segunda-feira, 28 de março de 2011

Testemunho de conversão: Eduardo Marques Moreira


Bom dia, boa tarde, boa noite! Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com você meu irmão!
Sou natural do Estado de Minas Gerais. Nasci em uma pequena cidade chamada João Pinheiro, que fica próxima à divisa do Estado de Minas com o Estado de Goiás. Aquela cidade quando eu era criança era um reduto de catolicismo muito forte. Comovia-me quando criança ver a devoção das pessoas, a reza do terço e os cantos das Missas nos fins de semana. Fui coroinha na minha paróquia e quis ser padre até meus 11 anos. Todavia, a tibieza sempre tinha sido minha companheira, desde a infância. Não gostava de rezar o terço todos os dias como era hábito em minha casa, por vezes achava a Missa demorada e enfadonha além de outros descuidos que tinha.
Aos 15 anos fiz o crisma e participei de um encontro que mudou os rumos de minha vida para sempre. Através da RCC tive meu primeiro contato com Jesus Cristo em experiências de oração. Tentei elaborar ministérios de música dos 15 aos 16 anos, mas sem muito sucesso. Hoje vejo que Deus tinha outros planos pra mim que não a música. Nessa época em meu coração a ciência e a religião colidiam frontalmente. Eu não acreditava em Adão e Eva e aceitava a ciência sem questionamentos, ao passo que questionava várias coisas sobre minha crença. Admito que tudo dependeu de minha aceitação, mas uma boa parte de meu desvirtuamento se deu pelo ensino péssimo que recebi de vários professores influenciados pelo marxismo e que, por sua vez, aceitaram sem questionar as críticas feitas à Igreja, repassando-as a seus alunos. Isso é claro, é um reflexo do péssimo ensino oferecido nas escolas do Brasil que desperta no aluno não um senso crítico geral, mas uma visão bitolada e negativista, hostil às religiões, em especial ao catolicismo.
Aos trancos e barrancos empurrei a fé na adolescência questionando como a hóstia podia se tornar o corpo e sangue de Cristo, como Jesus poderia ter ressuscitado dos mortos e como Deus teria criado o mundo. Eu imaginava Deus como uma pessoa extremamente piedosa que tinha um martelo da justiça nas mãos. No fim de nossa vida Ele nos julgaria e nos salvaria ou condenaria. Nessa época, as únicas coisas que me mantinham católico eram: o medo de que se Deus existisse, mais cedo ou mais tarde viria o fim dos tempos eu poderia ir pro inferno e o respeito pelos meus pais.
Aos dezessete anos eu finalmente não agüentei mais as colisões e decidi romper com a Igreja me declarando ateu. Poucos meses depois eu voltei a freqüentar um grupo de oração da RCC muito mais movido por algumas pessoas do que pelo amor a Deus propriamente dito. Ao fim de meus dezessete anos passei no vestibular e concluí o ensino médio. Ingressei na faculdade com dezoito anos para cursar Química e nessa época me mudei para Patos de Minas.
Na faculdade o ambiente ateísta e agressivo me fascinou e não raras as vezes neguei minha fé. Entreguei-me às paixões mundanas e cuidei pouco de meu lado espiritual. Saia com meus amigos aprontando todas e bebendo muito. No outro dia sempre vinha o arrependimento por ter feito o que era mau e vinha com isso a vontade de procurar a Deus. Uma tibieza sem fim me acompanhava, uma mistura de amor e ódio pela Igreja Católica. Às vezes eu ia à missa e às vezes eu faltava. Às vezes me dizia crente, às vezes ateu. Entretanto, sempre a saudade da Igreja, das orações e da sensação de paz me faziam querer voltar atrás e mesmo com toda a tibieza, em várias ocasiões eu pedi a Deus ajuda em momentos difíceis.
Com o tempo, mudou-se para o pensionato onde eu morava um protestante. Nessa época morávamos em muitos e um dos rapazes era um ex-seminarista ainda fiel à Santa Igreja. É duro dizer isso, mas nesse período o contato com alguns “católicos” só piorou minha situação. Ameaças constantes de ir para o inferno, pensamentos nada pautados na razão e tentativas de brecar meus questionamentos com ameaças de que era tudo coisa do demônio me fizeram cada vez mais avesso à religião. O protestante que morava conosco ficava sempre criticando a Santa Igreja e como eu não estudava a sã doutrina e não conhecia o protestantismo, eu nunca sabia refutá-lo. Entretanto, me doía muito ver aquele rapaz falando aquelas coisas horrorosas sobre a Igreja. Não fosse esse ex-seminarista, sempre me mostrando como eram os pontos de vista da Igreja eu certamente teria ficado ainda pior.
No ano de 2006 eu me transferi para a Universidade Federal de Uberlândia e então me mudei de Patos de Minas. Em Uberlândia as tendências ditas racionalistas me acertaram de cheio. Eu passei a ser mais ausente à Igreja e passei a criticar e atacar a Igreja em muitas coisas, mas ao mesmo tempo não gostava quando falavam mal dela perto de mim. Essa tibieza me acompanhou até o ano de 2007 quando afogado em um vazio espiritual sem fim, resolvi voltar à casa de Deus. Fiquei por mais ou menos 6 meses fiel e rezando o terço diariamente. Nessa época conheci a Associação Cultural Montfort onde muitas vezes eu procurei a doutrina da Igreja. Hoje por vários motivos não aceito mais os pontos de vista dessa Associação, muito embora reconheça a erudição e a cultura de seus membros, em especial de seu fundador. Foram meus primeiros contatos com a Doutrina e com a Apologética Católica. Até nos dias de hoje eu ainda preservo a forma de apresentar meus argumentos parecidos com a forma da Montfort, respondendo à altura que merecem os hereges. O raciocínio da fé teve um impacto ainda maior em mim que o racionalismo da ciência. Eu percebi que não era necessário ser ateu para ser cientista e notei também que crer não era uma questão de fé, uma questão de necessidade ou uma questão de tranqüilidade. Enfim eu havia entendido que crer é uma questão também de pensar, de estudar, de demonstrar, debater e tudo isso gerou em mim um fascínio sem fim pela teologia. Eu ajudei a fundar um grupo de estudos católicos em Uberlândia chamado grupo de jovens Ágape.
No início de 2008 tive uma recaída e dessa vez eu fiquei com pensamentos parecidos com o deísmo. Decidi continuar freqüentando a Igreja pra não decepcionar meus pais, mas eu não mais disfarçava minha falta de devoção e piedade. Foi então que comecei a namorar uma garota do grupo de jovens que assim como eu, havia ajudado a fundá-lo. Ela me conduziu novamente de forma bem suave aos caminhos de Deus. Fiquei todo o ano de 2008 repensando pontos de minha fé e estudando a doutrina esporadicamente. Nesse ano eu vi ainda mais que a doutrina católica é muito pautada na lógica e foi também nesse ano que eu mais pude ver a mão de Deus me guiando, mesmo eu estando distante. Vi que a Igreja salvou a cultura greco-romana e que nem sempre o que os historiadores marxistas contavam sobre a Igreja representava a verdade documental. Percebi que os protestantes não eram os santos mostrados e que, pelo contrário, os pais da reforma foram homens sujos e corruptos.
Ao fim de 2008 percebi que a ciência não era também a mãe da razão como eu pensava graças aos estudos que fiz na disciplina de filosofia da ciência durante o fim da graduação. Estudando pensadores como Karl Popper em seu livro O olho e o espírito, fui percebendo como nós cientistas éramos medíocres muitas vezes. Nessa época eu pude treinar bastante minha retórica e minha eloqüência. Foi então que me tornei católico sem reservas e no ano de 2009 passei a investir pesado em materiais de estudo e em minhas orações diárias.
Tive contatos com a teologia da libertação e com outras frentes heréticas ditas da Igreja. No início de 2009 consegui um emprego e mudei-me para Várzea da Palma. Nessa época onde conheci um seminarista que me indicou bons estudos sobre a “reforma protestante”. Em meados de maior de 2009 saí da empresa onde estava trabalhando e me mudei pra São Carlos, onde estudei mais a doutrina da Igreja e intensifiquei minha vida de oração. Nessa época tive uma mudança radical de vida. Passei a me interessar mais pela apologética e no ano de 2010 fundamos a Associação Universitária Fides et Ratio. Passei a ler mais o Apostolado Eletrônico Veritatis Splendor onde conheci o apologista John Lennon J. da Silva e também os professores Carlos Martins Nabeto e Alessandro Ricardo Lima. Passei a freqüentar também nesse ano a sede dos Arautos do Evangelho em São Carlos, onde tive contato com obras excelentes do ilustríssimo pensador católico Dr. Plínio Corrêa de Oliveira.
Nos fins de 2010 eu e John nos tornamos grandes amigos e juntamente com outro grande amigo que conheci através de John resolvemos investir em um projeto audiovisual que pretendemos manter em parceria em breve. No início de 2011 decidimos fundir o Apostolado São Clemente Romano e a Associação Universitária Fides et Ratio em um só apostolado cujo projeto ainda está em andamento. Entretanto, deixei de atualizar o blog da Associação Universitária Fides et Ratio nesse ano para me dedicar apenas ao Apostolado São Clemente Romano.
Agora estamos com uma idéia de estender as atividades da Fides et Ratio ao Apostolado São Clemente Romano. A Associação Universitária Fides et Ratio tem em São Carlos um programa de palestras nas universidades, levando a formação teológica, histórica e filosófica aos alunos que se interessarem. Decidimos fazer isso para combater as coisas erradas ensinadas sobre a Igreja. Com a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo e com as bênçãos de Maria Santíssima desempenharemos daqui pra frente grandes trabalhos para a maior glória de Deus sempre.
Que Deus os abençoe e que o testemunho desse miserável servo sirva para firmar muitos que tíbios como eu fui.
Christus Vincet, Christus Regnat, Christus Imperat!
Eduardo Moreira