sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Patrológia (I parte)

Patrologia



Introdução a Patrologia


Estudo da doutrina dos Santos Padres da Igreja
O conceito de Patrologia foi utilizado pela primeira vez pelo teólogo protestante João Gerhard (1637) como título de sua obra póstuma publicada com o título;

“Patrologia sive de primitivae Ecclesiae Christianae Doctorum vita ac lucubrationibus” (Patrologia ou vida e obras dos Doutores da Igreja cristã primitiva),

O estudo dos Padres do ponto de vista histórico e literário. É a principal característica da
Patrologia que trata necessariamente de um ramo teológico, cujo núcleo essencial e primordial é centrado nos Padres da Igreja e seus escritos no sentido eclesial, assim é um estudo detalhado que trata a literatura cristã antiga em todos os seus aspectos e com todos os métodos apropriados.

Desta forma, este estudo visa promover o conhecimento da doutrina dos Pais da Igreja ou Santos Padres da Igreja.

Em Patrologia as obras, destes homens figuras ilustres no contexto doutrinário e litúrgico da Igreja católica, tem por finalidade identificar, meditar e estudar sobre a doutrina pregada desde a Igreja Primitiva. Até o fim do século, VII.

Assim, pois, os cristãos têm que conhecer estes ensinos e lições da valorosa tradição literária e Patrística, estudada e analisada nas numerosas Obras dos Santos Padres, pela Patrologia.



Literatura e Filosofia Cristã


A Literatura cristã plenamente Patrística, (Escritos dos Pais da Igreja) é de altíssima importância para o cristianismo, pois através deles é que podemos saber o que a Igreja primitiva pregava e qual foi à fé dos primeiros cristãos e sua continuidade através da fé indivisa dos Pais da Igreja.

Os escritos cristãos desenvolveram desde o fim do séc. I uma papel central e importante, em muitos aspectos fundamentais para a vida dos cristãos e para a doutrinação do cristianismo nos setores litúrgico, canônico, doutrinário e teológico ao longo dos séculos, estes escritos sejam eles de caráter canônico (Bíblico) favoreceram a vida e pratica dos cristãos em comunidade, como examinados no séc. I com as cartas Paulinas, Petrinas, Joaninas;

Esta literatura se destingiu e expandiu no inicio do séc. II e diversos são os gêneros da literatura Cristã, entre os escritos autorais estes Apostólicos, Apologistas, Polemistas, Teólogos científicos ou (filosóficos). Que usaram também a poesia o cotidiano cristão, liturgia, os sacramentos, os salmos, hinos, e cantos cristãos e vários, outros temas de cunho cristão; Por dois principais aspectos dentro do ambiente católico. O interior e o exterior do cristianismo.

Os escritos dedicados à vida, e a pratica dos cristãos, esse tem por funcionalidade ajudar os cristãos na vida em comunidade e em outros ensinos cristãos, ou seja, de caráter interior o grande e primordial desenvolvimento se dará no período apostólico e o surgimento dos seus, que no século III serão reunidos canonicamente na Bíblia. Tal Espiritualidade diária dos cristãos terá continuidade ao longo dos séculos com os Padres da Igreja entre eles, São Policarpo (†156) São Cipriano (†258), Santo Hipólito de Roma (160-235) Santo Efrém (†373), São João Crisóstomo (354-407) São Pedro Crisólogo (†450) São Máximo, o confessor (580 - 662) São João Damasceno (675-749) e outros.

As obras dedicadas à apologética, doutrina, liturgia, e principalmente as que ajudaram na elaboração e doutrinação de dogmas e ensinos cristãos a luz das Escrituras e da tradição Patrística, foi de extrema importância para a cristianização das verdades não explícitas biblicamente e comprovadas pela Tradição, tudo isso ajudou no potencia exterior, com a apologética que mais tarde se adaptará a uma linguagem filosófica, a uma lista enorme destes Padres Heróis da fé apostólica, podemos citar; São Justino (†165) Atenágoras (†180) Santo Hipólito de Roma (160-235) Santo Ireneu (†202) São Clemente de Alexandria (†215) São Cipriano (†258) Santo Atanásio (295-373) São Basílio Magno (329-379) São Gregório Nazianzeno (329-390), São Gregório de Nissa (†394) Santo Ambrósio (†397), Santo Agostinho (354-430) São Leão Magno (400-461) São Gregório Magno (540-604), Santo Isidoro de Sevilha, (560 - 662) São João Damasceno (675-749). E outros ilustres nomes.

Atualmente a Patrologia detém um grande ar-sevo de Obras da Patrística, todo Cristão deve saber e desfrutar da riqueza dessas Obras que dão continuidade aos escritos apostólicos.


À Filosofia cristã dos primeiros séculos, elaborada e apoiada nos Pais da Igreja e pelo escritores escolásticos no Séc. XIII consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo católico e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias. De grupos ditos cristãos de interpretação errônea Quando o Cristianismo, para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, e verdades de fé (dogmas) apresenta-se neste momento como a expressão terminada da verdade que a filosofia grega havia buscado, como citação do Padre São Clemente de Alexandria (†215);

“Como a lei formou os hebreus, a filosofia formou os gregos para Cristo”.
Mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente a resposta, pois que a Verdade não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda encarnado, não existia ainda o Senhor na terra.
De um lado procura - se interpretar o Cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, e dos filósofos Platão, e Aristóteles. Do outro se reporta ao significado que esta última dá ao Cristianismo.

Os primeiros pensadores cristãos nascidos no Helenismo, que tinha sua figura entre os Apóstolos S. Paulo, judeu formado no espírito do Helenismo e que foi um dos grandes organizadores da Igreja Primitiva e quem consolidou no seio da Igreja o espírito Grego no cristianismo, o racionalismo grego que tinha influenciado o Judaísmo, encontra-se nas posturas missionárias e pastorais da Igreja comandada pelos apóstolos, entre eles Paulo em sua atividade buscava atingir e converter os “gentios” de forma especulativa e racionalista, pois havia incorporado os elementos Helênicos a Doutrina Cristã em sua proposta.

Ao mesmo tempo em que se debateram com os filósofos quer com Platão e com Aristóteles, quer, sobretudo, com os estóicos e com os epicureus. Sem perder de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à Filosofia e aos filósofos, o lugar apropriado da reflexão filosófica e do pensar cristão, quando nos IV, primeiros séculos da Igreja, a tarefa dos homens letrados era justamente, sistematizar e organizar a doutrina cristã isso visto nos primeiros concílios, para divulga-las aos habitantes do Império Romano fundamentando sua posição em frente ao paganismo romano mais também em frente aos pensadores gregos, isto resultou no enriquecimento da doutrina cristã e no discurso com a população dos “Gentios” tornando acessível a Idéia cristã, pois que a Missão do Cristianismo nestes tempos católico era ultrapassar as barreiras culturais e judaicas..

Foram vários autores que se ocuparam dessa tarefa: S. Justino mártir, S. Tertuliano, S. Clemente de Alexandria, Seu grande trabalho foi tentar a aliança do pensamento grego com a fé cristã. Orígenes, S. Gregório de Nazianzo, S. Basílio, S. Gregório de Nissa e vários outros. Sendo considerado como a figura mais importante dessa corrente de pensamento o cristão Santo Agostinho. Analisaremos duas vertentes filosóficas no Ocidente referencia para a Igreja Indivisa.

Santo Agostinho Filósofo e Teólogo de Hipona, Norte da África. Grande Polemista pregador de talento, administrador episcopal competente, teólogo notável, ele criou uma filosofia cristã na história que continua válida até hoje em sua essência a teologia Ocidental. Vivendo num tempo em que a velha civilização clássica parecia sucumbir diante dos bárbaros, S. Agostinho permaneceu em dois mundos, o clássico e o novo medieval. Nascido em 354, na casa de um oficial romano na cidade de Tagasta em Numidia, no norte da África, era filho de um pai pagão, Patrício, e de uma mãe Cristã, Mônica. Depois virará Santa por seu exemplo de mãe doada a fé do filho, Apesar de não serem ricos, era uma família respeitada. Sua mãe dedicou-se à sua formação e conversão à fé cristã. Com muito sacrifício, seus pais lhe ofereceram o melhor estudo romano. Seus primeiros anos de estudo foram, feitos na escola local, onde aprendeu latim. Logo, foi enviado para a escola próximo a Madaura, e em 375 à Cartago, para estudar retórica. Longe da família,


S. Agostinho se apartou da fé ensinada por sua mãe, e entregou-se aos deleites e influencias do mundo e a imoralidade com seus amigos estudantes. Viveu ilegitimamente com uma concubina (ilegalmente) durante treze anos, a qual lhe concedeu um filho, Adeodato, em 372. O mesmo morreu cerca do ano 390. Na busca pela verdade, ele aceitou o herético maniqueísmo, o qual ensinava um dualismo radical: o poder absoluto do mal, o Deus do Antigo Testamento, e o poder absoluto do bem, o Deus do Novo Testamento. E a luta travada entre os poderes das trevas e da luz Nesta cegueira ele permaneceu nove anos sendo ouvinte, porém, não estando satisfeito, voltou à filosofia e aos ensinos do Neo-platonismo. Ensinou retórica em sua cidade natal e em Cartago, até quando foi para Milão, Itália, em 384. Em Roma, foi apontado pelo senador Símaco como professor de retórica em Milão. Como parte de seu trabalho, ele deveria fazer oratórias públicas honrando o imperador Valenciano II. Sua Conversão no ano 386, quando passava várias crises em sua vida, S. Agostinho estava meditando num jardim sobre a sua situação espiritual, e ouviu uma voz próxima à porta que dizia: “Tome e Leia”. Agostinho abriu sua Bíblia em Rm 13,13-14 e a leitura trouxe-lhe a luz que sua alma não conseguiu encontrar nem no Maniqueísmo e em suas fanfarras.




Com sua conversão à Cristo, ele despediu sua concubina e abandonou sua profissão no Império. Sua mãe, Santa que rezava há quase 25 anos por sua conversão, morreu logo depois do seu batismo, realizado por Santo Ambrósio na Páscoa de 387. Uma vez batizado, regressou um ano depois para Cartago, Norte da África, onde foi ordenado sacerdote em 391. Em Tagasta, ele supervisionou e instruiue organizou um grupo de cristãos batizados chamados de “Servos de Deus”. Cinco anos depois, foi consagrado Bispo de Hipona pela Igreja Latina, por pedido de uma congregação ligada a ele, permanecerá até sua morte. Daí até sua morte em 430, empenhou-se na administração episcopal, estudando e escrevendo.


Por suas Obras Santo Agostinho é apontado como o maior dos Pais da Igreja. Ele deixou mais de 100 livros, 500 sermões e 200 cartas. Suas obras mais importantes foram:

Confissões, obra autobiográfica de sua vida antes e depois de sua conversão;

Contra Acadêmicos, obra onde demonstra que o homem jamais pode alcançar a verdade completa através do estudo filosófico e que a certeza somente vem pela revelação Divina;

Doctrina Christiana, obra exegética mais importante que escreveu, onde figuram as suas idéias sobre a hermenêutica ou Interpretação das Escrituras. Nela desenvolve o grande princípio da analogia da fé;

De Trinitate, tratado teológico sobre a Trindade De Civitate Dei, obra apologética conhecida como Cidade de Deus. Com o saque de Roma por Alarico, rei dos bárbaros em 28 de agosto de 410, os romanos creditaram este desastre ao fato de terem abandonado a velha religião Pagã clássica Romana e adotado o cristianismo. Nesta obra, põe-se a responder esta acusação a pedido de seu amigo Marcelino. S. Agostinho escreveu também muitas obras polêmicas para defender a fé dos falsos ensinos e das heresias dos maniqueus, dos donatistas e, principalmente, dos pelagianos. Doutrinas condenadas e combatidas por outros Santos Padres da Igreja na época; Também escreveu obras práticas e pastorais, além de muitas cartas, que tratam de problemas práticos que um administrador eclesiástico enfrenta no decorrer dos anos do seu ministério.

A formulação de uma interpretação cristã da história deve ser tida como uma das contribuições permanentes deixadas por este grande erudito cristão. Santo Agostinho exalta o poder espiritual sobre o temporal ao afirmar a soberania de Deus sobre a criação. Esta e outras inspiradoras obras mantiveram viva a Igreja através dos séculos. Também foi ele que deu empenho notável a integração da filosofia ao cristianismo desenvolvendo e compatibilizando a teologia e ética moralista cristã com a forma filosófica Platônica, apropriando-se das inspirações Neo-platônicas, colocando no mundo dais Idéias , A consciência de Deus, que assume as qualidades e as prerrogativas da Idéia do Bem.


O legado da Patrística foi passada à Escolástica (método pedagógico por excelência fundada na lógica Aristotélica, que serviu tanto como educação mais também evangelização quanto ao conteúdo era vazado na filosofia Neo-Platônica, cristianizada por Santo Agostinho) desenvolvida por São Tomas de Aquino que por antonomásia e autoridade teológica, repetiu, corrigiu e o ampliou o pensamento filosófico cristão de Santo agostinho e sua síntese do Neo-platonismo junto ao cristianismo: no séc. XIII, que se centrará e formará uma síntese do Pensamento de Aristóteles filosofo Grego, junto a forte reflexão as obras Agostinianas de penhor analítico e fundamental para a doutrinação do cristianismo Ocidental, esta conjunção dará a filosofia cristã plantada teologicamente e de caráter literário, uma bela Visão de doutrina cristianizada.

Patrística;

O termo teológico Patrística aplica-se à era dos Padres da Igreja, sua época e suas Obras. Estende se para todo o trabalho a qual realizaram seja eles Dogmático, doutrinário, sistematizar, filosófico. Encontram-se entre as mais importantes figuras da Igreja, que por seu empenho e suas elaborações doutrinárias. Consolidou-se a doutrina da Igreja em seus aspectos fundamentais, vence-se as heresias e as controvérsias doutrinárias que ameaçavam a integridade da fé e a continuidade da Igreja.
Foram homens movidos pela providência divina para auxiliar a Igreja em momentos difíceis, foram os verdadeiros Guardas do Deposito de fé, a Tradição.
Defenderam teses complexas que versavam sobre questões como: a divindade plena do Cristo, as duas naturezas de Sua Pessoa divina, sua união hipostática a maternidade divina de Maria, a sua virgindade perpétua, o primado de Pedro, o primado da Sé Romana, a necessidade universal da Graça, a Santíssima Trindade a qual brilhou a luz dos Padres Capadocios, os santíssimos sacramentos, entre muitas outras questões, a qual as Escrituras em sua base não respondem foram eles que quebraram a cabeça durante anos décadas através e pela luz das escrituras e da tradição foi também o ponto crucial tanto nestas resoluções quanto na escolha e na comprovação dos escritos canônicos que hoje compõem a Bíblia, esta mais antiga e salutar em que seus registros datados não contam Na oralidade a qual foram transmitidas pelos apóstolos a seus legítimos sucessores, sejam os Pais apostólicos ou os outros Bispos e Padres que os sucederam.
O objetivo desta seção é, portanto aprofundar os ensinamentos desses grandes teólogos da Igreja, e assim reverenciar as suas vidas e tudo o que fizeram pela fé católica.
A Literatura Patrística (Escritos dos Pais da Igreja) é de altíssima importância para o cristianismo, pois através deles é que podemos saber o que a Igreja primitiva pregava e qual foi à fé dos primeiros cristãos e se esta fé foi continuada podemos tirar a prova se o nosso cristianismo baseado nos ensinos e praticas dos cristãos primitivos a qual a fé e a doutrina foram guardadas pela Patrística.
A Literatura Patrística divide-se basicamente em 3 períodos: depois estudares e veremos este períodos e a atividades dos grupos de Pais da Igreja.


Pais da Igreja


O título cristão usado partir do ano 95 d.C "Pai/Padre" aplica-se aos homens que foram considerados Pais espirituais dos Cristãos. Por seus escritos ou exemplos edificaram espiritualmente e teologicamente a Igreja, Foram homens que ouviram a pregação dos Apóstolos, foram seus discípulos, por eles instituídos Bispos da Igreja e guardavam de cabeça e alma a doutrina apostólica confiada por Cristo, após a morte dos Santos Apóstolos, eram considerados a única referência segura quanto à Sã Doutrina, tornando-se os novos Pais espirituais dos cristãos, não só pela pregação mas também porque através do batismo inseriam as pessoas na Igreja.

Foram teólogos e mestres doutrinários dos primeiros séculos do cristianismo, eles foram responsáveis em grande parte pela definição das doutrinas cristãs como os conhecemos hoje. Até o fim do século VII; Para a Igreja Católica ·.

Os "Pais da Igreja" são, portanto, aqueles que ao longo dos sete primeiros séculos, foram confirmando e defendendo a fé, a liturgia, a disciplina, os costumes, e os dogmatizando as verdades da doutrina de Deus, decidindo assim, os rumos da Igreja.
A Igreja desde o séc. IV restringiu o título de "Pai" somente aos Bispos. No séc. V foi estendido também aos presbíteros (ex: São Jerônimo) e aos diáconos (ex: Santo Efrém, o Sírio) e outros. Até hoje em algumas línguas ainda se conserva o título de "pai/padre" para designar o sacerdote.


O Título de "Pai da Igreja" apresenta toda a rica figura paterna: o Bispo como autêntico transmissor e fiel deposito da sã doutrina, aquele que vela pela sucessão ininterrupta da fé desde os apóstolos através da sucessão, bem como pela continuidade e unidade da fé na comunhão da Santa Igreja com o Papa cabeça visível da Igreja. A autoridade do Pai da Igreja não torna individualmente inerente em todos os pormenores - devendo ela ser fiel à (Sagrada Escritura e à Sagrada Tradição e Sagrado Magistério) - Regra da Fé de toda a Igreja, mas, em sintonia e acordo com elas, os Padres são testemunhas autênticas da fé e da doutrina universal da Igreja.