terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Mariologia (II parte)

Termo “mulher” usado por Cristo

No contexto Contemporâneo, principalmente nesta época Pós-Moderna, certas habituais e costumes ou certas praticas vistas até mesmo como virtuosas há Décadas atrás, hoje são utilizadas como velhas ultrapassadas ou seu significado e aplicação em deturpados.

No Brasil, o termo “mulher” pode parecer pouco respeitoso para a maior parte da sociedade inapropriado no relacionamento familiar e social.

Pois que Movimentos e ideais surgidos na revolução francesa no iluminismo, no renascimento Italiano, na revolução industrial acontecida na Inglaterra, o ápice e o advento do capitalismo, com a nova mentalidade normativa e onde a ética e amoral perdem espaço cada vez mais no ocidente tem destruído princípios e modos tradicionais, de comportamento, respeito, religiosidade, tem surgido novas tendências, e a situação vai se modificando bastante.

De outro lado, em alguns países latino-americanos, até hoje, um amigo dirigir-se a outro amigo usando a palavra hombre (homem) assim como no Brasil principalmente no Nordeste usa-se não só para designar um amigo como a própria esposa e etc.

Portanto, para a correta avaliação do significado das expressões, é preciso levar em conta, como se costuma dizer, não só a cultura local, como a época em que foram usadas. Não se pode usar o presente para analisar o passado é anacronismo, Este procedimento é por vezes tentado por integrantes das ciências sociais, inclusive em adaptações que se faz a liturgia católica às diferentes culturas, denominado na linguagem mais sociológica atual a chama de inculturação.

Feita a necessária reserva quanto aos abusos freqüentes a que esse procedimento tem dado lugar, trata-se no caso da presente consulta de analisar o que significava no tempo de Nosso Senhor o tratamento de “mulher”, que em mais de uma ocasião Jesus dispensou a sua Santíssima Mãe (nas bodas de Caná e no alto da Cruz)

A narração de São João da cena da Crucifixão em que Jesus encomenda sua Mãe ao discípulo amado:

“Jesus, pois, tendo visto sua Mãe e o discípulo que ele amava, o qual estava presente, disse a sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe. E, desta hora em diante, a levou o discípulo para sua casa” (Jo 19, 26-27).

É preciso ter um coração de pedra para não se emocionar diante desta cena ao mesmo tempo solene e tocante. E é justamente a solenidade da ocasião que comunica ao tratamento “Mulher” uma grandeza que a própria palavra “Mãe”, nesse contexto, não teria. Para expressar a forte posição e a emocionante ação.

No episódio da Ceia de Caná (Jo 2,1-11), em que Nosso Senhor também chamou sua Mãe de “Mulher”, para constatar que nada havia ali de menos respeitoso. Antes, pelo contrário, era sumamente adequado ao momento.


Tal exercício valerá como saborosa meditação sobre a imensa ternura e intimidade do relacionamento de Nosso Senhor com sua Mãe Santíssima.


(“Referencia a certa resposta dita pelo Sr. Cônego José Luiz Vilac”.)



Concepção e Assunção;


A Imaculada Conceição


O dogma católico que a Bem-aventurada Virgem Maria, desde o primeiro instante de sua conceição, foi preservada da nódoa do pecado original, por privilégio único de Deus e aplicação dos merecimentos de seu divino Filho.

Dois pontos importantes:

O primeiro é ter sido a Santíssima Virgem preservada da mancha original desde o princípio de sua conceição. Deus ab-rogou para ela a lei de propagação do pecado original na raça de Adão; ou por outra, Maria foi cumulada, ainda no começo da vida, com os dons da graça santificante.

No segundo, vê-se que tal privilégio não era devido por direito. Foi concedido na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo. O que valeu a Maria este favor peculiar foram os benefícios da Redenção, na previsão dos méritos de Jesus Cristo, que já existiam nos eternos desígnios de Deus.

Primeiramente, é necessário esclarecer em que consiste a transmissão do "Pecado Original". A lei geral: "Todos os homens pecaram num só” (Rm 3,23) é o grande argumento dos protestantes contra a "Imaculada Conceição". Tal lei é certa e, segundo vamos demonstrar, não encontra a mínima contradição com o dogma católico.

S. Francisco de Sales, no seu "Tratado do amor de Deus", exprime essa verdade de um modo singelo e glorioso;

"A torrente da iniqüidade original veio lançar as suas ondas impuras sobre a conceição da Virgem Sagrada, com a mesma impetuosidade que sobre a dos demais filhos de Adão; mas chegando ali, as vagas do pecado não passaram além, mas se detiveram, como outrora o Jordão no tempo de Josué, aqui respeitando a arca da aliança a torrente parou; lá em atenção ao Tabernáculo da verdadeira aliança, que é a Virgem Maria, o pecado original se deteve."

Os Neo-Protestantes deveriam compreender a diferença essencial que há entre "pecar em Adão" e "pecar pessoalmente", como são coisas bem distintas pertencer a uma raça pecadora e ser pecador.


Como nos contraímos o pecado original.

A transmissão não se pode fazer pela "criação" da alma; afirmar isso seria dizer que Deus é o autor do pecado, o que é impossível e repugna e inadmissível.

Não se transmite tão pouco pelos pais, pois a alma dos filhos não se origina das almas dos pais, mas é criada por Deus. A transmissão se efetua pela "geração".

A alma é criada por Deus no estado de inocência perfeita, mas contrai a "mácula", unindo-se a um corpo formado de um gérmen corrompido, do mesmo modo que ela sofreria se fosse unida a um corpo ferido.

É o que ensinou Santo Tomás.

Santo Agostinho diz a propósito:

"Apesar de nascerem de pais batizados, os filhos vêm à luz com o pecado original, como do trigo inutilizado germina uma espiga, em que o grão é misturado com a palha."

Nesse mistério do nascimento de uma criança, pelo exposto, opera-se uma dupla conceição: a da alma e a do corpo. Foi nesse momento quase imperceptível que Deus preservou do pecado original a "pessoa" de Maria Santíssima. Criou sua alma, como criou as nossas. Os progenitores de Nossa Senhora formaram-lhe o corpo, como nossos pais formaram o nosso. Até aqui tudo é natural; o milagre da preservação limita-se ao instante em que o Criador uniu a alma ao corpo.

Desta união devia resultar a "transmissão do pecado". Deus fez parar o curso desta transmissão, de modo que nela a união se operou, como se tinha realizado na pessoa de Adão, quando Deus, depois de ter feito o corpo do primeiro homem, soprou nele o espírito, constituindo-o na perfeição da inocência e justiça original.
Maria é uma segunda Eva... Mas Eva antes de sua queda! Tal é a sublime doutrina da Igreja de Cristo.

A Exceção à Lei Geral

Seria possível objetar-se que Deus não tem poder para derrogar as leis gerais por Ele mesmo, estabelecidas em favor dos seus.

Seria negar a onipotência divina e fixar limites Àquele,que seu poder é infinito.

É uma lei geral que "todos pecaram num só". Tal fato é universal, e todas as criaturas a ele estão subordinadas. Todavia, nada impede que, antes de efetuar-se a união da alma com o corpo, Deus possa intervir e suspender "um dos seus efeitos", o qual é, precisamente, a transmissão deste "pecado original".

A Sagrada Escritura está repleta dessas derrogações de leis gerais. O movimento do sol e da lua está matematicamente fixado pela lei da natureza; entretanto, Josué não hesitou em fazê-lo parar: "Sol detem-te em Gibeon, e tu, lua, no vale de Hadjalon. E o sol deteve-se e a lua parou" (Jos. 10, 12-13).

É uma lei natural que as águas sigam a correnteza do seu curso. Entretanto,

“Moisés estendeu a mão... o mar deixou livre o seu leito, partiram-se as águas, com um muro à sua esquerda e à sua direita” (Exod. 14, 21 e 22).

É uma lei que o um morto fique morto até à ressurreição geral; entretanto, o próprio Cristo-Deus, diante do cadáver de Lázaro, já em putrefação, exclamou: "Lázaro, sai!" (Jo 11, 43 ).

E imediatamente aquele que estava morto saiu vivo.

Que prova isso, demonstra que "para Deus nada é impossível" (Lc 18, 27).

Será, então, que os protestantes acham impossível que Deus preserve Maria Santíssima da mancha Pecado Original, se a lei geral fosse superior ao poder de Deus, como ficaria o Homem-Deus? Ele, em sua natureza humana, foi preservado do pecado original, mesmo nascendo de uma mulher. Se fosse impossível a Deus manter Imaculada a sua Mãe, também seria impossível manter "imaculado" o Seu Filho único, que nasceu verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.

Provas Bíblicas:

Depois da queda do pecado original, Deus falou ao demônio, oculto sob a forma de serpente:

"Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15).

Basta um pouco de boa-vontade para compreender de que "mulher" o texto fala. A única mulher "cheia de graça", "bendita entre todas", na qual a "semente" ou (raça) foi Nosso Senhor Jesus Cristo (e os cristãos), é a Santíssima Virgem, a nova Eva, mãe do Novo Adão. Como atesta vários padres da Igreja o primeiro deles Santo Irineu, mais tarde também Santo Agostinho e outros.

Conforme esse texto há uma luta entre dois antagonistas: de um lado, está uma mulher com o filho; do outro, o demônio. Ora, se Nossa Senhora não fosse imaculada, essa inimizade não seria inteira e a vitória não seria total, pois Maria Santíssima teria sido pelo menos em parte, sujeita ao poder do demônio através do Pecado Original.

Em outras palavras, a inimizade entre a mulher (e sua posteridade ou seus filhos os cristãos) e a serpente, implica, necessariamente, que Nosso Senhor e Nossa Senhora não poderiam ter sido manchados pelo pecado original.

Na saudação Angélica, quando S. Gabriel diz: "Ave, cheia de graça. O Senhor é contigo”. Ora, não se exprimiria desta maneira o anjo e nem haveria plenitude de graça, se Nossa Senhora tivesse o pecado original, visto o homem ter perdido a graça após o pecado.

A maneira da saudação Angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como Deus desejou chamá-la.
Ao mesmo tempo, a afirmação "o Senhor é convosco" abrange uma verdade luminosa. Se Nosso Senhor é (está) com Nossa Senhora antes da encarnação ("é convosco"). Sendo palavras anteriores à encarnação do verbo no seio da Virgem Maria, forçoso é reconhecer que onde está Deus não está o pecado. Ou seja, Nossa Senhora não tinha o "pecado original".

Prossegue o arcanjo: Não temas, Maria, pois "achaste graça diante de Deus". Aqui termina a revelação da Imaculada Conceição para começar a da maternidade divina:

"Eis que conceberás no teu ventre e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus". (Lc 1, 31).

A conexão estreita entre duas verdades: "Maria será a mãe de Jesus, porque achou graça diante de Deus".

Mas, que graça Nossa Senhora achou diante de Deus para poder ser escolhida como a Mãe Dele. Ora, a única graça que não existia - ou que estava "perdida" - era a "graça original". Falar, pois, que: "Maria achou graça" é dizer que achou a "graça original". Ora, a "graça original" é a "Imaculada Conceição".

Os evangelhos sinóticos deixam claro que a palavra "Cheia de Graça", em grego: "Kecharitoménê", particípio passado de "charitóô", de "Cháris", é empregado na Sagrada Escritura para designar a graça em seu sentido pleno, e não no sentido corrente.

A tradução literal seria: "omnino Plena Caelesti gratia" ou "Ominino gratiosa reddita": "Cheia de graça".

Ou seja, a tradução do latim: "gratia plena" é mais perfeita do que a palavra portuguesa:
"Cheia de graça". Nossa Senhora não apenas "encontrou graça", mas estava "plena" de Graça. Corroborando o que disse o Arcanjo logo em seguida: "O Senhor é contigo".
Falando à Santíssima Virgem que Ela "achara graça",

O Arcanjo diz: Maria sois imaculada, e, por isto, sereis a Mãe de Jesus Cristo.

Também é pela própria razão que se pode concluir a Imaculada Conceição. É claro que o argumento racional não é definitivo, mas colaborou com muita conveniência - e completa harmonia, para com ele. A pesar de a Santa Tradição Apostólica sempre a Provou. Se Maria Santíssima fosse manchada do pecado original, essa mancha redundaria em menor glória para seu filho, que ficou nove, meses no ventre de uma mulher que teria sido concebida na vergonha daquele pecado. Ou seja, em consequência aos méritos de Cristo Jesus. Se qualquer mácula houvesse na formação de Maria Santíssima, teria havido igualmente na formação de Jesus, pois o filho é formado do sangue materno.

S. Paulo assim se expressa sobre o ventre de onde nasceu o menino-Deus:

"Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hebr 9, 11).
Que tabernáculo é esse, "não construído por mãos humanas", por onde "entrou" Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual atesta muitos Padres. o milagre operado em Nossa Senhora na previsão dos méritos de seu divino Filho. Negar que Deus pudesse realizar tal milagre (Imaculada Conceição) seria duvidar de sua onipotência. Negar que Ele desejaria fazer tal milagre seria menosprezar seu amor filial, pois, como afirma S. Paulo: Deus construiu o seu "tabernáculo" que não foi "construído por mãos humanas".
Ora, este tabernáculo, feito imediatamente por Deus e para Deus, devia revestir-se de toda a beleza e pureza que o próprio Deus teria podido outorgar a uma criatura.
E esta pureza perfeita e ideal se denomina: a Imaculada Conceição.

Tradição, desde os primeiros séculos:

S. Tiago Menor, o qual realizou o esquema da liturgia da Santa Missa, de Jerusalém; prescreve a seguinte leitura, após ler uns passos do antigo e do novo testamento, e de umas orações:

"Fazemos memória de nossa Santíssima, Imaculada, e gloriosíssima Senhora Maria, Mãe de Deus e sempre Virgem".

O santo Apóstolo não se limita a isso, mas torna a sua fé mais expressiva ainda. Após a consagração e umas preces, ele faz dizer ao Celebrante:

"Prestemos homenagem, principalmente, a Nossa Senhora, a Santíssima, Imaculada, abençoada acima de todas as criaturas, a gloriosíssima Mãe de Deus, sempre Virgem Maria. E os cantores respondem: É verdadeiramente digno que nós vos proclamemos bem-aventurada e em toda linha irrepreensível, Mãe de Nosso Deus, mais digna que os querubins, mais digna de glória que os serafins; a vós que destes à luz o Verbo divino, sem perder a vossa integridade perfeita, nós glorificamos como Mãe de Deus" (S. jacob in Liturgia sua).

O evangelista S. Marcos, na Liturgia que deixou às igrejas do Egito (Alexandria), serve-se de expressões semelhantes:

"Lembremo-nos, sobretudo, da Santíssima, intemerata e bendita Senhora Nossa, a Mãe de Deus e sempre Virgem Maria".

Na Liturgia dos etíopes, de autor desconhecido, mas cuja composição data do primeiro século, encontramos diversas menções explícitas da Imaculada Conceição. Uma das suas orações começa nestes termos:

“Alegrai-vos, Rainha, verdadeiramente Imaculada, alegrai-vos, glória de nossos pais. Mais adiante, é pela intercessão da Imaculada Virgem Maria que o Sacerdote invoca a Deus em favor dos fiéis: "Pelas preces e a intercessão que faz em nosso favor Nossa Senhora, a Santa e Imaculada Virgem Maria.”.

Terminamos o primeiro século com as palavras de Santo André, apóstolo, expondo a doutrina cristã ao procônsul Egeu, passagem que figura nas atas do martírio do mesmo santo, e data do primeiro século:

"Tendo sido o primeiro homem formado de uma terra imaculada, era necessário que o homem perfeito nascesse de uma Virgem igualmente imaculada, para que o Filho de Deus, que antes formara o homem, reparasse a vida eterna que os homens tinham perdido" (Cartas dos Padres de Acaia).

A doutrina da Imaculada Conceição era, pois, conhecida no primeiro século e por todos, admitida. A esse respeito, nenhuma contradição se levantou na primitiva Igreja.

No século segundo, os escritos dos Santos Padres falam da Imaculada Conceição como um fato indiscutível. Entre os escritores e oradores deste século, contamos: S. Justino, apologista e mártir; Tertuliano e Santo Irineu.

No terceiro século, existem também textos claros em defesa da Imaculada Conceição. Mas em menor quantidade.

Santo Hipólito Bispo de Porto e mártir, escreveu em 220:

"O Cristo foi concebido e tomou o seu crescimento de Maria, a Mãe de Deus toda pura". Mais além ele diz: "Como o Salvador do mundo tinha decretado salvar o gênero humano, nasceu da Imaculada Virgem Maria".

Orígenes, que viveu em 226 e pareceu resumir a doutrina e as tradições de sua época, escreveu:

"Maria, a Virgem-Mãe do Filho único de Deus, é proclamada a digna Mãe deste digno Filho, a Mãe Imaculada do Santo e Imaculado, sendo ela única, como único é o seu próprio Filho."

No século quarto, aparecem inúmeros escritos sobre a Imaculada Conceição, cada vez mais explícitos e em maior número. Temos diante de nós as figuras incomparáveis de Santo Atanásio, de Santo Efrém, de S. Basílio Magno, de Santo Epifânio, e muitos outros, que constituem a plêiade gloriosa dos grandes Apóstolos do culto da Virgem Santíssima e, de modo particular, de sua Imaculada Conceição.

Para terminar, um pequeno soneto.

Em 1823, dois sacerdotes dominicanos, Pe. Bassiti e Pignataro estavam exorcizando um menino possesso, de 12 anos de idade, analfabeto. Para humilhar o demônio, obrigaram-no, em nome de Deus, a demonstrar a veracidade da Imaculada Conceição de Maria. Para surpresa dos sacerdotes, pela boca do menino possesso, o demônio compôs o seguinte soneto:

"Sou verdadeira mãe de um Deus que é filho,E sou sua filha, ainda ao ser-lhe mãe;Ele de eterno existe e é meu filho,E eu nasci no tempo e sou sua mãe.
Ele é meu Criador e é meu filho,E eu sou sua criatura e sua mãe;Foi divinal prodígio ser meu filhoUm Deus eterno e ter a mim por mãe.
O ser da mãe é quase o ser do filho,Visto que o filho deu o ser à mãeE foi a mãe que deu o ser ao filho;
Se, pois, do filho teve o ser a mãe,Ou há de se dizer manchado o filhoOu se dirá Imaculada a mãe.”

Conta-se que o Papa Pio IX chorou, ao ler esse soneto que contém um profundíssimo argumento de razão em favor da Imaculada.

Nossa Senhora foi à restauradora da ordem perdida por meio de Eva. Eva nos trouxe a morte, Maria nos dá a vida. O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.

“Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça.” (S. João Damasceno, Sermo 2 in Dormitione B. M.).

O Dogma da Imaculada Conceição foi proclamado pelo Papa Pio IX, cercado de 53 cardeais, de 43 arcebispos, de 100 bispos e mais de 50.000 romeiros vindos de todas as partes do mundo, no dia 8 de dezembro de 1854.

Passados apenas 3 anos dessa solene proclamação, em 11 de agosto de 1858, Nossa Senhora dignou-se aparecer milagrosamente quinze dias seguidos, perto da pequena cidade de Lourdes, na França, a uma pobre menina, de 13 anos de idade, chamada Bernadete.

No dia 25 de março, Bernadete suplicou que Nossa Senhora lhe revelasse seu nome. Após três pedidos seguidos, Nossa Senhora lhe respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Aparição que encerra a tradição ininterrupta dos Apóstolos.



(Referência e modificações ao estudo exposto pelo Site da Associação Cultural Montfort; sobre o Dogma da Conceição Imaculada de Maria).



A Assunção de Nossa Senhora;

A Assunção de Nossa Senhora foi transmitida pela tradição escrita e oral da Igreja. Ela não se encontra explicitamente na Sagrada Escritura, mas está implícita.

Os protestantes acreditam que a Mãe de Deus, apesar de ter sido o Tabernáculo vivo, da divindade, devia conhecer a podridão do túmulo, o esquecimento da morte, o aniquilamento de sua pessoa.

O que foi transmitido pelos primeiros cristãos e transmitido pelos séculos de forma inconteste.
Na ocasião de Pentecostes, Maria Santíssima tinha mais ou menos 47 anos de idade. Depois desse fato, permaneceu Ela ainda 25 anos na terra, para educar e formar, por assim dizer, a Igreja nascente, como outrora ela educara, protegera, e dirigira a infância do Filho de Deus.

Ela terminou sua "carreira mortal" na idade de 72 anos, conforme a opinião mais comum entre os historiadores católicos e teólogos.

A morte de Nossa Senhora foi suave, chamada de "dormição".

Quis Nosso Senhor dar esta suprema consolação à sua Mãe Santíssima e aos seus apóstolos e discípulos que assistiram a "dormição" de Nossa Senhora, entre os quais se sobressai.
S
. Dionísio Aeropagita, discípulo de s. Paulo e primeiro Bispo de Paris, o qual nos conservou a narração desse fato.

Diversos Santos Padres da Igreja contam que os Apóstolos foram milagrosamente levados para Jerusalém na noite que precedera o desenlace da Bem-aventurada Virgem Maria.

S. João Damasceno, um dos mais ilustres doutores da Igreja Oriental, refere que os fiéis de Jerusalém, ao terem notícia do falecimento de sua Mãe querida, como a chamavam, vieram em multidão prestar-lhe as últimas homenagens e que logo se multiplicaram os milagres em redor da relíquia sagrada de seu corpo.

Três dias depois chegou o Apóstolo S. Tomé, que a Providência divina parecia ter afastado, para melhor manifestar a glória de Nossa Senhora, como dele já se servira para manifestar o fato da ressurreição de Nosso Senhor. S. Tomé pediu para ver o corpo de Nossa Senhora. Quando retiraram a pedra, o corpo já não mais se encontrava. Túmulo se exalava um perfume de suavidade celestial!

Os anjos retiraram o seu corpo imaculado e o transportaram ao céu, onde ele goza de uma glória inefável.

Nada é mais autêntico do que estas antigas tradições da Igreja sobre o mistério da Assunção da Mãe de Deus, encontradas nos escritos dos Santos Padres e Doutores da Igreja, dos primeiros séculos, e relatadas no Concílio geral de Calcedônia, em 451.

Como Nossa Senhora era isenta do 'pecado original', ela estava imune à sentença de morte (conseqüência da expulsão do paraíso terrestre). Todavia, por não ter acesso à "árvore da vida" (que ficava no paraíso terrestre), Maria Santíssima teria que passar por uma "morte suave" ou uma "Dormição" Em linguagem litúrgica antiga.

Por um privilégio especial de Deus, acredita-se que Nossa Senhora não precisaria morrer se assim o desejasse, ainda que não tivesse acesso à "árvore da vida".
Tudo isso, é claro, ainda poderá ser mais bem explicado com o tempo, quando a Igreja for explicitando certos mistérios relativos à Santíssima Virgem Maria que até hoje permanecem.
Muito pouco ainda descobrimos sobre a grandeza de Nossa Senhora, como bem disse S. Luiz Maria G. de Montfort em seu livro "Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem".

É certo que Nossa Senhora escolheu passar pela morte, mesmo não tendo necessidade.
Quais foram, então, as razões da escolha da morte por Nossa Senhora.

Podem-se levantar várias hipóteses. O Pe. Júlio Maria (da década de 40) assinala quatro:

1) Para refutar, de antemão, a heresia dos que mais tarde pretenderiam que Maria Santíssima não tivesse sido uma simples criatura como nós, mas pertencesse à natureza Angélica.

2) Para em tudo se assemelhar ao seu divino Filho.

3) Para não perder os merecimentos de aceitação resignada da morte.

4) Para nos servir de modelo e ensinar a bem morrer.
Podemos, pois, resumir esta doutrina dizendo que Deus criou o homem mortal. Deus deu a Maria Santíssima não o direito (por não ter acesso à "Árvore da vida"), mas o privilégio, de ser imortal. Ela preferiu ser semelhante ao seu Filho, escolhendo voluntariamente a morte, e não a padecendo como castigo do pecado original que nunca tivera.

Analisemos, agora, a Ressurreição de Maria Santíssima.

Os Apóstolos, ao abrirem o túmulo da Mãe de Deus para satisfazer a piedade de São Tomé e ao desejo deles todos, não encontrando mais ali o corpo de Nossa Senhora, deduziram e perceberam que Ela havia ressuscitado.
Não era preciso ver à ressurreição para crer no fato, era uma dedução lógica decorrente das circunstâncias celestiais de sua morte, de sua santidade, da dignidade de Mãe de Deus, da sua Imaculada Conceição, da sua união com o Redentor, tudo isso constituía uma prova irrefutável da Assunção de Nossa Senhora.
A Assunção difere da ascensão de Nosso Senhor no fato de que, no segundo caso, Nosso Senhor subiu por seu próprio poder, enquanto sua Mãe foi assunta ao Céu pelo poder de Deus.

Ora, há vários argumentos racionais em favor da Assunção de Nossa Senhora. Primeiramente, havendo entrado de modo sobrenatural nesta vida, seria normal que saísse de forma sobrenatural, esse é um princípio de harmonia nos atos de Deus. Se Deus a quis privilegiar com a Imaculada Conceição, tanto mais normal seria completar o ato na morte gloriosa.

Depois, a morte, como diz o ditado latino: "Talis vita, finis ita", é um eco da vida. Se Deus guardou vários santos da podridão do túmulo, tornando os seus corpos incorruptos, muito mais deveria ter feito pelo corpo que o guardou durante nove meses, pela pele que o revestiu em sua natureza humana, etc.



Nosso Senhor tomou a humanidade do corpo de sua Mãe. Sua carne era a carne de sua Mãe, seu sangue era o sangue de sua Mãe, etc. Como permitir que sua carne, presente na carne de sua santíssima Mãe, fosse corrompida pelos vermes e tragada pela terra? Ele que nasceu das entranhas amorosíssimas de Maria Santíssima permitiria que essas mesmas entranhas sofressem a podridão do túmulo e o esquecimento da morte? Seria tentar contra o amor filial mais perfeito que a terra já conheceu. Seria romper com o quarto mandamento da Lei de Deus, que estabelece "Honrar Pai e Mãe".

Qual filho, podendo, não preservaria sua Mãe da morte. A dignidade de Filho de Deus feito homem exigia que não deixasse no túmulo Aquela de quem recebera o seu Corpo sagrado. Nosso Senhor Jesus Cristo, por assim dizer, preservando o corpo de Maria Santíssima, preservava a sua própria carne.
Ainda podemos levantar o argumento da relação imediata da paixão do Filho de Deus e da compaixão da Mãe de Deus, promulgada, de modo enérgico, no Evangelho, pela profecia de S. Simeão falando à própria Mãe:

"Eis que este menino está posto para a ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição. E uma espada transpassará a tua alma" (Luc. 2, 34, 45).

Esta tradução em vernáculo (português, no caso) é larga. O texto latino (em latim) tem uma variante que parece ir além do texto em português. "Et tuam ipsius animam pertransibit glaudius" o que quer dizer literalmente: o mesmo gládio transpassará a alma dele e a vossa. Como seria possível que o Filho, tendo sido unido à sua Mãe em toda a sua vida, na sua infância e na sua dor, não se unisse a Ela na sua glória.

Os Evangelhos.

A Assunção de Maria Santíssima foi sempre ensinada em todas as escolas de teologia e não há voz discordante entre os Doutores. A Assunção é como uma conseqüência da encarnação do Verbo.

Se a Virgem Imaculada recebeu outrora o Salvador Jesus Cristo, é justo que o Salvador, por sua vez, a receba. Não tendo Nosso Senhor desdenhado descer ao seu seio puríssimo, deve elevá-la agora, para partilhar com Ela a sua glória. Cristo recebeu sua vida terrena das mãos de Maria Santíssima. Natural é que Ela receba a Vida Eterna das mãos de seu divino Filho. Além de conservar a harmonia em sua própria obra, Deus devia continuar favorecendo a Virgem Imaculada, como Ele o fez, desde a predestinação até a hora de sua morte. Ora, podendo preservar da corrupção do túmulo a sua santa Mãe, tendo poder para fazê-la ressuscitar e para levá-la ao céu em corpo e alma, Deus devia fazê-lo, pois Ele devia coroar na glória aquela que já coroara na terra... Dessa forma, a Santíssima Mãe de Deus continuava a ser, na glória eterna, o que já fora na terra:

"a mãe de Deus e a mãe dos homens".

Tal se nos mostra Maria na glória celestial, como cantava o Rei de sua Mãe, assim canta Deus de Nossa Senhora: "Sentada à direita de seu Filho querido" (1 Reis, 2, 19),

"Revestida do sol" (Apoc. 12, 1), cercada de glória "como a glória do Filho único de Deus" (Jo. 1, 14),
Pois é a mesma glória que envolve o Filho e a Mãe! Ele nos aparece tão belo! E ela como se nos apresenta suave em seu sorriso de Mãe, estendendo-nos os braços, num convite amoroso, para que vamos a Ela e possamos um dia partilhar de sua bem-aventurança!

Protesto do Filhos rebeldes de Maria.Assim argumenta os Neo-Protestantes.


“Ninguém subiu ao céu se não aquele que desceu do céu,o filho do homem que está no céu”(Jo 3,13)

Como já vimos à subida de Cristo ao céu se diz Ascensão, porque Cristo subiu ao céu por seu próprio poder, e ninguém a não ser Deus pode subir ao céu por si mesmo. Por isso se diz que Nossa Senhora foi levada ao céu. Assunção de Nossa Senhora ao céu quer dizer exatamente isso: que ele foi levado ao céu. Ela não subiu ao céu por seu próprio poder. Só Jesus subiu ao céu por seu próprio poder. Maria subiu realmente aos céus em corpo e alma, porque para lá foi levada por Deus.
Curioso que os protestantes reconhecem que Deus levou Enoch e Elias ao céu sem que tivessem morrido, mas não aceitam que o mesmo possa ter ocorrido com Nossa Senhora.

São Paulo nos fala de Henoc: "Pela fé, Henoc foi levado, a fim de escapar à morte e não foi mais encontrado, porque Deus o levara (...)" (Hebreus, 11,5);

O livro de Reis fala de Elias, que subindo num carro de fogo, foi arrebatado por Deus, em corpo e alma. (II Reis, II, 1-11)


Títulos e Aparições

Não existe nenhuma diferença quanto à Pessoa Venerada; trata-se sempre da mesma Virgem Maria, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo que aparece na Bíblia.

São apenas diferentes invocações ou títulos que lembram os lugares em que Ela apareceu, ou o modo como Ela se manifestou, ou algum privilégio de que Ela está adornada, ou finalmente algum aspecto especial pelo qual Ela deve ser venerada.

Exemplos:

Nossa Senhora de Fátima. Esta invocação surgiu a partir das aparições da Virgem em 1917 na Cova da Iria -- periferia de Fátima em Portugal, onde Ela se manifestou a três pastorinhos, anunciando castigos para a humanidade se esta não se convertesse, mas que por fim seu Imaculado Coração triunfaria.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Por que Aparecida? Porque uma imagem da Imaculada Conceição foi achada, "apareceu" no Rio Paraíba, em São Paulo, há quase trezentos anos atrás, numa pesca milagrosa, que deu início a uma série de prodígios e bênçãos para a Terra de Santa Cruz.

Nossa Senhora da Imaculada Conceição; nesta invocação os fiéis exaltam o privilégio altíssimo dado por Deus a Nossa Senhora, o fato de ter sido Ela concebida sem pecado original, ou seja, a sua concepção foi sem mácula, sem a mancha do pecado de origem, cometido por nossos primeiros pais no Paraíso. Privilégio único.

Nossa Senhora Consoladora dos Aflitos -- com esta invocação a Igreja incentiva todos os fiéis que estiverem aflitos a se voltarem com especial confiança para a Virgem Santíssima. É a Mãe e Senhora da Consolação.

E, assim por diante, cada invocação de Nossa Senhora tem sua razão de ser, sua luz, seu perfume. Haja vista a Ladainha Lauretana, que é a Sua Ladainha...

Aí estão as explicações sobre as várias invocações a Nossa Senhora. E, para encerrar, como de Maria nunca é demais falar, cito as ardentes palavras de S. Luís Maria Grignion de Montfort em seu Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem:

"Jesus Cristo deu mais glória a Deus, submetendo-se a Maria durante trinta anos, do que se tivesse convertido toda a terra pela realização dos mais estupendos milagres. Quão altamente glorificamos a Deus, quando, para lhe agradar, nos submetemos a Maria, a exemplo de Jesus Cristo, nosso único modelo”.

Se examinarmos atentamente o resto da vida de Jesus, veremos que foi por Maria que Ele quis começar seus milagres. Pela palavra de Maria Ele santificou São João no seio de Santa Isabel; assim que as palavras brotaram dos lábios de Maria, João ficou santificado, e foi este seu primeiro milagre na ordem da graça. Foi ao humilde pedido de Maria, que Ele, nas núpcias de Caná, mudou água em delicioso vinho, sendo este seu primeiro milagre em público, na ordem da natureza. Ele começou e continuou seus milagres por Maria, e por mediação de Maria continuará a operá-los até o fim dos séculos. É Ela a Medianeira de todas as Graças.


Aparições;

Hoje em dia fala-se muito em aparições de Nossa Senhora, de imagens suas que choram, e de tantos outros fenômenos extraordinários.

É preciso evitar dois extremos: uma credulidade leviana e excessiva, ou um ceticismo racionalista e militante, de muitos atualmente.

Deus, em Sua sabedoria e onipotência, pode comunicar-se com as pessoas através de graças internas ou manifestações externas. Entre estas últimas figuram as aparições, revelações, milagres, etc.

A Igreja, porém, sempre recomendou a prudência diante do extraordinário. Porque, como diz São Paulo
"o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz" (2 Cor 11, 14)

. Portanto - se Deus assim o permitir -, o demônio pode simular aparições de Nosso Senhor, de Nossa Senhora, dos Santos, bem como forjar "revelações", predizer o futuro necessário (de forma apenas aproximativa), etc.
Se na História da Igreja são incontáveis as verdadeiras aparições de Nosso Senhor, de Nossa Senhora e dos Santos, também incontáveis são as falsas aparições provindas do maligno, que é o "pai da mentira"...

O proceder da Igreja.

É preciso distinguir o ceticismo da prudência. O primeiro é uma atitude ácida, atéia, orgulhosa, de quem estabelece o seu próprio julgamento como norma última de todas as coisas. A segunda procede de uma graça, é uma virtude cardeal (que dirige o agir humano) do bom filho da Igreja que, antes de se pronunciar, estuda bem a questão, pede o conselho de pessoas competentes, examina os efeitos que o fato "extraordinário" provoca etc.

Como norma, uma aparição ou revelação só deve ser aceita com toda segurança depois que a autoridade religiosa competente, isto é, o Bispo do lugar, e posteriormente a Santa Sé, após minucioso exame dos fatos e das doutrinas, pronuncia-se a respeito num sentido favorável.

Como a Revelação oficial de Deus terminou com a morte do último Apóstolo, toda revelação particular, mesmo da parte de Nosso Senhor e Nossa Senhora, tem um sentido apenas indicativo, de exortação para o aperfeiçoamento e a conversão, ou para que se incendi-e uma especial devoção.

Assim, por exemplo, as revelações feitas a Santa Gertrudes, Santa Hildegarda e Santa Margarida-Maria Alacoque sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, estimularam o estudo dos teólogos e da Santa Sé sobre a matéria, até chegar-se ao triunfo dessa devoção com a Consagração, feita pelo Papa Leão XIII, do mundo a esse adorável Coração.

Nas aparições de Nossa Senhora em La Salette, Lourdes e Fátima, reconhecidas como autênticas e aprovadas pela Igreja, as mensagens foram de penitência e oração, para a conversão do mundo. Em Fátima, Nossa Senhora deu ênfase aos perigos representados pelo comunismo e pela imoralidade.

Enquanto a autoridade eclesiástica não se pronunciar, portanto, é preciso muita cautela a respeito de aparições e revelações, sobretudo quando elas se multiplicam com muita freqüência ou são excessivamente prolongadas. A Providência não é tagarela, e nem usa de meios extraordinários continuamente. Ela exige de nós a Fé, robusta e humilde, e a confiança, sem a ansiedade pelo extraordinário.

Se nós refletirmos no extraordinário que é a Consagração no Santo Sacrifício da Missa, a Comunhão, a Absolvição sacramental, nós veremos que Deus está continuamente se manifestando a nós, embora através de misteriosos Sinais sensíveis: os Sacramentos.
O mesmo São Paulo, com aquela clareza que é toda sua, ensina aos Coríntios: nesta vida.

"Caminhamos pela fé e não pela visão" (2 Cor. 5,7)
.
Cultivemos especialmente a fundamental virtude da Fé, pela nossa vida de oração, mas também pelo estudo da doutrina católica, buscando livros e autores em cuja ortodoxia possa confiar plenamente.

As aparições de Nossa Senhora.

A sabedoria da Igreja em considerar o assunto e as imposturas diabólicas Nossa Senhora é nossa mãe. E não é de admirar que Ela queira aparecer, para ensinar e proteger seus filhos. De outro lado, porém, o inimigo de nossa salvação, que se apresenta por vezes como “anjo de luz” (II Cor 11,14), tem empenho em fabricar falsas aparições para desviar os fiéis. E há também charlatães que inventam aparições, com motivos escusos. A sapiencialidade da Igreja nesta matéria deve ser nosso modelo.

Tenhamos cuidado e analisemos cautelosamente as múltiplas notícias sobre aparições de Nossa Senhora hoje em dia. Posso acreditar no que ouço falar de tais aparições?

Nossa intenção aqui é apenas apresentar alguns dados para auxiliar o meritório labor de pessoas dedicadas a responder tais perguntas.

Um primeiro ponto a ser considerado é a seriedade com que a Igreja encara essa matéria. Divinamente inspirada, e com a experiência de 20 séculos de História, Ela analisa com muito cuidado todas as manifestações supostamente sobrenaturais. Depoimentos são tomados, analisados, revisados. Verifica-se se não há algo que deponha contra a aparição e se nenhum detalhe desabonador foi esquecido. E só após cuidadoso exame a Santa Igreja reconhece a autenticidade desta ou daquela aparição. Mais precisamente: declara-as “dignas de crédito”, sem impor aos fiéis a sua aceitação.
Para avaliar a seriedade desse trabalho, alguns dados estatísticos poderão ser de utilidade para nós.

Aparições em números

A um livreto intitulado; “Enquête sobre as aparições da Virgem”, * que procura fazer uma análise, com rigor histórico, das diversas aparições marianas ocorridas no século XX. O autor não toma posição nas controvérsias, não se manifestando a favor ou contra esta ou aquela aparição. Limita-se a registrar os fatos. A parte que nos interessa no presente artigo encontra-se no final da obra: uma tabela registrando as aparições desde 1900 até 1993; portanto, durante quase todo o século XX. No total, são 362 aparições analisadas.

Ao lado de cada uma encontra-se uma descrição do seu status. Ou seja, se as aparições foram aprovadas e, portanto, solenemente reconhecidas, no sentido acima explicado pelo bispo local; se tiveram algum culto autorizado pelas autoridades competentes, portanto algo de muito menos peso do que a aprovação, mas que representa, em todo caso, um bom sinal; se foram desautorizadas total ou parcialmente; ou se inexiste, até o presente, qualquer decisão das autoridades eclesiásticas a respeito do ocorrido.
O primeiro aspecto que chama a atenção é o baixíssimo número de aparições aprovadas: apenas quatro. Ao que saibamos, mais uma foi aprovada posteriormente totalizando cinco, portanto mas isto representa pouco mais de 1% das aparições analisadas. Outras 11 tiveram algum culto autorizado, sendo a maioria destas anteriores a 1950.
Em sentido contrário, há 79 aparições desautorizadas, ou seja, pouco mais de 20%.
Traduzidos estes números em linguagem mais simples, eles significam que a Igreja, das aparições do século XX, aprovou uma em cada 100 e desautorizou uma em cada 5. Tais dados são significativos para exprimir o rigor da Igreja Católica e especialistas ao examinar os fatos. E também revelam como os fiéis devem igualmente ser sérios e agir cautelosamente nesta matéria, não se deixando levar por ondas e sensacionalismos.





Ardis do demônio


Das cinco aparições aprovadas no século XX, duas ocorreram na Bélgica: uma em Beauraing, no ano de 1932, e outra em Banneux, em 1933.

Pouco depois começou uma onda de “aparições” naquele mesmo país. Até 1936 portanto, quatro anos depois da primeira aparição reconhecida como verdadeira surgiram ali nada menos que 15 “aparições”, sendo 10 destas condenadas pela Igreja; e a respeito das outras cinco, ainda não houve nenhuma decisão.

Não constam falsas aparições em Portugal, após os acontecimentos de Fátima. Como explicar tal diferença.

Duas táticas diabólicas

Parece-nos que o demônio, pai da mentira, utiliza duas táticas diferentes, segundo a diversidade de situações.

Num primeiro caso, tenta ele desprestigiar as manifestações sobrenaturais, multiplicando de modo desmesurado o número de “aparições”. Desta forma, normalmente as pessoas, tomando conhecimento delas que, em muitos casos, comportam “profecias” rapidamente desmentidas pela realidade ou atitudes francamente reprováveis por parte do “vidente” ou “videntes” ficam desconfiadas se a aparição verdadeira não fará parte dessa avalanche de manifestações tidas como sobrenaturais.

Igualmente, conhecendo o demônio o bem que produz nas almas tíbias ou indiferentes um acontecimento bom inesperado, procura desvirtuá-lo, pela multiplicação de outros eventos semelhantes, o que tende a tornar qualquer aparição um fato banal. Se chegam ao nosso conhecimento duas aparições verdadeiras cercadas por 10 falsas, poderá pairar uma dúvida terrível acerca das duas verdadeiras até a Igreja estudar todos os casos e se pronunciar sobre eles, o que tirará às verdadeiras aparições muito de sua eficácia. Sem falar dos charlatães...



Autenticidade X embustes



No caso de Fátima, a situação é completamente diferente. Nossa Senhora enviava uma mensagem de transcendental importância para o mundo todo, anunciando o fim de uma era histórica revolucionária e, após castigos e provações — se os homens não se arrependerem — o início do reinado de seu Imaculado Coração. Tudo isso apresentava um porte universal, e não apenas vantagens locais para os videntes ou outros. Lembremos que na última aparição teve lugar o milagre do sol, testemunhado por milhares de pessoas. Sua repercussão foi enorme, e Fátima constitui um tema polêmico até hoje. Nesse caso, para o demônio conseguir realizar fato semelhante, teria que operar um grande e autêntico milagre, o que lhe é de todo impossível.
Seria difícil ao príncipe das trevas misturar um acontecimento do magnífico porte de Fátima com várias pseudo-aparições ridículas, minguadas e até contraditórias. Então, o que faz ele? Utiliza a tática do silêncio. Procura evitar que se fale da verdadeira aparição. Se ele inventasse outras “aparições”, elas não fariam sombra aos portentos realizados por Nossa Senhora em Fátima. Pelo contrário, fariam com que o denso conteúdo das aparições fosse lembrado e comentado. Assim sendo, a tática melhor para o maligno é tentar lançar sobre elas o véu do esquecimento.


Nessa ordem de idéias, compreende-se que o diabo procure desvirtuar a mensagem de Nossa Senhora em Fátima. Oblitera-se o lado trágico da mensagem, o apelo materno a uma humanidade chafurdada no pecado, a advertência sobre os castigos que se aproximam. Por isso, nota-se um duplo jogo, que favorece o demônio: é melhor que não se fale dos eventos de Fátima; mas, sendo imperioso falar, procurar apresentá-los como acontecimentos sem maiores conseqüências para a humanidade, como que neutros, sem a idéia de castigo e de prêmio.

Muito haveria a dizer sobre as diversas aparições de Nossa Senhora e suas contrafações, inventadas ou instrumentalizadas pelo maligno. Aparecendo a oportunidade, iremos exibindo fatos e argumentos para ajudar os católicos fiéis, desejosos de uma maior segurança doutrinária nesse tema, a formar sua opinião. Assim, contribuiremos para difundir uma verdadeira devoção à Mãe de Deus,

“Interior, terna, santa, constante e desinteressada”, segundo as palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu famoso Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem.

(“Texto Referencial a certa resposta dita pelo Sr. Cônego José Luiz Vilac”.)


Honra e Homenagem à Santa Maria

(texto estudo mais tarde será exposto e mais conceituado nos artigos apologéticos; Culto católico / Imagens / Idolatria e Veneração dos santos e das Imagens ).


O culto que prestamos á Mãe de Deus é um culto de hiperdulia,ou seja um culto de veneração maior que aos demais santos

Veneramos Nossa Senhora por ela ser a maior de todas as criaturas,por ela ser a filha predileta de Deus Pai,por ela ser a Mãe Admirável de Deus filho e por ela ser a esposa Fidelíssima de Deus Espírito Santo

Veneramos Nossa Senhora por que foi por ela que a salvação chegou até nós, porque ela é a mãe da divina graça, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Dessa forma não existe nenhuma adoração a nossa Senhora no culto católico, pois esse culto supremo nós somente prestamos a Deus Nosso Senhor. Entretanto, se Deus veio ao mundo por Maria, é também por Maria que ele deve vir a nossas almas, e é exatamente nisto que consiste a veneração da Igreja á nossa Senhora.


Objetivação dos hereges: por que se fazem tantas festas e coroações de Nossa Senhora e não se faz o mesmo a Nosso Senhor?

Objeção totalmente descabida. Pois, todas as festas da Igreja têm a Nosso Senhor como centro: Ele é o Mediador absoluto do qual Nossa Senhora é por excelência a Medianeira por participação. Até mesmo os Santos embora imensamente abaixo de Nossa Senhora -- podem também ser mediadores por participação.

Assim, ao glorificarmos a Excelsa Mãe de Deus ou um destes mediadores secundários é ao Mediador principal que estamos glorificando.

Além disso, na Igreja há inúmeras festas o Nosso Senhor. O Ano Litúrgico gira todo em torno dos Mistérios de Nosso Senhor Jesus Cristo. Os cinqüenta e dois Domingos do ano celebram a Ressurreição! Eu me lembro em criança das procissões da Semana Santa, por exemplo, com Nosso Senhor morto, a célebre Procissão do Enterro, após a cerimônia das três horas da tarde; a Festa de Corpus Christi; a Festa do Sagrado Coração de Jesus, Cristo Rei etc.

Agora, se o povo manifesta ternura e entusiasmo por Nossa Senhora, é porque tem verdadeiro amor por Nosso Senhor. Porque, como dizia o grande São Luís Maria Grignion de Montfort,

"Não tem a Deus por Pai quem não tem Maria por Mãe".


As Glórias da Virgem Maria, revelada nas Escrituras


Muitas e grandiosas são as glórias de Maria Santíssima, pelas quais não cessam de propagar e cantar seus louvores todos os seus servos. Não apenas os anjos e santos nos céus, mas também nós os pecadores glorificamos com confiança todos os dias a tão excelsa mãe. Não podia, portanto, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, calar-se a respeito da mais sublime de suas criaturas. Apresentaremos um pequeno resumo de como as Sagradas Escrituras exaltam e testemunham às glórias de Nossa Senhora.

“Entrando o anjo disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo’" ( Lc 1, 28)

Eis aqui, proclamado pelo próprio anjo Gabriel o privilégio extraordinário da Imaculada Conceição de Maria e sua santidade perene. Quando a Igreja chama Maria de;

"Imaculada Conceição" quer dizer que a mesma, desde o momento de sua concepção foi isenta - por graça divina - do pecado original. Se Maria Santíssima tivesse sido gerada com o pecado herdado de Adão ou tivesse qualquer pecado pessoal, o Arcanjo Gabriel teria mentido chamando-a de "cheia de graça". Pois, onde existe esta "graça transbordante" não pode coexistir o pecado. Por isso, esta boa Mãe é também chamada pelos seus servos de "Santíssima Virgem". Os santos ensinaram que não convinha a Jesus Cristo, o Santíssimo, ser gerado e nascer de uma criatura imperfeita. Como podia o Santíssimo Deus, Jesus Cristo ser depositado num receptáculo que não fosse digno d´Ele? Pois ele mesmo testemunha no Evangelho, que não se coloca vinho novo e bom em odres velhos e defeituosos ( conf. Lc 5, 37 ). Eis porque o Criador elevou Maria, este "Vaso Insigne de Devoção" a tão grande santidade.

"Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra" ( Lc 1, 38 )

Maria ao dizer seu "sim" incondicional ao convite de Deus, introduz no mundo o Verbo Divino, Jesus Cristo. E, fato assombroso: torna-se a única criatura a gerar o seu Criador segundo a natureza humana. Deus a amava tanto que quis precisar nascer e depender dela enquanto homem. Maria iniciou com sua sagrada gravidez o restabelecimento da concórdia entre Deus e os homens conforme está escrito:

"Por isso, Deus os abandonará, até o tempo em que der à luz aquela que há de dar à luz" ( Miq 5, 2).

Com este sim incondicional Maria cumpre também a primeira de todas as profecias registrada na história da humanidade. Porque com esta sua doação total ela fere a cabeça do demônio ( Gn 3,15 ) e começa a devastar o seu reino de morte, que será destruído totalmente pelo seu filho Jesus.

"Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada" ( Lc 1, 48 )

Os santos proclamam a profunda intimidade dela com a Santíssima Trindade: Filha de Deus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho! O Espírito Santo profetiza pelos lábios de Maria, que daquele momento em diante de geração em geração, isto é, para sempre, todos os cristãos proclamariam sua bem-aventurança. Feliz religião que a enaltece e a glorifica! Felizes os seus filhos que a exaltando e enaltecendo-a cumprem fielmente esta profecia.

”Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor?” (Lc 1, 43).

Isabel, mulher idosa e santa, esposa de Zacarias, mãe de João Batista desmancha-se em elogios àquela jovem que foi até sua casa para servir! Que lição de humildade a tantas pessoas que com sua "sabedoria" (que na verdade é pestífera loucura) evitam tributar à Santa Mãe de Deus os louvores que ela merece, temendo que isto diminua à glória devida a Jesus Cristo.

Esquecem então, que o Espírito Santo mesmo ensina que o louvor dirigido aos pais é grande honra para o filho (cf. Eclo 5-6, 13). Preferem, portanto, os verdadeiros filhos de Maria, em todos os tempos, lugares e momentos, exaltarem a Virgem, imitando o exemplo de Santa Isabel, para serem seguidores fiéis da Sagrada Escritura.

" Pois assim que a voz da tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio " ( Lc 1, 44 )

Cristo testemunhou a respeito de João Batista: "dos nascidos de mulher nenhum foi maior que João" ( cf. Lc 7 28 ).

Pois bem. Este mesmo S. João Batista, que Jesus Cristo declara ter sido mais importante que todos os patriarcas, profetas e santos do Antigo Testamento, ao ouvir a doce voz de Maria "estremeceu de alegria". O Espírito Santo, que nele habitava, exultou de alegria ao ouvir a voz da doce Mãe! Não é, pois justo, a nós que somos os últimos de todos, exultarem de alegria ao ouvir o doce nome de Maria? Não nos é sumamente necessário imitar o Espírito Santo? Não é proveitoso para os cristãos imitarem o gesto de São João Batista? Bendito os servos de Deus, que não se cansam de se alegrar e cantar os louvores desta Senhora, imitando assim o gesto do Divino Esposo e de São João Batista, o maior profeta da Antiga Aliança.

"E uma espada transpassará a tua alma" ( Lc 2, 35 )

Uma lança transpassou o coração do Cristo na Cruz. Uma espada de dor transpassou o coração de Maria no Calvário! Deus revela ao profeta Simeão como Nossa Senhora estaria intimamente ligada a Jesus Cristo no momento da Sagrada Paixão. Ninguém em toda a terra, em todas as épocas, esteve mais intimamente ligado a Jesus naquele dramático momento que sua Santíssima Mãe. Portanto que, junto com o sacrifício expiatório, doloroso e único de Jesus Cristo no Calvário, subiu também aos céus, como oferta agradabilíssima diante de Deus, o sacrifício doloroso de Nossa Senhora.

"Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: ‘Eles não tem mais vinho’. Respondeu-lhe Jesus: ‘Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou’. Disse então sua mãe aos serventes: ‘Fazei o que ele vos disser’" ( Jo 2, 3 – 5 )

Na festa do casamento de Canaã Jesus iniciou seu ministério. Ministério aliás composto por pregação e "obras" (milagres). A Santíssima mãe percebeu a dificuldade daquela família, que não tinha vinho para os convidados. A boa Senhora é vigilante, e os servos dela sabem que ela vigia sobre eles, mesmo quando não se apercebem dessa vigilância. Jesus afirmou então claramente a Maria que, ainda não era o momento para iniciar seu ministério com um prodígio, pois disse: "minha hora ainda não chegou". A Santíssima mãe, conhecendo profundamente o filho, mesmo diante da aparente recusa, o "obriga" docemente a antecipar sua missão.

E assim, sem discussão, na mais plena confiança, diz aos serventes: "façam o que ele lhes disser". Grandíssima confiança! Assim, aquela que o introduziu no mundo segundo a carne, o introduz agora no seu ministério, pela sua intercessão. Feliz a família que tiver por mãe esta doce Senhora. Sua intercessão é infinitamente mais eficaz do que as orações de todos os santos que pedem sem cessar pelos habitantes da terra ( conf. Ap 6, 9-10 . 8, 3-4 ; II Mac 15,11-16 ).

"Disse-lhe alguém: ‘Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te’. Jesus respondeu: ‘Quem são meus irmãos e minha mãe? (...) Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Todo aquele que faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe’. ( Mt, 12,47-50 )

Somente pertencemos a Cristo na medida em que pertencermos à nossa Mãe Santíssima. "Quem são meus irmãos e minha mãe?" pergunta o Cristo. E aponta para os seus discípulos: "eis aqui a minha família!". E, doravante, somente os que forem discípulos do mestre, ouvindo as suas palavras e as cumprindo poderão pertencer plenamente a esta família. Por isto, como doce discípula Maria "conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração" ( Lc 2, 19.51) Meditava e as guardava! Eis o exemplo da perfeita discípula. Maria, com efeito, não é mãe apenas na carne, mas na vida toda, na alma e na total obediência ao seu Divino Filho.

Alguns que ainda não amam suficientemente a Santíssima Virgem, usam estes versículos acima justamente contra ela, tentando convencer-nos de que Jesus a teria desprezado naquele momento. Esses "estudiosos da Bíblia" esquecem que Jesus jamais desprezaria sua mãe, conforme ensina o próprio Espírito Santo: "Apenas o filho insensato despreza sua mãe" ( Pr 15, 20 ). E assim, com esta interpretação desastrosa, que espalham ardorosamente, ofendem não apenas a boa Mãe, como blasfemam contra Jesus Cristo, como se o mesmo fosse violador do sagrado mandamento: "Honra teu Pai e tua Mãe" ( Ex 20,12 e Deut 5,16 ).

"Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’" ( Jo 19, 26-27 )

O apóstolo João aos pés da cruz, o único discípulo presente, representava todos os discípulos. Neste momento Jesus consagrou Maria, Mãe espiritual dos apóstolos. Mais ainda: João representava também, todos os homens e mulheres, de todos os lugares e de todos os tempos, que a partir daquele momento ganharam Maria como sua Mãe espiritual. Isto está de acordo com o testemunho do próprio São João, que em outra parte diz:: "O Dragão se irritou contra a mulher (Maria) (...) e sua descendência, aqueles que guardam os mandamentos de Deus (...)" ( Ap 12, 17 ).

Maria Santíssima não teve outros filhos naturais. Permaneceu sempre virgem, como era do conhecimento universal dos primeiros cristãos até os nossos dias. Mas, muitos insistem em "presenteá-la" com filhos naturais que ela não teve. Fazem isto, para diminuírem a glória de Jesus Cristo, bem como para esvaziarem Maria de sua maternidade universal. Se Jesus tivesse irmãos carnais, não teria entregado sua Mãe aos cuidados de João Evangelista. Seus próprios irmãos naturais cuidariam dela, como era dever sacratíssimo na época e ainda hoje. Além disso, citam aqueles que não amam a Virgem Maria algumas passagens bíblicas como a seguinte: "Não se chama a sua mãe Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas?" ( Mt 13,55 ) Querendo com isto provar que Nossa Senhora teve outros filhos. Esquecem ou ignoram que nos tempos de Cristo todos os parentes se chamavam entre si de irmãos. E a própria Bíblia prova isto, pois dos quatro "irmãos" acima citados, lemos que a verdadeira mãe de Tiago e José era uma outra Maria, irmã de Nossa Senhora e casada com Cleofas (Jo 19,25 e Mc 15,40). E que Judas era irmão de Tiago Maior (Jd 1,1) filho de Alfeu ( Mt 10, 2-3). Ou seja, ninguém era filho natural de Maria e José. Eram de sua parentela, mas não de sua filiação.
Além disso, os primeiros cristãos, que conheceram Jesus e os apóstolos, nos escritos que nos deixaram, todos testemunharam que Maria sempre permaneceu virgem, não tendo jamais outros filhos. Sobre estes inventores de novidades a Bíblia nos previne:

"Haverá entre vós falsos profetas (...) muitos seguirão as suas doutrinas dissolutas (...) e o caminho da verdade cairá em descrédito" ( II Pe 2, 1-2 ).

"E desta hora em diante o discípulo a levou para a sua casa" ( Jo 19, 27 )

Daquela hora em diante, S. João levou a Santa Mãe para sua casa. Primeiramente para sua "casa espiritual", sua alma. Esse é o motivo pelo qual era o discípulo que Jesus mais amava, porque também, era o discípulo mais afeiçoado a ela. Depois, levou-a para sua casa material, seu lar. Assim também, o verdadeiro filho de Maria, a exemplo de S. João, deve levar esta boa mãe para seu "lar espiritual", no recesso mais íntimo de nossa vida espiritual. E convidá-la também para habitar nossas casas, onde sua presença maternal poderá ser recordada através de quadros e imagens. Estas imagens serão para os servos de Maria uma lembrança, contínua e consoladora de sua presença e proteção, da mesma forma que o próprio Deus, antigamente, consagrou o uso das sagradas imagens e esculturas no culto divino (cf. Nm 21, 8-9; Ex 25, 18-20 ; I Reis 6,23-28 etc ), para recordar, a sua presença amorosa no meio do seu povo, Israel.

"Todos eles perseveravam unanimemente em oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria mãe de Jesus, e os irmãos dele" (At 1,14 )

No cenáculo, no dia de Pentecostes, Maria juntamente com os discípulos suplicavam para que viesse o Espírito Santo sobre todos. E assim foi fundada a Igreja naquele dia. Maria uma vez tendo introduzido o Cristo no mundo, depois tendo inaugurado seu ministério nas bodas de Canaã, agora intercede, introduzindo e inaugurando a ação do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. Eis a mãe da Igreja com seus filhos.

Mulher do Apocalipse Ícone Profético

"Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas" ( Ap 12, 1)

No Apocalipse, João contempla nesta visão três verdades: a Assunção de Nossa Senhora, sua glorificação, sua maternidade espiritual. O Apocalipse descreve que esta mulher "estava grávida e (...) deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações..." (Ap 12, 2.5). Qual mulher, que de fato, esteve grávida de Jesus senão a Santíssima Virgem? (cf. Is 7, 14 ). Outros contestam, dizendo que esta mulher é símbolo da Igreja nascente. Mas, a Igreja nunca esteve "grávida" de Jesus Cristo! Antes, foi Cristo que gerou a Igreja, foi ele que a estabeleceu e a sustenta. E para provar que esta mulher é exclusivamente Nossa Senhora, em outro lugar está escrito:

"O Dragão vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12, 13). A Igreja teria dado à luz a um Menino? Evidente que não! Portanto esta mulher refulgente é unicamente, Nossa Senhora, pois foi ela unicamente que gerou "o menino" prometido (cf. Is 9, 5 ). Diz ainda a Sagrada Escritura que: "(o Dragão) deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz (...) para lhe devorar o Filho (...) A Mulher fugiu para o deserto, onde (...) foi sustentada por mil duzentos e sessenta dias" (Ap 12, 4.6). De fato, o demônio maquinou contra a vida de Jesus desde seu nascimento, na pessoa do perseguidor Herodes. Maria fugiu então com o filho para o deserto (Egito). Lá ficou por aproximadamente mil e duzentos e sessenta dias ( três anos e meio ). Perfazendo os três anos e meio de exílio, nos quais foi sustentada pela Providência.
Portanto, todos esses versículos, confirmam primeiramente a assunção de Nossa Senhora. Pois o apóstolo a contempla revestida de sol, não só nos vivros canônicos como também nos escritos não canônicos como os “apócrifos”, onde um escritos atribuído a São João diz que ele “viu a Mãe de seu Senhor revestida do Sol” já estabelecida desde agora na glória prometida pelo seu Filho, quando diz "Os justos resplandecerão como o sol" ( Mt 13,43 ).

Confirma incontestavelmente sua realeza espiritual, pois a mesma se apresenta coroada com doze estrelas, símbolo das doze tribos de Israel e dos doze apóstolos. Portanto Rainha do Antigo e do Novo Testamento. Por fim confirma sua maternidade espiritual, pois diz o Espírito Santo: “( O Dragão ) se irritou contra a Mulher ( Maria ) e foi fazer guerra ao resto de sua descendência ( seus filhos espirituais ), os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus" ( Ap 12, 17 ). Somos de sua descendência, verdadeiros Irmãos unidos por sua Santa Igreja.



O santo Rosário



Origem e Significado

O costume de rezar em breves fórmulas de oração consecutivas constitui uma das expressões da religiosidade humana. Entre os cristãos, tal hábito já estava em uso entre os eremitas e monges do deserto nos séculos IV e V. Tomou incremento especial no Ocidente: no fim do século X, havia entre os fiéis o costume de rezar o "Pai-nosso" certo número de vezes consecutivas. Esta prática teve origem, provavelmente, nos mosteiros, onde muitos cristãos professavam a Vida Religiosa, mas não estavam habilitados a seguir a oração comum, que compreendia a recitação dos salmos.
Para favorecer esses exercícios de piedade, foi-se aprimorando a confecção das "correntes" que serviam à contagem das preces. Esses instrumentos eram chamados "Paternoster" tanto na França como na Alemanha, na Inglaterra e na Itália;
Ou, menos freqüentemente, "numeralia, fila, computum, preculae". Os seus fabricantes constituíam prósperas corporações, ditas dos "Paternostries" ou dos "Paternosterer".
Ao lado de tal prática, ia-se desenvolvendo entre os fiéis outro importante exercício de piedade, o costume de saudar a Virgem Santíssima; repetiam a saudação do anjo a Maria - "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo" (Lc 1,28) -, acompanhada das palavras de Isabel - "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre" (Lc 1,42). A invocação subseqüente - "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém."



Em conseqüência, por volta do ano 1150, os fiéis conceberam a idéia de dirigir à Maria, 150, 100 ou 50 saudações consecutivas, à semelhança do que faziam repetindo a oração do Senhor. Cada série de saudações - intercalada pela oração do "Pai-nosso" - devia constituir uma coroa de rosas ofertada à Virgem Santíssima; daí os nomes de "rosário" e "coroa" que se foram atribuindo a tal prática; também chamada "Saltério da Virgem Santíssima", conforme as séries de 150, 100 ou 50 "Pais-nossos", que faziam às vezes de Saltério dos irmãos conversos nos mosteiros.

Por volta de 1408, o monge Cartuxo Henrique de Egher, ou de Calcar, redigiu um poema intitulado "Psalterium Beatae Mariae", no qual estimulava a recitação de um "Pai-nosso" antes de cada dezena de "Ave-Marias". Esta forma encontrou espontânea aceitação e tornou-se comum entre os fiéis.

Posteriormente, houve a associação da meditação à recitação vocal das "Ave-Marias". O dominicano Alan de La Roche, por volta de 1475, sugeria a recitação de 150 mistérios, que percorriam os principais aspectos da obra da Redenção, desde o anúncio do anjo à Maria até a morte da Virgem Santíssima e o juízo final.
Durante séculos, a maneira de celebrar o "Saltério de Maria" variou muito. Papel de relevo na orientação geral desta prática do Rosário coube à benemérita Ordem de São Domingos, à qual foi sempre muito caro esse exercício de piedade; através de Irmandades do Rosário, assim como por meio de pregações, e escritos, devocionários, os dominicanos difundiram largamente a devoção.

Foi, finalmente, um Papa dominicano, São Pio V (1566-1572) quem deu ao Rosário a sua forma atual, determinando tanto o número de "Pais-nossos" e "Ave-Marias" como o teor dos mistérios que o devem integrar. O Santo Pontífice atribuiu à eficácia dessa prece a vitória naval de Lepanto, que, aos 7 de outubro de 1571, salvou de grande perigo a Cristandade ocidental; em conseqüência, introduziu no calendário litúrgico da Ordem de São Domingos a festa do Rosário sob o nome de "Festa de Nossa Senhora do Rosário". A solenidade foi, em 1716, estendida à toda a Igreja. A devoção foi, daí por diante, mais e mais favorecida pelos Pontífices Romanos, merecendo especial relevo o Papa Leão XIII, que determinou que fosse o mês de outubro dedicado à recitação do Rosário.

Por fim, é importante notar que o Rosário não é uma oração meramente vocal. A repetição das mesmas preces tem o objetivo de criar um clima contemplativo, que permita a meditação e o aprofundamento dos grandes mistérios da nossa fé, associados a cada dezena do Rosário. O aspecto meditativo ou contemplativo é essencial à recitação do Rosário.


Os Papas a recomendam;

Pio IX:

“Assim como São Domingos se valeu do Rosário como de uma espada para destruir a nefanda heresia dos albigenses, assim também hoje os fiéis exercitando o uso desta arma — que é a reza cotidiana do Rosário — facilmente conseguirão destruir os monstruosos erros e impiedades que por todas as partes se levantam” (Encíclica Egregiis, de 3 de dezembro de 1856).

Leão XIII:
“Queira Deus — é este um ardente desejo Nosso — que esta prática de piedade retome em toda parte o seu antigo lugar de honra! Nas cidades e aldeias, nas famílias e nos locais de trabalho, entre as elites e os humildes, seja o Rosário amado e venerado como insigne distintivo da profissão cristã e o auxílio mais eficaz para nos propiciar a divina clemência” (Encíclica Jucunda semper, de 8 de setembro de 1894).

São Pio X:

“O Rosário é a mais bela e a mais preciosa de todas as orações à Medianeira de todas as graças: é a prece que mais toca o coração da Mãe de Deus. Rezai-o todos os dias”.

Bento XV:

“A Igreja, sobretudo por meio do Rosário, sempre encontrou nEla a Mãe da graça e a Mãe da misericórdia, precisamente conforme tem o costume de saudá-La. Por isso, os Romanos Pontífices jamais deixaram passar ocasião alguma, até o presente, de exaltar com os maiores louvores o Rosário mariano, e de enriquecê-lo com indulgências apostólicas”.

Pio XI:

“Uma arma poderosíssima para pôr em fuga os demônios .... Ademais, o Rosário de Maria é de grande valor não só para derrotar os que odeiam a Deus e os inimigos da Religião, como também estimula, alimenta e atrai para as nossas almas as virtudes evangélicas” (Encíclica Ingravescentibus malis, de 29 de setembro de 1937).

Pio XII:

“Será vão o esforço de remediar a situação decadente da sociedade civil, se a família, princípio e base de toda a sociedade humana, não se ajustar diligentemente à lei do Evangelho. E nós afirmamos que, para desempenho cabal deste árduo dever, é sobretudo conveniente o costume do Rosário em família” (Encíclica Ingruentium malorum, de 15 de setembro de 1951).

João XXIII:

“Como exercício de devoção cristã, entre os fiéis de rito latino, .... o Rosário ocupa o primeiro lugar depois da Santa Missa e do Breviário, para os eclesiásticos, e da participação nos Sacramentos, para os leigos” (Carta Apostólica Il religioso convegno, de 19 de setembro de 1961).

Paulo VI:

“Não deixeis de inculcar com toda a diligência e insistência o Rosário marial, forma de oração tão grata à Virgem Mãe de Deus e tão freqüentemente recomendada pelos Romanos Pontífices, pela qual se proporciona aos fiéis o mais excelente meio de cumprir de modo suave e eficaz o preceito do Divino Mestre: ‘Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á’ (Mt. 7, 7)” (Encíclica Mense maio, de 19 de abril de 1965).

João Paulo II:

Em outubro de 2002, o Papa João Paulo II, através da Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae" propôs que se acrescentassem outros cinco mistérios àqueles até então contemplados no Rosário (mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos), chamados "mistérios luminosos" (ou da luz), que compreendem a vida pública do Salvador (do Batismo no Jordão até o início da Paixão). Esta sugestão teve o objetivo de ampliar o horizonte do Rosário, afim de que seja possível a quem o recita com devoção penetrar ainda mais a fundo no conteúdo da Boa Nova e conformar sempre mais a própria existência àquela de Cristo.


(As Fontes referencio-graficas são de responsabilidade do Apostolado Defesa Católica, do Sr. Edgar Leandro da Silva a qual nos cedeu carinhosamente, este estudo que revisado e exposto por Nosso Apostolado.).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mariologia (I parte)

Mariologia



Introdução a Mariologia

A Mariólogia tem sua origem nas raízes do cristianismo, o primeiro a figurar esta posição mariana e a estuda - lá foi Santo Ireneu de Lião (†202) Grande Pai Ocidental da Igreja em sua obra; “De Recapitulacionae” explica-nos; é o primeiro a declarar Maria como a nova Eva mãe do novo Adão;

“As etapas da salvação da humanidade são percorridas no sentido inverso ao da queda, desligando-se progressivamente, os laços das últimas até as primeiras [...] É assim que o laço da desobediência de Eva, sem pecado, mas que peca, é desligado pela obediência de Maria, [...]”.

Mais tarde os padres da Igreja o apoiarão como, por exemplo, no século II, poderíamos citar também S. Justino, (†165); Santo Ireneu (†202) ao qual relacionamos acima: Tertuliano de Cartago, (†220) S. Atanásio, (295-373) Santo Efrém (†373), Escreveu belos hinos de louvor a Maria São Cirilo de Jerusalém (†386); São Cirilo de Alexandria (†444) Doutor Mariano;

Dentre os decorreres dos séculos a figura Mariana entre os Padres da Igreja ficará cada vez mais forte;

Orígenes: afirma; (184-254)

“Maria tem dois filhos, um, homen-Deus e o outro puro homem; de um Maria é Mãe corporal, do outro, Mãe espiritual” (Speculum B.M.V., lect. III art. 1,2º )

Santo Agostinho (354-430) diz;

“A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu para vir a nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele.” (Santo Agostinho Sermo 113 in Nativit. Domini).

São Leão Magno [Grande]:(400-461) diz;

“Digo com os Santos: Maria Santíssima é o paraíso terrestre” (S. Leão Grande; Sem. de Annuntiatione)


São Germano de Constantinopla - (610-733) Diz;


“Pois ninguém fica cheio do pensamento de Deus se não for por ela” (S. Germano de Constantinopla : Sermo 2 in Dormit.)


São Ildefonso de Sevilha (†636) diz;

“Eis por que, quanto mais, em uma alma, ele encontra Maria, sua querida e inseparável esposa, mais operante e poderoso se torna para produzir Jesus Cristo nessa Alma, e essa alma em Jesus Cristo.” (S. Ildefonso, Líber de Corona Virginis, cap. III).


S. João Damasceno (675-749) este que em suas inúmeras obras falou e ensinou muito a respeito de Nossa Senhora diz;

“Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria pela graça.” ( Sermo 2 in Dormitione B. M.).
“Prendemos, as almas à vossa esperança, como a uma âncora firme”: (S. João Damasceno; Sermo 1 in Dormitione B. M.V.)

“Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, é uma arma de salvação que Deus dá, aqueles que quer salvar.” ( São João Damasceno).

“Os olhos não viram, o ouvido não ouviu, nem o coração do homem compreendeu as belezas, as grandezas e excelências de Maria, o milagre dos milagres da graça” (S. João Damasceno, Oratio I de Nativitati B. V.).

S. Gregório Palamás Padre oriental do séc. VIII, em uma de suas Homilia sobre a Mãe de Deus diz;

“Se por um lado, Maria concede a Deus entre os homens, por outro, o Senhor encarna numa virgem Imaculada que está acima de toda a pureza e de toda a santidade”.

A Santa Tradição Apostólica confirmada pelos Pais da Igreja reconhece em Maria, a nova Eva:

Eva foi causa de morte para si e Adão, e para todo homem ao olhar para traz e ouvir o tentador, introduzindo na humanidade o pecado pela desobediência e pelo orgulho as próximas gerações, a segunda Eva Maria, torna-se causa de salvação para si e para humanidade por causa do seu sim (obediência) a Deus, introduzindo a Redenção e a vida, ao homem, por que na sua humildade traz ao mundo a Graça que só ela tinha achado, volto-se e fincou os olhos em Deus.



Nascimento de Maria e seu Santo nome


Uma das maiores curiosidades para os devotos de Maria é saber como se deu seu santo nascimento. Não é possível determinar a data exata desse acontecimento, entretanto podemos chegar a um resultado aproximado. Quando Jesus nasceu, Maria teria entre 14 e 16 anos, a idade para as meninas judias casarem. Aceitando esta linha de raciocínio, surge outro dado importante dado Histórico e importante: 15 a 20 anos antes do nascimento de Jesus, o rei Herodes estava entretido e com enorme ocupação com a reconstrução do Grande Templo de Jerusalém. Por uma coincidência divina, Maria nasce nessa mesma época, em um lugar bem próximo do templo na casa de Joaquim e Ana, seus Pais.

O lugar era próximo da porta das ovelhas onde estava o poço de Bethesda. Aí existia uma gruta cultuada já no I século do cristianismo como o lugar onde a Mãe de Jesus nasceu. A gruta mais tarde se tornou cripta de uma Igreja dedicada a Santa Ana. A cem metros do Templo construído pelas mãos dos homens, Deus prepara outro templo superior, onde a sua presença se manifestaria em plenitude. Para os Judeus o Templo era o lugar por excelência onde habitava a glória de Deus. Maria, por estar gerando em seu ventre o filho do Altíssimo, passa a ser um Templo superior ao de Herodes. Ela se transforma no Templo de Deus.

Sabemos pela história que o templo herodiano teve um tempo limitado: por volta do ano 70 D.C.as tropas Romanas o incendiaram, e destriram quando os cristãos se retirado, pois já haviam sido avisados, e ele foi completamente destruído. O seu tempo de existência foi inferior a 90 anos. Maria foi crescendo junto com as paredes do Templo humano, mas jamais viu a destruição de seu corpo. Chegada a sua hora de partir desta vida, entra no sono eterno, a (Dormição) e seu corpo é levado ao céu para habitar ao lado do seu amado filho Jesus Cristo, pelos anjos de Deus. e não podia ser diferente afinal ela trouxe em seu ventre o Salvador de todos os homens assim por méritos de seu filho amado desde seu nascimento foi neutralizada por Deus e não conheceu o pecado, e por méritos também foi assunta aos céus.

O Nome de Maria

O Significado do Nome de Maria tem atraído a atenção desde o inicio do cristianismo. Neste nome está indicado o lugar da mãe de Jesus na história da salvação. São Pedro Canísio escreveu:

“Se existe entre os mortais algum nome tão belo, cheio de graça, que mereça ser escrito, lido e louvado, pintado e esculpido é o de Maria, já que é digno de estar sempre diante dos olhos, nos ouvidos e nas mentes de todos os homens e de ser pronunciado em particular e publicamente com imensa reverência”

No Antigo Testamento este nome foi dado somente à irmã de Moiséis e Aarão:

“A profetisa Maria irmã de Aarão tomou seu tamborim na mão, e todas as mulheres seguiram-na dançando com os tamborins” (Ex 15,20).

Como também lemos em (Num 12,1-5). Já no Novo testamento encontramos diversas mulheres com este Nome: Maria Madalena (Lc 8,2) Maria Mãe de Tiago (Mt 27,56) e Maria Mãe de João (At 12,12).

Para uma boa parte dos estudiosos, o nome Maria é de origem semítica. Segundo alguns, em hebraico Myriam, versão grega, segundo outros Miryam, composto de mir = (estrela) e Yam = (Mar) assim gostava; São Bernardo de Chamar Maria, para indicar que, como uma estrela, ela irradiou a luz da humanidade:

E também ensinava ser Maria a estrela a iluminar o barco da nossa vida para não naufragar nas tempestades. A esse respeito afirmou:

“Se estás sendo agitado pelas ondas de soberba, da impureza, das calúnias ou da ambição... olha para a estrela, invoca a Maria”.

Existem também aqueles que derivam o nome de Maria de Miriam e Mariam, e significaria Senhora, formosa, amada do senhor. Este Nome significa muitas coisas para nos dar a entender que a virgem possui todas as virtudes a perfeições.

Oculta nos evangelhos

Os Evangelhos falam pouco de Nossa Senhora; por cauda da sua centralidade Bíblica e sua única regra de fé, esta proclamada por Lutero mo século XVI durante a reforma protestante. Uma objeção comum dos protestantes é de que o Novo Testamento pouco fala de Nossa Senhora. Logo, eles concluem que Maria Santíssima não tem tanta importância, pois se tivesse as Epístolas dos Apóstolos com certeza ensinariam a respeito dela.

O fato do Novo Testamento, aparentemente, pouco falar de Nossa Senhora não significa muita coisa. Os Evangelhos apenas tratam da "Vida Pública" de Nosso Senhor, durante apenas 3 anos de sua vida. As Epístolas tratam da expansão da Igreja de Cristo.
Pelo raciocínio protestante, a chamada "vida oculta" de Nosso Senhor (até os 30 anos de idade) significaria que durante 30 anos de sua vida, Nosso Senhor não tinha muita importância. Ora cadê informações sobre estas três décadas de sua vida esses fatos não têm importância.

Ora, Jesus Cristo passou 30 anos com Nossa Senhora e só 3 anos com o resto da humanidade. Será que isso já não é sinal de que há muitas coisas que não conhecemos da vida de Nosso Senhor e de Nossa Senhora

"Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).

Pois bem, já por aí se percebe a precipitação do raciocínio de alguns protestantes.
Agora podemos analisar se, de fato, os Evangelhos falam pouco de Nossa Senhora.
Os católicos conhecem a obra prima de Deus, que é Nossa Senhora, a criatura mais perfeita que foi criada, onde Deus a escolheu como tabernáculo para si:

"Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hb 9, 11).

Esse tarbenáculo mais excelente e perfeito foi saudado pelo Arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco”. (Lc 1,28) Quanta grandeza apenas nessas palavras. Nossa Senhora tinha a graça de Deus e Deus era com Ela ainda antes da concepção visto os méritos que cristo traria a sua vida.

Naquele momento se cumpria todas as profecias da vinda do Messias. Era o momento da encarnação do Verbo de Deus, onde tudo dependia de um consentimento de uma "virgem", o seu "sim" nos trouxe o Messias esperado e profetizado.

A maneira da saudação Angélica transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda com a "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", (Lc 1,30) como Deus desejou chamá-la.

Ela era a criatura que havia "achado graça diante de Deus" entre todos na terra. E, por isso, foi escolhida como a Mãe Dele.

Poucas palavras - e palavras tão simples, para mostrar e demonstrar o fato central do cristianismo: a encarnação do Verbo de Deus. Um fato esperado pelos séculos, cujos profetas não viram... Apesar de tanto terem desejado. Todas as profecias do Antigo Testamento inclinam-se diante dessas poucas palavras. Todo o Novo Evangelho é conseqüência dessa encarnação, e todo o Antigo Testamento era o prenúncio do que ocorria naquele momento, naquele pequeno cômodo da casa de Nazaré, na promessa aceita por Maria feita por Deus, onde uma Virgem recebia a visita de um enviado de Deus.

Que maravilha da graça se operava naquele momento, quando a Virgem Maria cooperava, pelo livre consentimento de sua fé, de sua virgindade, de sua humildade, para o mistério inicial do Cristianismo, coberta pela sombra do altíssimo, revestida do Espírito Santo, e concebendo, em seu seio virginal, o próprio verbo de Deus unigênito.

Logo em seguida, que culto já não lhe prestou a própria Santa Izabel quando a aclamou: "Mãe de meu Senhor":

"Donde me vem a esta honra de vir a mim a Mãe de meu Senhor?" (Lc 1, 43).

E, no ventre de Santa Izabel, exultava S. João Batista ao ouvir a voz de Nossa Senhora.
Santa Izabel, repleta do Espírito Santo, exclama em alta voz, repetindo e completando as palavras do Anjo:

"Bendita sois vós entre todas as mulheres; bendito é o fruto do vosso ventre”(Lc 1,42)

E a própria Nossa Senhora completa, inspirada pelo Espírito de Deus:

"De hoje em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque Aquele que é todo poderoso fez em mim grandes coisas!" (Lc 1, 49).

Já na manjedoura os Reis Magos foram adorar o Menino-Deus "nos braços de Maria, sua mãe" (Mt 2, 11), como fazem todos os católicos do mundo inteiro.

E o velho Simeão, profetizando, associa a Virgem Mãe de Deus a todas as contradições a que estaria sujeito o seu Filho, e de modo particular ao gládio de dor que deverá uní-lo no grande suplício (Lc 2, 34-35)

E como poderia ser menor a grandeza Daquela que tinha autoridade sobre o próprio Deus, que a obedecia na intimidade do lar: "... mostrando-se submisso a ela em tudo" (Lc 2, 51).

Nas Bodas de Caná transparece de modo fulgurante o poder da Santíssima Virgem, que é capaz de "alterar" à hora de Deus, que a adianta pelo pedido de sua Mãe, fazendo o seu primeiro milagre e confirmando a fé em seus apóstolos, mudando a água em vinho (Jo 2, 1- 11).

É por isso que nos diz o Evangelho, narrando à grandeza de Maria Santíssima:

"Bem-aventurada as entranhas que te trouxeram e o seio que te amamentou" (Lc 11, 27).



Eis o culto de Nossa Senhora fundado no Evangelho, dele demandado como de sua "fonte divina", o Cristo Jesus que a segue, e dali se irradiando séculos afora. Eis o culto de Maria Santíssima.


Os séculos ouvirão e compreenderão estes exemplos e lições evangélicas. E é para lhes corresponder que os cristãos de todos os tempos irão prostrar-se aos pés de Maria, implorando-lhe auxílio e proteção.



Pouco se fala de Nossa Senhora nos Evangelhos, Só se déssemos primazia à quantidade em detrimento das palavras... Maior foi o milagre da encarnação do que todas as ressurreições operadas por Nosso Senhor Jesus Cristo. Se não houvesse a encarnação, não haveria a Redenção da Humanidade através do Sangue jorrado na cruz e remido nos corações cristãos.


É certo que Nossa Senhora, durante toda a sua vida, procurou ficar no anonimato, escondida dos homens e amada por Deus.





Era tanto o esplendor da Santíssima Virgem que S. Dionísio, o Areópagita, declara que teria considerado Maria como uma divindade, se a fé não lhe houvera ensinado ser ela a mais perfeita imagem que de si formara a Onipotência.

Santo Irineu dizia: "Os laços, pelos quais Eva se deixou acorrentar, por sua credulidade, Maria rompeu-os pela sua fé". Referindo-se, é claro, à passagem do Gênesis:

"Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gen 3, 15).

O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade. Pois que Maria é a Nova Eva antes de sua queda segundo a Mariológia, e Cristo o Novo Adão visto que é o Sacerdote da Nova aliança.


São tantos os mistérios da Maternidade de Maria Santíssima, É certo que os Evangelistas evitaram falar muito de Nossa Senhora, ou por pedido Dela, ou para evitar um culto equivocado à Mãe de Deus junto a um povo que era politeísta. E ainda sem instrução Mas o pouco que falam, falaram muito. Ela é verdadeiramente Mãe de um Deus que é Homem e de um Homem que é Deus.

Ela é verdadeiramente Nossa Mãe quando, aos pés da cruz, Nosso Senhor a confiou a S. João Mãe dos crentes e Irmãos de Cristo. Ela é a onipotência suplicante que é capaz de mudar a "hora" de Deus. Ela é verdadeiramente Imaculada, isenta do Pecado Original, sendo o "tabernáculo" puríssimo que Deus escolheu para si.

Os evangelistas em suas liturgias, entretanto, muito falaram de Nossa Senhora, como veremos nos seguintes estudos que viram que demonstram, inequivocamente, a grandeza do nome da Virgem de Nazaré, a Mãe de Deus, a Imaculada Conceição, a Onipotência suplicante, a Medianeira universal de todas as Graças, assunta ao Céu de corpo e alma, Rainha dos homens e dos anjos junto a Cristo verbo de Deus Salvador.

Mãe de Deus (Theotókos)


Resumidamente, podemos dizer que Nossa Senhora é Mãe de Deus e não de sua divindade. Ou seja, Ela é Mãe de Deus por ser Mãe de Nosso Senhor, pois as duas naturezas (a divina e a humana) estão unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo. E não podem ser separadas, pois que as duas encarnaram no seio de Maria.

A Heresia de negar a maternidade divina de Nossa Senhora é muito anterior aos protestantes. Ela nasceu com Nestório, elevado à cátedra episcopal de Constantinopla em 428. Afirmava que o Lógos habitava na humanidade de Jesus como um homem se acha num templo ou numa veste; haveria duas pessoas, em Jesus uma divina e outra humana, unidas entre si por um vinculo afetivo ou moral. Por conseguinte, Maria não seria a Mãe de Deus (Theotókos), como diziam os antigos, mas apenas Mãe de Cristo (Christokós); ela teria gerado o homem Jesus, ao qual se uniu a segunda pessoa da SS. Trindade com a sua Divindade. Nestório propunha suas idéias em pregações ao povo, nas quais substituía o título “Mãe de Deus” por “Mãe de Cristo”
As suas concepções suscitaram reação não só em Constantinopla, mas em outras Igrejas e Patriarcados do Cristianismo na época, também, especialmente em Alexandria, onde S. Cirilo era Bispo ardoroso. Este escreveu em 429 aos bispos e aos monges do Egito, condenando a doutrina de Nestório. As duas correntes se dirigiram ao Papa Celestino I, que rejeitou a doutrina de Nestório num sínodo de 430. Deu ordem a S. Cirilo para que intimasse Nestório a retirar suas teorias no prazo de dez dias, sob pena de exílio; Cirilo enviou ao Patriarca de Constantinopla uma lista de doze anatematismos que condenavam o nestorianismo. Nestório não se quis dobrar, de mais a mais que podia contar com o apoio do Imperador; além do mais, tinha muitos seguidores na escola antioquena, entre os quais o próprio Bispo João de Antioquia. Em 431,


O Imperador Teodósio II, incitado por Nestório, convocou para Éfeso o terceiro Concílio Ecumênico a fim de solucionar a questão discutida. S. Cirilo, como representante do Papa Celestino I, abriu a assembléia diante de 153 Bispos. Logo na primeira sessão, foram apresentados os argumentos da literatura antiga favoráveis ao título Theotókos, que acabou sendo solenemente proclamado; daí se seguia que em Jesus havia uma só pessoa (a Divina); Maria se tornara Mãe de Deus pelo fato de que Deus quisera assumir a natureza humana no seu seio. Quatro dias após esta sessão, isto é, a 26/06/431. O Imperador acompanhava tudo que se passava e após vêr que o Patriarca Nestorio voltará de Antioquia, e chegaram a Efeso, junto com 43, seus seguidores, não querendo eles se integrarem ao mesmo Concilio, pois que apoiavam a Heresia do Nestorianismo, presidido então por S. Cirilo, representante do Papal, uniram-se e formaram um conciliábulo, qual depôs S. Cirilo. E sentia se indeciso e desencorajado. S. Cirilo então mobilizou todos os seus recursos, para mover Teodósio II em favor da reta doutrina; nisto foi ajudado por Pulquéria, piedosa e influente irmã cristã, mais velha do Imperador. Este finalmente apoiou a sentença de S. Cirilo e exilou Nestório.

Os protestantes retomaram a heresia que havia sido sepultada pela Igreja de Cristo pelo concilio de Eféso a quais vários pais da Igreja a combateram durante séculos.


Provas de tal doutrina tinham sido revisadas e revistas neste concilio, na Sagrada Escritura e na Santa Tradição afirmam que Nossa Senhora é Mãe de Deus.

A pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo


Se perguntarmos a alguém se ele é filho de sua mãe, se esta é verdadeiramente for à mãe dele, de certo nos lançará um olhar de espanto. E estranhará, pois que todo filho tem um berço materno que o formou, E terá razão.

O homem, como sabemos, é composto de um corpo e alma, sendo esta a parte principal do seu ser, pois comunica ao corpo a vida e o movimento. Assim acredita e medita a Bíblia confirmando os ensinos da teologia católica.



A nossa mãe terrena, todavia, não nos comunica a alma, mas apenas o nosso corpo. A alma é criada e provém diretamente de Deus. A mãe gera apenas a parte material desta composição, que é o seu ser. E como é que alguém pode, então, afirmar que a pessoa que nos dá à luz é nossa mãe, afirmação esta, pouca provável como dissemos acima.

Se fizéssemos essa pergunta a um protestante sincero e instruído, ele mesmo responderia com tranqüilidade:

"É certo, a minha mãe gera apenas o meu corpo e não a minha alma, mas a união da alma e do corpo forma este todo que é a minha pessoa; e a minha mãe é mãe de minha pessoa. Sendo ela mãe de minha pessoa, composta de corpo e alma, é realmente a minha mãe."


Apliquemos, agora, estas noções de bom senso e raciocino ao caso da Maternidade divina de Maria Santíssima.

Há em Jesus Cristo "duas naturezas": a natureza divina e a natureza humana. Apoiada e definidas teologicamente pela Igreja Cristã. Reunida, constituem elas uma única pessoa, a pessoa de Jesus Cristo.

Nossa Senhora é Mãe desta única pessoa que possui ao mesmo tempo a natureza divina e a natureza humana, como a nossa mãe é a mãe de nossa pessoa. Ela deu a Jesus Cristo a natureza humana; não lhe deu, porém, a natureza divina, que vem unicamente do Pai Eterno. Como explicamos.

Maria deu, pois, à Pessoa de Jesus Cristo a parte inferior - a natureza humana, como a nossa mãe nos deu a parte inferior de nossa pessoa, o corpo.
Apesar disso, nossa mãe é, certamente, a mãe da nossa pessoa, e Maria é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo.

Em Jesus Cristo há uma só pessoa, a pessoa divina, infinita, eterna, a pessoa do Verbo, do Filho de Deus, em tudo igual ao Padre Eterno e ao Espírito Santo. E Maria Santíssima é a Mãe desta pessoa divina. Logo, ela é a Mãe de Jesus, a Mãe do Verbo Eterno, a Mãe do Filho de Deus, a Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a Mãe de Deus, pois tudo é a mesma e única pessoa, nascida do seu seio virginal. E assim não podemos dizer que Maria foi Mãe de Cristo enquanto Nosso Senhor esteve na terra como afirma os Neo-Protestantes.

A alma de Jesus Cristo, criada por Deus, é realmente a alma da pessoa do Filho de Deus. A humanidade de Jesus Cristo, composta de corpo e alma, é realmente a humanidade do Filho de Deus. E a Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe deste Deus, revestido desta humanidade; é a Mãe de Deus feito homem. O Deus Filho

Ela é a Mãe de Deus - "Maria de qua natus est Iesus": "Maria de quem nasceu Jesus" (Mt 1, 16).

Note-se que Ela não é a Mãe da divindade, como nossa mãe não é mãe de nossa alma; mas é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo, como a nossa mãe é mãe de nossa pessoa.


A pessoa de Nosso Senhor é divina, é a pessoa do Filho de Deus. Logo, por uma lógica irretorquível, Ela é a Mãe de Deus.

A conseqüência da negação da maternidade divina é a negação da Redenção, agora, qual é o fundo do problema dessa heresia Histórica Analisemos alguns pormenores e problemas e algumas conseqüências de se negar a maternidade divina de Nossa Senhora.

Não foram os protestantes os primeiros a rejeitar o título de "Mãe de Deus" a Nossa Senhora. Este defendido pelos Padres do Concilio Ecumênico reunidos em Eféso (431). Foi neste mesmo que foi criada a segunda parte da Ave Maria “Santa Maria...”.

Foi Nestório, o indigno sucessor de S. João Crisóstomo, na sede de Constantinopla, o inventor da absurda negação.

A subtilidade grega havia suscitado vários erros a respeito da pessoa de Jesus Cristo e suas duas naturezas.

Sabélio pretendeu aniquilar a personalidade do Verbo. Ario procurou arrebatar a esta personalidade a aureola divinal; negaram os docistas a realidade do corpo de Jesus Cristo e os Apolinaristas, a alma humana de Cristo.

Tudo fora atacado pela heresia, na pessoa de Nosso Senhor; mas a cada heresia que surgia ao Magistério reunido na Igreja infalível, sob a direção do Papa de Roma, e apoiado pelos padres a Igreja Esposa de Cristo, saia em defesa da única e imperecível verdade: da pessoa do Verbo divino contra Sabélio; da divindade desta pessoa, contra Ário; da realidade do corpo humano de Jesus, contra os Apolinaristas.


Bastava apenas um ponto central para suportar o ataque da parte dos hereges: era a união das duas naturezas, divina e humana, em Jesus Cristo.

Caberia a Nestório levantar esta heresia, e aos filhos de Lutero continuar a defender este erro grotesco. Condenado há séculos atrás.

Foi em 428 que o indigno Patriarca Nestório começou a pregar que havia em Jesus Cristo duas pessoas: uma divina, como filho de Deus; outra humana, como filho de Maria.

Tal é o erro grotesco que Nestório, predecessor de Lutero, não temeu lançar ao mundo.
Ora, os protestantes não querem levar às últimas conseqüências a negação da maternidade divina de Nossa Senhora. Admitem em Jesus Cristo duas naturezas e uma pessoa, mas lhes repugna a união pessoal (hipostática) das duas naturezas na única pessoa de Jesus Cristo.

Basta um pequeno raciocínio para reconhecer como necessária a maternidade Divina da Santíssima Virgem: Nosso Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não morre), mas nos redimiu como Deus, pelos seus méritos infinitos e perfeitos. Ora, a natureza humana de Nosso Senhor e a natureza divina não podem ser separadas, pois a Redenção não existiria se Nosso Senhor tivesse morrido apenas como homem.
Assim conclui-se, Nossa Senhora, Mãe de Nosso Senhor, mesmo não sendo mãe da divindade, é Mãe de Deus, pois Nosso Senhor é Deus. Se negarmos a maternidade de Nossa Senhora, negaremos a redenção do gênero humano ou cairíamos no absurdo de dizer que Deus é mortal, falível, pois é Humano, plenamente.

Os protestantes, admitindo que Jesus Cristo nasceu de Maria, e não podem negá-lo, pois está no Evangelho (Mt 1, 16), devem admitir: que a pessoa deste Jesus é divina; que Nossa Senhora é a Mãe desta pessoa; que ela é, portanto, Mãe de Deus É uma crise racional, para o Protestantismo mais o que mostramos aqui é claro e objetivo.

O Concílio de Éfeso:

Quando o heresiarca Ário divulgou o seu erro, negando a divindade da pessoa de Jesus Cristo, a Providência Divina fez aparecer o intrépido Santo Atanásio para confundi-lo, assim como fez surgir Santo Agostinho a suplantar o herege Pelágio, e S. Cirilo de Alexandria chamado o “Doutor mariano”. Por muitos Padres da Igreja, para refutar os erros de Nestório, que haviam semeado a perturbação e a indignação no Oriente.

Em 430, o Papa São Celestino I, no sínodo de Roma, examinou a doutrina de Nestório que lhe fora apresentada por S. Cirílo e condenou-a como errônea, anti-católica, herética.

S. Cirilo formulou a condenação em doze proposições, chamadas os doze anátemas, em que resumia toda a doutrina católica a este respeito. E depois enviará estas a Nestório. O que não adiantará, pois que ele ainda não se dobrará diante da decisão Universal = Católica.

Pode-se resumi-las em três pontos:

Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus;

A Virgem Santíssima é verdadeiramente a Mãe de Deus, por ser a Mãe de Jesus Cristo, que é Deus;

Em virtude da união hipostática, há comunicações de idiomas, isto é: denominações, propriedades e ações das duas naturezas em Jesus Cristo, que podem ser atribuídas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou.

Para exterminar completamente o erro, e restringir a unidade de doutrina ao mundo, o Papa resolveu reunir o concílio de Éfeso (na Ásia Menor), em 431, convidando todos os bispos do mundo.

Perto de 200 bispos, vindos de todas as partes do orbe, reuniram-se em Éfeso. S. Cirilo presidiu a assembléia em nome do Papa. Nestório recusou comparecer perante os bispos reunidos.
Desde a primeira sessão a heresia foi condenada. Sobre um trono, no centro da assembléia, os bispos colocaram o santo Evangelho, para representar a assistência de Jesus Cristo, que prometera estar com a sua Igreja até a consumação dos séculos, espetáculo santo e imponente que desde então foi adotado em todos os concílios.
Os bispos cercando o Evangelho e os representante do Papa, pronunciaram unânime e simultaneamente a definição proclamando que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Nestório deixou de ser, desde então, bispo de Constantinopla. Foi banido e exilado pelo então Imperador.

Quando a multidão ansiosa que rodeava a Igreja de Santa Maria Maior, onde se reunia o concílio, soube da definição que proclamava Maria "Mãe de Deus";

Num imenso brado de alegria ecoou a exclamação: "Viva Maria, Mãe de Deus! Foi vencido o inimigo da Virgem! Viva a grande, a augusta, a gloriosa Mãe de Deus!"

Em memória desta solene definição, o concílio juntou à saudação Angélica estas palavras simples e expressivas: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte".

Provas da Santa Escritura

Para iluminar com um raio divino esta verdade e fundamenta-la, recorramos à Sagrada Escritura, mostrando como ali tudo proclama este título da Virgem Imaculada.

Maria é verdadeiramente Mãe de Deus.

Ela gerou um homem hipostaticamente unido à divindade; Deus nasceu verdadeiramente dela, revestido de um corpo mortal, formado do seu virginal e puríssimo sangue.

Embora, no Evangelho, Ela não seja chamada expressamente "Mãe de Cristo" ou "Mãe de Deus", esta dignidade deduz-se, com todo o rigor, do texto sagrado.

O Arcanjo Gabriel, dizendo à Maria: "O santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35), exprime claramente que ela será Mãe de Deus.

O Arcanjo diz que o Santo que nascerá de Maria será chamado o Filho de Deus. Se o Filho de Maria é o Filho de Deus, é absolutamente certo que Maria é a Mãe de Deus.
Repleta do Espírito Santo, Santa Isabel exclama:

“Donde me vem a esta honra de vir a mim a Mãe de meu Senhor ?" (Lc 1, 43).

Que quer dizer isso senão que Maria é a Mãe de Deus? Mãe do Senhor ou "Mãe de Deus" são expressões idênticas.

S. Paulo diz que Deus enviou seu Filho, feito da mulher, feito sob a lei (Galat. 4, 4).

O profeta Isaías predisse que a Virgem conceberia e daria à luz um Filho que seria chamado Emanuel ou Deus conosco (Is 7, 14). Qual é este Deus? É necessariamente Aquele que, segundo o testemunho de S. Pedro, não é nem Jeremias, nem Elias, nem qualquer outro profeta, mas, sim, o Cristo, o Filho de Deus vivo. Mt 16, 16;

É aquele que, conforme a própria confissão dos demônios é: o Santo de Deus.
Este é o Cristo que Maria deu à luz.

Ela gerou, pois, um Deus-homem. Logo, é Mãe de Deus por ser Mãe de um homem que é Deus e que, sendo Deus, Redimiu o gênero humano.através de seu Sacrifício na Cruz.

Doutrina claramente expressa no Evangelho, e sempre seguida na Igreja Católica. Desde os tempos primitivos da Igreja cristã.

A Doutrina dos Santos Padres, a Tradição:

Os Santos Padres, desde os tempos Apostólicos até hoje, foram sempre unânimes a respeito desta questão; seria uma página sublime se pudéssemos reproduzir as numerosas sentenças e citações que eles nos legaram.

Citemos pelo menos uns textos dos principais Apóstolos, tirados de suas "liturgias" e transmitidas por escritores dos primeiros séculos.

Santo André diz: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu." (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).

São João diz: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid).

S. Tiago: "Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia).

S. Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.)

Santo Efrém o Sirio; “Maria é Mãe de Deus sem culpa” (S. Ephre. in Thren. B. V.).

Orígenes (Sec. II) escreve: "Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom. I, in divers.)

Santo Atanásio diz: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).

S. Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).

Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.).

E assim por diante.

Todos os Santos Padres rivalizaram em amor e veneração, proclamando Maria: Santa e Imaculada Mãe de Deus.


Terminemos estas citações, que podíamos prolongar por páginas afora, pela citação do argumento com que S. Cirilo refutou Nestório:

"Maria Santíssima, diz o grande polemista, é Mãe de Cristo e Mãe de Deus. A carne de Cristo não foi primeiro concebida, depois animada, e enfim assumida pelo Verbo; mas no mesmo momento foi concebida e unida à alma do Verbo. Não houve, pois, intervalo de tempo entre o instante da Conceição da carne, que permitiria chamar Maria "Mãe de um homem", e a vinda da majestade divina. No mesmo instante a carne de Cristo foi concebida e unida à alma e ao Verbo". S. Cirilo de Alexandria.

Através destas citações, que nenhuma dúvida, nenhuma hesitação existe sobre este ponto no espírito e nos ensinos dos Pais da Igreja. É uma verdade Evangélica, tradicional, universal, que todos aceitam e professam.

Dever de culto à Mãe de Deus


Maria é Mãe de Deus... É absolutamente certo. Esta dignidade supera todas as demais dignidades, pois representa o grau último a que pode ser elevada uma criatura.

Ora, toda dignidade supõe um direito; e não há direito numa pessoa, sem que haja dever noutra.

Se Deus elevou tão alto a sua Mãe, é porque Ele quer que ela seja por nós, honrada e exaltada.

No livro dos Provérbios Cap. 31 encontra-se a seguinte frase;

“Uma mulher virtuosa, quem pode encontrá-la? Superior ao das perolas é o seu valor.” Prov 31,10.

“Põe a mão na roca, seus dedos manejam o fuso. Estende os braços ao infeliz e abre a mão ao indigente.” Prov. 31, 19-20;

“Seus filhos se levantam para proclamá-la Bem Aventurada e seu marido para elogiá-la. Muitas mulheres demonstram vigor, mas tu excedes a todas. A graça é falaz e a beleza é vã; a mulher inteligente (que teme ao Senhor) é a que se deve louvar. Dai-lhe o fruto das suas mãos, e que suas obras a louvem nas portas da cidade. (e de público a louvarão as suas Obra).” Prov. 31, 28-31:

Este exemplo é claro a escritura manda que louve e se declare as obras das mulheres virtuosas excedidas entre todas e a proclamem Bem Aventurada, louvando-a em publico na porta da Cidade. Quanto mais se apoiará a quem inspirou, estes livros Santos, aquela que aceitou a promessa do Messias disse; sim foi santa e piedosa imaculada desde de sua conceição, por méritos de seu Filho, achou graça diante de Deus entre todos na Humanidade, foi o berço e o seio da encarnação e da educação do filho de Deus. E A esta que é Mãe de Deus e foi exaltada com a graça plena, será que devemos honrá-la, louva-la, aclamá-la de Bem aventura, obviou que sim!

Maria concebeu o Verbo divino em seu seio, porém esta Conceição foi efeito de uma plenitude de graças e de uma operação do Espírito Santo em sua alma.

Pode-se dizer que a mãe não se torna mais recomendável por ter dado à luz um grande homem, pois isto não lhe traz nenhum aumento de virtude ou de perfeição; mas a dignidade de Mãe de Deus, em Maria Santíssima, é a obra de sua santificação, da graça que a eleva acima dos próprios anjos, da graça a que ela foi predestinada, desde sua Concepção em virtude dos méritos de seu Filho Encarnado, para alcançar este fim sublime de ser "Mãe de Deus": é a sua própria pessoa.

Diante de tal maravilha, única no mundo e no céu, vale salientar aos pobres Neo-Protestantes:

Não é lógico, não é necessário, não é imperioso que os homens louvem e exaltem àquela que Deus louvou e exaltou entre todas as suas criaturas.

Se fosse proibido cultuar à Santíssima Virgem, louvar ou compor hinos e cantos em sua gloria ,como argumentam os protestantes, o primeiro a violar tal concepação sua foi o próprio Deus, que mandou saudar à Virgem Maria, pelo arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça!" (Lc 1, 28). A Quem dizem eles seguirem.

Santa Isabel: "Bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1, 42)

Igualmente, a própria Nossa Senhora nos diz: "Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada..." (Lc 1, 48).

Todos esses atos indicam o culto à Nossa Senhora, a honra que lhe é devida.

O Arcanjo é culpado, Santa Isabel é culpada, os evangelistas são culpados, os santos são culpados os 2000 anos de cristianismo também. Mentira protestante esta que cai por terra.

Desde os primórdios do Cristianismo, era comum o culto à Maria Santíssima.

Em 340, S. Atanásio, (295-373) resumindo os dizeres de seus antecessores nos primeiros séculos, S. Justino, (†165); Santo Efrém (†373) escreveu cantos e versos lindos em seu louvor, S. Irineu, (†202); Tertuliano de Cartago, (†220) e Orígenes, (184-254) exclama:

"Todas as hierarquias do céu vos exaltam, ó Maria, e nós, que somos vossos filhos da terra, ousamos invocar-vos e dizer-vos: Ó vós, que sois cheia de graça, ó Maria, rogai por nós!"

Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria. Provas da veneração e do culto de Hiper dulia a ela prestado e comprovado historicamente dede os tempos primitivos da Igreja.

O culto de Nossa Senhora não é um adorno da religião, mas uma peça constitutiva, conjuntiva parte integral, e indissoluvelmente ligada a todas as verdades e mistérios evangélicos. Passa dos pela Sagrada Tradição Apostólica, Querer isolá-lo ou separa-los do conjunto da doutrina de Jesus Cristo é vibrar golpe mortal e terrível na religião inteira, fazê-la cair, e nada mais compreender da grandeza em que Deus vem unir-se às criaturas. E da plenitude do Verbo de Deus que a Igreja tem chegar.



Virgindade perpétua (editar)


A virgindade perpétua e eterna de Maria é facilmente demonstrável, quer seja pela Sagrada Escritura ou pela Tradição, quer seja pela lógica ou racionalismo.

O que devemos provar e refutar:

Virgem antes do parto

Virgem durante o parto

Virgem após o parto.


Três asserções estão biblicamente comprovadas e um pouco de lógica e raciocino se traduz tudo.

Virgem antes do parto.

A primeira Base é admitida pelos próprios Neo-Protestantes, pois se encontra comprovadamente no Evangelho:

“O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma Virgem desposada... e o nome da Virgem era Maria”. (Lc. I, 26-27).

Mais positivo ainda é o testemunho da própria Virgem objetando ao anjo:

“Como se fará isso, pois eu não conheço varão?” (Lc 1,34). Nenhuma dúvida subsiste - Maria Santíssima era Virgem.

A Própria promessa feita nos tempos Vetero-Testamentarios comprova ainda mais na profecia feita a Isaias “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma Virgem conceberá e dará a luz um filho, o e chamará ‘Deus Conosco’” Is 7,14;

Virgem durante o parto

O segundo fundamento, mostrando que a Mãe de Jesus (Christokós) ficou virgem no parto, pode deduzir-se dos mesmos textos ditos acima. O que é concebido por Deus deve nascer por milagre; o nascimento é a conseqüência da concepção; sem esta conseqüência, o milagre seria incompleto. Em outras palavras, Deus teria operado um milagre incompleto ao desejar manter a virgindade de Nossa Senhora e não tendo levado essa promessa até consumação.

"Como se fará isso, pois eu não conheço varão?" (Lc 1,34)
“O Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus, porque a Deus nada é impossível" (Luc 1, 35)

.A Deus nada é impossível, a virgindade de Nossa Senhora seria preservada, mesmo ela

"Não conhecendo o homem algum".

Argumentação. O Evangelho nos mostra que Maria, tendo chegado ao termo ordinário da natureza, "deu à luz o seu filho. E estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz" (Luc. 2, 6-7).

Ora, "conceber" e "dar à luz" são dois termos de uma ação única. A mãe concebe, para dar à luz. O parto e a conceição são inseparavelmente ligados, sendo o primeiro o preço doloroso da segunda (perder a virgindade);

Sendo Maria Santíssima libertada da segunda parte, por meio do milagre de Deus, deve sê-lo da primeira, pois para Deus não é mais custoso fazer "nascer" virginalmente do que fazer "conceber" virginalmente seu filho.

Ainda mais, se a ação virginal havia começado, pela ação do Espírito Santo, Deus completaria essa ação no momento em que esta chegasse ao seu final. É uma conseqüência lógica e necessária, sob pena de negar o milagre completo de Deus manifestado em sua vontade e na resolução de Nossa Senhora manter-se a virgem.

A própria dúvida de Nossa Senhora em relação à concepção deixa clara a posição dela perante a virgindade:

"Como se fará isso, pois eu não conheço varão?”. (Luc 1,34)

"O Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus, porque a Deus nada é impossível" (Luc. 1, 35).é a exclamação do Arcanjo Gabriel.

A conceição da Virgem Santíssima é, pois, obra do Espírito Santo:

"O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. E por isso mesmo o santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Luc. 1, 35).

"Conceber" Jesus e "dá-lo à luz" são, textual e literalmente, um só milagre, o milagre da encarnação. Separar estes dois termos, que o Evangelista S. Lucas resumiu de propósito numa única frase, é adulterar de maneira visível o texto e a significação da palavra inpirada de Deus.

Sendo Nossa Senhora virgem antes do parto, deve sê-lo também durante o parto, pois o milagre da encarnação é uno e completo. E isto é muito conforme a profecia:

"Uma virgem conceberá e dará à luz"(Is 7,14)



É o próprio Evangelho que faz a aplicação desta profecia:

"Ora, tudo aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor, por meio do profeta" (Mt. 1, 22-23)


A Virgindade de Nossa Senhora antes e durante o parto é uma verdade que não se pode negar, senão espezinhando-se todas as regras da lógica e da hermenêutica. Deus quis manter a virgindade de Nossa Senhora antes e durante o parto, não o precisava, mas assim o fez. Como provas as Escrituras.

Virgem após o parto

Quando Nossa Senhora afirma, categoricamente, "eu não conheço o homem", ela não está dizendo que "até o momento eu não conheço", mas que ela, por opção e posição pessoal, não "conhece varão", o que dá uma extensão geral à sua afirmação.

Segundo a tradição apostólica;

Nossa Senhora havia feito um voto de castidade perpétua e assim o manteve, mesmo vivendo com S. José, como fica clara pela própria afirmação dela ("Eu não conheço varão"), quando já estava desposada de S. José.

Se não fosse propósito de Nossa Senhora manter a castidade perpétua, sua afirmação não teria propósito, pois o Anjo poderia lhe diria; então o conhece não é José teu esposo. Tal afirmação sua cai no contexto de ela ter feito um voto de castidade perpetua, pois só assim sua afirmação terá sentido.

“Irmãos de Jesus”


Esta é a principal objeção protestante apenas mostra uma ignorância na própria Bíblia que dizem conhecer, entender e pregar.

A Escritura não somente designa com o nome de Irmãos àqueles que são filhos do mesmo pai ou da mesma mãe, como eram Caim e Abel, Esaú e Jacó, S. Tiago Maior e S. João Evangelista (que eram filhos de Zebedeu) etc.;

Mas também aqueles que são parentes próximos, como tios e primos. A Escritura está cheia destes exemplos: como ressaltou S. Jerônimo quando traduziu a bíblia para Latim por ordem da Igreja. Dizendo que o termo também é usado para designar parentes próximos visto que há exemplos no velho testamento e na língua Hebraica.

Abraão chama de Irmão a Lot: “Peço-te que não haja rinhas entre mim e ti, nem entre os meus pastores e os teus, porque somos irmãos” (Gênesis, 23, 8).

Mais adiante a própria Bíblia o chama assim: “Abraão, tendo ouvido que Lot, seu irmão, ficara prisioneiro...” (Gênesis 24, 14). Pois bem, Lot era apenas sobrinho de Abraão, pois já antes disto se lê no Gênesis:
“Tinha Abraão setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. E ele levou consigo a Sara, sua mulher, a Lot, filho de seu irmão, e todos os bens que possuíam” (Gênesis 12, 4-5).

Labão, diz a Jacó:

“Acaso, porque tu és meu irmão, deves tu servir-me de graça?” (Gênesis 29,15).
E, no entanto Jacó era sobrinho de Labão:

Isaac chamou o Jacó e o abençoou e lhe pôs pôr preceito dizendo:

"Não tomes mulher da geração de Canaã; mas vai e parte para a Mesopotâmia ... e desposa-te com uma das filhas de Labão, irmão de sua mãe" (Gênesis, 28, l e 2).

Realmente Jacó era filho de Isaac com Rebeca (Gênesis 25, 21)

E Rebeca era irmã de Labão: “Rebeca, porém, tinha um irmão chamado Labão” (Gênesis, XXIV-29).

E, no entanto, não só como vimos acima, seu tio o chama irmão, mas também quando Jacó se encontra com Raquel, que é filha de Labão (Gênesis 29,5 e 6), diz à moça que é irmão de Labão: "E lhe manifestou que era irmão de seu pai, filho de Rebeca (Gênesis 29,12).

Lê-se no Levítico que Nadab e Abiu, filhos de Arão (Levítico 10, 1) são mortos pôr castigo, pôr terem oferecido um fogo estranho nos seus turíbulos. Moisés chama os primos dos que faleceram: Misael e Elisafon, filhos de Oziel, tio de arão (Levítico 10, 4) e lhes diz:

“Ide, tirai vossos irmãos de diante do santuário e levai-os para fora do campo” (Levítico 10, 4).

É dentro deste costume hebreu de designar com o nome de irmãos, não só os que têm os mesmos pais, senão também os parentes próximos como tios, primos e sobrinhos, pois o hebraico não possuía palavras próprias para designar esses parentescos, como já vimos.


Que o Novo Testamento fala em irmãos de Jesus e é o próprio Novo Testamento

Dão alguma vez o Evangelho os nomes desses irmãos de Jesus, para que possamos identificá-los? Ou fala-se em “filhos de Maria” este termo não é usado.

Sim, dá. Sabe-se dos nomes, pelo menos de 4: Tiago, José, Judas e Simão:

"Não é este o oficial, filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nos também suas irmãs?” (Marcos, 6,3).




(Notem que S. Marcos, nesta passagem chama Jesus "O filho de Maria" e não um dos filhos de Maria, como querendo mostrar que ele era de fato o seu filho único.)

"Porventura não é este o filho do oficial? (José) Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E suas irmãs não vivem elas todas entre nós? (Mateus, 13, 55 e 56).

01-Quanto ao primeiro, Tiago, inferimos de outras passagens que este é um apóstolo, pelas palavras de São Paulo:

“E dos outros apóstolos não vi a nenhum, senão a Tiago, irmão do Senhor” (Gálatas, 1-19). Temos 2 Apóstolos com o nome de Tiago: Tiago Maior, e Tiago Menor. Vamos ver se algum deles era filho de José e Maria: 01-S. Tiago Maior era irmão de S. João Evangelista, e ambos os Filhos de Zebedeu.

"Da mesma sorte havia deixado atônitos a Tiago e a João, filhos de Zebedeu” (Lucas 5-10). O Outro Tiago, o Menor que era irmão de Judas, era filho de Alfeu.

Entre os Apóstolos, que são enumerados por S. Mateus, estão:

Tiago filho de Zebedeu, e Tiago filho de Alfeu (Mateus 10, 2-3).

Que tem a ver Maria Santíssima com este Alfeu ou com este Zebedeu. Logo, este Tiago, Irmão do Senhor, não é seu filho.

E falando das três Marias que estavam juntamente com Maria Santíssima ao pé da cruz,

S. Mateus, S. Marcos e S. João as identificam da seguinte forma;

S. Mateus 27,56-“Maria, mãe de Tiago e de José, Maria Madalena, a mãe dos filhos de Zebedeu”.

S.Marcos 15,40

“Maria mãe de Tiago menor e de José, Maria madalena, Salomé”

S.João 19,25

“A irmã de sua mãe, Maria mulher de cléofas, Maria madalena”.

Por aí se vê que a mesma Maria que é apresentada por São João como tia de Jesus (Irmã de sua mãe) é apresentada por São Mateus e S. Marcos como mãe de Tiago Menor e de José.


E é claro que se trata de Maria Salomé, que é a mãe dos filhos de cléofas e, portanto, é mãe de Tiago Menor.Tiago Menor e José são, portanto, Primos de Jesus e são os primeiros que encabeçam a lista: TIAGO, JOSÉ, JUDAS E SIMÃO

E de fato o Apóstolo S. Judas Tadeu era irmão de S. Tiago Menor, pois ele diz no começo de sua Epístola:

“Judas, servo de Jesus Cristo e Irmão de Tiago” (S Judas 1,1).

Tanto o Evangelho de S. Lucas (6,16) como os Atos dos Apóstolos (1, 13) para diferenciarem Judas Tadeu de Judas Iscariotes, chamam o Judas Tadeu: Judas, irmão de Tiago.


Esta Maria, esposa de Cleofas (Alfeu) é a mãe de Tiago, José e Judas.

Portanto, estes "irmãos" de Jesus, são na verdade seus primos, como comprovam os Escritos Bíblicos; filhos de Maria, tia de Jesus. Irmã de Maria Santíssima.

E quem é Simão?

Em Mt 13,55 e Mc 6,3 encontramos o nome de Simão junto com os de Tiago, José e Judas.

Quando São Mateus e São Marcos Listam os apóstolos, sempre colocam o nome dos irmãos em seqüência. Ex: Pedro e André, Tiago Maior e João, etc.

Nestas mesmas listas, próximo aos nomes dos irmãos Tiago Menor e Judas Tadeu, os evangelistas citam um Simão:

“Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu [...]" (Mt 10,3-4) e "[...] Tiago, filho de Alfeu; Tadeu, Simão, o Zelador" (Mc 3,18).

Mais, S. Eusébio de Cesaréia em sua "História Eclesiástica" obra de grande estão dividida em 10 Livros, registra que este Simão era primo do Senhor e filho também de Cleófas.

“Após o martírio de Tiago [menor] e a destruição de Jerusalém, ocorrida logo depois, conta-se que os sobreviventes dos Apóstolos e discípulos do Senhor vindos de todas as partes se congregaram e com os consangüíneos do Senhor ‘havia um grande número deles ainda vivos’ reuniram-se em conselho para verificar a quem julgariam digno de suceder a Tiago.” Todos por unanimidade consideraram idôneo para ocupar a sede desta Igreja Simão, filho de Cléofas, de quem se faz memória no livro do Evangelho (Lc 24,18; Jô 19,25). Diz-se que era primo do Salvador.”

Efetivamente, Hegesipo (historiador antigo) declara que “Cléofas era irmão de José" (HE III,11).(o pai adotivo de Jesus).

Também no evangelho de São João,diz o seguinte:“daquele momento o discípulo levou-a para sua casa”(Jo 19,26-27)

Jesus Cristo no calvário entregou sua mãe a João, o evangelista, se Maria tivesse tido outros filhos teria ficado com eles. Pois era o que julgava ser correto a lei Mosaica a qual os israelitas observavam, pois o Irmão mais velho a assumiria.

Também decorre uma pergunta:

Por que nunca os evangelhos chamam os 'irmãos de Jesus' de 'filhos de Maria' ou de 'José', como fazem em relação à Nosso Senhor.

E também a família de Nazaré aparece apenas com três pessoas, Jesus Maria e José. Aos doze anos Jesus vai ao templo exclusivamente com Maria e José. (S.Lucas 2,41)

E assim cai por terra vergonhosamente a tese alegorica dos protestantes de que Maria teve outros filhos além do Divino Salvador Verbo de Deus encarnado.alegação baseada em que o evangelho fala em irmãos de Jesus que na verdade são seus primos filhos da irmã da sua Mãe, cujo nome é também Maria e de Alfeu; são estes Tiago, José, Judas Tadeu e Simão.

Sobre a palavra Primogênito

"Maria deu à luz o seu filho primogênito" (Lc 2, 7). É erronêo concluir que devia seguir o segundo filho.

A lei mosaica exige que todo o primogênito seja consagrado a Deus, quer seja filho único ou não:

"Consagrar-me-ás todo o primogênito (primeiro gerando) entre os israelitas, tanto homem como animal: ele é meu" (Ex 13, 2)

. Um exemplo de tal expressão foi encontrado no Egito, retirado de uma inscrição judaica:

"Arisoné entre as dores do parto morreu ao dar à luz seu filho primogênito".

Ou no Êxodo, quando Deus disse:

"Todo o primogênito na terra do Egito morrerá" (Ex 11, 5).

E assim aconteceu.

"Não havia casa em que não houvesse um morto" (Ex 12, 30). Necessariamente, havia, como em todos os países, casais de um só filho; por exemplo, todos os que se tinham casado nos últimos anos...




Há primogênito sem que haja, necessariamente, um segundo filho.

A primogenitura era um título de dignidade e de honra entre os Judeus. Geralmente, o filho, primeiro, tinha direito a certos privilégios, como o de herdeiro etc, ficando sujeito a certas obrigações, como é visto biblicamente. (Lc 2, 23)

É, portanto, de propósito e com razão que o Evangelista chama Jesus: "primogênito" - Designa-o, deste modo, como herdeiro do Rei Davi, como tendo um direito privilegiado sobre esta herança e sua descendência,

E é isso que se pode verificar na apresentação de Jesus no templo:

"Depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor: Todo o varão primogênito será consagrado ao Senhor" (Lc 2, 22-23)

Essa passagem é muito clara e resolve de uma vez a discussão sobre a "primogenitura" de Nosso Senhor, pois a apresentação no templo ocorreu apenas 40 dias após o seu nascimento, como filho único de Nossa Senhora.

“Não a conhecia até que ela desse à luz"

Em algumas traduções, aparece em S. Mateus: "José não conheceu Maria (= não teve relações com ela) até que ela desse à luz um filho (Jesus)". (Mt 1, 25).Seria errado insinuar que depois daquele "até" pois que este termo é relativo pode ser não seja especifico usado tanto no passado ou no presente como por exemplo “ José morreu até completar 40 anos” José morou com sua família até a morte”neste exemplos não se indica que José não pode ter ficado vivo mesmo depois do “até” ou que após sua. Morte ainda morava com a família o termo é usado como diversos significados.

José devia "conhecer" “Maria”. "Até", na linguagem bíblica, refere-se apenas ao passado. Exemplo:

"Micol, filha de Saul, não teve filhos até ao dia de sua morte" (II Sam 6, 23).

Ou então, falando Deus a Jacob do alto da escada que este vira em sonhos, disse-lhe:

"Não te abandonarei, enquanto não se cumprir tudo o que disse" (Gen 28, 15).
Será que isso quis dizer que Deus o abandonaria depois? Em outra passagem, Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos:

"Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20).

Ora, o texto sagrado deixa claro que a palavra "até" é um reforço do milagre operado, a saber, a encarnação do verbo por obra do Espírito Santo, e não por obra de um homem (S. José).

Que Nossa Senhora permaneceu Virgem depois do parto de Jesus, conveniente e importante;
Sendo Jesus, o Filho unigênito de Deus Pai -- o Verbo ou Sabedoria de Deus -- convinha que também na terra Ele fosse unigênito.

Se Ele tivesse tido irmãos carnais, pensaria que esses irmãos também seriam deuses, causando o politeísmo e heresia.

Deus fez um paraíso para Adão apenas. Fez um Paraíso para os homens no céu. E fez um Paraíso só para si, que foi Maria. É o que diz São Luis de Montfort.

Convém absolutamente é necessário que Deus só tenha uma esposa, assim como é necessário que Ele tenha uma só Igreja. Por isso, assim também a esposa só pode ter um esposo. E Maria só devia ter um esposo real: o próprio Deus, e manter-se virgem por toda a vida.

Era muito necessário, para nós, que fosse assim, para compreendermos o alto valor da Virgindade, pois que a Virgem mais fecunda, aquela que gerou em seu seio o próprio Deus encarnado, quis se manter Virgem.

Existe semelhança entre mãe e filho. Também entre Nossa Senhora e Jesus deve haver semelhança maior do que a normal. Maria foi feita por Deus o quanto possível semelhante e proporcionada a seu Filho santíssimo. Como Jesus se manteve virgem sempre, convinha imensamente que Maria, também nisto, fosse proporcionada a Cristo, e permanecesse perpetuamente virgem.

O matrimônio é monogâmico. Ora, se Maria tivesse tido filhos de outrem que não o Espírito Santo, seu Divino esposo, isso seria uma aberração, semelhante ao adultério. Esposa do Divino Espírito Santo uma vez, Maria devia se conservar sua esposa fiel sempre.

Devoção Patrística em relação a virgindade perpetua da Santíssima Mãe.

Santo Epifânio: (†403)

“De onde vem esta perversidade? De onde é que irrompeu tamanha audácia? Porventura o próprio nome não é suficiente atestado? Quem jamais houve, em tempo algum, que ousasse proferir o nome de Maria e espontaneamente não lhe acrescentasse a palavra virgem? O nome de Virgem foi dado a Santa Maria, nem se mudará nunca, ela sempre permaneceu ilibada” (Panarion, Contra os hereges).

Santo Ambrósio: (†397)

"Houve quem negasse que Maria tivesse permanecido virgem. Desde muito temos preferido não falar sobre este tão grande sacrilégio. Maria (...) que é mestra da virgindade, (...) não podia acontecer que aquela que em si tinha trazido Deus, resolvesse andar às voltas com um homem. Nem José, varão justo, cairia nessa loucura de querer misturar-se com a mãe do Senhor, em relação carnal". (De Inst. Virg. I , 3).


Santo Inácio de Antioquia: (†110)

“Filho de Deus pelo desejo e poder de Deus, nasceu verdadeiramente de uma Virgem”(S.Inácio de Antioquia,Carta aos magnésios,110 d.c)

Santo Irineu: (†202)

“A virgem maria,tendo sido obediente á palavra de Deus,recebeu de um anjo a alegre notícia de que iria dar á luz o próprio Deus”(S.Irineu de Lião,Contra as Heresias,189 dc.)
E ainda Santo Agostinho, (354-430) por sua vez exclamou:

"Virgem que concebe, virgem que dá à luz, virgem grávida, virgem que traz o feto, Virgem perpétua" (Santo Agostinho, Sermones, CLXXXVI, 1, 1).

E o Concílio de Éfeso (431); ao condenar o herege Nestório que negava a maternidade divina de Nossa Senhora declarou: Entre outras coisas relacionadas a pessoa de Cristo.

Cânon 1; “Se alguém não confessa que Deus é conforme a verdade o Emanuel, e que por isso a Santa Virgem é a mãe de Deus (pois deu à luz carnalmente ao Verbo de Deus feito carne)seja anátema.”

(Concílio de Éfeso, Anatematismos e e capitulo de Cirilo contra Nestório, em 431, Denzinger 113).