segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Por que não existe direito ao aborto?

Por: Eduardo Moreira

Algumas noções básicas de direitos e deveres andam esquecidas pela sociedade que já se acostumou ao odor podre de punir inocentes e inocentar os criminosos. Fato é que temos hoje uma linha polêmica da criminologia, à qual chama-se de “Criminologia Crítica”, de cunho marxista e que, por sua vez, tenta quebrar tudo o que a sociedade já entendeu de direito de propriedade e crimes diversos. Para algumas escolas da criminologia crítica, quem está errada é a sociedade, não os bandidos. Segundo essas escolas, o bandido é uma espécie de justiceiro social enquanto que a sociedade é uma máquina movida por interesses econômicos e que ela própria, por sua estrutura de criminalizar, gera os criminosos.

Não raras as vezes vemos pessoas desonestas de grande intelecto se dizendo inocentes. Muitas delas se dizem inocentes porque, de fato, não veem nada de errado em sua maneira de agir. Para esses criminosos quem está errada é a sociedade que o criminalizou, não seu comportamento condenável.

Em contrapartida, milhares de inocentes são brutalmente assassinados ao redor do mundo. Uns vítimas de regimes sedentos de sangue como o comunismo, outros, vítimas dos erroneamente chamados “direitos humanos” como o direito ao aborto. Entretanto, cabe refletir: existe direito ao aborto?

Em primeiro lugar devemos considerar as diferenças entre legalidade e legitimidade. Na Alemanha nazista era plenamente legal o extermínio de judeus, mas isso jamais foi legítimo. O termo “legal” diz respeito somente a um conjunto de normas criadas por um parlamento, por exemplo, a fim de defender certos interesses. Nem sempre esses interesses são 1) a vontade do povo que elegeu o parlamento e 2) a justa moral.

Pelas considerações acima feitas fica claro que nem tudo que é legal é legítimo. Mas então, o que seria legitimidade? Uma consideração importante da legitimidade é a questão do atropelamento dos direitos. Não existe direito de um indivíduo “A” que atropele os direitos do indivíduo “B”. Assim sendo, um indivíduo qualquer só terá como direito aquilo que não agrida a outros indivíduos. É por isso que, nessa questão, se enquadra o aborto.

O aborto é, como disse o Papa João Paulo II, uma violência, um crime demasiadamente injusto porque se trata de um ser humano adulto decidindo tirar a vida de um ser humano ainda não nascido e, portanto, plenamente indefeso. Alguém pode objetar: uma mulher tem o direito de abortar porque é direito dela decidir se quer ou não gerar algum filho. Esse direito é falso porque o ato da mulher decidir se quer ou não gerar um filho reflete, automaticamente, no atropelamento do direito do filho à vida!

O direito à vida é um dos direitos mais sagrados que existe e, a não ser em casos de extrema necessidade, não existe justificativa lícita para se retirar a vida de uma pessoa. Assim sendo, abortar não é um direito porque esse “direito” implica, automaticamente no atropelamento de um outro, por sinal, maior que o primeiro: o direito à vida.

O que dizer então dos casos estupro e gravidez de risco? O primeiro caso fala de uma gravidez contraída injustamente, é claro, mas mesmo assim o direito de abortar não existe. Filhos não pagam pelos crimes dos pais e, portanto, quem deve arcar com as consequências do estupro não é a criança, mas sim o estuprador. No segundo caso temos um empate de direitos, sendo que o direito à vida de uma mãe não é maior que o direito à vida da criança que ela traz no ventre. Assim sendo, não cabe ao homem decidir quem deve viver, mas ao próprio Deus.

Assim sendo, não existe direito ao aborto por um meio lícito e forçar esse direito implica automaticamente em ir contra a outros direitos, esses sim legítimos. Mesmo que todos os estados do mundo legalizem o aborto, cometendo essa violência contra a legitimidade, esse ato jamais será lícito e jamais estará dentro dos planos de Deus.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O homem e a mulher nos planos de Deus

Por: Eduardo Moreira


Uma das características da modernidade é o igualitarismo entre homem e mulher. Entretanto, cabe pensar em que homens e mulheres são iguais? Em quase nada, essa é a verdade.


Uma mulher, mesmo que se esforce, jamais será como um homem. Sua natureza gritará dizendo o contrário. O oposto também é verdadeiro, sendo que o homem jamais poderá ser igual a uma mulher.

Além das diferenças notórias entre os corpos de homens e mulheres, há diferenças psicológicas e comportamentais que fazem plena distinção entre os sexos. Caberia, talvez, perguntar qual dos dois é superior? A resposta é simples: nenhum! Homem e mulher são iguais em dignidade, sendo, portanto, complementares.

A mulher dá ternura ao lar enquanto o homem é seu defensor. Em casos onde falta um dos dois, apenas um sexo deve fazer os dois papéis e muitas vezes o faz bem. Entretanto, numa família tradicional, homem e mulher têm papéis distintos.

Com a crise do igualitarismo, de cunho marxista, os papéis do homem vêm ficando cada vez mais esquecidos. Um desses papéis é a virilidade, isto é, a capacidade do homem de não se acovardar perante seus medos, de não sucumbir diante das dificuldades. O homem deve ser viril, deve enfrentar a vida de frente e deve defender sua família sempre que for necessário. Um homem sem virilidade é como um automóvel sem combustível: não serve pra quase nada e, aliás, perde, uma de suas principais funções.

O que pensar de um homem que não pode defender seu filho quando um adulto covarde o agride? Ou o que pensar de um homem que não é capaz de se impor, de erguer sua voz contra as pessoas que buscam oprimi-lo? O homem, como guardião da casa, deve ser capaz de proteger a si mesmo e à sua família.

A mulher tem um papel mais nobre e de menos bravura. Não que as mulheres não tenham valor, afinal, é uma tarefa árdua ser mulher em meio a uma sociedade muitas vezes recheada de preconceitos errôneos contra o sexo feminino. À mulher cabe ensinar os filhos a terem ternura. Mesmo aos homens as mulheres devem ensinar a ternura, afinal, se um menino aprende apenas a ser homem, ele será mais um troglodita que não sabe respeitar os direitos dos outros e nem a sua própria família. É por isso que os homens, para serem bons pais de família, devem aprender muito com suas mães antes de prosseguirem seus caminhos.

Alguns homens abusam de sua pretensa autoridade e isso deve acabar. Há quem diga que foi a própria moral cristã quem trouxe isso, o que é falso e injusto. Numa das cartas de São Paulo, por exemplo, o Apóstolo diz: Ora, assim como a Igreja é submissa a Cristo, assim também o sejam em tudo as mulheres a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5, 24-25).

Se pensamos que esse versículo diz que apenas a mulher deve ser submissa ao marido, devemos pensar também que só os maridos devem amar suas mulheres, o que é falso. É evidente que a submissão deve ser recíproca assim como o amor. Nenhum homem, por melhor que se julgue, pode usar a Bíblia para justificar uma pretensa relação desproporcional com sua esposa, a menos, é claro, que não se importe em não ser amado por ela.

Os planos de Deus para homem e mulher são, então, planos de plena dignidade, de reciprocidade e amor. Deus não criou um para ser superior ao outro, mas para serem complementares e, assim, para constituírem bem suas famílias, a Igreja Doméstica de Cristo. Como diz a Teologia, a mulher foi retirada da costela. Não da cabeça, porque não é superior. Não dos pés, porque não é inferior. A mulher foi retirada da costela porque está no mesmo nível do homem.