sábado, 14 de agosto de 2010

Amnésia dos historiadores sobre o pontificado de Pio XII, a verdade histórica sobre o Papa Pacelli segundo alguns historiadores contemporâneos.

Segue-se 4 textos que reuni, retirados do site (ACI) que falam sobre os fatos históricos desconhecidos por muitos, acontecidos no período em que o Papa Pio XII durante a segunda guerra mundial, exerceu seu pontificado, veja o que 4 testemunhos de historiadores dizem abaixo sobre o “apagão” da história quando vai se tratar do papado de Pio XII.

Historiador jesuíta, o Pe. Giovanni Sai

Em um artigo chamado “Pio XII e a amnésia dos historiadores”, o L’Osservatore Romano publica a crítica de um sacerdote e historiador jesuíta, o Pe. Giovanni Sai, que escreve na revista “La Civiltá Cattolica” que face à grande quantidade de documentação existente, peritos como Richard Overy não tomam em conta o trabalho da Santa Sé e do Papa Pacelli como parte essencial dos esforços para acautelar a Segunda guerra mundial.

O Pe. Sai critica que Overy, em seu livro “Ao borde do precipício. 1939: Os dez dias que arrastaram ao mundo à guerra” não se refere em nenhum momento “nem sequer acidentalmente à atividade desenvolvida pela Santa Sé nos fatos tão meticulosamente reconstruídos”.

O historiador jesuíta recorda que existe uma abundante documentação a respeito nas Atas da Santa Sé sobre a Segunda guerra mundial que aparecem publicadas na página Web do Vaticano, no qual se pode apreciar, por exemplo, “como Pio XII e o Presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, procuravam por todos os meios ao seu dispor alentar a encontrar soluções de compromissos que permitissem evitar a guerra”.

Em 9 de abril de 1939, a apenas um mês e uma semana depois de ter sido eleito para a Sede de Pedro e a uns meses de iniciar a guerra, Pio XII em seu discurso de Páscoa explicou “como as turbulências do presente parecem florescer de males inclusive mais graves”, cujas raízes deviam ser buscadas na miséria de muitos “na falta de mútua compaixão entre as nações, nas violações de pactos santos e da palavra empenhada”.

Com as relações com a “Alemanha nacional socialista deterioradas por causa das fortes denúncias de Pio XI contra a política anti-católica, anti-cristã e anti-semita adotada pelo Terceiro Reich”, Pio XII convoca a uma conferência entre as potências européias, respaldado pelos Estados Unidos, que infelizmente não chegou a se concretizar.

Os esforços do Papa Pacelli foram para o Secretário de Relações Exteriores dos Estados Unidos, Summer Welles, “do mais alto valor” não só por sua influência moral mas também porque se deram “no momento em que a tensão internacional era muito grave”.

O sacerdote também menciona que, entre outras questões que os historiadores deveriam mencionar “está a laboriosa preparação do famoso chamado de 24 de agosto de 1939” dirigido aos governantes do mundo para evitar a guerra “e sobre tudo os efeitos imediatos daquela intervenção que afetou tanto à opinião pública que fizeram que o mesmo Hitler pospusesse a agressão à Polônia uma semana”.

“Se o ataque se deu no 26, como estava previsto, o ditador não só teria dado a impressão de não querer evitar o conflito, logo depois da dura advertência papal, mas se teria atribuído diante de todo o mundo a inteira responsabilidade de uma guerra desastrosa”.

O Pe. Sai precisa então que “sobre isto o historiador inglês (Overy) não menciona absolutamente nada” nem mesmo afirma nada sobre os grandes esforços da diplomacia vaticana para evitar que “o mundo caísse no abismo”.

Ainda hoje, conclui o sacerdote e historiador jesuíta, uma parte da literatura histórica “por distintas motivações de ordem ideológica, que vão inclusive no documentário” tende a menosprezar ou desconhecer o “papel ético-político da Santa Sé naqueles difíceis anos.

Para ter acesso às Atas da Santa Sé sobre a Segunda guerra mundial, ingresse em: http://www.vatican.va/archive/actes/index_sp.htm

Michael Hesemann historiador e representante alemão da (PTWF)

A Pave the Way Foundation (PTWF) anunciou a descoberta de documentos vaticanos de grande importância para o esclarecimento do papel desempenhado pelo Papa Pio XII durante a Segunda Guerra Mundial. O historiador e representante alemão da PTWF, Michael Hesemann, fez visitas regulares ao recentemente aberto Arquivo Secreto Vaticano e continua a fazer descobertas significativas. Seu mais recente estudo dos documentos originais que foram anteriormente publicados revelam as ações secretas para salvar milhares de judeus já em 1938, apenas três semanas após a Kristallnacht [Noite dos Cristais, nome dado aos atos de violência anti-semita que ocorreram na noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha e da Áustria, então sob o domínio nazista ou Terceiro Reich].

A matéria divulgada pela Canção Nova Notícias informa que o então Cardeal Eugenio Pacelli (Papa Pio XII), secretário de Estado do Papa Pio XI, “enviou um telex em 30 de novembro de 1938 às Nunciaturas e Delegações Apostólicas, bem como uma carta a 61 arcebispos do mundo católico, solicitando 200 mil vistos para "católicos não arianos" três semanas após a Kristallnacht. Além disso, enviou cartas adicionais, datadas de 9 de janeiro de 1939”.

Michael Hesemann afirmou que "o fato de que nesta carta se fale de 'ebrei convertiti' (judeus convertidos), e 'católicos não arianos' certamente é um disfarce. Não era possível ter certeza de que agentes nazistas não iriam tomar conhecimento acerca desta iniciativa. Pacelli tinha que ter certeza de que eles não fariam mal uso disso para propaganda do nazismo, de que eles não poderiam afirmar que 'a Igreja era uma aliada dos judeus'".

A nota da CN notícias revelou também que os nazistas «já haviam utilizado a frase "os judeus e seus aliados negros (Igreja) e vermelhos (bolcheviques)" em sua propaganda, e qualquer passo errado poderia causar uma perseguição contra a Igreja na Alemanha nazista. A Concordata de 1933 marcou profundamente a Alemanha, e também garantiu que judeus convertidos fossem tratados como cristãos. Usando esta posição legal, Pacelli foi capaz de ajudar "católicos não arianos"».

"Altos funcionários do Vaticano verificaram para nós que os termos católicos não arianos, não arianos, judeus católicos significavam realmente judeus. Fomos informados de que se os documentos fossem interceptados, tal artifício não levantaria uma bandeira vermelha com relação à concordata assinada em 1933, que especificamente providenciava proteção para os judeus que haviam se convertido para o cristianismo", agrega o historiador Hesemann.

O renomado estudioso professor Ronald Rychlak e autor do recém-reimpresso "Hitler, a Guerra e o Papa" disse: "A PTWF identificou diversos documentos que comprovam as boas obras do Papa Pio XII e da Igreja Católica. Isso é outra confirmação daquelas boas obras. O aspecto mais importante deste documento é que ele mostra o que muitos de nós dissemos há muito tempo: esforços que parecem ter sido dirigidos para proteger apenas os judeus convertidos protegeram realmente os judeus, independentemente de serem convertidos ou não".

Uma nova percepção sobre Pio XII

O chefe do Conselho da PTWF, Elliot Hershberg, afirmou que a Fundação "continuará a revelar tantos documentos quanto possível, pois tudo o que encontramos até agora parece indicar que a conhecida percepção negativa acerca de Pio XII é errada. Nós também acreditamos que muitos judeus que conseguiram deixar a Europa não tinham nenhuma ideia de que seus vistos e documentos de viagem haviam sido obtidos por meio desses esforços do Vaticano".

Já o presidente da PTWF, Gary Krupp, disse que, "de acordo com nossa missão de identificar e eliminar obstáculos não teológicos entre as religiões, reconhecemos que o papado do Papa Pio XII transcorreu durante um período que impactou negativamente a bilhões de pessoas. A PTWF comprometeu-se com o projeto de recuperação de documentos da época da guerra, para torná-los públicos, bem como muitos documentos e depoimentos de testemunhas oculares tanto quanto possível para trazer a verdade à luz. Até hoje, temos mais de 40 mil páginas de documentos, vídeos de testemunhas oculares, e artigos de notícias em nosso website para ajudar historiadores na pesquisa deste período".

Perita Margherita Marchione

A irmã italo-americana Margherita Marchione, ao obsequiar ao Papa Bento XVI um busto de bronze de Pio XII ao término da Audiência Geral desta quarta-feira, ressaltou que ela nunca perdeu “ocasião para testemunhar a verdade histórica sobre o Papa Pacelli e sua documentada ação a favor dos judeus".

A religiosa entregou com este busto, conforme indica o L’Osservatore Romano, "uma inteira vida feita da apaixonante investigação sobre Eugenio Pacelli" que se iniciou "quando descobri que 114 judeus foram escondidos nas três casas romanas da Congregação das Professoras Pias Filippini" à qual pertence.

A irmã de mais de 80 anos de idade, autora de numerosos livros biográficos, entregou ao Papa Bento um busto de bronze que será colocado ante o Santuário Mariano da Visitação em Santa Marinella no sábado 5 de junho. Este será posto em um jardim dedicado a Pio XII e "aos justos do mundo".

O historiador judeu Elliot Hershberg

O historiador judeu Elliot Hershberg, da Fundação Pave the Way, assinala que "quem examina a grande quantidade de documentos, testemunhos, evidências provadas e demonstráveis, deve necessariamente concluir que o Papa Pio XII foi um afetuoso e solidário amigo do povo judeu".

"Como judeu conheço bem o anti-semitismo, e não existe nem rastro de prejuízo anti-judeu na vida de Eugenio Pacelli", explica o historiador sobre Pio XII. "Quem afirma o contrário –disse por sua parte o rabino Eric Silver– evidentemente não se preocupou nunca de verificar as próprias teses confrontando as fontes diretas, estudando os documentos nos arquivos livremente consultáveis em Roma".

No artigo publicado pelo L’Osservatore Romano, Silver assinala ademais que "difundiu-se o péssimo hábito de refazer as tese contidas nos livros já publicados sem verificá-las; de fato, continuando a disseminação de hipótese completamente privadas de bases documentarias, continua-se assim a obra de desinformação iniciada pelo Rolf Hochhuth com sua peça teatral O vigário".

Não faltam os testemunhos da época: "Sinta-se orgulhoso de ser judeu", exclamou em voz alta o Papa Pio XII a um jovem que ele recebeu em uma audiência geral em 1941, conforme dava conta o Palestine Post em 1945.

E tampouco faltam os nomes famosos entre os amigos judeus de Eugenio Pacelli, como Bruno Walter, um dos maiores diretores de orquestra do século XX; o músico Osip Gabrilowitch, o presidente da Organização sionista mundial Nahum Sokolow, quem em 1925 enviou uma carta de agradecimento, recentemente encontrada, ao Papa Pio XII.

John Lennon J. da Silva
Apostolado São Clemente Romano.

FONTES:

[1] ACIDIGITAL. Perito critica “amnésia dos historiadores” sobre Pio XII. [agencia de noticias sobre a Igreja católica]. 19 MAIO 2010. Disponível em: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=18999 Disponível em: 14 agosto 2010.

[2] ACIDIGITAL. Historiadores destacam papel de Pio XII para salvar judeus durante a II Guerra Mundial. [agencia de noticias sobre a Igreja católica]. 07 julho 2010. Disponível: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19436 acesso em: 13 agosto 2010.

[3] ACIDIGITAL. Perita ressalta diante de Bento XVI a obra de Pio XII em favor dos judeus. [agencia de noticias sobre a Igreja católica]. 3 junho 2010. Disponível em: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19142 Acesso em: 14 agosto 2010.

[4] ACIDIGITAL. Não há nada de anti-semita em Pio XII, explica historiador judeu. [agencia de noticias sobre a Igreja católica]. 9 JULHO 2010. Disponível em: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=19452 Acesso em: 14 agosto 2010.