Todos sabem que no AT, o Senhor
instituiu o Sábado como o Seu dia de adoração. Mas resta a pergunta:
por que? Para entendermos o motivo deste mandamento divino, devemos
responder às seguintes perguntas: 1) Por que Deus instituiu um dia para
o Seu culto? 2) Por que o Sábado (Shabath) foi escolhido para ser este dia?
A resposta para a primeira pergunta encontramos no livro do Deuteronômio, onde lemos: "Lembra-te
de que foste escravo no Egito, de onde a mão forte e o braço poderoso
do teu Senhor te tirou. É por isso que o Senhor, teu Deus, te ordenou
observasses o dia do sábado" (Dt 5,15).
Como vemos a observância de um dia de
adoração está relacionada à libertação que o Senhor proporcionou ao
povo Hebreu, quando o tirou do cativeiro no Egito. Deus manifesta-se
como o libertador de Seu povo, manifestando todo o Seu Poder e Glória,
como verificamos no envio das pragas (cf. Ex 8;9;10;11) e depois ao
separar o Mar Vermelho (cf. Ex 14,21-31) para que Israel pudesse
finalmente se ver livre do julgo do Faraó.
O Deus libertador é aquele que guia o
Seu Povo à Terra Prometida. Devemos perceber aqui que a libertação
promovida pelo Senhor da escravidão do Egito é prenúncio da libertação
que Cristo posteriormente promoverá da escravidão do pecado, nos
conduzindo à Jerusalém Celestial.
Quanto à segunda pergunta, a resposta encontramos no livro do Êxodo: "Porque
em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que contêm, e
repousou no sétimo dia; e por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e
o consagrou" (Ex 20,11; cf. Gn 2,3).
Por esta razão no dia da libertação, o
homem também deveria livrar-se do trabalho secular (cf. Am 8,5; Ex
34,21; 35,3; Ez 22,8; Jr 17,19-27; Dt 5,12-14); no dia em que Deus
manifestou o Seu Amor pelo povo, o povo também manifestaria o seu amor
por Ele (Lv 23,3; Lv 24,8; 1Cr 9,32; Nm 28,9-10; Is 1,12s). Isto lembra
as palavras de São João: ?Nós amamos, porque Deus nos amou primeiro? (1 Jo 4,19).
Depois do que foi exposto, podemos identificar a dupla raiz da instituição do Dia de Adoração:1) O dia da salvação do povo de Deus conforme Dt 5,15;
2) O dia da plenitude da criação cf. Ex 20,11; pois o Senhor cessou o seu trabalho (a criação do mundo) no sétimo dia, por que ele foi terminado no sexto dia. Deus não se cansa, caso contrário não seria Deus. O "descanso" ou "repouso" de Deus refere-se à cessão do Seu Divino trabalho. Shabath (Sábado) significa "cessão", "término de alguma atividade". Por isso, o Sétimo Dia também é o dia da Plenitude da Criação e não do "descanso" de Deus.
Jesus, o Sábado e o Domingo
Com o passar do tempo, os Judeus
deturparam a observância do Sábado. Eles se esqueceram das raízes
espirituais desta divina observância, e se prenderam apenas à letra.
Na época de Jesus, 39 tipos de trabalho
eram proibidos. Entre eles colher espigas (cf. Mt 12,2), carregar
fardos (Jo 5,10), etc. Os doentes só podiam ser atendidos em perigo
iminente de morte, motivo pelo qual se opuseram a Jesus, que curava aos
sábados (cf. Mt 12,9-13; Mc 3,1-5; Lc 6,6-10; 13,10-17; 14,1-6; Jo
5,1-16; 9,14-16).
O Senhor contra os fariseus afirmou: "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado"
(Mc 2,27). Por isso, declarou que era o Senhor do Sábado (Mc 2,28) e
foi incriminado pelos doutores da Lei (Jo 5,9), ao que respondeu que
nada mais fazia senão imitar o Pai que, mesmo tendo cessado a criação
do mundo, continuou a governá-lo e também aos homens (Jo 5,17).
Alguns cristãos acreditam que neste
momento Jesus estava abolindo a observância do Sábado. Os sabatistas
contra-argumentam dizendo que não; que Jesus estava era resgatando o
sentido espiritual (a verdadeira raiz) desta divina observância. E
neste ponto eles estão com toda razão.
Entretanto, os sabatistas enganam-se em
pensar que a divina observância do Dia de Adoração, estaria para
sempre fixada no Sábado.
Eles argumentam que o Sábado é
perpétuo. Se isto fosse verdade, significaria que toda Lei Levítica
(circuncisão, páscoa, incenso, sacerdócio, etc) também seria perpétua.
Por exemplo, em Ex.12:14 está declarado que a páscoa terá de ser
observada "por suas gerações" e "para sempre", exatamente como é dito
sobre o Sábado. A oferta de incenso também é dita como perpétua
(Ex.29:42). Lavagem de mãos e pés também (Ex.30:21).
Quando o Senhor afirma que o Sábado é
perpétuo, não está se referindo à fixação do sétimo dia como dia de
Adoração, mas refere-se ao Seu acordo, à Sua fidelidade para com a
humanidade.
É o próprio Deus que através dos Profetas do AT anuncia que Seu Acordo se dará de uma nova forma: "Eis que os dias vêm, diz o Senhor, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão,
para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram,
apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas este é o pacto que
farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a
minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinarão mais cada um a seu
próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque
todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor;
pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus
pecados" (Jr.31:31-34) (grifos meus).
O pacto da Antiga Aliança seria
substituído por um Novo, onde o primeiro foi apenas uma figura do
segundo que é Eterno (cf. Hb 9 ). Neste Novo pacto, o Senhor
instituiria um novo dia para Sua Adoração, pois em um novo dia Ele iria
salvar o seu Povo para sempre, conforme profetizou Oséias: "Farei em favor dela [Sua nova nação, a Igreja], naquele dia,
uma aliança, com os animais selvagens, com as aves do céu e com os
répteis da terra: farei desaparecer da terra o arco, a espada e a
guerra e os farei repousar em segurança. Então te desposarei para sempre; desposar-te-ei conforme a justiça e o direito, com misericórdia e amor. Desposar-te-ei com fidelidade, e tu conhecerás o Senhor" (OS 2,20-22) (grifos meus).
O Senhor Jesus não aboliu a observância
do Sábado em seu debate com os fariseus. Ele o fez após cumprir o
anúncio dos Profetas, morrendo na Cruz e ressuscitando no primeiro dia
da semana: Domingo.
Na Antiga Aliança, o Sábado foi
estabelecido como o Dia de Adoração, pois foi o Dia da Libertação (cf.
Deut 5,15) e o Dia da Plenitude da Criação (cf. Ex 20,11).
Na Nova e Eterna Aliança, o Domingo é
estabelecido como o Novo Dia de Adoração, pelas mesmas razões: é o Dia
em que o Senhor nos salvou do cativeiro do pecado e o Dia em que
ressurgindo da Mansão dos Mortos, cessou o trabalho em Sua nova Criação
(a natureza humana incorruptível). Desta forma, o Domingo também é o
Dia da Libertação e da Plenitude da Criação.
A própria carta aos Hebreus acentua a
índole figurativa do sábado, afirmando que o repouso do sétimo dia era
apenas uma imagem do verdadeiro repouso que fluiremos na presença de
Deus (cf. Hb 4,3-11). Onde no Sábado estava a figura (o prenúncio), no
Domingo está a concretização. O Domingo é o Sábado eterno.
O Testemunho de Cristo, dos Apóstolos e do Espírito Santo
Jesus aparece à primeira vez aos
Apóstolos no domingo, no dia da Ressurreição. Imaginem a alegria que os
Apóstolos sentiram ao ver o Senhor Ressuscitado! Sobre isto escreveu o
Salmista: "A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça
da esquina. Foi o Senhor que fez isto, e é coisa maravilhosa aos
nossos olhos. Este é o dia que fez o Senhor; regozijem-nos e alegremo-nos nele" (Sl 118,22-24). Ora, Jesus se tornou a Pedra Angular no dia em que Ressucitou, o dia da Ressurreição "foi o Dia que o Senhor fez".
Conforme o Profeta Jeremias, em Seu
novo pacto, o Senhor promete escrever a Sua Lei no interior e no
coração dos homens. E conforme Ozéias, no dia em que isto acontecer, os
homens O conhecerão. Ora, isto se cumpre exatamente num Domingo,
quando o Espírito Santo é dado aos Apóstolos (cf. Jo 20,19-23; At
2,1-4); pois é o Espírito Santo que nos convence da vontade de Deus.
A segunda aparição do Senhor aos discípulos não é no Sábado, mas no novo "dia que o Senhor fez"
(cf. Sl 118,24), isto é, no Domingo (cf. Jo 20,26), dia em que Tomé o
adora como Deus (cf. Jo 20,29). Talvez temos aqui a primeira adoração
cristã a Deus no dia de Domingo.
O Culto Cristão acontece no domingo
(cf. At 20,7; 1Cor 16,2). Os Sabatistas alegam que a "Ceia do Senhor"
não era uma reunião de culto. A Primeira Carta de São Paulo aos
Coríntios mostra claramente que a reunião da "Ceia do Senhor" era uma
reunião de culto. Basta verificar os capítulos 11 a 16.
No entanto muitos cristãos se viam
tentados a judaizar, isto é, a observar as prescrições da Lei Mosaica.
Os Gálatas era um exemplo e por causa deles São Paulo dirige-lhes uma
epístola exatamente para tratar desta questão. E vejam a bronca que o
Apóstolo dá neles: "Ó
insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi
apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado? Apenas isto quero
saber de vós: recebestes o Espírito pelas práticas da lei ou pela
aceitação da fé? Sois assim tão levianos? Depois de terdes começado
pelo Espírito, quereis agora acabar pela carne?" (Gl 3,1-3).
Quem ainda duvidar de que São Paulo
também estava se referindo à observância do Sábado, então veja o que
ele escreveu aos Colossenses: "Que ninguém vos critique por questões de comida ou bebida, pelas festas, luas novas ou sábados. Tudo isso nada mais é que uma sombra do que haveria de vir, pois a realidade é Cristo" (Cl 2,16-17) (grifos meus).
São Paulo confirma que o Antigo acordo
(que incluía a observância do Sábado) foi substituído pelo Novo acordo
cumprido pela Morte e Ressurreição do Senhor Jesus (que inclui agora o
Domingo como o Dia do Senhor).
Mais uma confirmação Bíblica de que o
Domingo é o Dia do Senhor, está no Livro do Apocalipse. Em Ap 1,10 São
João escreve: "Num domingo, fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás
de mim, voz forte como de trombeta". A expressão que no português está
como "num domingo" no original grego está "té kyriaké hémerà", que significa "No Dia do Senhor".
Ora, aqui São João está dizendo que no Domingo, que é Dia do Senhor,
Deus lhe deu uma revelação. Se o Domingo não é o Dia do Senhor, por que
São João assim o indicou no Livro do Apocalipse?
Testemunhos dos primeiros cristãos
A Igreja do período pós-Apostólico,
também confirmou a doutrina do Novo Dia de Adoração que recebeu dos
Apóstolos. Vejamos alguns exemplos:
"Reúnam-se no dia do Senhor
[= dominica dies = domingo] para partir o pão e agradecer, depois de
ter confessado os pecados, para que o sacrifício de vocês seja puro" (Didaqué 14,1 - primeiro catecismo cristão, escrito no séc. I, mais precisamente no ano 96 dC) (grifos meus).
Santo Inácio, Bispo de Antioquia, que
segundo a Tradição foi a criança que Cristo pegou no colo em Mc 3,36,
também confirma a Doutrina Apostólica do Domingo: "9. Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor,
em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte. Alguns
negam isso, mas é por meio desse mistério que recebemos a fé e no qual
perseveramos para ser discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre.
Como podemos viver sem aquele que até os profetas, seus discípulos no
espírito, esperavam como Mestre? Foi precisamente aquele que justamente
esperavam, que ao chegar, os ressuscitou dos mortos. 10. Portanto, não
sejamos insensíveis à sua bondade. Se ele nos imitasse na maneira como
agimos, já não existiríamos. Contudo, tornando-nos seus discípulos,
abraçamos a vida segundo o cristianismo. Quem é chamado com o nome
diferente desse, não é de Deus. Jogai fora o mau fermento, velho e
ácido, e transformai-vos no fermento novo, que é Jesus Cristo.
Deixai-vos salgar por ele, a fim de que nenhum de vós se corrompa, pois é
pelo odor que sereis julgados. É absurdo falar de Jesus Cristo e, ao mesmo tempo judaizar.
Não foi o cristianismo que acreditou no judaísmo, e sim o judaísmo no
cristianismo, pois nele se reuniu toda língua que acredita em Deus " (Carta de Santo Inácio de Antioquia aos Magnésios. 101 d.C.) (grifos meus).
Como se vê o discípulo pessoal de São
Paulo confirma a doutrina que recebeu do Mestre, conforme este mesmo
expôs aos Gálatas (Gl 1;3) e aos Colossenses (Cl 2,16-17).
Outro testemunho do séc II sobre o Domingo é de Justino de Roma, vejamos:
"67. Depois dessa primeira
iniciação, recordamos constantemente entre nós essas coisas e aqueles
de nós que possuem alguma coisa socorrem todos os necessitados e sempre
nos ajudamos mutuamente. Por tudo o que comemos, bendizemos sempre ao
Criador de todas as coisas, por meio de seu Filho Jesus Cristo e do
Espírito Santo. No dia que se chama do sol, celebra-se uma
reunião de todos os que moram nas cidades ou nos campos, e aí se lêem,
enquanto o tempo o permite, as Memórias dos apóstolos ou os escritos dos
profetas. Quando o leitor termina, o presidente faz uma exortação e
convite para imitarmos esses belos exemplos. Em seguida, levantamo-nos
todos juntos e elevamos nossas preces. Depois de terminadas, como já
dissemos, oferece-se pão, vinho e água, e o presidente, conforme suas
forças, faz igualmente subir a Deus suas preces e ações de graças e todo
o povo exclama, dizendo: ?Amém?. Vem depois a distribuição e
participação feita a cada um dos alimentos consagrados pela ação de
graças e seu envio aos ausentes pelos diáconos. Os que possuem alguma
coisa e queiram, cada um conforme sua livre vontade, dá o que bem lhe
parece, e o que foi recolhido se entrega ao presidente. Ele o distribui a
órfãos e viúvas, aos que por necessidade ou outra causa estão
necessitados, aos que estão nas prisões, aos forasteiros de passagem,
numa palavra, ele se torna o provedor de todos os que se encontram em
necessidade. Celebramos essa reunião geral no dia do sol, porque foi o primeiro dia
em que Deus, transformando as trevas e a matéria, fez o mundo, e
também o dia em que Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos
mortos. Com efeito, sabe-se que o crucificaram um dia antes do dia de
Saturno e no dia seguinte ao de Saturno, que é o dia do Sol, ele apareceu a seus apóstolos e discípulos, e nos ensinou essas mesmas doutrinas que estamos expondo para vosso exame" (Justino de Roma 155 d.C, I Apologia cap 67) (grifos meus).
No tempo de Justino os cristãos eram
ferozmente perseguidos e acusados das mais variadas calúnias. Justino
que era responsável por uma escola de estudos bíblicos, escreve uma
apologia (defesa) ao Imperador em favor dos cristãos. Por isso, ele ao
se referir ao domingo utiliza a expressão "dia do sol", pois era no
primeiro dia da semana que os pagãos adoravam o sol.
Podemos verificar aqui mais uma vez que
a "Ceia do Senhor" não era uma mera reunião de confraternização, mas
uma celebração de culto a Deus.
Ainda do segundo século temos o
testemunho do advogado cristão Tertuliano, que escreveu muitas obras
para as autoridades romanas em defesa dos cristãos perseguidos:
"Outros, de novo, certamente com
mais informação e maior veracidade, acreditam que o sol é nosso deus.
Somos confundidos com os persas, talvez, embora não adoremos o astro do
dia pintado numa peça de linho, tendo-o sempre em sua própria órbita. A
idéia, não há dúvidas, originou-se de nosso conhecido costume de nos
virarmos para o nascente em nossas preces. Mas, vós, muitos de vós, no
propósito às vezes de adorar os corpos celestes moveis vossos lábios em
direção ao oriente. Da mesma maneira, se dedicamos o dia do sol
para nossas celebrações, é por uma razão muito diferente da dos
adoradores do sol. Temos alguma semelhança convosco que dedicais o dia
de Saturno (Sábado) para repouso e prazer, embora também estejais muito
distantes dos costumes judeus, os quais certamente ignorais" (Tertuliano 197 d.C. Apologia part.IV cap. 16) (grifos meus).
Tertuliano como escreve para os pagãos,
também se refere ao primeiro dia da semana como "o dia do sol". Ele é
testemunha que nestes dia os cristãos não adoravam o sol, mas a Cristo.
Do terceiro século temos o testemunho
de Hipólito de Roma, que também confirma a Tradição Apostólica de
celebrar o culto cristão no Domingo: "No domingo pela manhã,
o bispo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as
próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão; os presbíteros
também poderão parti-lo. Quando o diácono apresentar a eucaristia ao
presbítero, estenderá o vaso e o próprio presbítero o tomará e
distribuirá ao povo pessoalmente. Nos outros dias, os fiéis receberão a
eucaristia de acordo com as ordens do bispo" (Hipólito de Roma 220 d.C Tradição Apostólica part III) (grifos meus).
Conclusão
A fundadora do Adventismo do Sétimo
Dia, a senhora Ellen G. White, afirmava em seus escritos que a
instituição do Domingo como dia do Senhor, era invenção do Papado, e
quem observasse este dia com Dia do Senhor receberia a marca da Besta.
Por esta razão alguns Adventistas (acreditando mais na senhora White do
que na Bíblia, nos Apóstolos, no Espírito Santo e nos cristãos dos
primeiros séculos) têm procurado fundamentar esta afirmação pesquisando
onde o Papado teria feito tal instituição. O melhor
que fizeram até agora foi afirmar que o Papado substituiu o Dia do
Senhor de Sábado para Domingo durante o Concílio de Laodicéia na
Frigia, realizado em 360.
O Concílio de Laodicéia apenas
confirmou a doutrina apostólica da observância do Domingo contra os
cristãos judaizantes. Este Concílio não foi Geral, mas Local, e por
esta razão, não envolveu o Bispo de Roma e nem tinha o poder de alcançar
a Igreja inteira espalhada pelo mundo.
Devemos lembrar que os decretos contra
os cristãos judaizantes foram instituídos pelos Apóstolos durante o
Concílio de Jerusalém (cf. At 15). Conforme já expomos, estes decretos
não favoreciam a observância do Sábado como Dia do Senhor.
Os Bispos de Jerusalém sempre foram
fiéis a estes decretos, conforme podemos observar no testemunho de São
Cirilo, Bispo de Jerusalém: "Não ceda de forma alguma ao partido dos Samaritanos, ou aos Judaizantes: por Jesus Cristo de agora em diante foste resgatado. Mantenha-se afastado de toda observância de Sábados, sobre o que comer ou como se purificar. Mas abonime especialmente todas as assembléias dos perversos heréticos" (São Cirilo de Jerusalém. Carta 4, 37) (grifos meus).
Então, devemos ficar com o testemunho de Ellen G. White ou com o
testemunho de Jeremias, Oséias, Jesus, Espírito Santo, dos Apóstolos e
dos primeiros cristãos?Fonte:
http://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/631-dia-do-senhor-sabado-ou-domingo