quinta-feira, 14 de julho de 2011

As arbitrariedades contra a Sagrada Liturgia

Por John Lennon J. da Silva.

Uma das maiores feridas deixadas pela crise que enfrenta a Igreja nestas últimas décadas, sem dúvida alguma se trata das “chagas visíveis” que podem ser verificadas na má aplicação da Sagrada Liturgia. Nas últimas décadas as noções de sacrifício que deveriam permear as celebrações de muitas paróquias principalmente no Brasil, parecem ter desaparecido e dado lugar a arbitrarias compreensões de culto.

Que na maioria das vezes não sublinham a presença de Cristo crucificado e sua redenção, deram lugar a picadeiros onde os expectadores aguardam ansiosos por apresentações recheadas de movimentos e emoções; onde não mais o sacerdote faz às vezes de Jesus, mas é o signo do humano. Fato que fazer “Missas” mais atraentes e recheadas de novidades para alguns soam como o melhor atalho para encher os templos de gente.

Há vale salientar que alguns destes preferem fugir de uma boa catequese que converta a alma e coração dos fieis que andam distantes da Igreja, para que sejam estes introduzidos verdadeiramente na fé e prática católica, limitam-se a badalação e a numero expressivo de corações que se animam com os “frutos da terra” (cf. Gn 4,3) que oferece Caim, mas batem em retirada e deparam-se no mundo com seus corações vazios da Palavra de Deus e das orientações eficazes da Igreja.

Do outro lado também se encontra bispos e padres que apoiam e dão aparato para celebrações que na verdade são shows, ao melhor, torna-se o “sacrifício de Caim”. Existe também o modernismo teológico que vigora na ideologia eclesial destes sujeitos, que usam de forma grossa o Concílio Vaticano II para apoiar suas copiosas aberrações; tentam esconder eles que o concílio freia seus erros e proíbe as suas arbitrariedades. Alguns podem alegar que estou sendo duro nas palavras. Mas no momento em que vivemos quando predominam os covardes devem aparecer os duros e zelosos junto à verdade, como profetas que não têm medo de perder sua cabeça por amor ao reino de Deus.

Desde o início a Igreja procurou prestar a Deus um “oficio” puro e perfeito aos moldes dos louvores que prestam continuadamente na eternidade os anjos que ministram na Igreja triunfante composta pelos querubins, serafins, arcanjos, anjos e santos na alegria celeste. Dentre os séculos homens prudentes e iluminados se levantaram a fim de aperfeiçoar e corrigir os erros na liturgia. Para fazer dela um sacrifício perfeito como o de Abel que fora abençoada por Deus. A liturgia sempre foi um misto composto pelas suas raízes hebraicas e legislação dada por Javé á Moisés, que encontra ápice no aprimoramento cristão trazido na encarnação de Cristo e seu sacrifício em expiação de nossos pecados.

As Mentes frívolas de nossos tempos esquecem suas origens e perderam sua identidade. Já não mais fazem para glória de Deus, o sagrado oficio. Mais se gloriam no homem. Em nossos dias os inimigos da religião infiltrados na Igreja vêm a “profanar o santuário, a fortaleza” e como profetiza Daniel, tentam “cessar o holocausto perpétuo” e lutam para instaurar “a abominação do devastador” (cf. Daniel 11,31).

Por isto tomam lugar às arbitrariedades nos movimentos, [exemplo, dança, pulos e gritos]. Sem contar na composição das músicas e nos etilos musicais. Na falta dos paramentos e objetos de uso litúrgico. Mesmo quando os Papas continuam a exortam que cessem os abusos e desregramentos litúrgicos. O Inimigo, a antiga serpente (cf. Ap 20,2) continua e querer ludibriar e atrapalhar o verdadeiro culto a Deus trazendo confusão a Noiva de Cristo. Onde deveria existir o maior de todos os zelos, pois que da Sagrada Liturgia depende a nossa vida de adoração, os livros litúrgicos que deveriam ser luzes; são nestas ocasiões figurantes, as rubricas litúrgicas que deveriam ser sinais nas mãos dos sacerdotes, são negligenciadas. Estes são alguns dos reflexos da “crise na liturgia” que são vistos em muitas celebrações artífices que contribuem para tornar a “Santa Missa” mais humana e menos divina. Quando busco as celebrações ordinárias em minha cidade busco ortodoxia litúrgica, mas o que enxergo e presencio são as palmas de quem não entende nada do que se passa no altar!

Sempre me vêm à memória a Santíssima Virgem, e o apostolo amado e me interpelo como se sentiram vocês “aos pés da Cruz” (cf. Jo 19,25-26). Tinham seus corações repletos de sofrimento, modéstia, espera e silêncio. Estes são os sentimentos que deveriam ser nutridos pelos fieis hoje, são modelos de comportamento ante a realidade da Cruz que na Santa Missa realiza-se o mistério pascal para nossa salvação.

Rezemos para que Deus suscite nos corações dos clérigos e fieis a nuvem de sentimentos e comportamento que detinham os que estavam no Calvário. Que possamos pelejar para que os não católicos ou os que ainda se mantenham longe da sã doutrina vejam com seus olhos que prestamos a Deus um verdadeiro culto e nutrimos e cremos que a Santa Missa é a renovação incruenta do Sacrifício Redentor de Cristo.

Tomemos como palavras para nos guiar em uma melhor postura que devemos alimentar internamente e externamente na Santa Missa, lugar onde Cristo oferece-se de um modo sacramental, debaixo das aparências do Pão e do Vinho. As palavras de São Leonardo de Porto-Maurício.

“Eis o meio mais adequado para assistir com fruto a Santa Missa: consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” (São Leonardo de Porto Maurício. Tesouro Oculto).

Que possamos ir à missa e estarmos nela, semelhante aos que assistiram no calvário Jesus Cristo oferece-se de um modo sangrento pelos pecados do homem.