon J. da Silva
Acompanhando os desdobramentos que se seguiram as calúnias que foram orquestradas por clérigos e religiosos, 27 ao total da Arquidiocese de Cuiabá/MT, contra o Revmo. Padre Paulo Ricardo de Azevedo Junior, fato que todos sabem foi noticiado aqui em nosso site, venho informar a todos(as) os leitores(as), com um pouco de atraso, me perdoem; que o caríssimo sacerdote liberou em seu site um comunicado a respeito do assunto e de sua postura com relação as acusações que foram levantas contra sua pessoa, e os trabalhos que por eles são organizados. Abaixo repasso na integra o texto do comunicado dado pelo Pe. Paulo Ricardo aos seus amigos e leitores.
Continuemos a rezar incansavelmente por este digníssimo sacerdote para que tudo se encaminhe para paz e conforme os desejos de Deus. Exultemos no Senhor pela participação de mais de 13 mil católicos(as) que assinaram a petição pública de apoio ao Padre Paulo Ricardo.

Queridos irmãos,
Após as recentes manifestações ao redor de minha pregação no dia 20 de fevereiro de 2012, durante o 26º Vinde e Vede, pedi ao senhor Arcebispo para me ausentar de Cuiabá durante esta semana e procurar conselho espiritual e assistência jurídica.
Agora que o senhor Arcebispo se manifestou super partes no sentido de paz e de reconciliação, sinto o dever de comunicar o seguinte:
1) Lamento que as minhas palavras tenham sido mal interpretadas;
2) Penso que seja esclarecedor que as pessoas levem em consideração as circunstâncias da pregação. Aquele dia do encontro era voltado para a espiritualidade do Movimento Sacerdotal Mariano, fundado em 1972 pelo Padre Stefano Gobbi. O áudio de toda a pregação foi postado na internet, link aqui, e nele se pode notar o contexto em que aquelas palavras foram pronunciadas. Note-se, por exemplo, que me incluo sempre entre os padres pecadores e que a finalidade daquelas palavras era levar as pessoas à oração pela santificação dos sacerdotes. É sabido que um dos principais carismas do Movimento Sacerdotal Mariano é a oração pela santificação dos sacerdotes;
3) Sem querer acrescentar uma ferida àquelas já abertas, mas também sem dissimular minha posição, devo atestar que não me reconheço na imagem que foi apresentada de minha pessoa, de meu pensamento e de meu ministério;
4) Reconheço que as pessoas têm o direito de questionar a prudência e a oportunidade de uma pregação como aquela. Não tenho pretensão de estar sempre certo em minhas decisões práticas. Mas continua sendo minha opinião, aberta ao questionamento e à revisão, que seja uma verdadeira caridade para com os fiéis adverti-los para o fato de que a Igreja luta atualmente contra uma crise do clero. Sou da posição que, neste caso, o escândalo do silêncio seria muito maior do que a sincera e honesta admissão do problema, por doloroso que isto seja;
5) Que esta crise do clero não atinja todos os padres, com ou sem batina, me parecia uma coisa tão óbvia, que não achei necessário comentar. Mas prometo ser mais cauteloso no futuro. É evidente que eu não tinha pretensão de expor naquela breve palestra toda minha visão a repeito do atual estado do clero católico. Creio que os numerosos fiéis que me acompanharam nestes 20 anos de ministério viram em mim um padre que, reconhecendo os próprios pecados, procura amar a Igreja em geral e o sacerdócio em particular. Foi à formação de irmãos no sacerdócio que dediquei as melhores energias de minha vida;
6) É importante também ressaltar que de minha parte não pretendo divulgar os nomes dos 27 signatários da carta. Cumpre porém ressaltar o seguinte: não é verdade que o clero incardinado em Cuiabá se revoltou em massa contra minhas posições. Para uma mais exata avaliação da realidade divulgo apenas que são 5 padres diocesanos incardinados em Cuiabá, 5 em outras circunscrições e 17 religiosos;
7) Quanto à reconciliação e à restauração da justiça, serão dados passos pastorais e, se necessário, jurídicos. Mas não creio que a internet seja o lugar apropriado para este caminho de reparação. Sei que nos tempos do Big Brother, do Twitter e do Facebook minha visão pode parecer antiquada. Peço, no entanto, que compreendam minha opção de silêncio, ao menos até a solução final que, uma vez alcançada, comunicarei aos amigos;
8) Esta comunicação não seria completa sem que terminasse num agradecimento de coração pelos inúmeros e variados sinais de amizade, confiança e solidariedade que recebi. A todos um sincero e comovido “Deus lhes pague!”
Nestes dias, o nosso site recebeu um número imenso de mensagens oferecendo apoio de toda espécie: orações, jejuns, sacrifícios e provas sinceras de amor e estima. Meu celular não parava de tocar e de receber SMS. Foram literalmente milhares de fiéis, centenas de sacerdotes, alguns bispos e amigos de várias proveniências (um bispo anglicano, vários pastores evangélicos, cristãos em geral e até agnósticos!).
Uma palavra especial para os inúmeros blogs e páginas da internet que manifestaram o seu apoio. Com toda sinceridade não sei como expressar o peso da gratidão a não ser reconhecendo que lhes sou muito obrigado.
Agradeço ao meu Arcebispo pela paciência e o carinho paterno manifestado a ambas as partes envolvidas neste triste episódio.
Quanto a meus pais e minha família… não tenho palavras. No céu vocês verão o meu coração.
Espero poder corresponder, com a graça de Deus, a toda esta expectativa. Asseguro que todos estão muito presentes em minha Eucaristia diária. Continuemos unidos na gratidão a Deus, à Virgem Maria, aos anjos e aos santos de nossa devoção. Continuem a interceder por esta nossa luta e que Deus abençoe a todos.
Várzea Grande, 11 de março de 2012.
Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior

terça-feira, 6 de março de 2012

Padre Paulo Ricardo enfrenta perseguição!

Por John Lennon J. da Silva.

Queridos leitores(as) do nosso site, hoje fiquei a saber pelas redes sociais sobre a divulgação de uma “carta aberta” [confiram] contra o Revmo. Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Junior, a carta foi segundo informações assinada por alguns religiosos e membros do clero arquidiocesano de Cuiabá e integrantes de outras dioceses mato-grossenses, No Estado em que o Pe. Paulo Ricardo exerce suas funções sacerdotais e também seu longo apostolado intelectual, além de também ministrar aulas em diversos seminários de formação de sacerdotes no Mato Grosso.
O conteúdo é absurdamente estarrecedor, são levantadas muitas críticas ao conhecidíssimo Pe. Paulo que têm além de trabalhos de catequese pela internet, também têm participado em diversos momentos de pregações, missas e programas da TV Canção Nova.
Na carta menciona-se o sacerdote como “um homem amargurado, fatigado, raivoso, compulsivo, profundamente infeliz e transtornado”, “homem de verbo fácil, de muitos artifícios oratórios e também de muitas falácias e sofismas” e “dono de uma personalidade no mínimo controversa”.
Como querido pelos escritores da carta solicita-se o afastamento do padre e de suas atividades docentes nos seus diversos âmbitos, inclusive entre os “meios de comunicação social”. Pedido segundo os editores da carta fundado na falta de “saúde mental para ser formador de futuros presbíteros”, da parte do Pe. Paulo Ricardo.
O motivo de toda esta raiva é logo inicialmente trazido a tona na carta: Trata-se das palavras sãs e realistas do querido sacerdote durante o evento “Vinde e Vede”, que aconteceu em Cuiabá/MT. Neste ano foi comemorado a 26º edição do mencionado evento, nele estiveram presentes diversos pregadores entre eles, o Pe. Paulo Ricardo que durante a festa realizou uma brilhante e consternadora pregação destinada aos maus filhos da Igreja. Na carta é divulgado um trecho da palestra, que foi proferida pelo Padre. Divulgamos também um vídeo que registrou parte da mesma palestra; sugiro que os leitores assistam clicando aqui:
Abaixo transcrevo um comentário do escritor católico  Everth Queiroz Oliveira, retirado seu site:
“O que há de mais nas palavras de padre Paulo? Bom, qualquer examinador ortodoxo não veria nada absurdo em seu discurso, mas há quem fique incomodado com as verdades proferidas pelo sacerdote. Afinal, padre Paulo fala de “padres [que] foram tomados completamente pelo espírito do mundão”, de “padre que não honra a batina porque, aliás, nem usa a batina”, de “padre que deixou de ter fé”, de padres que fazem do pecado um apostolado, um modelo de vida. Todos estes exemplos não são coisas fantasiosas, criadas pela imaginação de padre Paulo. Estes exemplos são reais… E as palavras de Nossa Senhora ao Pe. Stefano Gobbi servem para ilustrar a triste situação na qual caíram muitos consagrados do nosso tempo: “Quantas são as vidas sacerdotais e religiosas que se tornaram áridas pelo secularismo que as possui completamente”.

Diante deste episodio ridículo, que não é mais do que um pretenso ataque a figura pública do Pe. Paulo Ricardo no Brasil. Provavelmente o ataque deve vir de simpatizantes da Teologia da Libertação, chamada de “heresia singular”, como disse certa vez o atual papa Bento XVI, quando era cardeal. Fato típico deve também ter sido movimentado, por conta, dos trabalhos e conscientização católica que têm promovido o Pe. Paulo Ricardo entre os fieis católicos. Como não seria diferente o Pe. Paulo Ricardo por sua coragem e ortodoxia quanto à fé católica, esta propenso a críticas das mais variadas e alheias, mas críticas tão descabidas e centradas no argumento “ad hominem”, só podem ter surgido da mentalidade distorcida e de má fé de progressistas.

Sendo assim muitos católicos estão se solidarizando com o trabalho e com a pessoa do Pe. Paulo Ricardo, não só através de suas orações mais também estão organizando-se e assinando uma “petição pública em apoio ao padre Paulo Ricardo”. Convoco todos os leitores(as) e admiradores do Pe. Paulo Ricardo e os bons católicos da rede à assinarem tal petição.

domingo, 4 de março de 2012

Aborto e as eleições 2012


Por Ivanaldo Santos*.

Até o ano de 2010 a grande mídia, o governo, os partidos políticos de esquerda e ONGs ligadas ao movimento pró-aborto apresentavam o aborto como uma unanimidade nacional. Nas reportagens da grande mídia, nos discursos políticos, nos projetos de Lei, principalmente do PT, e nos encontros organizados por entidades pró-aborto só se falava que o aborto era uma necessidade nacional, que o povo brasileiro queria e precisa desesperadamente da legalização do aborto e coisas semelhantes. Até o ano de 2010, se dizia, por exemplo, que era preciso se fazer um amplo debate sobre o aborto e que apenas uma minoria de reacionários e conservadores é que eram contrários a essa prática. 

Nas eleições presidenciais de 2010, quando a então defensora do aborto, a Sra. Dilma Rousseff, mudou de ideia e passou a ser defensora da vida humana, a sociedade brasileira resolveu seguir o conselho da grande mídia, do governo, do PT e de outros grupos favoráveis ao aborto, ou seja, a sociedade resolveu debater, de forma aberta a questão do aborto. Esse debate se deu principalmente por meio da internet.

Curiosamente, ao contrário do que se dizia na grande mídia, no governo e em outros setores pró-aborto, a sociedade civil brasileira se apresentou majoritariamente contrária a legalização do aborto. Inclusive o tema do aborto, que foi colocado de forma indireta por meio de blogueiros independentes, terminou mudando o rumo da campanha eleitoral de 2010. Uma campanha que estava destinada a ser sem graça, sem novidades e ter o coroamento da vitória esmagadora da candidata do PT no primeiro turno. Por causa do apoio a legalização do aborto a então candidata, a Sra. Dilma Rousseff, quase perdeu a eleição e deve que mudar de opinião. O aborto foi o diferencial na campanha eleitoral de 2010.

O que vimos em 2010 foi que, ao contrário do que se dizia na época, a sociedade brasileira não é a favor dessa prática desumana e não são grupos minoritários que criticam essa prática. Pelo contrário, a grande maioria da população faz duras e severas críticas ao aborto. Devido a isso, de forma surpreendente, o aborto simplesmente sumiu da pauta da mídia, do governo, do PT, das ONGs, etc. Parece até que nunca se falou de aborto no Brasil.

O problema é que em 2012 teremos novas eleições. Dessa vez para prefeitos e vereadores. É claro que prefeitos e vereadores não criam ou modificam as leis, mas são agentes políticos e, por causa disso, têm poder de influenciar na construção das leis. Sem contar que a prefeitura de algumas cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, têm projeção e influência política nacional, incluindo o congresso. Por causa disso as eleições 2012 são importantes tanto a nível nacional como dos interesses políticos no congresso.

Um dos temas que, com toda certeza, voltará à pauta é o aborto. Por mais que a grande mídia, o governo, o PT e outros setores políticos tentem apagar e abafar, esse é um tema que está sendo discutido e debatido nas ruas. As ruas falam uma linguagem diferente daquela que é falada pela mídia e pelos partidos políticos. As ruas falam do aborto e querem saber o que pensam os candidatos a prefeitos e a vereadores. O povo brasileiro não quer que o aborto seja legalizado e, por isso, está curioso para saber o que pensam os candidatos sobre esse e outros temas morais.

Por exemplo, em São Paulo, grande e importante colégio eleitoral, qual a posição do pré-candidato ou candidato Fernando Haddad (PT) sobre o aborto e outros temas morais? Vale salientar que até poucos dias atrás ele era o ministro da educação, um importante e estratégico ministério. Um ministério que deve, teoricamente, promover a educação do cidadão brasileiro. Então, o que pensa o ex-ministro sobre o aborto e outros temas?

O que pensam os grandes candidatos a prefeitos de cidades, como, por exemplo, Rio de Janeiro e Porto Alegre? Serão defensores do aborto? Ou serão aqueles políticos que em entrevistas concedidas a intelectuais dizem que o Brasil precisa legalizar o aborto e quando chegam diante do povo dizem que são contrários a essa prática desumana? A questão está posta. Engana-se quem pensa que o aborto é um assunto que morreu em 2010. Pelo contrário, é um tema que nasceu nesse ano. O cidadão brasileiro está atento às ideias e posturas dos candidatos sobre esse e outros temas morais.

Notas:

*É filósofo e doutor em Estudos da Linguagem pela UFRN, professor do departamento de Filosofia e do programa de pós-graduação em Letras da UERN. Autor de alguns livros "Aborto: Discursos filosóficos" (Ideia, 2008),  "Teologia da Libertação: Ensaios e reflexões" (Letra Capital, 2010), entre outros. É também organizador do livro "Linguagem e Epistemologia em Tomás de Aquino" (Ideia, 2011), obra que foi cedida pelo próprio autor aos leitores(as) do site, estando disponível para download no link: Atualmente colabora com o Apostolado SCR na sessão "Sociedade, moral e política".