segunda-feira, 5 de julho de 2010

Primado de Pedro o que é?

Primado de Pedro o que é?

Por Primado de Pedro subentende-se na teologia da Igreja católica, que fora explicitamente declarada nos concílios de Lião 1274; de Florença 1439, do Vaticano I 1870; e no concílio Vaticano II (Constituição Dogmatica Lumen Gentium. Cap. 3; 18) sendo mais uma vez confirmado a primazia de Pedro entre os apóstolos de Cristo, que seja a dignidade de primaz de primeiro entre os discípulos como listado nos evangelhos cf. (Mt 10,1-2; Mc 3, 13-19; Lc 6, 12-16).


Ver-se isto nos destaques e atribuições a figura de Pedro no Novo Testamento, segundo o exegeta católico Pe. René Laurentin Pedro é citado 78 vezes nos evangelhos. E mais de 60 vezes nos Atos dos Apóstolos¹ Fundou varias comunidades no interior da Judéia, exerceu atividade e bispado em Antioquia, também pregou em regiões da Grécia, nós últimos 20 anos de sua vida fora para Roma. Sobre a autoridade que exercia Pedro, de “confirmar a fé de seus irmãos” como expressou Nosso Senhor Jesus após declarar a predição de que Pedro iria, o negar três vezes disse, “mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” Lc 22,32, temos também outras narrações e importantes fatos que nos mostram, o destaque e a liderança de Simão como era conhecido também este “enviado” como remete a palavra grega para “apostolo” do Senhor.

Didracma oferecida unicamente por Cristo e Pedro. Mt 17, 23-26: S. Pedro lidera a oração de substituição para o lugar de Judas Iscariotes (At 1,22). Sendo eleito Matias. Abre o primeiro pronto-concílio de Jerusalém, todos o ouvem silenciosamente (At 15,7-11). Abriu as portas da Igreja para o batismo dos primeiros cristãos gentios (At 10,44-48).

Tal autoridade e importância vai exercer a Sé de Roma a exemplo da Primazia que exercia seu fundador Pedro, este primado Petrino é fundamento do Papado, entre as primitivas Sés cristãs, vai a exemplo de Pedro presidir na caridade como exortou o Santo Inácio de Antioquia referindo-se a Igreja de Roma;

Ela que também preside na região da terra dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada bem-aventurada, digna de louvor, digna de êxito, digna de pureza, e que preside à caridade na observância da lei de Cristo e que leva o nome do Pai. (Epístola aos Romanos, Introdução; Santo Inácio de Antioquia):

Dentro do colégio dos 12 apóstolos quando chamado por Jesus viu ser chamado Pedro que significa originalmente כיפא, Kepha em aramaico, “pedra”, “rocha”. Versado do grego Πέτρος Petros e de sinonimo πέτρα Petra, Petros “posteriormente passou para o latim como Petrus”² cf. Jo 1,42 esta mudança comum na bíblia quando Deus queria destacar grandes homens na economia divina e no anuncio de sua vontade como atesta as escrituras no AT, tendo como exemplo, Abrão (Gen 17,18;) Sarai (Gen 17, 15-16) e Jacó (Gen 33,20). Abaixo um comentário de um dos grandes Padres da Igreja do séc. V sobre estas mudanças.

Tu és Simão, filho de Jonas; chamar-te-ás Cefas, que quer dizer Pedro” […] Eis o nome que Cristo dá a Simão. A Tiago e a seu irmão chamar-lhes-á “filhos do trovão” (Mc 3, 17). A que se devem estas mudanças de nome? Servem para mostrar que Ele, Jesus, é o mesmo que havia estabelecido a antiga aliança, que tinha mudado o nome de Abrão, que passou a ser Abraão, e o de Sarai, que passou a chamar-se Sara, e o de Jacob, que passou a ser Israel (Gen 17, 5 ss; 32, 29). E que também dera o nome a vários, aquando do seu nascimento: a Isaac, a Sansão, aos filhos de Isaías e de Oseias. […] (Homilia n° 19 sobre São João: São João Crisóstomo).

Em sua pregação, Cristo quando esteve junto aos apóstolos após a confissão de fé de Pedro prometeu a Pedro a construção de sua Igreja sobre o mesmo apostolo e a autoridade associativa e de exclusão ao príncipe dos apóstolos. “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Mt 16, 17-19;

É notório também vermos que esta promessa de Cristo encontra alusão no AT “Revesti-lo-ei com a tua túnica, cingi-lo-ei com o teu cinto, e lhe transferirei os teus poderes; ele será um pai para os habitantes de Jerusalém e para a casa de Judá. Porei sobre seus ombros a chave da casa de Davi; se ele abrir, ninguém fechará, se fechar, ninguém abrirá; fixá-lo-ei como prego em lugar firme, e ele será um trono de honra para a casa de seu pai. Dele estarão pendentes todos os membros de sua família, os ramos principais e os ramos menores, toda espécie de vasos, desde os copos até os jarros.” Is 22,21-24.

O Evangelho de S. João também traz a memorável aparição de Jesus ressuscitado, aos Apóstolos e a confirmação da missão de Pedro entre os apóstolos “Apascenta as minhas ovelhas” Jo 21,15-17, ou seja, governa as minhas ovelhas

Mais tarde inúmeros serão os atestados primitivos da estadia de Pedro em Roma e de quando o mesmo exerceu seu episcopado na cidade de Roma, certa vez comentou Santo Ambrosio de Milão sobre o Símbolo Igreja romana, cuja “onde Pedro, o primeiro dos apóstolos, sentou-se e onde lhe conferiu a sentença comum. (Explicação do Símbolo, Ambrósio de Milão); Também afirmará Dionisio de Corinto em cerca do ano 170, assim como muitos outros que não cito no presente momento:



Tendo vindo ambos a Corinto, os dois apóstolos Pedro e Paulo nos formaram na doutrina evangélica. A seguir, indo para a Itália, eles vos transmitiram os mesmos ensinamentos e, por fim, sofreram o martírio simultaneamente. (História Eclesiástica de Eusébio, II,25,8.)



fato que após a Reforma foi refutado por vários estudiosos latentes, vindo, mas tarde o historiador luterano Adolf Harnack, confessar que a historia de sua estada e martirio em roam é veradadeira.

A Bíblia também mensiona este fato, "A [Igreja] que está em Babilônia, eleita como vós, vos saúda, como também Marcos, meu filho” I Pd 5,13: aqui evidentemente não trata-se da Babilonia sobre o Eufrates ou o rio Tigre ou tampouco a Egipicia mais a Roma pagã como era conhecida na antiguidade pela literatura da época, cf. Ap 17,5: 18,10.

O que mais tarde remeterá sua autoridade e sua primazia ao seu sucessor S. Lino como menciona a Tradição da Igreja. Temos menção a Igreja como Barca de Pedro (Lc 5,1-11;) segurança de salvação e unidade, como é conhecida e muito citada entre os Padres da Igreja indivisa assim como Primado de Pedro, que sempre foi ensinado pelos Pais da Igreja, recordaram sempre sua importância na Igreja Católica, fato que só começou a ser contestado hierarquicamente pelos orientais no séc. VIII.

Também não esqueçamos que também prometeu e conferiu igual poder aos outros apóstolos mais Pedro era o sinal e guarda de unidade como refletiu São Cipriano de Cartago no séc. III

Sobre um só edificou a sua Igreja. Embora, depois da sua ressurreição, tenha comunicado igual poder a todos os Apóstolos, dizendo: "Como o Pai me enviou, eu vos envio a vós. Recebei o Espírito Santo, a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados, a quem os retiverdes ser-lhe-ão retidos" (Jo 20,21-23), todavia, para tornar manifesta a unidade, dispôs com a sua autoridade que a origem da unidade procedesse de um só. (Unidade da Igreja Católica, Cap, IV; 3; São Cipriano de Cartago.):

E, depois da ressurreição, diz ao mesmo: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21,17). Sobre ele só constrói a Igreja e lhe manda que apascente as suas ovelhas. Embora comunique a todos os Apóstolos igual poder, todavia institui uma só cátedra, determinando assim a origem da unidade.”(Ibidem, Cap, IV; 8. São Cipriano de Cartago).

“É verdade que os demais Apóstolos eram o mesmo que Pedro, tendo recebido igual parte de honra e de poder, mas a primeira urdidura começa pela unidade a fim de que a Igreja de Cristo aparecesse uma só. ( Ibidem, Cap, IV; 4. São Cipriano de Cartago.):



Assim muitos são os raios do sol, mas uma só é a luz, muitos os ramos de uma árvore, mas um só é o tronco preso à firme raiz. E quando de uma única nascente emanam diversos riachos, embora corram separados e sejam muitos, graças ao copioso caudal que recebem, todavia permanecem unidos na fonte comum. (Ibidem, Cap, V; 3: São Cipriano de Cartago).



O Papa Bento XVI, disse em audiência geral no Vaticano no dia 7 de junho de 2006 “o próprio Pedro é consciente desta posição particular que tem? continuou dizendo: é ele quem fala com freqüência, em nome dos demais, pedindo explicações ante uma parábola difícil, ou para perguntar o sentido exato de um preceito ou a promessa formal de uma recompensa”. O Ex-protestante Dave Armstrong em refutação e atestação ao primado de Pedro listou 50 menções de Pedro no Novo Testamento, mostrando sua inerência e importância dizendo “Seria impossível acreditar que Deus daria a São Pedro tamanha preeminência na Bíblia se isso não fosse significativo e importante para a história posterior da Igreja, em especial, para o governo da Igreja”³.

Ad Majorem, Gloriam Dei
John lennon J. da Silva

Referencias:

[1] LAURENTIN, René. Pedro, o Primeiro Papa. [tradução Elizabeth Centeno Maggio] São Paulo: Paulinas,1997.



[2] WIKIPEDIA. São Pedro. Enciclopédia livre. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Pedro Acesso em: 05 julho 2010.





[3] ARMSTRONG, Dave. 50 provas do Primado de Pedro. [tradução Carlos Martins Nabeto] Brasília: Dicionario da Fé. Disponível em: http://www.dicionariodafe.com/apologetica/primado-pedro.htm Acesso em: 5 julho 2010.