segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Documento do Vaticano para retorno de Anglicanos a Comunhão Prena com a Igreja Católica.



ANGLICANORUM COETIBUS



Por Papa Bento XVI

Tradução: Aline Banchieri

Fonte: Zenit


CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA ANGLICANORUM COETIBUS DO SUMO PONTÍFICE BENTO XVI


Sobre a instituição de ordinariados pessoais


para os anglicanos que entram em plena comunhão com a Igreja Católica


Nestes últimos tempos, o Espírito Santo conduziu grupos de anglicanos a pedirem, em várias ocasiões e insistentemente, para serem recebidos, inclusive corporativamente, na plena comunhão católica e esta Sé Apostólica acolheu benevolamente sua petição. O sucessor de Pedro, de fato, que tem do Senhor Jesus o mandato de garantir a unidade do episcopado e de presidir e tutelar a comunhão universal de todas as igrejas [1], não pode deixar de predispor os meios para que este santo desejo possa ser realizado.



A Igreja, povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo [2], foi, de fato, instituída por nosso Senhor Jesus Cristo como “um sacramento, ou sinal, e o instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano” [3]. Toda divisão entre os batizados em Jesus Cristo é uma ferida ao que a Igreja é e àquilo para o que a Igreja existe; de fato, “contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura” [4]. Precisamente por isso, antes de derramar seu sangue pela salvação do mundo, o Senhor Jesus rezou ao Pai pela unidade dos seus discípulos [5].



O Espírito Santo, princípio de unidade, constitui a Igreja como comunhão [6]. Ele é o princípio da unidade dos fiéis no ensinamento dos Apóstolos, na fração do pão e na oração [7]. Contudo, a Igreja, por analogia com o mistério do Verbo encarnado, não é somente uma comunhão invisível, espiritual, mas também visível [8]; de fato, “a sociedade organizada hierarquicamente, e o Corpo místico de Cristo, o agrupamento visível e a comunidade espiritual, a Igreja terrestre e a Igreja ornada com os dons celestes não se devem considerar como duas entidades, mas como uma única realidade complexa, formada pelo duplo elemento humano e divino” [9]. A comunhão dos batizados no ensinamento dos Apóstolos e na fração do pão eucarístico se manifesta visivelmente nos vínculos da profissão da integridade da fé, da celebração de todos os sacramentos instituídos por Cristo e do governo do Colégio dos bispos com sua própria cabeça, o Pontífice Romano [10].



A única Igreja de Cristo, de fato, que no Símbolo professamos como una, santa, católica e apostólica, “é na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em união com ele, que se encontra, embora, fora da sua comunidade, se encontrem muitos elementos de santificação e de verdade, os quais, por serem dons pertencentes à Igreja de Cristo, impelem para a unidade católica” [11].



À luz destes princípios eclesiológicos, com esta constituição apostólica se oferece uma normativa geral que regula a instituição e a vida dos ordinariados pessoais para aqueles fiéis anglicanos que desejam entrar corporativamente em plena comunhão com a Igreja Católica. Esta normativa está complementada pelas “Normas Complementares” emanadas pela Sé Apostólica.



I. § 1. Os ordinariados pessoais para anglicanos que entram na plena comunhão com a Igreja Católica são erigidos pela Congregação para a Doutrina da Fé, dentro dos confins territoriais de uma determinada conferência episcopal, depois de ter consultado a própria conferência.



§ 2. No território de uma conferência de bispos, podem ser erigidos um ou mais ordinariados, segundo as necessidades.



§ 3. Cada ordinariado ipso iure goza de personalidade jurídica pública; é juridicamente equiparável a uma diocese [12].



§ 4. O ordinariado está formado por fiéis leigos, clérigos e membros de institutos de vida consagrada ou de sociedades de vida apostólica, originariamente pertencentes à Comunhão Anglicana e agora em plena comunhão com a Igreja Católica, ou por aqueles que recebem os sacramentos da iniciação na jurisdição do próprio ordinariado.



§ 5. O Catecismo da Igreja Católica é a expressão autêntica da fé católica professada pelos membros do ordinariado.



II. O ordinariado pessoal é regido pelas normas do direito universal e da presente constituição apostólica e está sujeito à Congregação para a Doutrina da Fé e aos demais dicastérios da Cúria Romana, segundo suas competências. É regido também pelas “Normas Complementares” e outras eventuais normas específicas dadas para cada ordinariado.



III. Sem excluir as celebrações litúrgicas segundo o Rito Romano, o ordinariado tem a faculdade de celebrar a Eucaristia e os outros sacramentos, a Liturgia das Horas e as demais ações litúrgicas, segundo os livros próprios da tradição anglicana aprovados pela Santa Sé, com o objetivo de manter vivas no interior da Igreja Católica as tradições espirituais, litúrgicas e pastorais da Comunhão Anglicana, como dom precioso para alimentar a fé dos seus membros e riqueza que deve ser compartilhada.



IV. Um ordinariado pessoal se confia ao cuidado pastoral de um ordinário nomeado pelo Pontífice Romano.



V. A potestade (potestas) do ordinário é:



a. Ordinária: unida pelo mesmo direito ao ofício conferido pelo Pontífice Romano, para o foro interno e o foro externo;



b. Vigária: exercida em nome do Pontífice Romano;



c. Pessoal: exercida sobre todos aqueles que pertencem ao ordinariado.



Esta é exercida de maneira conjunta com a do bispo diocesano local nos casos previstos pelas “Normas Complementares”.



VI. § 1. Aqueles que exerceram o ministério de diáconos, presbíteros ou bispos anglicanos, que respondem aos requisitos estabelecidos pelo direito canônico [13] e não estão impedidos por irregularidades ou outros impedimentos [14], podem ser aceitos pelo ordinário como candidatos para as sagradas ordens na Igreja Católica. Para os ministros casados, devem-se observar as normas da encíclica de Paulo VI Sacerdotalis Coelibatus, n. 42, [15] e da declaração In June [16]. Os ministros não-casados devem ater-se à norma do celibato clerical segundo o cân. 277, § 1.



§ 2. O ordinário, em plena observância da disciplina do celibato clerical na Igreja latina, pro regula admitirá somente homens celibatários à ordem do presbiterado. Poderá pedir ao Pontífice Romano, como uma derrogação do cânon 277, § 1, admitir, caso por caso, à Ordem Sagrada do presbiterado também homens casados, segundo os critérios objetivos aprovados pela Santa Sé.



§ 3. A incardinação dos clérigos estará regulada segundo as normas do direito canônico.



§ 4. Os presbíteros incardinados em um ordinariado, que constituem seu presbitério, devem cultivar também um vínculo de unidade com o presbítero da diocese em cujo território desenvolvem seu ministério; deverão favorecer iniciativas e atividades pastorais e caritativas conjuntas, que poderão ser objeto de acordos estipulados entre o ordinário e o bispo diocesano local.



§ 5. Os candidatos às ordens sagradas em um ordinariado se formarão junto aos outros seminaristas, especialmente nos âmbitos doutrinal e pastoral. Para levar em consideração as necessidades particulares dos seminaristas do ordinariado e de sua formação no patrimônio anglicano, o ordinário pode estabelecer programas para desenvolver no seminário ou também erigir casas de formação unidas às faculdades de teologia já existentes.



VII. O ordinário, com a aprovação da Santa Sé, pode erigir novos institutos de vida consagrada e sociedades de vida apostólica e promover os membros às ordens sagradas, segundo as normas do direito canônico. Institutos de vida consagrada provenientes do anglicanismo e agora em plena comunhão com a Igreja Católica podem ser submetidas à jurisdição do ordinário por acordo mútuo.



VIII. O ordinário, segundo a norma do direito, depois de ter ouvido o parecer do bispo diocesano do lugar, pode, com o consentimento da Santa Sé, erigir paróquias pessoais, para o cuidado pastoral dos fiéis pertencentes ao ordinariado.



§ 2. Os párocos do ordinariado gozam de todos os direitos e estão sujeitos a todas as obrigações previstas no Código de Direito Canônico, que, nos casos estabelecidos nas “Normas Complementares”, são exercidos em mútua ajuda pastoral com os párocos da diocese em cujo território se encontra a paróquia pessoal do ordinariado.



IX. Tanto os fiéis leigos como os institutos de vida consagrada e as sociedades de vida apostólica que provêm do anglicanismo e desejam fazer parte do ordinariado pessoal devem manifestar esta vontade por escrito.



X. § 1. O ordinário é assistido em seu governo por um Conselho de Governo, regulado por estatutos aprovados pelo ordinário e confirmados pela Santa Sé. [17]



§ 2. O Conselho de Governo, presidido pelo ordinário, está composto por pelo menos seis sacerdotes e exerce as funções estabelecidas no Código de Direito Canônico para o Conselho Presbiteral e o Colégio de Consultores e aquelas especificadas nas “Normas Complementares”.



§ 3. O ordinário deve constituir um Conselho para os Assuntos Econômicos, segundo a norma do Código de Direito Canônico e com as funções estabelecidas por este. [18]



§ 4. Para favorecer a consulta dos fiéis, no ordinariado deve ser constituído um Conselho Pastoral. [19]



XI. O ordinário deve ir a Roma a cada cinco anos para a visita ad limina apostolorum e, através da Congregação para a Doutrina da Fé, em comunicação também com a Congregação para os Bispos e a Congregação para a Evangelização dos Povos, deve apresentar ao Pontífice Romano um informe sobre o estado do ordinariado.



XII. Para as causas judiciais, o tribunal competente é o da diocese em que tem domicílio uma das partes, a não ser que o ordinariado tenha constituído um tribunal próprio, em cujo caso o tribunal de segunda instância será o designado pelo ordinariado e aprovado pela Santa Sé.



XIII. O decreto que erigirá um ordinariado determinará o lugar da sede do mesmo ordinariado e, se o considerar oportuno, também sua igreja principal.



Queremos que estas disposições e normas nossas sejam válidas e eficazes, agora e no futuro; não obstante, se necessário, as constituições e ordenanças apostólicas emanadas por nossos predecessores, e toda outra prescrição, inclusive as dignas de particular menção e derrogação.



Dado em Roma, junto a São Pedro, em 4 de novembro de 2009, memória de São Carlos Borromeu.



BENEDICTUS PP . XVI





NOTAS



[1] Cf. Concílio Ecumênico Vaticano II, constituição dogmática Lumen gentium, 23; Congregação para a Doutrina da Fé, carta Communionis notio, 12; 13.



[2] Cf. Constituição dogmática. Lumen gentium, 4; Decr. Unitatis redintegratio, 2.



[3] Constituição dogmática Lumen gentium 1.



[4] Decreto Unitatis redintegratio, 1.



[5] Cf. João 17,20-21; decreto Unitatis redintegratio, 2.



[6] Cf. Constituição dogmática Lumen gentium, 13.



[7] Cf. Ibidem; At 2,42.



[8] Cf. Constituição dogmática Lumen gentium, 8; carta Communionis notio, 4.



[9] Constituição dogmática Lumen gentium, 8.



[10] Cf. Código de Direito Canônico (CIC, segundo suas siglas em latim), cân. 205; constituição dogmática Lumen gentium, 13; 14; 21; 22; decreto Unitatis redintegratio, 2; 3; 4; 15; 20; decreto Christus Dominus, 4; decreto Ad gentes, 22.



[11] Constituição dogmática Lumen gentium, 8; decreto Unitatis redintegratio, 1; 3; 4; Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração Dominus Iesus, 16.



[12] Cf. João Paulo II, constituição apostólica Spirituali militum curae, 21 de abril de 1986, I § 1.



[13] Cf. CIC, cânones 1026-1032.



[14] Cf. CIC, cânones 1040-1049.



[15] Cf. Acta Apostolicae Sedis (AAS) 59 (1967) 674.



[16] Cf. Congregação para a Doutrina da Fé, declaração de 1º de abril de1981, em Enchiridion Vaticanum 7, 1213.



[17] Cf. CIC, cânones 495-502.



[18] Cf. CIC, cânones 492-494.



[19] Cf. CIC, cânon 511.

Fonte;
http://www.veritatis.com.br/article/6065/anglicanorum-coetibus

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Santo Agostinho, um Homem Magno

Pintura medieval européia


Santo Agostinho de Hipona

Introdução

Santo Agostinho sem duvida alguma um dos Santos Padres mais importantes para o Ocidente Cristão, Grande Teólogo e Escritor Literário além de compartilhar de uma mentalidade filosófica espetacular por seu Neo-platonismo, seus conceitos são vivos na Igreja de Rito Latino há séculos recebeu o titulo de Doutor da Igreja o Doutor da predestinação e da graça, para a Igreja católica, estudioso da filosofia platônica, comentador e estudioso das Sagradas Escritura, adversário do herege Pelágio e do maniqueísmo. Combateu as heresias dos pricilianistas e dos donatistas que por muito e um longo tempo influenciaram a vida de muitos na África. Bispo e grande escritor que deixou valorosa literatura cristã. Foi declarado Doutor da Igreja no Ocidente pelo Papa Bonifácio VIII, em 1298, o terceiro da tradição latina a ser honrado com este titulo especial dado pela Igreja aos grandes homens que desenvolveram papel de notável e ortodoxa importância tanto para o Ocidente ou para o Oriente Cristão nas questões relacionadas à Fé católica e sua disciplina, teologia, liturgia além da riquíssima apologética doutrinal e dogmática de muitos a qual Santo Agostinho utilizou. É comemorado na liturgia ocidental no dia 28 de Agosto.



Vida e Conversão

Aurelius Augustinus, SANTO AGOSTINHO nasceu em TAGASTE DE NUMÍDIA, província romana ao norte da África em 13 de novembro de 354; hoje atual Tunísia. Primogênito do pagão e oficial do Império romano, Patrício e da fervorosa cristã Mônica. Criança alegre, buliçosa, entusiasta do jogo, travessa e amante da amizade, não gosta muito de estudar porque os mestres usam métodos agressivos e não são sinceros. Ante os adultos se revela como "um menino de grandes esperanças", com inteligência clara e coração inquieto.

Africano pela lei do solo, romano pela cultura e língua, e cristão por educação. AGOSTINHO, jovem, de temperamento impulsivo e veemente, se entrega com afinco ao estudo e aprende toda a ciência do seu tempo estudou também retórica em Cartago onde ensinará gramática até os 29 anos, mais tarde parte para Roma e Milão e torna-se fantástico e brilhante professor na corte do imperador.

Nesta mesma época entre as orações e temores de sua Mãe Mônica e as fervorosas pregações de S. Ambrósio, bispo de Milão. Converte-se finalmente ao cristianismo e é batizado em 387, pelo Bispo, Ambrosio.



Adolescente, afunda-se nos vícios
A brilhante inteligência de Agostinho e sua fiel memória propiciavam-lhe muita facilidade para os estudos. Esse fator inclinou seu pai, quando Agostinho terminou os estudos em Tagaste e Madaura, a pensar em mandá-lo para Cartago, a capital romana do norte da África, onde ele poderia prosseguir sua formação intelectual e chegar a reputado jurista.
O ano que Agostinho passou, esperando que seu pai juntasse o dinheiro suficiente para isso, foi-lhe funesto. Estava na exuberância dos seus 16 anos, cheio de vida e quimeras, e perdeu-se moralmente devido à influência deletéria de maus companheiros, que levavam vida debochada. Declara ele em sua imortal obra Confissões: “Desde a adolescência, ardi em desejos de me satisfazer em coisas baixas, ousando entregar-me como animal a vários e tenebrosos amores! Desgastou-se a beleza da minha alma e apodreci aos teus olhos [ó Deus], enquanto eu agradava a mim mesmo e procurava ser agradável aos olhos dos homens”.(1)
Chegando por fim à famosa Cartago, aos 17 anos, logo se uniu à turbulenta mocidade acadêmica da cidade. Iniciou em seu curso de retórica o estudo de Virgílio, poetas e escritores latinos. Descobriu em Cícero a atração da filosofia, e a ela entregou-se com ardoroso fervor. Aos 19 anos uniu-se em ligação pecaminosa a uma donzela, com quem viverá 15 anos, só rompendo esse criminoso vínculo ao se converter. Ela lhe deu um filho, Deodato.



Depois virará Santa por seu exemplo de mãe doada a fé do filho, Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã. Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram, feitos na escola local, onde aprendeu latim. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica. Longe da família,




S. Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites e influencias do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina (ilegalmente) durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390. Na busca pela verdade, ele aceitou o herético maniqueísmo, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal, o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem, o Deus do Novo Testamento. E a luta travada entre os poderes das trevas e da luz Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384.

Em sua busca afanosa vive longos anos com ânimo disperso. Vazio de Deus e agarrado pelo pecado, a vontade "sequestrada", errante e peregrina, "enganado e enganador".

Mas, seu coração, sempre aberto à verdade, chega ao encontro da graça pelo caminho da interioridade, apoiado pelas orações de sua mãe, que na infância lhe havia marcado com o sinal da cruz.


Enfim, na véspera da Páscoa de 387, ele é batizado por Santo Ambrósio juntamente com seu filho Deodato e vários discípulos.
Depois do batismo, Agostinho resolve voltar para a África. Em Óstia, perto de Roma, dá-se o famoso êxtase em que ele e sua mãe são arrebatados quando consideravam a vida futura. Pouco antes havia falecido seu filho, aos 15 anos de idade. E Santa Mônica logo o segue ao túmulo. “Em toda a literatura não há páginas com mais refinado sentimento do que a história de sua santa morte e a dor de Agostinho [Confissões, IX]”.(5)


Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II. Sua Conversão no ano 386, quando passava várias crises em sua vida, S. Agostinho estava meditando num jardim sobre a sua situação espiritual, e ouviu uma voz próxima à porta que dizia: “Tome e Leia”. Agostinho abriu sua Bíblia em Rm 13,13-14 e a leitura trouxe-lhe a luz que sua alma não conseguiu encontrar nem no Maniqueísmo e em suas fanfarras.



Com sua conversão à Cristo, ele despediu sua concubina e abandonou sua profissão no Império. Sua mãe, Santa que rezava há quase 25 anos por sua conversão, morreu logo depois do seu batismo, realizado por Santo Ambrósio na Páscoa de 387.



Do Sacerdócio ao Episcopado de Hipona

De novo em Tagaste - a mãe morre no porto de Roma - vende suas posses e projeta seu programa de vida comum: probreza, oração e trabalho. Por seus dotes naturais e títulos de graça, cresce em torno dele um grupo de amizade e funda para a história o Monacato Agostiniano.

No ano 391 é proclamado sacerdote pelo povo, e cinco anos mais tarde, os cristãos de Hipona o apresentam para o Episcopado. Consagrado BISPO DE HIPONA - título de serviço e não de honra - converte a sua residência em casa de oração e tribunal de causas. Inspirador da vida religiosa, pastor de almas, administrador de justiça, defensor da Fé e da Verdade. Prega e escreve de forma infatigável e condensa o pensamento do seu tempo.


Uma vez batizado, regressou um ano depois para Cartago, Norte da África, onde foi ordenado sacerdote em 391.
Um dia no ano 391, em que tinha ido a Hipona — onde a fama de sua santidade e saber já havia chegado —, estava ele rezando numa igreja, quando o povo o rodeou, aclamando-o e pedindo ao bispo Valério que lhe conferisse o sacerdócio. Apesar de todos os seus protestos, ele teve que curvar-se à vontade de Deus.
A primeira coisa que Agostinho fez, quando ordenado, foi pedir ao bispo um lugar para erguer um mosteiro como o de Tagaste. Logo povoado de almas eleitas sob a direção de Agostinho, desse celeiro sairiam pelo menos 10 bispos para as dioceses vizinhas.


Em Tagasta, ele supervisionou e instruiue organizou um grupo de cristãos batizados chamados de “Servos de Deus”. Cinco anos depois, foi consagrado Bispo de Hipona pela Igreja Latina, por pedido de uma congregação ligada a ele, permanecerá até sua morte. Daí até sua morte em 430, empenhou-se na administração episcopal, estudando e escrevendo.

Voltou para a África em veste de penitência onde foi ordenado sacerdote e depois bispo de Hipona aos 42 anos de idade. Foi um dos homens mais importantes para a Igreja. Combateu com grande capacidade as heresias do seu tempo, principalmente o Maniqueísmo, o Donatismo e o Pelagianismo, que desprezava a graça de Deus.

O bispo Valério, considerando o valor de Agostinho, temeu perdê-lo para outra diocese. Por isso, pediu ao Primaz de Cartago que o nomeasse seu bispo-auxiliar com direito à sucessão. Mais uma vez Agostinho teve que se curvar ante a vontade da Providência. Pouco depois, com a morte de Valério, tomou posse da direção da diocese. Mas quis que em seu palácio se observasse a regularidade religiosa, para que tivessem mais eficiência seus trabalhos apostólicos.


Filósofo e padre da Igreja. Filho de mãe cristã (Mónica, santificada pela Igreja) e de pai pagão, não é baptizado. Menospreza o cristianismo até que, aos dezoito anos, enquanto estuda em Cartago, ao ler o Hortênsio de Cícero, inicia uma procura angustiada da verdade. Após uns anos de adesão ao maniqueísmo, converte-se primeiro a esta doutrina no ano de 374 e posteriormente ao cepticismo. Professor de Retórica em Cartago e depois em Milão. Nesta última cidade (384) conhece as doutrinas neoplatónicas; isto, mais o contacto com Santo Ambrósio, bispo da cidade, predispõe-o a admitir o Deus dos cristãos. Pouco a pouco apercebe-se de que a fé cristã satisfaz todas as suas inquietações teóricas e práticas e entrega-se inteiramente a ela; é baptizado em 387. Passa por Roma e regressa à sua Tagaste natal, na costa africana, onde organiza uma comunidade monástica. Ordenado sacerdote em 391, quatro anos mais tarde é já bispo de Hipona, cargo em que desenvolve uma actividade pastoral e intelectual extraordinária até à sua morte.
Sua vida foi registrada pela primeira vez por seu amigo São Possídio, bispo de Calama, no seu Sancti Augustini Vita. Descreveu-o como homem de poderoso intelecto e um enérgico orador, que em muitas oportunidades defendeu a fé católica contra todos os detratores.
Possídio também descreveu traços pessoais de Agostinho com detalhe, desenhando um retrato de um homem que comia com parcimónia, trabalhou incansavelmente, desprezando fofocas, rejeitadando as tentações da carne, e que exerceu a prudência na gestão financeira conforme sua posição e autoridade de bispo.
Sua vida não é tranquila: missa diária, prega até duas vezes ao dia, dá catequese, administra bens temporais, resolve questões de justiça (cerca, muro, dívidas, brigas de família…), atende aos pobres e orfãos, etc.
Pouco antes da morte de Agostinho, a África romana foi invadida pelos Vândalos, uma tribo guerreira com simpatias com o Arianismo. Pouco depois de Hipona ser cercada pelos bárbaros Agostinho adoeceu; Possídio relata que ele gastou seus últimos dias em oração e penitência, pedindo para que os Salmos penitenciais de Davi fossem pendurados em sua parede para que ele pudesse ler. Pouco tempo após sua morte, os Vândalos levantaram o cerco de Hipona, mas não muito tempo depois eles voltaram e queimaram a cidade. Eles destruíram tudo, mas a catedral de Agostinho e a biblioteca ficaram inalteradas.



Teólogo Genuíno

Santo Agostinho Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Grande Polemista pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã na história que continua válida até hoje em sua essência a teologia Ocidental. Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, S. Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval.

Ocorre que Agostinho escreveu e defendeu algumas doutrinas que são consideradas errôneas do ponto de vista cristão ortodoxo. Não há teólogos ortodoxos consagrados que neguem este fato. Desde contemporâneos de Agostinho, como São João Cassiano e São Vicente de Lérins, até os mais recentes, como o Arcebispo Filareto de Chernigov e o próprio Pe. Serafim Rose, todos reconhecem que Agostinho, no mínimo, exagerou ou expressou-se mal em alguns pontos cruciais de sua vasta obra.

Santo Agostinho escreveu muitas obras e exerceu decisiva influência sobre o desenvolvimento cultural do mundo ocidental. É chamado de “Doutor da Graça”. Inicialmente seduzido pelo maniqueísmo, contou, em suas Confissões, a longa caminhada interior até a conversão e seu batismo por Santo Ambrósio, em 387.

Por suas Obras Santo Agostinho é apontado como o maior dos Pais da Igreja. Ele deixou mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas. Suas obras mais importantes foram:

Confissões, obra autobiográfica de sua vida antes e depois de sua conversão;

Contra Acadêmicos, obra onde demonstra que o homem jamais pode alcançar a verdade completa através do estudo filosófico e que a certeza somente vem pela revelação Divina;

Doctrina Christiana, obra exegética mais importante que escreveu, onde figuram as suas idéias sobre a hermenêutica ou Interpretação das Escrituras. Nela desenvolve o grande princípio da analogia da fé;

De Trinitate, tratado teológico sobre a Trindade De Civitate Dei, obra apologética conhecida como Cidade de Deus. Com o saque de Roma por Alarico, rei dos bárbaros em 28 de agosto de 410, os romanos creditaram este desastre ao fato de terem abandonado a velha religião Pagã clássica Romana e adotado o cristianismo. Nesta obra, põe-se a responder esta acusação a pedido de seu amigo Marcelino. S. Agostinho escreveu também muitas obras polêmicas para defender a fé dos falsos ensinos e das heresias dos maniqueus, dos donatistas e, principalmente, dos pelagianos. Doutrinas condenadas e combatidas por outros Santos Padres da Igreja na época; Também escreveu obras práticas e pastorais, além de muitas cartas, que tratam de problemas práticos que um administrador eclesiástico enfrenta no decorrer dos anos do seu ministério.

A formulação de uma interpretação cristã da história deve ser tida como uma das contribuições permanentes deixadas por este grande erudito cristão. Santo Agostinho exalta o poder espiritual sobre o temporal ao afirmar a soberania de Deus sobre a criação. Esta e outras inspiradoras obras mantiveram viva a Igreja através dos séculos. Também foi ele que deu empenho notável a integração da filosofia ao cristianismo desenvolvendo e compatibilizando a teologia e ética moralista cristã com a forma filosófica Platônica, apropriando-se das inspirações Neo-platônicas, colocando no mundo dais Idéias , A consciência de Deus, que assume as qualidades e as prerrogativas da Idéia do Bem.

A filosofia de Agostinho é estritamente platônica: metafísica, gnosiologia e ética. Excetuando-se Orígenes, nenhum autor cristão procurou a verdade em tantos campos. Não elaborou um sistema, mas encontrou em Platão o que convinha a seu pensamento: “Nenhuma doutrina está mais próxima da nossa” [Cidade de Deus, VIII, c.5]. Foi por antonomásia a autoridade teológica de TA que o repetiu, corrigiu e o ampliou. TA em matéria teológica, o cita com relação aos temas da Graça, dos sacramentos, da cristologia, da Trindade, da liberdade e muitos outros. Depois de Aristóteles – e quase tanto quanto ele – Agostinho é, de longe, o autor mais citado por TA. A obra de Agostinho é vasta e profunda.

Entre as suas obras contam-se grandes tratados (Contra Académicos), obras polémicas contra outras correntes teológicas e filosóficas, e as suas famosas Confissões. O conjunto da sua obra e do seu pensamento fazem dele o grande filósofo do cristianismo anterior a Tomás de Aquino (século xiii). O seu platonismo domina a filosofia medieval.
Para compreender a filosofia de Santo Agostinho há que ter em conta os conceitos augustinianos de fé e razão e o modo como se serve deles. Com efeito, não pode considerar-se Agostinho de Hipona um filósofo, se por tal se entende o pensador que se situa no âmbito exclusivamente racional, pois, como crente, apela à fé. Santo Agostinho não se preocupa em traçar fronteiras entre a fé e a razão. Para ele, o processo do conhecimento é o seguinte: a razão ajuda o homem a alcançar a fé; de seguida, a fé orienta e ilumina a razão; e esta, por sua vez, contribui para esclarecer os conteúdos da fé. Deste modo, não traça fronteiras entre os conteúdos da revelação cristã e as verdades acessíveis ao pensamento racional.
Para Santo Agostinho, «o homem é uma alma racional que se serve de um corpo mortal e terrestre»; expressa assim o seu conceito antropológico básico. Distingue, na alma, dois aspectos: a razão inferior e a razão superior. A razão inferior tem por objecto o conhecimento da realidade sensível e mutável: é a ciência, conhecimento que permite cobrir as nossas necessidades. A razão superior tem por objecto a sabedoria, isto é, o conhecimento das ideias, do inteligível, para se elevar até Deus. Nesta razão superior dá-se a iluminação de Deus.
O problema da liberdade está relacionado com a reflexão sobre o mal, a sua natureza e a sua origem. Santo Agostinho, maniqueu na sua juventude (os maniqueus postulam a existência de dois princípios activos, o bem e o mal), aceita a explicação de Plotino, para quem o mal é a ausência de bem, é uma privação, uma carência. E ao não ser alguma coisa positiva, não pode atribuir-se a Deus. Leibniz, no século xvii, «ratifica» esta explicação.
As Confissões, a sua obra de mais interesse literário, são um diálogo contínuo com Deus, em que Santo Agostinho narra a sua vida e, especialmente, a experiência espiritual que acompanha a sua conversão. Esta autobiografia espiritual é famosa pela sua introspecção psicológica e pela profundidade e agudeza das suas especulações.
Em A Cidade de Deus, a sua obra mais ponderada, Santo Agostinho adopta a postura de um filósofo da história universal em busca de um sentido unitário e profundo da história. A sua atitude é sobretudo moral: há dois tipos de homens, os que se amam a si mesmos até ao desprezo de Deus (estes são a cidade terrena) e os que amam a Deus até ao desprezo de si mesmos (estes são a cidade de Deus). Santo Agostinho insiste na impossibilidade de o Estado chegar a uma autêntica justiça se não se reger pelos princípios morais do cristianismo. De modo que na concepção augustiniana se dá uma primazia da Igreja sobre o Estado. Por outro lado, há que ter presente que na sua época (séculos iv-v) o Estado romano está sumamente debilitado perante a Igreja.



De Pai da Igreja a Doutor Ocidental

No século VI, a controvérsia agostiniana havia cessado, e a imagem de Agostinho permaneceu a mesma de sempre: a de um Padre da Igreja. Uma das maneiras mais claras de apurarmos esse dado é quando, no 5º Concílio Ecumênico, seu preâmbulo lista Agostinho como Santo Padre ao lado de santos como Atanásio, Basílio, Gregório, Cirilo, Proclo e Leão. O Papa de Roma, Vigilius, embora estivesse presente em Constantinopla, recusou-se a participar do Concílio. Meses mais tarde, aceitando a autoridade do Concílio, retratou-se de seu erro citando como exemplo as próprias retratações de Agostinho em relação a suas obras. É evidente, portanto, que no século VI Agostinho era reconhecido como Padre da Igreja.

No entanto, foi somente no século IX que o Abençoado Agostinho tornou-se controverso no Oriente, em função da contenda sobre o Filioque (a doutrina segundo a qual o Espírito Santo procede do Pai “e do Filho”, e não somente do Pai, conforme sempre ensinado no Oriente). Pela primeira vez, um Padre da Igreja grego (São Fócio, o Grande) examinou minuciosamente uma parte da teologia de Agostinho. Anteriormente, somente Padres ocidentais, embora sempre no espírito ortodoxo, haviam feito isso, e sempre em latim.

utilizou.

Queda do Império e morte de Agostinho

O santo bispo de Hipona foi um dos maiores defensores da ortodoxia em seu tempo tumultuado por heresias, combatendo-as com a palavra e com a pena. Depois dos maniqueístas, combateu as heresias dos pricilianistas e dos donatistas, tão poderosos na África, onde já haviam infectado mais de quatrocentos prelados e combatiam os fiéis católicos a ferro e fogo. Agostinho obteve auxílio do Imperador Honório para a erradicação de tão perniciosos elementos.
Combateu também as heresias dos pelagianos, dos semi-pelagianos e dos arianos, vindos com a invasão dos godos.

Em 429 os vândalos, guiados por Genserico atravessam o Estreito de Gibraltar e atacam o norte africano. AGOSTINHO "cercado com o seu povo" sente amargura e luto, alenta o ânimo de seus fiéis e os convida à defesa. No terceiro mês do assédio, aos 76 anos de vida, em 28 de agosto de 430, começa a viver na Cidade de Deus uma vida mais nobre.


Enfim, em 430 os bárbaros vândalos invadiram o norte da África e cercaram Hipona. Consumido pela tristeza, pois via naquilo a mão de Deus que castigava, Agostinho foi vitimado por uma febre que o prostrou ao leito. Tendo sempre presente sua anterior vida pecaminosa, mandou que escrevessem na parede de seu quarto os salmos penitenciais, para os ter diante dos olhos o tempo todo, até entregar sua compungida e nobre alma a Deus, a 28 de agosto de 430.(7) Mereceu o glorioso nome de Doutor e defensor da graça, pela refutação que fez à doutrina errônea da graça, pregada pelo pelagianismo.(8)

domingo, 1 de março de 2009

Missa tridentina vence opinião, sob respeito dos internaultas.

O FIM DA PESQUISA DO GDAC SOBRE A MISSA TRIDENTINA


O Grupo Gdac(Grupo Dom Augusto Carvalho) em seu site http://www.gdac.com.br/ colocou no ar uma pesquisa um tanto desafiadora: “Voce acha que nas dioceses deveria haver ao menos uma Missa Tridentina?

SIM

NÃO

Esta pesquisa na verdade foi uma sugestão de nosso apostolado ao grupo que é ligado diretamente com a Diocese de Caruaru. Em uma conversa on line com um dos componentes do Grupo, o Sr Elias sugeriu uma pesquisa sobre tal assunto.Daí eu como coordenador deste Apostolado, assim também como de Nossa Campanha sobre a Missa de São Pio V em Caruaru a qual está ocorrendo,
Concordei também com a sugestão e através de um e-mail elaborei a pergunta para ser publicada no site.Daí a pesquisa começou a acontecer...

Durante praticamente um mês, Internautas de Caruaru, região e até mesmo de outros Estados, votaram Livremente no SIM ou Não da Pesquisa. Logo no começo o “Não” começou a liderar a mesma, ficando durante alguns dias na frente, apesar da pouca diferença de votos.
Porém nós, com Nosso Apostolado, não ficamos de “braços cruzados” contamos com a ajuda de nossos irmãos internautas e pedimos que eles votem também.Com a Graça de Deus o inesperado aconteceu e o “SIM” acabou passando na frente e assim ficou até o final da pesquisa que se encerrou na data de hoje 28/02/09 com o seguinte total: SIM 101 Votos contra 81 Votos do Não. E com este Resultado de diferença de 20 votos á frente do Não, foi de uma certa forma suada pelo Nosso Apostolado, conseguimos ganhar a pesquisa.Pesquisa esta que inclusive fez com que o site do Grupo Gdac ficasse até internacionalmente conhecido.e com esta Vitória em cima do Não,mostrou que a população de Caruaru,região e até de outros Estados (como Rondônia por exemplo) Quer sim a Santa Missa Tridentina em uma de suas Igrejas,no Brasil como no mundo!Glória In Excelsis Deo!

Nossa Felicidade com o fim da pesquisa, (que eu sinceramente pensei que ia durar mais um pouco) não poderia ser diferente. Afinal todos nós sabemos dá má vontade de uma grande Parte dos Bispos Brasileiros, assim como também muitos padres em valorizar a nossa tradição e também de atender o pedido dos fiéis com relação á celebração desta Santa Missa.

Ora, os mesmos fazendo isso estão claramente desobedecendo a Igreja.O Papa Bento XVI em seu documento Motu Próprio Summorum Pontificum, documento este que liberou universalmente a Missa Tridentina para que qualquer padre possa celebrá-la sem precisar pedir autorização do Bispo Diocesano foi claro ao pedir que:
Art. 5, § 1. Em paróquias onde um grupo de fiéis aderidos à prévia tradição litúrgica existe de maneira estável, que o pároco aceite seus pedidos para a celebração da Santa Missa de acordo ao rito do Missal Romano publicado em 1962. Que o pároco vigie que o bem destes fiéis esteja harmoniosamente reconciliado com o cuidado pastoral ordinário da paróquia, sob o governo do Bispo e segundo o Canon 392, evitando discórdias e promovendo a unidade de toda a Igreja.
E ainda:
Art. 7. Onde um grupo de fiéis laicos, mencionados no art. 5§1 não obtém o que solicita do pároco, deve informar ao Bispo diocesano do fato. Ao Bispo lhe solicita seriamente aceder a seu desejo. Se não puder prover este tipo de celebração, que o assunto seja referido à Pontifícia Comissão Ecclesia Dei.
Logo isso é o que diz o documento do Santo Padre o Nosso Papa Bento XVI. Porém infelizmente pelo que vemos por aí e aqui em Caruaru não é diferente é uma má vontade da parte do clero em atender este pedido dos fiéis.Tiro isso pelas cartas que enviamos a eles pedindo tal Missa que a resposta foi um silêncio quase geral...

Quase...

É uma pena que mesmo aquele que quer rezar a Missa, se sente “reprimido” por saber que seus colegas de sacerdócio ou até mesmo o Bispo Diocesano fazem “vista grossa” e não dão o devido apoio a este que quer rezar tal Missa, e isso faz com que ele não tenha coragem de enfrentar tal situação...

É uma pena realmente!
Mas por outro lado devemos ter esperança e acreditar, porque quem sabe com a vitória do SIM, na pequisa do site do Grupo Gdac que é ligado com a Diocese, possam os padres daqui da cidade ao tomar conhecimento disso, mudarem seu pensamento muitas vezes “preconceituoso” e “Ignorante” com relação á Missa Tridentina, e passarem a amá-la também, a ponto de querem rezá-la, principalmente do Grupo por esta Missa que aos poucos vai se formando na Cidade...

Rezemos para que isso se dê o quanto antes!

Com Relação ao “Não” eu entendo perfeitamente por parte de quem votou no Site.Afinal se muitos do clero hoje não sabem o que é a Missa, quem dirá os fiéis? Se boa parte do clero atual, não sabe guardar devidamente a tradição de nossa igreja quem dirá os Fiéis?
Porque por outro lado, Se Nosso Apostolado tivesse a oportunidade de conversar com estas pessoas que votaram no Não á pesquisa com relação á Missa Tridentina na pesquisa e mostrar-lhes Nossa Campanha sobre esta Santa Missa em Nossa Cidade, os argumentos com relação ao uso do latim na Liturgia, com certeza teríamos outro resultado bem diferente...

Em fim, mas ao mesmo tempo eu em nome de Nosso Apostolado, gostaria de agradecer mais uma vez ao Grupo GDAC por ter colocado essa pesquisa no ar. Realmente foi muito boa e bem desafiadora.Tomara Deus que possamos colher muitos frutos por causa dela. Ao mesmo tempo, eu lamento pelo Grupo GDAC, por não querer entrar em contato diretamente comigo (EDGAR) para conversarmos sobre tal pesquisa e sobre a Nossa Campanha.Tiro isso pelos e-mails que foram enviados e até o presente momento não foram respondidos pelo grupo.Mas porque será? Somos um apostolado aberto e não um grupo fechado. E logo hoje em dia que se fala tanto em diálogo...

Logo Espero que o Grupo GDAC possa ter vontade me ligar, para quem sabe marcarmos uma reunião para conversarmos sobre tal assunto.

E tomara Deus que um dia Realmente possamos ter em uma de nossas Igrejas aqui em Caruaru, assim como tem em Recife uma Missa Tridentina.

Ad Majorem Dei Gloriam,

EDGAR LEANDRO DA SILVA-COORDENADOR DA CAMPANHA PELA MISSA DE SÃO PIO V EM CARUARU.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mariologia (II parte)

Termo “mulher” usado por Cristo

No contexto Contemporâneo, principalmente nesta época Pós-Moderna, certas habituais e costumes ou certas praticas vistas até mesmo como virtuosas há Décadas atrás, hoje são utilizadas como velhas ultrapassadas ou seu significado e aplicação em deturpados.

No Brasil, o termo “mulher” pode parecer pouco respeitoso para a maior parte da sociedade inapropriado no relacionamento familiar e social.

Pois que Movimentos e ideais surgidos na revolução francesa no iluminismo, no renascimento Italiano, na revolução industrial acontecida na Inglaterra, o ápice e o advento do capitalismo, com a nova mentalidade normativa e onde a ética e amoral perdem espaço cada vez mais no ocidente tem destruído princípios e modos tradicionais, de comportamento, respeito, religiosidade, tem surgido novas tendências, e a situação vai se modificando bastante.

De outro lado, em alguns países latino-americanos, até hoje, um amigo dirigir-se a outro amigo usando a palavra hombre (homem) assim como no Brasil principalmente no Nordeste usa-se não só para designar um amigo como a própria esposa e etc.

Portanto, para a correta avaliação do significado das expressões, é preciso levar em conta, como se costuma dizer, não só a cultura local, como a época em que foram usadas. Não se pode usar o presente para analisar o passado é anacronismo, Este procedimento é por vezes tentado por integrantes das ciências sociais, inclusive em adaptações que se faz a liturgia católica às diferentes culturas, denominado na linguagem mais sociológica atual a chama de inculturação.

Feita a necessária reserva quanto aos abusos freqüentes a que esse procedimento tem dado lugar, trata-se no caso da presente consulta de analisar o que significava no tempo de Nosso Senhor o tratamento de “mulher”, que em mais de uma ocasião Jesus dispensou a sua Santíssima Mãe (nas bodas de Caná e no alto da Cruz)

A narração de São João da cena da Crucifixão em que Jesus encomenda sua Mãe ao discípulo amado:

“Jesus, pois, tendo visto sua Mãe e o discípulo que ele amava, o qual estava presente, disse a sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe. E, desta hora em diante, a levou o discípulo para sua casa” (Jo 19, 26-27).

É preciso ter um coração de pedra para não se emocionar diante desta cena ao mesmo tempo solene e tocante. E é justamente a solenidade da ocasião que comunica ao tratamento “Mulher” uma grandeza que a própria palavra “Mãe”, nesse contexto, não teria. Para expressar a forte posição e a emocionante ação.

No episódio da Ceia de Caná (Jo 2,1-11), em que Nosso Senhor também chamou sua Mãe de “Mulher”, para constatar que nada havia ali de menos respeitoso. Antes, pelo contrário, era sumamente adequado ao momento.


Tal exercício valerá como saborosa meditação sobre a imensa ternura e intimidade do relacionamento de Nosso Senhor com sua Mãe Santíssima.


(“Referencia a certa resposta dita pelo Sr. Cônego José Luiz Vilac”.)



Concepção e Assunção;


A Imaculada Conceição


O dogma católico que a Bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua conceição, foi preservada da nódoa do pecado original, por privilégio único de Deus e aplicação dos merecimentos de seu divino Filho.

Dois pontos importantes:

O primeiro é ter sido a Santíssima Virgem preservada da mancha original desde o princípio de sua conceição. Deus ab-rogou para ela a lei de propagação do pecado original na raça de Adão; ou por outra, Maria foi cumulada, ainda no começo da vida, com os dons da graça santificante.

No segundo, vê-se que tal privilégio não era devido por direito. Foi concedido na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo. O que valeu a Maria este favor peculiar foram os benefícios da Redenção, na previsão dos méritos de Jesus Cristo, que já existiam nos eternos desígnios de Deus.

Primeiramente, é necessário esclarecer em que consiste a transmissão do "Pecado Original". A lei geral: "Todos os homens pecaram num só” (Rm 3,23) é o grande argumento dos protestantes contra a "Imaculada Conceição". Tal lei é certa e, segundo vamos demonstrar, não encontra a mínima contradição com o dogma católico.

S. Francisco de Sales, no seu "Tratado do amor de Deus", exprime essa verdade de um modo singelo e glorioso;

"A torrente da iniqüidade original veio lançar as suas ondas impuras sobre a conceição da Virgem Sagrada, com a mesma impetuosidade que sobre a dos demais filhos de Adão; mas chegando ali, as vagas do pecado não passaram além, mas se detiveram, como outrora o Jordão no tempo de Josué, aqui respeitando a arca da aliança a torrente parou; lá em atenção ao Tabernáculo da verdadeira aliança, que é a Virgem Maria, o pecado original se deteve."

Os Neo-Protestantes deveriam compreender a diferença essencial que há entre "pecar em Adão" e "pecar pessoalmente", como são coisas bem distintas pertencer a uma raça pecadora e ser pecador.


Como nos contraímos o pecado original.

A transmissão não se pode fazer pela "criação" da alma; afirmar isso seria dizer que Deus é o autor do pecado, o que é impossível e repugna e inadmissível.

Não se transmite tão pouco pelos pais, pois a alma dos filhos não se origina das almas dos pais, mas é criada por Deus. A transmissão se efetua pela "geração".

A alma é criada por Deus no estado de inocência perfeita, mas contrai a "mácula", unindo-se a um corpo formado de um gérmen corrompido, do mesmo modo que ela sofreria se fosse unida a um corpo ferido.

É o que ensinou Santo Tomás.

Santo Agostinho diz a propósito:

"Apesar de nascerem de pais batizados, os filhos vêm à luz com o pecado original, como do trigo inutilizado germina uma espiga, em que o grão é misturado com a palha."

Nesse mistério do nascimento de uma criança, pelo exposto, opera-se uma dupla conceição: a da alma e a do corpo. Foi nesse momento quase imperceptível que Deus preservou do pecado original a "pessoa" de Maria Santíssima. Criou sua alma, como criou as nossas. Os progenitores de Nossa Senhora formaram-lhe o corpo, como nossos pais formaram o nosso. Até aqui tudo é natural; o milagre da preservação limita-se ao instante em que o Criador uniu a alma ao corpo.

Desta união devia resultar a "transmissão do pecado". Deus fez parar o curso desta transmissão, de modo que nela a união se operou, como se tinha realizado na pessoa de Adão, quando Deus, depois de ter feito o corpo do primeiro homem, soprou nele o espírito, constituindo-o na perfeição da inocência e justiça original.
Maria é uma segunda Eva... Mas Eva antes de sua queda! Tal é a sublime doutrina da Igreja de Cristo.

A Exceção à Lei Geral

Seria possível objetar-se que Deus não tem poder para derrogar as leis gerais por Ele mesmo, estabelecidas em favor dos seus.

Seria negar a onipotência divina e fixar limites Àquele,que seu poder é infinito.

É uma lei geral que "todos pecaram num só". Tal fato é universal, e todas as criaturas a ele estão subordinadas. Todavia, nada impede que, antes de efetuar-se a união da alma com o corpo, Deus possa intervir e suspender "um dos seus efeitos", o qual é, precisamente, a transmissão deste "pecado original".

A Sagrada Escritura está repleta dessas derrogações de leis gerais. O movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza; entretanto, Josué não hesitou em fazê-lo parar: "Sol detem-te em Gibeon, e tu, lua, no vale de Hadjalon. E o sol deteve-se e a lua parou" (Jos. 10, 12-13).

É uma lei natural que as águas sigam a correnteza do seu curso. Entretanto,

“Moisés estendeu a mão... o mar deixou livre o seu leito, partiram-se as águas, com um muro à sua esquerda e à sua direita” (Exod. 14, 21 e 22).

É uma lei que o um morto fique morto até à ressurreição geral; entretanto, o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de Lázaro, já em putrefação, exclamou: "Lázaro, sai!" (Jo 11, 43 ).

E imediatamente aquele que estava morto saiu vivo.

Que prova isso, demonstra que "para Deus nada é impossível" (Lc 18, 27).

Será, então, que os protestantes acham impossível que Deus preserve Maria Santíssima da mancha Pecado Original, se a lei geral fosse superior ao poder de Deus, como ficaria o Homem-Deus? Ele, em sua natureza humana, foi preservado do pecado original, mesmo nascendo de uma mulher. Se fosse impossível a Deus manter Imaculada a sua Mãe, também seria impossível manter "imaculado" o Seu Filho único, que nasceu verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.

Provas Bíblicas:

Depois da queda do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente:

"Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15).

Basta um pouco de boa-vontade para compreender de que "mulher" o texto fala. A única mulher "cheia de graça", "bendita entre todas", na qual a "semente" ou (raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão. Como atesta vários padres da Igreja o primeiro deles Santo Irineu, mais tarde também Santo Agostinho e outros.

Conforme esse texto há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher com o filho; do outro, o demônio. Ora, se Nossa Senhora não fosse imaculada, essa inimizade não seria inteira e a vitória não seria total, pois Maria Santíssima teria sido pelo menos em parte, sujeita ao poder do demônio através do Pecado Original.

Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua posteridade ou seus filhos os cristãos) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.

Na saudação Angélica, quando S. Gabriel diz: "Ave, cheia de graça. O Senhor é contigo”. Ora, não se exprimiria desta maneira o anjo e nem haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, visto o homem ter perdido a graça após o pecado.

A maneira da saudação Angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como Deus desejou chamá-la.
Ao mesmo tempo, a afirmação "o Senhor é convosco" abrange uma verdade luminosa. Se Nosso Senhor é (está) com Nossa Senhora antes da encarnação ("é convosco"). Sendo palavras anteriores à encarnação do verbo no seio da Virgem Maria, forçoso é reconhecer que onde está Deus não está o pecado. Ou seja, Nossa Senhora não tinha o "pecado original".

Prossegue o arcanjo: Não temas, Maria, pois "achaste graça diante de Deus". Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição para começar a da maternidade divina:

"Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus". (Lc 1, 31).

A conexão estreita entre duas verdades: "Maria será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus".

Mas, que graça Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele. Ora, a única graça que não existia - ou que estava "perdida" - era a "graça original". Falar, pois, que: "Maria achou graça" é dizer que achou a "graça original". Ora, a "graça original" é a "Imaculada Conceição".

Os evangelhos sinóticos deixam claro que a palavra "Cheia de Graça", em grego: "Kecharitoménê", particípio passado de "charitóô", de "Cháris", é empregado na Sagrada Escritura para designar a graça em seu sentido pleno, e não no sentido corrente.

A tradução literal seria: "omnino Plena Caelesti gratia" ou "Ominino gratiosa reddita": "Cheia de graça".

Ou seja, a tradução do latim: "gratia plena" é mais perfeita do que a palavra portuguesa:
"Cheia de graça". Nossa Senhora não apenas "encontrou graça", mas estava "plena" de Graça. Corroborando o que disse o Arcanjo logo em seguida: "O Senhor é contigo".
Falando à Santíssima Virgem que Ela "achara graça",

O Arcanjo diz: Maria sois imaculada, e, por isto, sereis a Mãe de Jesus Cristo.

Também é pela própria razão que se pode concluir a Imaculada Conceição. É claro que o argumento racional não é definitivo, mas colaborou com muita conveniência - e completa harmonia, para com ele. A pesar de a Santa Tradição Apostólica sempre a Provou. Se Maria Santíssima fosse manchada do pecado original, essa mancha redundaria em menor glória para seu filho, que ficou nove, meses no ventre de uma mulher que teria sido concebida na vergonha daquele pecado. Ou seja, em consequência aos méritos de Cristo Jesus. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue materno.

S. Paulo assim se expressa sobre o ventre de onde nasceu o menino-Deus:

"Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hebr 9, 11).
Que tabernáculo é esse, "não construído por mãos humanas", por onde "entrou" Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual atesta muitos Padres. o milagre operado em Nossa Senhora na previsão dos méritos de seu divino Filho. Negar que Deus pudesse realizar tal milagre (Imaculada Conceição) seria duvidar de sua onipotência. Negar que Ele desejaria fazer tal milagre seria menosprezar seu amor filial, pois, como afirma S. Paulo: Deus construiu o seu "tabernáculo" que não foi "construído por mãos humanas".
Ora, este tabernáculo, feito imediatamente por Deus e para Deus, devia revestir-se de toda a beleza e pureza que o próprio Deus teria podido outorgar a uma criatura.
E esta pureza perfeita e ideal se denomina: a Imaculada Conceição.

Tradição, desde os primeiros séculos:

S. Tiago Menor, o qual realizou o esquema da liturgia da Santa Missa, de Jerusalém; prescreve a seguinte leitura, após ler uns passos do antigo e do novo testamento, e de umas orações:

"Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".

O santo Apóstolo não se limita a isso, mas torna a sua fé mais expressiva ainda. Após a consagração e umas preces, ele faz dizer ao Celebrante:

"Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria. E os cantores respondem: É verdadeiramente digno que nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).

O evangelista S. Marcos, na Liturgia que deixou às igrejas do Egito (Alexandria), serve-se de expressões semelhantes:

"Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".

Na Liturgia dos etíopes, de autor desconhecido, mas cuja composição data do primeiro século, encontramos diversas menções explícitas da Imaculada Conceição. Uma das suas orações começa nestes termos:

“Alegrai-vos, Rainha, verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais. Mais adiante, é pela intercessão da Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria.”.

Terminamos o primeiro século com as palavras de Santo André, apóstolo, expondo a doutrina cristã ao procônsul Egeu, passagem que figura nas atas do martírio do mesmo santo, e data do primeiro século:

"Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).

A doutrina da Imaculada Conceição era, pois, conhecida no primeiro século e por todos, admitida. A esse respeito, nenhuma contradição se levantou na primitiva Igreja.

No século segundo, os escritos dos Santos Padres falam da Imaculada Conceição como um fato indiscutível. Entre os escritores e oradores deste século, contamos: S. Justino, apologista e mártir; Tertuliano e Santo Irineu.

No terceiro século, existem também textos claros em defesa da Imaculada Conceição. Mas em menor quantidade.

Santo Hipólito Bispo de Porto e mártir, escreveu em 220:

"O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento de Maria, a Mãe de Deus toda pura". Mais além ele diz: "Como o Salvador do mundo tinha decretado salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria".

Orígenes, que viveu em 226 e pareceu resumir a doutrina e as tradições de sua época, escreveu:

"Maria, a Virgem-Mãe do Filho único de Deus, é proclamada a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o seu próprio Filho."

No século quarto, aparecem inúmeros escritos sobre a Imaculada Conceição, cada vez mais explícitos e em maior número. Temos diante de nós as figuras incomparáveis de Santo Atanásio, de Santo Efrém, de S. Basílio Magno, de Santo Epifânio, e muitos outros, que constituem a plêiade gloriosa dos grandes Apóstolos do culto da Virgem Santíssima e, de modo particular, de sua Imaculada Conceição.

Para terminar, um pequeno soneto.

Em 1823, dois sacerdotes dominicanos, Pe. Bassiti e Pignataro estavam exorcizando um menino possesso, de 12 anos de idade, analfabeto. Para humilhar o demônio, obrigaram-no, em nome de Deus, a demonstrar a veracidade da Imaculada Conceição de Maria. Para surpresa dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs o seguinte soneto:

"Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;Ele de eterno existe e é meu filho,E eu nasci no tempo e sou sua mãe.
Ele é meu Criador e é meu filho,E eu sou sua criatura e sua mãe;Foi divinal prodígio ser meu filhoUm Deus eterno e ter a mim por mãe.
O ser da mãe é quase o ser do filho,Visto que o filho deu o ser à mãeE foi a mãe que deu o ser ao filho;
Se, pois, do filho teve o ser a mãe,Ou há de se dizer manchado o filhoOu se dirá Imaculada a mãe.”

Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada.

Nossa Senhora foi à restauradora da ordem perdida por meio de Eva. Eva nos trouxe a morte, Maria nos dá a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.

“Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça.” (S. João Damasceno, Sermo 2 in Dormitione B. M.).

O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.

Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.

No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Aparição que encerra a tradição ininterrupta dos Apóstolos.



(Referência e modificações ao estudo exposto pelo Site da Associação Cultural Montfort; sobre o Dogma da Conceição Imaculada de Maria).



A Assunção de Nossa Senhora;

A Assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja. Ela não se encontra explicitamente na Sagrada Escritura, mas está implícita.

Os protestantes acreditam que a Mãe de Deus, apesar de ter sido o Tabernáculo vivo, da divindade, devia conhecer a podridão do túmulo, o esquecimento da morte, o aniquilamento de sua pessoa.

O que foi transmitido pelos primeiros cristãos e transmitido pelos séculos de forma inconteste.
Na ocasião de Pentecostes, Maria Santíssima tinha mais ou menos 47 anos de idade. Depois desse fato, permaneceu Ela ainda 25 anos na terra, para educar e formar, por assim dizer, a Igreja nascente, como outrora ela educara, protegera, e dirigira a infância do Filho de Deus.

Ela terminou sua "carreira mortal" na idade de 72 anos, conforme a opinião mais comum entre os historiadores católicos e teólogos.

A morte de Nossa Senhora foi suave, chamada de "dormição".

Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a "dormição" de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai.
S
. Dionísio Aeropagita, discípulo de s. Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato.

Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-aventurada Virgem Maria.

S. João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada de seu corpo.

Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor. S. Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora. Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava. Túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial!

Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável.

Nada é mais autêntico do que estas antigas tradições da Igreja sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451.

Como Nossa Senhora era isenta do 'pecado original', ela estava imune à sentença de morte (conseqüência da expulsão do paraíso terrestre). Todavia, por não ter acesso à "árvore da vida" (que ficava no paraíso terrestre), Maria Santíssima teria que passar por uma "morte suave" ou uma "Dormição" Em linguagem litúrgica antiga.

Por um privilégio especial de Deus, acredita-se que Nossa Senhora não precisaria morrer se assim o desejasse, ainda que não tivesse acesso à "árvore da vida".
Tudo isso, é claro, ainda poderá ser mais bem explicado com o tempo, quando a Igreja for explicitando certos mistérios relativos à Santíssima Virgem Maria que até hoje permanecem.
Muito pouco ainda descobrimos sobre a grandeza de Nossa Senhora, como bem disse S. Luiz Maria G. de Montfort em seu livro "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem".

É certo que Nossa Senhora escolheu passar pela morte, mesmo não tendo necessidade.
Quais foram, então, as razões da escolha da morte por Nossa Senhora.

Podem-se levantar várias hipóteses. O Pe. Júlio Maria (da década de 40) assinala quatro:

1) Para refutar, de antemão, a heresia dos que mais tarde pretenderiam que Maria Santíssima não tivesse sido uma simples criatura como nós, mas pertencesse à natureza Angélica.

2) Para em tudo se assemelhar ao seu divino Filho.

3) Para não perder os merecimentos de aceitação resignada da morte.

4) Para nos servir de modelo e ensinar a bem morrer.
Podemos, pois, resumir esta doutrina dizendo que Deus criou o homem mortal. Deus deu a Maria Santíssima não o direito (por não ter acesso à "Árvore da vida"), mas o privilégio, de ser imortal. Ela preferiu ser semelhante ao seu Filho, escolhendo voluntariamente a morte, e não a padecendo como castigo do pecado original que nunca tivera.

Analisemos, agora, a Ressurreição de Maria Santíssima.

Os Apóstolos, ao abrirem o túmulo da Mãe de Deus para satisfazer a piedade de São Tomé e ao desejo deles todos, não encontrando mais ali o corpo de Nossa Senhora, deduziram e perceberam que Ela havia ressuscitado.
Não era preciso ver à ressurreição para crer no fato, era uma dedução lógica decorrente das circunstâncias celestiais de sua morte, de sua santidade, da dignidade de Mãe de Deus, da sua Imaculada Conceição, da sua união com o Redentor, tudo isso constituía uma prova irrefutável da Assunção de Nossa Senhora.
A Assunção difere da ascensão de Nosso Senhor no fato de que, no segundo caso, Nosso Senhor subiu por seu próprio poder, enquanto sua Mãe foi assunta ao Céu pelo poder de Deus.

Ora, há vários argumentos racionais em favor da Assunção de Nossa Senhora. Primeiramente, havendo entrado de modo sobrenatural nesta vida, seria normal que saísse de forma sobrenatural, esse é um princípio de harmonia nos atos de Deus. Se Deus a quis privilegiar com a Imaculada Conceição, tanto mais normal seria completar o ato na morte gloriosa.

Depois, a morte, como diz o ditado latino: "Talis vita, finis ita", é um eco da vida. Se Deus guardou vários santos da podridão do túmulo, tornando os seus corpos incorruptos, muito mais deveria ter feito pelo corpo que o guardou durante nove meses, pela pele que o revestiu em sua natureza humana, etc.



Nosso Senhor tomou a humanidade do corpo de sua Mãe. Sua carne era a carne de sua Mãe, seu sangue era o sangue de sua Mãe, etc. Como permitir que sua carne, presente na carne de sua santíssima Mãe, fosse corrompida pelos vermes e tragada pela terra? Ele que nasceu das entranhas amorosíssimas de Maria Santíssima permitiria que essas mesmas entranhas sofressem a podridão do túmulo e o esquecimento da morte? Seria tentar contra o amor filial mais perfeito que a terra já conheceu. Seria romper com o quarto mandamento da Lei de Deus, que estabelece "Honrar Pai e Mãe".

Qual filho, podendo, não preservaria sua Mãe da morte. A dignidade de Filho de Deus feito homem exigia que não deixasse no túmulo Aquela de quem recebera o seu Corpo sagrado. Nosso Senhor Jesus Cristo, por assim dizer, preservando o corpo de Maria Santíssima, preservava a sua própria carne.
Ainda podemos levantar o argumento da relação imediata da paixão do Filho de Deus e da compaixão da Mãe de Deus, promulgada, de modo enérgico, no Evangelho, pela profecia de S. Simeão falando à própria Mãe:

"Eis que este menino está posto para a ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição. E uma espada transpassará a tua alma" (Luc. 2, 34, 45).

Esta tradução em vernáculo (português, no caso) é larga. O texto latino (em latim) tem uma variante que parece ir além do texto em português. "Et tuam ipsius animam pertransibit glaudius" o que quer dizer literalmente: o mesmo gládio transpassará a alma dele e a vossa. Como seria possível que o Filho, tendo sido unido à sua Mãe em toda a sua vida, na sua infância e na sua dor, não se unisse a Ela na sua glória.

Os Evangelhos.

A Assunção de Maria Santíssima foi sempre ensinada em todas as escolas de teologia e não há voz discordante entre os Doutores. A Assunção é como uma conseqüência da encarnação do Verbo.

Se a Virgem Imaculada recebeu outrora o Salvador Jesus Cristo, é justo que o Salvador, por sua vez, a receba. Não tendo Nosso Senhor desdenhado descer ao seu seio puríssimo, deve elevá-la agora, para partilhar com Ela a sua glória. Cristo recebeu sua vida terrena das mãos de Maria Santíssima. Natural é que Ela receba a Vida Eterna das mãos de seu divino Filho. Além de conservar a harmonia em sua própria obra, Deus devia continuar favorecendo a Virgem Imaculada, como Ele o fez, desde a predestinação até a hora de sua morte. Ora, podendo preservar da corrupção do túmulo a sua santa Mãe, tendo poder para fazê-la ressuscitar e para levá-la ao céu em corpo e alma, Deus devia fazê-lo, pois Ele devia coroar na glória aquela que já coroara na terra... Dessa forma, a Santíssima Mãe de Deus continuava a ser, na glória eterna, o que já fora na terra:

"a mãe de Deus e a mãe dos homens".

Tal se nos mostra Maria na glória celestial, como cantava o Rei de sua Mãe, assim canta Deus de Nossa Senhora: "Sentada à direita de seu Filho querido" (1 Reis, 2, 19),

"Revestida do sol" (Apoc. 12, 1), cercada de glória "como a glória do Filho único de Deus" (Jo. 1, 14),
Pois é a mesma glória que envolve o Filho e a Mãe! Ele nos aparece tão belo! E ela como se nos apresenta suave em seu sorriso de Mãe, estendendo-nos os braços, num convite amoroso, para que vamos a Ela e possamos um dia partilhar de sua bem-aventurança!

Protesto do Filhos rebeldes de Maria.Assim argumenta os Neo-Protestantes.


“Ninguém subiu ao céu se não aquele que desceu do céu,o filho do homem que está no céu”(Jo 3,13)

Como já vimos à subida de Cristo ao céu se diz Ascensão, porque Cristo subiu ao céu por seu próprio poder, e ninguém a não ser Deus pode subir ao céu por si mesmo. Por isso se diz que Nossa Senhora foi levada ao céu. Assunção de Nossa Senhora ao céu quer dizer exatamente isso: que ele foi levado ao céu. Ela não subiu ao céu por seu próprio poder. Só Jesus subiu ao céu por seu próprio poder. Maria subiu realmente aos céus em corpo e alma, porque para lá foi levada por Deus.
Curioso que os protestantes reconhecem que Deus levou Enoch e Elias ao céu sem que tivessem morrido, mas não aceitam que o mesmo possa ter ocorrido com Nossa Senhora.

São Paulo nos fala de Henoc: "Pela fé, Henoc foi levado, a fim de escapar à morte e não foi mais encontrado, porque Deus o levara (...)" (Hebreus, 11,5);

O livro de Reis fala de Elias, que subindo num carro de fogo, foi arrebatado por Deus, em corpo e alma. (II Reis, II, 1-11)


Títulos e Aparições

Não existe nenhuma diferença quanto à Pessoa Venerada; trata-se sempre da mesma Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo que aparece na Bíblia.

São apenas diferentes invocações ou títulos que lembram os lugares em que Ela apareceu, ou o modo como Ela se manifestou, ou algum privilégio de que Ela está adornada, ou finalmente algum aspecto especial pelo qual Ela deve ser venerada.

Exemplos:

Nossa Senhora de Fátima. Esta invocação surgiu a partir das aparições da Virgem em 1917 na Cova da Iria -- periferia de Fátima em Portugal, onde Ela se manifestou a três pastorinhos, anunciando castigos para a humanidade se esta não se convertesse, mas que por fim seu Imaculado Coração triunfaria.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Por que Aparecida? Porque uma imagem da Imaculada Conceição foi achada, "apareceu" no Rio Paraíba, em São Paulo, há quase trezentos anos atrás, numa pesca milagrosa, que deu início a uma série de prodígios e bênçãos para a Terra de Santa Cruz.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição; nesta invocação os fiéis exaltam o privilégio altíssimo dado por Deus a Nossa Senhora, o fato de ter sido Ela concebida sem pecado original, ou seja, a sua concepção foi sem mácula, sem a mancha do pecado de origem, cometido por nossos primeiros pais no Paraíso. Privilégio único.

Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos -- com esta invocação a Igreja incentiva todos os fiéis que estiverem aflitos a se voltarem com especial confiança para a Virgem Santíssima. É a Mãe e Senhora da Consolação.

E, assim por diante, cada invocação de Nossa Senhora tem sua razão de ser, sua luz, seu perfume. Haja vista a Ladainha Lauretana, que é a Sua Ladainha...

Aí estão as explicações sobre as várias invocações a Nossa Senhora. E, para encerrar, como de Maria nunca é demais falar, cito as ardentes palavras de S. Luís Maria Grignion de Montfort em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem:

"Jesus Cristo deu mais glória a Deus, submetendo-se a Maria durante trinta anos, do que se tivesse convertido toda a terra pela realização dos mais estupendos milagres. Quão altamente glorificamos a Deus, quando, para lhe agradar, nos submetemos a Maria, a exemplo de Jesus Cristo, nosso único modelo”.

Se examinarmos atentamente o resto da vida de Jesus, veremos que foi por Maria que Ele quis começar seus milagres. Pela palavra de Maria Ele santificou São João no seio de Santa Isabel; assim que as palavras brotaram dos lábios de Maria, João ficou santificado, e foi este seu primeiro milagre na ordem da graça. Foi ao humilde pedido de Maria, que Ele, nas núpcias de Caná, mudou água em delicioso vinho, sendo este seu primeiro milagre em público, na ordem da natureza. Ele começou e continuou seus milagres por Maria, e por mediação de Maria continuará a operá-los até o fim dos séculos. É Ela a Medianeira de todas as Graças.


Aparições;

Hoje em dia fala-se muito em aparições de Nossa Senhora, de imagens suas que choram, e de tantos outros fenômenos extraordinários.

É preciso evitar dois extremos: uma credulidade leviana e excessiva, ou um ceticismo racionalista e militante, de muitos atualmente.

Deus, em Sua sabedoria e onipotência, pode comunicar-se com as pessoas através de graças internas ou manifestações externas. Entre estas últimas figuram as aparições, revelações, milagres, etc.

A Igreja, porém, sempre recomendou a prudência diante do extraordinário. Porque, como diz São Paulo
"o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz" (2 Cor 11, 14)

. Portanto - se Deus assim o permitir -, o demônio pode simular aparições de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, dos Santos, bem como forjar "revelações", predizer o futuro necessário (de forma apenas aproximativa), etc.
Se na História da Igreja são incontáveis as verdadeiras aparições de Nosso Senhor, de Nossa Senhora e dos Santos, também incontáveis são as falsas aparições provindas do maligno, que é o "pai da mentira"...

O proceder da Igreja.

É preciso distinguir o ceticismo da prudência. O primeiro é uma atitude ácida, atéia, orgulhosa, de quem estabelece o seu próprio julgamento como norma última de todas as coisas. A segunda procede de uma graça, é uma virtude cardeal (que dirige o agir humano) do bom filho da Igreja que, antes de se pronunciar, estuda bem a questão, pede o conselho de pessoas competentes, examina os efeitos que o fato "extraordinário" provoca etc.

Como norma, uma aparição ou revelação só deve ser aceita com toda segurança depois que a autoridade religiosa competente, isto é, o Bispo do lugar, e posteriormente a Santa Sé, após minucioso exame dos fatos e das doutrinas, pronuncia-se a respeito num sentido favorável.

Como a Revelação oficial de Deus terminou com a morte do último Apóstolo, toda revelação particular, mesmo da parte de Nosso Senhor e Nossa Senhora, tem um sentido apenas indicativo, de exortação para o aperfeiçoamento e a conversão, ou para que se incendi-e uma especial devoção.

Assim, por exemplo, as revelações feitas a Santa Gertrudes, Santa Hildegarda e Santa Margarida-Maria Alacoque sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, estimularam o estudo dos teólogos e da Santa Sé sobre a matéria, até chegar-se ao triunfo dessa devoção com a Consagração, feita pelo Papa Leão XIII, do mundo a esse adorável Coração.

Nas aparições de Nossa Senhora em La Salette, Lourdes e Fátima, reconhecidas como autênticas e aprovadas pela Igreja, as mensagens foram de penitência e oração, para a conversão do mundo. Em Fátima, Nossa Senhora deu ênfase aos perigos representados pelo comunismo e pela imoralidade.

Enquanto a autoridade eclesiástica não se pronunciar, portanto, é preciso muita cautela a respeito de aparições e revelações, sobretudo quando elas se multiplicam com muita freqüência ou são excessivamente prolongadas. A Providência não é tagarela, e nem usa de meios extraordinários continuamente. Ela exige de nós a Fé, robusta e humilde, e a confiança, sem a ansiedade pelo extraordinário.

Se nós refletirmos no extraordinário que é a Consagração no Santo Sacrifício da Missa, a Comunhão, a Absolvição sacramental, nós veremos que Deus está continuamente se manifestando a nós, embora através de misteriosos Sinais sensíveis: os Sacramentos.
O mesmo São Paulo, com aquela clareza que é toda sua, ensina aos Coríntios: nesta vida.

"Caminhamos pela fé e não pela visão" (2 Cor. 5,7)
.
Cultivemos especialmente a fundamental virtude da Fé, pela nossa vida de oração, mas também pelo estudo da doutrina católica, buscando livros e autores em cuja ortodoxia possa confiar plenamente.

As aparições de Nossa Senhora.

A sabedoria da Igreja em considerar o assunto e as imposturas diabólicas Nossa Senhora é nossa mãe. E não é de admirar que Ela queira aparecer, para ensinar e proteger seus filhos. De outro lado, porém, o inimigo de nossa salvação, que se apresenta por vezes como “anjo de luz” (II Cor 11,14), tem empenho em fabricar falsas aparições para desviar os fiéis. E há também charlatães que inventam aparições, com motivos escusos. A sapiencialidade da Igreja nesta matéria deve ser nosso modelo.

Tenhamos cuidado e analisemos cautelosamente as múltiplas notícias sobre aparições de Nossa Senhora hoje em dia. Posso acreditar no que ouço falar de tais aparições?

Nossa intenção aqui é apenas apresentar alguns dados para auxiliar o meritório labor de pessoas dedicadas a responder tais perguntas.

Um primeiro ponto a ser considerado é a seriedade com que a Igreja encara essa matéria. Divinamente inspirada, e com a experiência de 20 séculos de História, Ela analisa com muito cuidado todas as manifestações supostamente sobrenaturais. Depoimentos são tomados, analisados, revisados. Verifica-se se não há algo que deponha contra a aparição e se nenhum detalhe desabonador foi esquecido. E só após cuidadoso exame a Santa Igreja reconhece a autenticidade desta ou daquela aparição. Mais precisamente: declara-as “dignas de crédito”, sem impor aos fiéis a sua aceitação.
Para avaliar a seriedade desse trabalho, alguns dados estatísticos poderão ser de utilidade para nós.

Aparições em números

A um livreto intitulado; “Enquête sobre as aparições da Virgem”, * que procura fazer uma análise, com rigor histórico, das diversas aparições marianas ocorridas no século XX. O autor não toma posição nas controvérsias, não se manifestando a favor ou contra esta ou aquela aparição. Limita-se a registrar os fatos. A parte que nos interessa no presente artigo encontra-se no final da obra: uma tabela registrando as aparições desde 1900 até 1993; portanto, durante quase todo o século XX. No total, são 362 aparições analisadas.

Ao lado de cada uma encontra-se uma descrição do seu status. Ou seja, se as aparições foram aprovadas e, portanto, solenemente reconhecidas, no sentido acima explicado pelo bispo local; se tiveram algum culto autorizado pelas autoridades competentes, portanto algo de muito menos peso do que a aprovação, mas que representa, em todo caso, um bom sinal; se foram desautorizadas total ou parcialmente; ou se inexiste, até o presente, qualquer decisão das autoridades eclesiásticas a respeito do ocorrido.
O primeiro aspecto que chama a atenção é o baixíssimo número de aparições aprovadas: apenas quatro. Ao que saibamos, mais uma foi aprovada posteriormente totalizando cinco, portanto mas isto representa pouco mais de 1% das aparições analisadas. Outras 11 tiveram algum culto autorizado, sendo a maioria destas anteriores a 1950.
Em sentido contrário, há 79 aparições desautorizadas, ou seja, pouco mais de 20%.
Traduzidos estes números em linguagem mais simples, eles significam que a Igreja, das aparições do século XX, aprovou uma em cada 100 e desautorizou uma em cada 5. Tais dados são significativos para exprimir o rigor da Igreja Católica e especialistas ao examinar os fatos. E também revelam como os fiéis devem igualmente ser sérios e agir cautelosamente nesta matéria, não se deixando levar por ondas e sensacionalismos.





Ardis do demônio


Das cinco aparições aprovadas no século XX, duas ocorreram na Bélgica: uma em Beauraing, no ano de 1932, e outra em Banneux, em 1933.

Pouco depois começou uma onda de “aparições” naquele mesmo país. Até 1936 portanto, quatro anos depois da primeira aparição reconhecida como verdadeira surgiram ali nada menos que 15 “aparições”, sendo 10 destas condenadas pela Igreja; e a respeito das outras cinco, ainda não houve nenhuma decisão.

Não constam falsas aparições em Portugal, após os acontecimentos de Fátima. Como explicar tal diferença.

Duas táticas diabólicas

Parece-nos que o demônio, pai da mentira, utiliza duas táticas diferentes, segundo a diversidade de situações.

Num primeiro caso, tenta ele desprestigiar as manifestações sobrenaturais, multiplicando de modo desmesurado o número de “aparições”. Desta forma, normalmente as pessoas, tomando conhecimento delas que, em muitos casos, comportam “profecias” rapidamente desmentidas pela realidade ou atitudes francamente reprováveis por parte do “vidente” ou “videntes” ficam desconfiadas se a aparição verdadeira não fará parte dessa avalanche de manifestações tidas como sobrenaturais.

Igualmente, conhecendo o demônio o bem que produz nas almas tíbias ou indiferentes um acontecimento bom inesperado, procura desvirtuá-lo, pela multiplicação de outros eventos semelhantes, o que tende a tornar qualquer aparição um fato banal. Se chegam ao nosso conhecimento duas aparições verdadeiras cercadas por 10 falsas, poderá pairar uma dúvida terrível acerca das duas verdadeiras até a Igreja estudar todos os casos e se pronunciar sobre eles, o que tirará às verdadeiras aparições muito de sua eficácia. Sem falar dos charlatães...



Autenticidade X embustes



No caso de Fátima, a situação é completamente diferente. Nossa Senhora enviava uma mensagem de transcendental importância para o mundo todo, anunciando o fim de uma era histórica revolucionária e, após castigos e provações — se os homens não se arrependerem — o início do reinado de seu Imaculado Coração. Tudo isso apresentava um porte universal, e não apenas vantagens locais para os videntes ou outros. Lembremos que na última aparição teve lugar o milagre do sol, testemunhado por milhares de pessoas. Sua repercussão foi enorme, e Fátima constitui um tema polêmico até hoje. Nesse caso, para o demônio conseguir realizar fato semelhante, teria que operar um grande e autêntico milagre, o que lhe é de todo impossível.
Seria difícil ao príncipe das trevas misturar um acontecimento do magnífico porte de Fátima com várias pseudo-aparições ridículas, minguadas e até contraditórias. Então, o que faz ele? Utiliza a tática do silêncio. Procura evitar que se fale da verdadeira aparição. Se ele inventasse outras “aparições”, elas não fariam sombra aos portentos realizados por Nossa Senhora em Fátima. Pelo contrário, fariam com que o denso conteúdo das aparições fosse lembrado e comentado. Assim sendo, a tática melhor para o maligno é tentar lançar sobre elas o véu do esquecimento.


Nessa ordem de idéias, compreende-se que o diabo procure desvirtuar a mensagem de Nossa Senhora em Fátima. Oblitera-se o lado trágico da mensagem, o apelo materno a uma humanidade chafurdada no pecado, a advertência sobre os castigos que se aproximam. Por isso, nota-se um duplo jogo, que favorece o demônio: é melhor que não se fale dos eventos de Fátima; mas, sendo imperioso falar, procurar apresentá-los como acontecimentos sem maiores conseqüências para a humanidade, como que neutros, sem a idéia de castigo e de prêmio.

Muito haveria a dizer sobre as diversas aparições de Nossa Senhora e suas contrafações, inventadas ou instrumentalizadas pelo maligno. Aparecendo a oportunidade, iremos exibindo fatos e argumentos para ajudar os católicos fiéis, desejosos de uma maior segurança doutrinária nesse tema, a formar sua opinião. Assim, contribuiremos para difundir uma verdadeira devoção à Mãe de Deus,

“Interior, terna, santa, constante e desinteressada”, segundo as palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu famoso Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.

(“Texto Referencial a certa resposta dita pelo Sr. Cônego José Luiz Vilac”.)


Honra e Homenagem à Santa Maria

(texto estudo mais tarde será exposto e mais conceituado nos artigos apologéticos; Culto católico / Imagens / Idolatria e Veneração dos santos e das Imagens ).


O culto que prestamos á Mãe de Deus é um culto de hiperdulia,ou seja um culto de veneração maior que aos demais santos

Veneramos Nossa Senhora por ela ser a maior de todas as criaturas,por ela ser a filha predileta de Deus Pai,por ela ser a Mãe Admirável de Deus filho e por ela ser a esposa Fidelíssima de Deus Espírito Santo

Veneramos Nossa Senhora por que foi por ela que a salvação chegou até nós, porque ela é a mãe da divina graça, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Dessa forma não existe nenhuma adoração a nossa Senhora no culto católico, pois esse culto supremo nós somente prestamos a Deus Nosso Senhor. Entretanto, se Deus veio ao mundo por Maria, é também por Maria que ele deve vir a nossas almas, e é exatamente nisto que consiste a veneração da Igreja á nossa Senhora.


Objetivação dos hereges: por que se fazem tantas festas e coroações de Nossa Senhora e não se faz o mesmo a Nosso Senhor?

Objeção totalmente descabida. Pois, todas as festas da Igreja têm a Nosso Senhor como centro: Ele é o Mediador absoluto do qual Nossa Senhora é por excelência a Medianeira por participação. Até mesmo os Santos embora imensamente abaixo de Nossa Senhora -- podem também ser mediadores por participação.

Assim, ao glorificarmos a Excelsa Mãe de Deus ou um destes mediadores secundários é ao Mediador principal que estamos glorificando.

Além disso, na Igreja há inúmeras festas o Nosso Senhor. O Ano Litúrgico gira todo em torno dos Mistérios de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os cinqüenta e dois Domingos do ano celebram a Ressurreição! Eu me lembro em criança das procissões da Semana Santa, por exemplo, com Nosso Senhor morto, a célebre Procissão do Enterro, após a cerimônia das três horas da tarde; a Festa de Corpus Christi; a Festa do Sagrado Coração de Jesus, Cristo Rei etc.

Agora, se o povo manifesta ternura e entusiasmo por Nossa Senhora, é porque tem verdadeiro amor por Nosso Senhor. Porque, como dizia o grande São Luís Maria Grignion de Montfort,

"Não tem a Deus por Pai quem não tem Maria por Mãe".


As Glórias da Virgem Maria, revelada nas Escrituras


Muitas e grandiosas são as glórias de Maria Santíssima, pelas quais não cessam de propagar e cantar seus louvores todos os seus servos. Não apenas os anjos e santos nos céus, mas também nós os pecadores glorificamos com confiança todos os dias a tão excelsa mãe. Não podia, portanto, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, calar-se a respeito da mais sublime de suas criaturas. Apresentaremos um pequeno resumo de como as Sagradas Escrituras exaltam e testemunham às glórias de Nossa Senhora.

“Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’" ( Lc 1, 28)

Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de;

"Imaculada Conceição" quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta - por graça divina - do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de "cheia de graça". Pois, onde existe esta "graça transbordante" não pode coexistir o pecado. Por isso, esta boa Mãe é também chamada pelos seus servos de "Santíssima Virgem". Os santos ensinaram que não convinha a Jesus Cristo, o Santíssimo, ser gerado e nascer de uma criatura imperfeita. Como podia o Santíssimo Deus, Jesus Cristo ser depositado num receptáculo que não fosse digno d´Ele? Pois ele mesmo testemunha no Evangelho, que não se coloca vinho novo e bom em odres velhos e defeituosos ( conf. Lc 5, 37 ). Eis porque o Criador elevou Maria, este "Vaso Insigne de Devoção" a tão grande santidade.

"Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" ( Lc 1, 38 )

Maria ao dizer seu "sim" incondicional ao convite de Deus, introduz no mundo o Verbo Divino, Jesus Cristo. E, fato assombroso: torna-se a única criatura a gerar o seu Criador segundo a natureza humana. Deus a amava tanto que quis precisar nascer e depender dela enquanto homem. Maria iniciou com sua sagrada gravidez o restabelecimento da concórdia entre Deus e os homens conforme está escrito:

"Por isso, Deus os abandonará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz" ( Miq 5, 2).

Com este sim incondicional Maria cumpre também a primeira de todas as profecias registrada na história da humanidade. Porque com esta sua doação total ela fere a cabeça do demônio ( Gn 3,15 ) e começa a devastar o seu reino de morte, que será destruído totalmente pelo seu filho Jesus.

"Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada" ( Lc 1, 48 )

Os santos proclamam a profunda intimidade dela com a Santíssima Trindade: Filha de Deus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho! O Espírito Santo profetiza pelos lábios de Maria, que daquele momento em diante de geração em geração, isto é, para sempre, todos os cristãos proclamariam sua bem-aventurança. Feliz religião que a enaltece e a glorifica! Felizes os seus filhos que a exaltando e enaltecendo-a cumprem fielmente esta profecia.

”Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 43).

Isabel, mulher idosa e santa, esposa de Zacarias, mãe de João Batista desmancha-se em elogios àquela jovem que foi até sua casa para servir! Que lição de humildade a tantas pessoas que com sua "sabedoria" (que na verdade é pestífera loucura) evitam tributar à Santa Mãe de Deus os louvores que ela merece, temendo que isto diminua à glória devida a Jesus Cristo.

Esquecem então, que o Espírito Santo mesmo ensina que o louvor dirigido aos pais é grande honra para o filho (cf. Eclo 5-6, 13). Preferem, portanto, os verdadeiros filhos de Maria, em todos os tempos, lugares e momentos, exaltarem a Virgem, imitando o exemplo de Santa Isabel, para serem seguidores fiéis da Sagrada Escritura.

" Pois assim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio " ( Lc 1, 44 )

Cristo testemunhou a respeito de João Batista: "dos nascidos de mulher nenhum foi maior que João" ( cf. Lc 7 28 ).

Pois bem. Este mesmo S. João Batista, que Jesus Cristo declara ter sido mais importante que todos os patriarcas, profetas e santos do Antigo Testamento, ao ouvir a doce voz de Maria "estremeceu de alegria". O Espírito Santo, que nele habitava, exultou de alegria ao ouvir a voz da doce Mãe! Não é, pois justo, a nós que somos os últimos de todos, exultarem de alegria ao ouvir o doce nome de Maria? Não nos é sumamente necessário imitar o Espírito Santo? Não é proveitoso para os cristãos imitarem o gesto de São João Batista? Bendito os servos de Deus, que não se cansam de se alegrar e cantar os louvores desta Senhora, imitando assim o gesto do Divino Esposo e de São João Batista, o maior profeta da Antiga Aliança.

"E uma espada transpassará a tua alma" ( Lc 2, 35 )

Uma lança transpassou o coração do Cristo na Cruz. Uma espada de dor transpassou o coração de Maria no Calvário! Deus revela ao profeta Simeão como Nossa Senhora estaria intimamente ligada a Jesus Cristo no momento da Sagrada Paixão. Ninguém em toda a terra, em todas as épocas, esteve mais intimamente ligado a Jesus naquele dramático momento que sua Santíssima Mãe. Portanto que, junto com o sacrifício expiatório, doloroso e único de Jesus Cristo no Calvário, subiu também aos céus, como oferta agradabilíssima diante de Deus, o sacrifício doloroso de Nossa Senhora.

"Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles não tem mais vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse então sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’" ( Jo 2, 3 – 5 )

Na festa do casamento de Canaã Jesus iniciou seu ministério. Ministério aliás composto por pregação e "obras" (milagres). A Santíssima mãe percebeu a dificuldade daquela família, que não tinha vinho para os convidados. A boa Senhora é vigilante, e os servos dela sabem que ela vigia sobre eles, mesmo quando não se apercebem dessa vigilância. Jesus afirmou então claramente a Maria que, ainda não era o momento para iniciar seu ministério com um prodígio, pois disse: "minha hora ainda não chegou". A Santíssima mãe, conhecendo profundamente o filho, mesmo diante da aparente recusa, o "obriga" docemente a antecipar sua missão.

E assim, sem discussão, na mais plena confiança, diz aos serventes: "façam o que ele lhes disser". Grandíssima confiança! Assim, aquela que o introduziu no mundo segundo a carne, o introduz agora no seu ministério, pela sua intercessão. Feliz a família que tiver por mãe esta doce Senhora. Sua intercessão é infinitamente mais eficaz do que as orações de todos os santos que pedem sem cessar pelos habitantes da terra ( conf. Ap 6, 9-10 . 8, 3-4 ; II Mac 15,11-16 ).

"Disse-lhe alguém: ‘Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te’. Jesus respondeu: ‘Quem são meus irmãos e minha mãe? (...) Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’. ( Mt, 12,47-50 )

Somente pertencemos a Cristo na medida em que pertencermos à nossa Mãe Santíssima. "Quem são meus irmãos e minha mãe?" pergunta o Cristo. E aponta para os seus discípulos: "eis aqui a minha família!". E, doravante, somente os que forem discípulos do mestre, ouvindo as suas palavras e as cumprindo poderão pertencer plenamente a esta família. Por isto, como doce discípula Maria "conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração" ( Lc 2, 19.51) Meditava e as guardava! Eis o exemplo da perfeita discípula. Maria, com efeito, não é mãe apenas na carne, mas na vida toda, na alma e na total obediência ao seu Divino Filho.

Alguns que ainda não amam suficientemente a Santíssima Virgem, usam estes versículos acima justamente contra ela, tentando convencer-nos de que Jesus a teria desprezado naquele momento. Esses "estudiosos da Bíblia" esquecem que Jesus jamais desprezaria sua mãe, conforme ensina o próprio Espírito Santo: "Apenas o filho insensato despreza sua mãe" ( Pr 15, 20 ). E assim, com esta interpretação desastrosa, que espalham ardorosamente, ofendem não apenas a boa Mãe, como blasfemam contra Jesus Cristo, como se o mesmo fosse violador do sagrado mandamento: "Honra teu Pai e tua Mãe" ( Ex 20,12 e Deut 5,16 ).

"Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’" ( Jo 19, 26-27 )

O apóstolo João aos pés da cruz, o único discípulo presente, representava todos os discípulos. Neste momento Jesus consagrou Maria, Mãe espiritual dos apóstolos. Mais ainda: João representava também, todos os homens e mulheres, de todos os lugares e de todos os tempos, que a partir daquele momento ganharam Maria como sua Mãe espiritual. Isto está de acordo com o testemunho do próprio São João, que em outra parte diz:: "O Dragão se irritou contra a mulher (Maria) (...) e sua descendência, aqueles que guardam os mandamentos de Deus (...)" ( Ap 12, 17 ).

Maria Santíssima não teve outros filhos naturais. Permaneceu sempre virgem, como era do conhecimento universal dos primeiros cristãos até os nossos dias. Mas, muitos insistem em "presenteá-la" com filhos naturais que ela não teve. Fazem isto, para diminuírem a glória de Jesus Cristo, bem como para esvaziarem Maria de sua maternidade universal. Se Jesus tivesse irmãos carnais, não teria entregado sua Mãe aos cuidados de João Evangelista. Seus próprios irmãos naturais cuidariam dela, como era dever sacratíssimo na época e ainda hoje. Além disso, citam aqueles que não amam a Virgem Maria algumas passagens bíblicas como a seguinte: "Não se chama a sua mãe Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?" ( Mt 13,55 ) Querendo com isto provar que Nossa Senhora teve outros filhos. Esquecem ou ignoram que nos tempos de Cristo todos os parentes se chamavam entre si de irmãos. E a própria Bíblia prova isto, pois dos quatro "irmãos" acima citados, lemos que a verdadeira mãe de Tiago e José era uma outra Maria, irmã de Nossa Senhora e casada com Cleofas (Jo 19,25 e Mc 15,40). E que Judas era irmão de Tiago Maior (Jd 1,1) filho de Alfeu ( Mt 10, 2-3). Ou seja, ninguém era filho natural de Maria e José. Eram de sua parentela, mas não de sua filiação.
Além disso, os primeiros cristãos, que conheceram Jesus e os apóstolos, nos escritos que nos deixaram, todos testemunharam que Maria sempre permaneceu virgem, não tendo jamais outros filhos. Sobre estes inventores de novidades a Bíblia nos previne:

"Haverá entre vós falsos profetas (...) muitos seguirão as suas doutrinas dissolutas (...) e o caminho da verdade cairá em descrédito" ( II Pe 2, 1-2 ).

"E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa" ( Jo 19, 27 )

Daquela hora em diante, S. João levou a Santa Mãe para sua casa. Primeiramente para sua "casa espiritual", sua alma. Esse é o motivo pelo qual era o discípulo que Jesus mais amava, porque também, era o discípulo mais afeiçoado a ela. Depois, levou-a para sua casa material, seu lar. Assim também, o verdadeiro filho de Maria, a exemplo de S. João, deve levar esta boa mãe para seu "lar espiritual", no recesso mais íntimo de nossa vida espiritual. E convidá-la também para habitar nossas casas, onde sua presença maternal poderá ser recordada através de quadros e imagens. Estas imagens serão para os servos de Maria uma lembrança, contínua e consoladora de sua presença e proteção, da mesma forma que o próprio Deus, antigamente, consagrou o uso das sagradas imagens e esculturas no culto divino (cf. Nm 21, 8-9; Ex 25, 18-20 ; I Reis 6,23-28 etc ), para recordar, a sua presença amorosa no meio do seu povo, Israel.

"Todos eles perseveravam unanimemente em oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria mãe de Jesus, e os irmãos dele" (At 1,14 )

No cenáculo, no dia de Pentecostes, Maria juntamente com os discípulos suplicavam para que viesse o Espírito Santo sobre todos. E assim foi fundada a Igreja naquele dia. Maria uma vez tendo introduzido o Cristo no mundo, depois tendo inaugurado seu ministério nas bodas de Canaã, agora intercede, introduzindo e inaugurando a ação do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. Eis a mãe da Igreja com seus filhos.

Mulher do Apocalipse Ícone Profético

"Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas" ( Ap 12, 1)

No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a Assunção de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse descreve que esta mulher "estava grávida e (...) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações..." (Ap 12, 2.5). Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? (cf. Is 7, 14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve "grávida" de Jesus Cristo! Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a sustenta. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito:

"O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12, 13). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente, Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou "o menino" prometido (cf. Is 9, 5 ). Diz ainda a Sagrada Escritura que: "(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (...) para lhe devorar o Filho (...) A Mulher fugiu para o deserto, onde (...) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias" (Ap 12, 4.6). De fato, o demônio maquinou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto (Egito). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias ( três anos e meio ). Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais foi sustentada pela Providência.
Portanto, todos esses versículos, confirmam primeiramente a assunção de Nossa Senhora. Pois o apóstolo a contempla revestida de sol, não só nos vivros canônicos como também nos escritos não canônicos como os “apócrifos”, onde um escritos atribuído a São João diz que ele “viu a Mãe de seu Senhor revestida do Sol” já estabelecida desde agora na glória prometida pelo seu Filho, quando diz "Os justos resplandecerão como o sol" ( Mt 13,43 ).

Confirma incontestavelmente sua realeza espiritual, pois a mesma se apresenta coroada com doze estrelas, símbolo das doze tribos de Israel e dos doze apóstolos. Portanto Rainha do Antigo e do Novo Testamento. Por fim confirma sua maternidade espiritual, pois diz o Espírito Santo: “( O Dragão ) se irritou contra a Mulher ( Maria ) e foi fazer guerra ao resto de sua descendência ( seus filhos espirituais ), os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus" ( Ap 12, 17 ). Somos de sua descendência, verdadeiros Irmãos unidos por sua Santa Igreja.



O santo Rosário



Origem e Significado

O costume de rezar em breves fórmulas de oração consecutivas constitui uma das expressões da religiosidade humana. Entre os cristãos, tal hábito já estava em uso entre os eremitas e monges do deserto nos séculos IV e V. Tomou incremento especial no Ocidente: no fim do século X, havia entre os fiéis o costume de rezar o "Pai-nosso" certo número de vezes consecutivas. Esta prática teve origem, provavelmente, nos mosteiros, onde muitos cristãos professavam a Vida Religiosa, mas não estavam habilitados a seguir a oração comum, que compreendia a recitação dos salmos.
Para favorecer esses exercícios de piedade, foi-se aprimorando a confecção das "correntes" que serviam à contagem das preces. Esses instrumentos eram chamados "Paternoster" tanto na França como na Alemanha, na Inglaterra e na Itália;
Ou, menos freqüentemente, "numeralia, fila, computum, preculae". Os seus fabricantes constituíam prósperas corporações, ditas dos "Paternostries" ou dos "Paternosterer".
Ao lado de tal prática, ia-se desenvolvendo entre os fiéis outro importante exercício de piedade, o costume de saudar a Virgem Santíssima; repetiam a saudação do anjo a Maria - "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1,28) -, acompanhada das palavras de Isabel - "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre" (Lc 1,42). A invocação subseqüente - "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém."



Em conseqüência, por volta do ano 1150, os fiéis conceberam a idéia de dirigir à Maria, 150, 100 ou 50 saudações consecutivas, à semelhança do que faziam repetindo a oração do Senhor. Cada série de saudações - intercalada pela oração do "Pai-nosso" - devia constituir uma coroa de rosas ofertada à Virgem Santíssima; daí os nomes de "rosário" e "coroa" que se foram atribuindo a tal prática; também chamada "Saltério da Virgem Santíssima", conforme as séries de 150, 100 ou 50 "Pais-nossos", que faziam às vezes de Saltério dos irmãos conversos nos mosteiros.

Por volta de 1408, o monge Cartuxo Henrique de Egher, ou de Calcar, redigiu um poema intitulado "Psalterium Beatae Mariae", no qual estimulava a recitação de um "Pai-nosso" antes de cada dezena de "Ave-Marias". Esta forma encontrou espontânea aceitação e tornou-se comum entre os fiéis.

Posteriormente, houve a associação da meditação à recitação vocal das "Ave-Marias". O dominicano Alan de La Roche, por volta de 1475, sugeria a recitação de 150 mistérios, que percorriam os principais aspectos da obra da Redenção, desde o anúncio do anjo à Maria até a morte da Virgem Santíssima e o juízo final.
Durante séculos, a maneira de celebrar o "Saltério de Maria" variou muito. Papel de relevo na orientação geral desta prática do Rosário coube à benemérita Ordem de São Domingos, à qual foi sempre muito caro esse exercício de piedade; através de Irmandades do Rosário, assim como por meio de pregações, e escritos, devocionários, os dominicanos difundiram largamente a devoção.

Foi, finalmente, um Papa dominicano, São Pio V (1566-1572) quem deu ao Rosário a sua forma atual, determinando tanto o número de "Pais-nossos" e "Ave-Marias" como o teor dos mistérios que o devem integrar. O Santo Pontífice atribuiu à eficácia dessa prece a vitória naval de Lepanto, que, aos 7 de outubro de 1571, salvou de grande perigo a Cristandade ocidental; em conseqüência, introduziu no calendário litúrgico da Ordem de São Domingos a festa do Rosário sob o nome de "Festa de Nossa Senhora do Rosário". A solenidade foi, em 1716, estendida à toda a Igreja. A devoção foi, daí por diante, mais e mais favorecida pelos Pontífices Romanos, merecendo especial relevo o Papa Leão XIII, que determinou que fosse o mês de outubro dedicado à recitação do Rosário.

Por fim, é importante notar que o Rosário não é uma oração meramente vocal. A repetição das mesmas preces tem o objetivo de criar um clima contemplativo, que permita a meditação e o aprofundamento dos grandes mistérios da nossa fé, associados a cada dezena do Rosário. O aspecto meditativo ou contemplativo é essencial à recitação do Rosário.


Os Papas a recomendam;

Pio IX:

“Assim como São Domingos se valeu do Rosário como de uma espada para destruir a nefanda heresia dos albigenses, assim também hoje os fiéis exercitando o uso desta arma — que é a reza cotidiana do Rosário — facilmente conseguirão destruir os monstruosos erros e impiedades que por todas as partes se levantam” (Encíclica Egregiis, de 3 de dezembro de 1856).

Leão XIII:
“Queira Deus — é este um ardente desejo Nosso — que esta prática de piedade retome em toda parte o seu antigo lugar de honra! Nas cidades e aldeias, nas famílias e nos locais de trabalho, entre as elites e os humildes, seja o Rosário amado e venerado como insigne distintivo da profissão cristã e o auxílio mais eficaz para nos propiciar a divina clemência” (Encíclica Jucunda semper, de 8 de setembro de 1894).

São Pio X:

“O Rosário é a mais bela e a mais preciosa de todas as orações à Medianeira de todas as graças: é a prece que mais toca o coração da Mãe de Deus. Rezai-o todos os dias”.

Bento XV:

“A Igreja, sobretudo por meio do Rosário, sempre encontrou nEla a Mãe da graça e a Mãe da misericórdia, precisamente conforme tem o costume de saudá-La. Por isso, os Romanos Pontífices jamais deixaram passar ocasião alguma, até o presente, de exaltar com os maiores louvores o Rosário mariano, e de enriquecê-lo com indulgências apostólicas”.

Pio XI:

“Uma arma poderosíssima para pôr em fuga os demônios .... Ademais, o Rosário de Maria é de grande valor não só para derrotar os que odeiam a Deus e os inimigos da Religião, como também estimula, alimenta e atrai para as nossas almas as virtudes evangélicas” (Encíclica Ingravescentibus malis, de 29 de setembro de 1937).

Pio XII:

“Será vão o esforço de remediar a situação decadente da sociedade civil, se a família, princípio e base de toda a sociedade humana, não se ajustar diligentemente à lei do Evangelho. E nós afirmamos que, para desempenho cabal deste árduo dever, é sobretudo conveniente o costume do Rosário em família” (Encíclica Ingruentium malorum, de 15 de setembro de 1951).

João XXIII:

“Como exercício de devoção cristã, entre os fiéis de rito latino, .... o Rosário ocupa o primeiro lugar depois da Santa Missa e do Breviário, para os eclesiásticos, e da participação nos Sacramentos, para os leigos” (Carta Apostólica Il religioso convegno, de 19 de setembro de 1961).

Paulo VI:

“Não deixeis de inculcar com toda a diligência e insistência o Rosário marial, forma de oração tão grata à Virgem Mãe de Deus e tão freqüentemente recomendada pelos Romanos Pontífices, pela qual se proporciona aos fiéis o mais excelente meio de cumprir de modo suave e eficaz o preceito do Divino Mestre: ‘Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á’ (Mt. 7, 7)” (Encíclica Mense maio, de 19 de abril de 1965).

João Paulo II:

Em outubro de 2002, o Papa João Paulo II, através da Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae" propôs que se acrescentassem outros cinco mistérios àqueles até então contemplados no Rosário (mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos), chamados "mistérios luminosos" (ou da luz), que compreendem a vida pública do Salvador (do Batismo no Jordão até o início da Paixão). Esta sugestão teve o objetivo de ampliar o horizonte do Rosário, afim de que seja possível a quem o recita com devoção penetrar ainda mais a fundo no conteúdo da Boa Nova e conformar sempre mais a própria existência àquela de Cristo.


(As Fontes referencio-graficas são de responsabilidade do Apostolado Defesa Católica, do Sr. Edgar Leandro da Silva a qual nos cedeu carinhosamente, este estudo que revisado e exposto por Nosso Apostolado.).