segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Imitação de Maria: Parte XI


Maria e a Eucaristia no mistério da Igreja

Por: Eduardo Moreira 

Erroneamente hoje se difunde que a Igreja Católica é uma mera instituição, ou uma religião qualquer, ou ainda, mais uma dentre tantas “igrejas” cristãs. A verdade é que existe apenas uma Igreja, uma única esposa de Cristo e não várias, fora da qual não existe salvação.
Cristo ao se dar numa cruz pela humanidade ganhou méritos infinitos com sua morte. Esses méritos são de Cristo, mas Ele quis cedê-los, pela Graça, ao homem para que ele se salve. O homem, por sua vez, esse verme e arrogante pecador é nada mais que pó e por mais que queira jamais passará de uma sombra aos pés do Criador. O homem caiu na desgraça do pecado através de nossos primeiros pais e dela não pôde sair por si mesmo porque, sendo o homem finito, não pode limpar a mancha infinita do pecado.
O homem ao se colocar como redentor de si mesmo comete um absurdo metafísico porque, sendo o homem cometedor de faltas infinitas contra Deus, não pode jamais se limpar por mais que se esforce. Assim sendo, a humanidade depende da misericórdia divina para se salvar. Essa misericórdia deu-nos Jesus Cristo, o Filho único de Deus para que Esse, morrendo numa cruz, obtivesse méritos infinitos capazes de reparar as faltas dos homens.
Entretanto, esses méritos são de Cristo, não dos homens. Os homens que desejam abraçar essa Salvação conquistada por Cristo têm que abraçar o Batismo para que, através dele e pela Graça, entrem na comunhão do Corpo Místico de Cristo que é a Igreja e só assim possam ser salvos porque Cristo, embora tenha morrido por todos, deu apenas aos batizados a Graça de se salvarem.
Os pagãos e os não-católicos, de alguma forma podem se salvar por caminhos que só Deus conhece, mas com certeza passarão pela Igreja Católica afinal, a Salvação só existe porque nós, fazendo parte do Corpo de Cristo que é a Igreja, tomamos parte do mistério salvífico.
Entretanto, mesmo com o perdão de Deus o homem não deixou de pecar. Muito embora a mancha do pecado original seja retirada no Batismo, o homem permanece com o coração duro, incapaz de evitar integralmente o pecado. Não raras as vezes o homem comete faltas tão violentas contra Deus e contra a razão que se aparta por completo da Graça. Se permanece no erro, o homem se condena eternamente. Assim sendo, está clara nossa fragilidade e nossa dependência constante da Graça e da Misericórdia de Deus.
Deus, não satisfeito em dar a nós a Salvação através de seu Divino Filho, deu-nos também o Espírito Santo, guia infalível da Igreja, Maria, nossa mãe bondosa e exemplo de vida, Graça e Santidade e, enfim, deixou-nos também a Eucaristia, o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Cristo, o alimento de nossas almas, pão dos anjos, fonte inexaurível de paz e suavidade. Como o corpo precisa do alimento e de água, a alma precisa do Corpo e Sangue de Cristo. Por misericórdia, Deus também deixou-nos o sacramento da Confissão através do qual, se cairmos em pecado, podemos nos reconciliar.
Assim sendo, podemos concluir sem erro que a Igreja, representada na figura do Papa, é a graça de Deus, o mistério da Salvação ao qual somos ligados pelo Batismo e mantidos pela Eucaristia e pela União com Maria. Maria é quem nos dá os passos a seguir para que não nos desvinculemos da Graça. A Eucaristia é o alimento espiritual que faz com que Deus habite em nosso Espírito, garantindo-nos o Estado de Graça.
Maria é aquela que nos dá os caminhos a seguir e as forças necessárias para não desanimarmos e para voltarmos à comunhão com Deus quando saímos. Maria, essa Mãe bondosa, é também quem melhor pode fazer render os frutos da Eucaristia que comungamos.
Nós, sendo parte do Corpo de Cristo que é a Igreja, nos tornamos também por adoção, filhos de Deus e de Maria, tal qual o próprio Cristo, muito embora não herdemos sua substância. Maria é pois, a geratriz do homem novo, nascido de Cristo.
Feliz aquele que reconhece sua pequenez e recorre ao auxílio desses dois tesouros. Maria foi o primeiro Sacrário por portar o Cristo Vivo em seu seio. Também Ela hoje está sem cessar a nos apresentar o Filho de Deus através da Eucaristia e a nos convidar a adorá-lo e amá-lo a fim de que nos matenhamos unidos à Graça Salvífica presente no mistério da Santa Igreja, o Corpo Místico de Cristo. Feliz aquele que encontra esse tesouro e muito mais feliz ainda será na outra vida ao poder contemplar Deus face a face ao lado de Nossa Senhora, a mais perfeita criatura.
Se pelo Batismo somos anexados ao Corpo de Cristo, pelo amor de Maria nos mantemos atrelados a Ele também com o auxílio da Eucaristia. A Eucaristia aproxima a natureza frágil e decaída do homem à natureza Gloriosa e Puríssima de Deus. Maria é a mãe capaz de unir essas duas naturezas. A Eucaristia nos dá a força, mas sem um caminho a seguir, toda a força do mundo torna-se vã e dispersa. Assim sendo, Maria é a luz que nos mostra o caminho da Salvação, o qual devemos percorrer com a força dispensada pelo Pão dos Anjos, a Eucaristia. Alguns podem pensar que isso é negar o poder de Deus. Respondo, pois, que não há nada mais insensato porque também a Virgem Santíssima é manifestação do poder infinito de Deus.
Eis duas colunas indispensáveis ao cristão para que ele consiga se manter na Graça. Maria, de forma similar àquela feita com Cristo, nos une a Deus, como Ela uniu o Verbo Divino à natureza humana. De forma parecida, Nossa Senhora une seus filhos ao corpo de Cristo, Deus, para que eles se tornem pela Graça merecedores da Salvação obtida por Cristo e filhos do Pai Eterno.
Certamente Deus não privou Nossa Senhora das provações as quais submeteu todos seus filhos. Ela venceu o pecado por seus próprios méritos. Conforme já dito inúmeras vezes, Deus deu o Livre Arbítrio a todos, inclusive à Nossa Senhora. Entretanto, ao contrário de nós que, tendo o livre arbítrio escolhemos deliberadamente o pecado, Nossa Senhora que sempre esteve em plena comunhão com seu Divino Filho escolheu a santidade.
Maria é a nova Eva. Pelo sim de Eva, o pecado entrou no mundo e tornou toda a humanidade decaída. Pelo sim de Maria, ao dizer sim à geração do Salvador, a redenção entrou no mundo. Dessa maneira, de certa forma a Salvação do mundo e até a vontade de Deus estão submetidas à Virgem Santíssima. Confiemos, pois, a Ela nossas dificuldades e peçamos a Ela: Mãe, mostra-nos Teu Filho.

Oração
Santa Maria, Rainha dos céus, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Senhora do mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais; ponde, Senhora, em mim os olhos de Vossa piedade e alcançai-me de Vosso amado Filho o perdão de todos os meus pecados, para que eu que agora venero com devoção a Vossa santa e Imaculada Conceição, mereça na outra vida alcançar o prêmio da bem-aventurança, por mercê do Vosso benditíssimo Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina para sempre. Amém.