terça-feira, 18 de setembro de 2012

O que é obsessão demoníaca?


Por Carina Caetano*

Obsessão é um dos tipos de manifestações demoníacas e pode, dependendo do autor que disserta sobre esse tema, ter sentidos mais amplos ou mais restritos a respeito de seu conceito.
 Importante saber que a obsessão demoníaca é diferente da obsessão tratada pela psicologia. Na referida área, a palavra obsessão é normalmente reservada para o pensamento, ou seja, as obsessões estão relacionadas a idéias e pensamentos que são repetitivos, insistentes e persistentes.

Abaixo, três referências oferecidas pelo DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), da Sociedade Americana de Psquiatria.

Segundo o DSM-IV, as Obsessões, são definidas por:

(1) Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento;

(2) Os pensamentos, impulsos ou imagens não são meras preocupações excessivas com problemas da vida real;

(3) A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação.(A)*

(A)*Fonte: Psicologia na Net,  http://www.psicologiananet.com.br/pensamentos-obsessivos-%E2%80%93-obsessao-%E2%80%93-transtorno-obsessivo/1610/ 


 Já nos casos de obsessão demoníaca, a caracterização desse fenômeno se dá de outra forma.

 Frei Elias Vella (OFM Conv), exorcista da Ilha de Malta, por exemplo, caracteriza a obsessão demoníaca como um ataque por parte do demônio em uma determinada área onde a pessoa atacada seja mais vulnerável (1)*, e atribui a maior ocorrência desses casos a pessoas de vida santa.

  (1)* Vella, Elias (Fr, OFM Conv). O leão que ruge ao longo do caminho. São Paulo: Palavra & Prece, 2007.


 Já o Padre Corrado Balducci (SJ), renomado demonólogo, refere-se a obsessão demoníaca como infestação pessoal e a descreve como uma tentação particularmente violenta e prolongada que é caracterizada por fenômenos externos assustadores.

 Segundo o padre Balducci, também pode acontecer por meio de visões, sentimentos diversos (raiva, desespero, medo, etc), maus odores, barulhos estranhos, palavras ou canções obscenas e/ou blasfemas, tapas, arranhões, empurrões, etc.(2)*

 Também ele atribui a maior parte da ocorrência em pessoas de vida santa, como podemos verificar ao longo da história da Igreja:

 Santa Catarina de Sena (1343-1380), São Francisco Xavier (1506-1552), Santa Tereza de Ávila (1515-1582), Santa Madalena de Pazi (1566-1607), Santa Rosa de Lima (1586-1617), São João Maria Vianney (1786-1859), São João Bosco (1815-1888), Santa Gema Galgani (1878-1903).

(2)* Balducci, Corrado. O Diabo, vivo e atuante no mundo. São Paulo: MIR Editora, 2004.

 O padre espanhol José Fortea classifica-a como influência (externa ou interna, dependendo da fenomenologia), além do renomado padre Amorth que também oferece em seus livros um embasamento mais profundo acerca deste e dos outros tipos de manifestação demoníaca.

 A partir da conceituação desses e de outros padres exorcistas a respeito desse fenômeno podemos perceber que a obsessão demoníaca apresenta uma gama de sintomas que vão além da obsessão puramente psicológica, pois os mesmos não restringem-se a idéias permanentes e aparentemente inconvenientes. Além do mais, muitos casos de obsessão ultrapassam o campo das idéias e pensamentos, chegando a causar danos físicos a vítima, como foram os casos de padre Pio e de São João Maria Vianney.

 À pessoa que sofre este tipo de ataque por parte do inimigo classifica-se como obsesso e não obcecado, pois o significado deste termo remete a obscurecido; cego de entendimento, enquanto que o termo obsesso se refere a alguém que está dominado por uma obsessão; atormentado ou Indivíduo que se supõe influenciado ou dominado pelo demônio.
 Também o termo obsidiado é válido, visto que obsidiar significa pôr cerco a; estar à volta de.(B)*

(B)* Fonte: Dicionário Online de Português, http://www.dicio.com.br

Nota:

*Colaboração de Caio Pereira