quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Santo Atanásio de Alexandria, A Coluna Ortodoxa Contra a Heresia Ariana.

Icone Oriental representado Atanásio

Introdução


Durante o conturbado século IV, tem-se ascensão de uma das figuras mais ilustres e importantes para a Cristandade, na Tradição Alexandrina, a qual Santo Atanásio é Destaque, por seu notável talento intelectual, e o forte penhor Ortodoxo e eloquência doutrinária. Que fez com que o Arianismo Herético, fosse combatido pelos Bispos defensores da Sã Doutrina sendo ele mesmo um intenso percalço a os Arianos, uma fonte de perseguição na época, mais por fim foi legitimado.

Forte e fundamental peça foi no Concílio de Nicéia em (325) ao destacar-se ao lado do seu Bispo Alexandre, no combate do Arianismo e na resolução sobre as questões doutrinarias enfatizadas no concílio e nos conflitos durante sua vida, Grande Amizade manteve com a Sé Romana a qual o apoiou e o restituiu por ultimo a sua Cátedra em Alexandria, Grande Herói, conheceu o grande Padre do Deserto Santo Antão, que tinha muita admiração, introduziu praticas e costumes monásticos no Ocidente, viveu longos anos em Roma a qual também escreveu suas ricas obras, passou para a gloria celeste no dia 18 de janeiro de 373.

Neste mês no dia 2 de Maio, o mesmo é festejado e lembrado por seu exemplo e importância pela Igreja Católica Romana.

Crise Ariana

No Inicio das Primeiras décadas do século IV, após a liberação do culto cristão em 313 depois de uma longa jornada de perseguição com os cristãos a ultima entre os anos de (303-311), e do Inicio da cristianização da sociedade Ocidental, A Igreja vai sofrer um longo golpe malfadado de Heresia, pois que agora as forças diabólicas atacariam a Igreja com o envolvimento de Bispos e sacerdotes em correntes e facções tipicamente heréticas contra toda a reta Ortodoxia cristã e este primeiro impacto acontece com a doutrina pertinente e aparente nesta época chamada de “Arianismo”, o nome já traduz de quem foi seu dito surgimento e seu propagador. O Presbítero Ário (260-336).

Ário foi um influente e destacado pároco de Alexandria, no Egito, deu início a uma heresia tenebrosa que assombro a Igreja mais que por fim foi vencida pelos campeões da Ortodoxia cristã. A mais ambígua doutrina e corrente influenciadora a qual os pensadores heréticos anteriores o tinham dado fundo afirmativo;

Em sua posição ele alimentava a idéia herética que o Filho é criatura do Pai, a primeira e a mais digna de todas, e como as demais tirada de nada. Destinada a ser instrumentos para a criação de outros seres. Em virtude da sua perfeição, como primeira criatura o Filho ou Logos poderia ser chamado “Filho de Deus”, como reza a tradição;

Mas não detinha Divindade e nem tampouco era Deus verdadeiro e Igual ao pai, era criatura divinizada mediante foi criada todas as criatura inclusive o Espírito Santo. Tal doutrina foi devastadora na época, pois o cristianismo se solidificava teologicamente, e os padres da Igreja ainda buscavam solicitude e baseados na Revelação pouco a pouco resolveriam as questões de ordem teológica e doutrinária.

No ano de 318, Ário começava a provocar muitas discussões por causa da sua heresia, que apresentava nos seus sermões aparência de doutrina da Igreja.

Este mesmo que desde o fim do século III após o Cisma entre Melécio, Bispo de Lycopolis e São Pedro de Alexandria, fato este que dividiu o Patriarcado de Alexandria, este Cisma fora de autoria de Melécio por não aceitar a ordem e a indulgência, discordando da mesma que o Bispo de Alexandria tinha proposto para os que agora tinham sido recebidos de volta, á Igreja, os cristãos arrependidos que por medo e franqueza tinham sidos obrigados em vista de morte a oferecer incenso aos ídolos;
Tinha se juntado aos cismáticos quando veio da Líbia e fora eleva ao sacerdócio através da Ordenação presidida pelo sucessor de São Pedro na Sé Alexandrina, em busca de destaque e fama começa a negligenciar ao verdadeira doutrina da Igreja e começa a perdurar por anos a pregação de suas teses heréticas trazendo para sua causa, muitos adeptos isto provocou a atenção de muitos e entre este o primeiro a tomar firme atitude contra esta figura herética foi;
O Bispo Alexandre de Alexandria (312-328); reuniu um Sínodo local, sendo ajudado pelo seu diácono e secretario Santo Atanásio que viria a figurar nestes tempos difíceis, contando cerca de cem Bispos, que o auxiliaram na condenação da doutrina de Ário e dos seus seguidores em 319 e afirmaria o que iria ser doutrina professada pela Igreja no Concílio de Nicéia em 325. Por doutrina inovadora contrária a revelação feita pelos apóstolos e guardada pela Tradição A decisão foi comunicada a outros Bispos, como de costume inclusive ao Papa S. Silvestre.

Ário não tomará a decisão do Sínodo e começará a caluniar as decisões tomadas na reunião e assim sendo começou a expandir sua doutrina herética por outros amigos e colegas também já elevados ao sacerdócio ou ao episcopado, desta forma contrariando as tradições eclesiais, Santo Alexandre excomunga Ário por não aceitar suas decisões e não se subordinar a Ordem da Sé Alexandrina, além de excomungá-lo a outros de seus seguidores também recairia a excomunhão sobre dois bispos, oito sacerdotes e dez diáconos;

Tomada tal posição contra o grave erro herético causado a fé por Ario não foi o fim desta Heresia que ainda daria dor de cabeça aos membros da Igreja, um sistema seria implantado por intermédio de Ário e muitos bispo e seguidores o mesmo traria no Oriente Cristão sua badalação chegou a convencer Imperadores e governadores além de influentes no poder temporal e espiritual, dentre os Bispos que se tornaram seus amigos estavam Eusébio de Nicomédia e Eusébio de Cesaréia, que com outros escreveram e ajudaram a dar com astúcia forma ortodoxa a uma doutrina perversamente errada e herética. Nesta frenética batalha contra a heresia Ariana que causa crise de Ordem Eclesial da Igreja.

Destaque do Concílio

Neste cenário a nova heresia crescia e preocupou a muitos Bispos e o Imperador Constantino, que tinha sido comunicado por Santo Alexandre que escreveu para advertir os bispos da situação real do herege. Os Patriarcas de Antioquia, terceira Sé da Cristandade, e de Jerusalém, além do Papa em Roma apoiavam Alexandre; sendo assim Constantino enviou seu assessor teológico e mais venerado Prelado para diplomacia da época, Ósio Bispo de Córdoba, ao Patriarcado de Alexandria, para reconciliar ambos os lados fazendo cair esta armada que infelizmente separaria a Igreja e daria continuidade ao Arianismo. Lá o bispo Espanhol comprovara a fé e ortodoxia doutrinária de Santo Atanásio; e conhecera o erro herético de Ario. Apoiando o Patriarca Santo Alexandre, Contudo restaria ao mesmo comunicar a Constantino e a os outros Bispos, como o fez e neste momento aconselhou o Imperador sendo observado e auxiliado pelo Bispo de Roma, a convocar um Concílio em Nicéia.

Concílio ecumênico foi convocado para Nicéia na Ásia Menor em 325, ao qual compareceram cerca de 300 Bispos, provenientes de todas as partes do mundo cristão conhecido; o Papa Silvestre, de idade avançada, mandou dois presbíteros como seus legados Papais. As discussões foram longas e agitadas por causa da situação em vista. Por fim, os padres conciliares redigiram o Símbolo de Fé de Nicéia, que afirmava ser o Filho “Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado não feito, consubstancial (homoousios) ao Pai; por Ele foram feitas todas as coisas”. A palavra homoousios em latim «consubstantialis»: indica que o Filho, o «Logos», é «da mesma natureza» do Pai, é Deus de Deus, é sua natureza, destroçando a Heresia de Ário, daqui por diante torna se, esta declaração Concíliar a reta doutrina professada a qual ante tinha sido vista no Sínodo Local de Alexandria que condenara Ário em 319. Significava que o Filho é da mesma natureza (= Divindade) que o Pai; não saiu do nada como as criaturas, mas desde toda a eternidade foi gerado sem dividir a natureza divina. Neste mesmo Concílio que abrangeria a catolicidade na época a Heresia de Ário é condenada pelos representantes Papais e por todos os outros Bispos menos dois.

Neste Concílio foi composto o famoso Credo de Nicéia, que alguns heresiarcas assinaram constrangidos, e outros, recusando-se a fazê-lo, e por isso foram exilados ao fim do Concílio por Constantino por não se subordinarem a uma decisão ecumênica e Universal e ficarem ao Lado da Heresia já condenada.

E nos bastidores deste Concílio estava o Jovem secretario Atanásio que tinha sido ordenado por seu Bispo, diácono e ainda secretário episcopal, por volta do ano de 318. e no Concílio atuou auxiliando seu Bispo Alexandre, neste momento ele por vezes desempenhou ativamente seu papel de Teólogo eloqüente e salutar em sabedoria e intelectualidade que abraçava e tinha convicta lealdade a Ortodoxia Católica, nas discussões promovidas pelos Bispos reunidos na Assembleia entre elas estavam principalmente o problema originado alguns anos antes pela pregação do presbítero de Alexandria, Ário a qual ele sobe testemunhar ao lado de seu Bispo, sendo guardião das decisões que no concílio ajudadas por ele foram adotadas. Como a Divindade de Jesus Cristo que seria confirmada pela Igreja, Iluminada pelo Espírito Santo.

Abaixo o Arianismo

Anos após o Concílio seria ele o salvador da fé católica. “A coluna da Igreja” como afirmara S. Gregório Nazianzeno («Discurso» 21, 26), por sua lealdade mesmo na perseguição, que foi movida por sua pessoa, e por causa do ódio de seus adversários Arianos revestidos de ação diabólica, Tendo ele sido apoio e rocha para que se mantivesse em pé a reta doutrina para Igreja.

Com a proclamação do Símbolo de Nicéia, tudo deveria entrar na ordem. Mas o intrigante Bispo Eusébio de Nicomédia, que tinha sido desterrado durante uns tempos por apoiar Ario, e tinha fina amizade com a Irmã do Imperador Constantino, mantendo boa influência sobre Constância, conservou a heresia e começará perturbar todo o mundo cristão, principalmente o Oriente que estava nos primários planos de infiltração do arianismo na Igreja, este mesmo antes por causa de sua ambição e desejo por poder apesar das regras eclesiásticas, tinha-se feito transferir do Bispado de Beirute para o de Nicomédia (Turquia), então capital imperial. Depois, fez-se nomear Patriarca de Constantinopla, destroçando os cânones da Igreja que ele mesmo havia assinado.

Durante meio século no Império Romano, e durante vários séculos traria problemas gravíssimos, pois que a heresia Ariana se pendura e influenciará a povos bárbaros que se converteram por intermédio de Bispos de linha Ariana como Ulfilas (311-383). Trazendo prejuízos a Igreja posteriormente para reabilitar estes cristãos que não conheciam a verdade em totalidade.

Com o apoio de seus amigos, e por convicção ariana, ou por não ter entendido bem a fórmula consubstancial, proclamada pelo Concílio de Nicéia em 325, o astuto Eusébio difundiu o semi-arianismo, cheio de ambigüidades e erros que favoreciam a heresia Ariana. Agiu de tal modo secretamente que Constantino o anistiou Ario em 327.

De Jovem Ortodoxo a Bispo de Alexandria

Atanásio que nasceu provavelmente no ano de 295 em Alexandria. Pela alta formação intelectual que ele possuía, deduzi-se que era provindo de classe mais elevada; contudo chamou a atenção de seu Bispo Alexandre quando ainda era adolescente, por isso ficou sob sua proteção. Quando ainda jovem teve experiências no deserto e conheceu Santo Antão. Recebeu, no seio da Igreja, uma sólida formação em filosofia e teologia. De estatura abaixo da média, magro se destacava Bondade e intelectual. No Concílio de Nicéia ainda não havia consumado sua ordenação o que acontecera meses depois do Concílio.

Em 328, apesar da sua pouca idade, foi eleito após o falecimento de S. Alexandre e consagrado sucessor de Alexandre e novo Arcebispo e Patriarca de Alexandria, que era a segunda Sé da Cristandade. Com apenas 30 anos de Idade, Atanásio tinha já fama de defensor intransigente da fé contra as inovações verbais destinadas a modificar a fé de Nicéia um verdadeiro Herói ortodoxo.

Ele governará durante 46 anos, a Igreja de Alexandria com diversos intervalos, por causa da frenética perseguição contra ele movida.

Exílio e Perseguição

Enquanto Atanásio tratava de pôr tudo em ordem na Igreja do Egito, Ario, anistiado, e agora apoiado também pelos Melecianos que causaram grande confusão em Alexandria, queria regressar ao Egito. O bispo Atanásio recusou-se a entrar em comunhão com ele, como queria Constantino. Os arianos de fora (os dois Eusébios e os egípcios hereges e cismáticos que compunham uma seita perniciosa e herética que tentavam penetrar na Igreja) começaram a difamar o santo e seus companheiros que guardavam a pureza da fé. Entre os anos de 333 e 334, trataram, sem êxito, mediante a sínodos, à condenar Atanásio. Falsamente com acusações fajutas e manipuladas por muitos Bispos Arianos e semi-Arianos, entre estes Concílios Heréticos quem foram por eles manipulados e convocados sem estar em comunhão com a Igreja e dentro dos parâmetros canônicos.

Estavam;

Concílio de Tiro (Líbano), em 335.

Concílio em Antioquia, em 341.

Concílio, em Milão, em 356.

Todo tipo de calunia e acuação foi levantada contra o Santo Bispo, estava também as de caráter político e religioso como;

• Querer esfaimar os da capital, guardando no Egito o trigo destinado a Constantinopla;

• Quebrar o cálice e destruir o altar de Isquiras, um sacerdote cismático; contudo este fato do cálice e do altar, as mesmas autoridades civis e o próprio Isquiras reconheceram Atanásio como inocente.

• Matar o Bispo Arsênio e fazer magia com o seu cadáver. Como prova, os arianos mostravam ao Concílio as mãos cortadas e secas de Arsênio; mas o santo Bispo fez trazer Arsênio dos desertos o que os deixou atordoados. Acontecimento que suspendeu a sessão fajuta

• Acusaram o Santo de ter abusado de uma mulher que foi trazida ao concilio aos gritos. Fato este desmantelado, pois que ela não conhecia a Atanásio fato que foi aproveitado por um de seus Amigos que a perguntou sobre a acusação e a infame e ignorante disse que o conhecia.

Em 335, já queriam sua cabeça a todo custo e, de fato, lograram obter do Imperador o seu desterro (exílio) na Alemanha em Tréveris. O injuriando de crimes políticos. A qual durou cinco anos e meio, terminando em 337. Após a morte de Constantino seu Filho o chamara para ocupar novamente sua sede em Alexandria em 338.

Em 336 Constantino dar is tatus a Ário, de homem com comunhão com a Igreja fato que o mesmo não tinha, estando em Constantinopla morre ao entrar na cidade rumo a Igreja, em um banho de morte. Sentindo-se mal quando era levado em triunfo pelos seus partidários, teve que retirar-se a um lugar escuso, onde morreu com as entranhas nas mãos. Uma morte cruel.

Entre os anos de (337-381)

Todavia, a morte do herege Ário, em 336, não afetou ou eliminou o seu partido, porque o chefe real da seita era o bispo Eusébio de Nicomédia. Já há algum tempo por sua influencia.

Apos a morte de Constantino em 337, os hereges de fato, puderam converter Constâncio, filho de Constantino, à sua seita, e a seus ideais heréticos e de infiltração do Arianismo na Igreja e com o apoio do Imperador, expulsão os bispos católicos, usurpando seu lugar. Isto acontece em uma grande parte dos templos, basílicas, catedrais e conventos.

Por exemplo, Constantinopla estava nas mãos dos arianos desde o ano 351. Também Antioquia e Alexandria em 340 com a Intromissão de um Bispo Ariano nesta Sé.

Muito depois o Papa Libério foi desterrado (exilado) durante dois anos, até que assinasse uma fórmula de fé ambígua e excomungasse Santo Atanásio o que aconteceu, em 357. Mas não por força voluntária própria e Ortodoxa ou canônica, sendo um pronunciamento pessoal em vista de seu Exílio, e não com ensino solene remetente de Infalibilidade só uma mesmo assim uma vez restituído, combate e condena o Arianismo e retira a excomunhão.

A Sé Romana e sua restituição

Os partidários de Eusebio tinham pedido a convocação de um Concílio. Mas, quando o Concílio de Roma, foi convocado em 340, não quiseram participar, porque não o podiam manipular. No Concílio, foram analisados os documentos da dita “bandidagem” de Tiro, e Atanásio apresentou a sua defesa. E sob o Papa Julio I O Concílio anulou as decisões do “Concílio” de Tiro, reabilitaram Atanásio e os demais bispos, vítimas da raiva herética. Contudo, Atanásio não pôde regressar ao Egito senão em 346.

Sustentou e difundiu no Ocidente, primeiro em Tréveris e depois em Roma, onde passou três anos à fé de Nicéia assim como os ideais do monaquismo oriental abraçado no Egito pelo grande eremita, Santo Antonio, com uma opção de vida pela qual Atanásio sempre se sentiu próximo. Também escreveu importantes Obras.

O Concílio em Sárdica (Sofia). Em (342-343). Em 343 morreu Eusébio de Nicomédia, chefe da seita ocupante da Igreja do Oriente. Sob a influência do Papa Júlio I e do Imperador do Ocidente, Constante, Constâncio que aceitou a reunião de um Concílio em Sárdica (Sofia). Quando os bispos arianos e os manipuladores viram Atanásio no Concílio, foi para Filipólis fazer outro concílio, excomungando Atanásio, o Papa Júlio e os demais bispos. Fato que não modificou nada, pois que tal concílio ilegal não tinha autoridade alguma.

O Concílio de Sárdica voltou a promulgar o Símbolo de Nicéia e a reabilitar Santo Atanásio, que pôde regressar ao Egito somente em 346. A sua entrada solene em Alexandria teve todo o aspecto de apoteose estando presente todos os bispos do Egito além da presença de seu amigo Santo Antonio Monge.

Antes de sua volta Em 343 foi exilado para a Gália. E entre a década de 346 a 356 foi o período marcado pela reorganização e zelo pela cristandade no Egito na Sé de Alexandria. Pôde dedicar-se inteiramente ao ministério episcopal, escrevendo muito, o que vez durante a vida inteira e nos deixou grandes Obras. Instruindo o clero e o povo, dedicando-se aos necessitados e favorecendo a vida monástica. Sobretudo desenvolveu papel missionário na Líbia enviando Evangelizadores.

Em um novo concílio, em Milão, em 356, os arianos reunidos obtiveram que Santo Atanásio fosse mais uma vez exilado. Ele retirou-se então para o deserto do alto Egito, ficando longos seis anos seguintes lá, vivendo com os monges e dedicando-se a seus escritos.

Em 357 o Papa Libério forçado, excomunga a Atanásio, pois que tinha sido deposto e exilado pelo Imperador Constâncio em 355 sendo esperto o mesmo escreve uma formula de fé que favorecia aos Arianos, para agrado deles e para que fosse restituído o que acontece 2 anos depois de seu exílio, Voltando a cátedra de Roma, combateu enfurecidamente o Arianismo e apoiou Atanásio a qual tinha o excomungado mais uma vez restituído, voltou suas atenções também a esse corajoso homem, como falamos acima.

Atanásio pôde voltar, em 362, quando Juliano o Apostata subiu ao trono Imperial, mesmo assim Juliano por inveja mandou voltar ao exílio, este mesmo tentou restituir o paganismo em vão, após um ano ele falece O novo imperador, Joviano, anulou o exílio de Atanásio, que voltou mais uma vez a Alexandria.

Não tendo o gostinho de estar restituído e pastorear seu rebanho, Joviano faleceu no ano seguinte fazendo o mesmo voltar ao exílio, a qual será o ultimo, pois o povo de Alexandria recorreu juntamente com outros Bispos a Valente, irmão do Imperador ariano Valentiniano, que o concedeu e S. Atanásio Finalmente encontra paz em sua sé em Alexandria.

O grande protetor da ortodoxia católica, no fim do século IV, foi o Imperador cristão Teodósio (379-395), que, pouco depois de subir ao trono, e após os longos anos de preces dos Católicos para que um Imperador Cristão e ortodoxo subi se ao Trono Imperial. Convidou todos os habitantes do Império a aderir “aquela fé que professam Damaso em Roma e Atanásio em Alexandria”; mandou também entregar as igrejas de Constantinopla aos católicos e outras demais que estavam em pode dos Semi-Arianos. Também teve notável participação no Concílio Ecumênico de Constantinopla I (381) que haveria de consolidar a proclamação da reta fé contra o arianismo. Que já havia sido feita antes Isto, porém, não quer dizer qual tal heresia se tenha sido extinta; várias tribos e povos germânicos, estando dentro das fronteiras do Império, foram infelizmente sendo evangelizados por Semi-Arianos, de modo que abraçaram o Cristianismo ariano sob forma de religião estatal e que possibilitara grande problema a cristandade no futuro.

Morte e importância

Ao Fim lá estava ele Atanásio em pé por Amor a Ortodoxia católica, foi um verdadeiro e insistente cristão, coluna contra a heresia Ariana, que Amor demonstrou ele por seu Senhor e por seu Corpo a Igreja como diria São Paulo, fale dizer o que disse São Gregório Nazianzeno disse dele: “O que foi a cabeleira para Sansão, foi Atanásio para a Igreja.”.

“Há outro traço que não queremos deixar de assinalar, é a sua abnegação total, o enorme autodomínio que exercitou durante toda sua vida e que contribuiu decisivamente para forjar a sua personalidade de santo. Se com alguém foi violento, foi, sobretudo consigo mesmo; os desmedidos ataques que sofreu durante toda a sua vida, tanto da parte dos seus irmãos no episcopado como da autoridade civil, não serviram para o fazer dobrar no seu empenho de servir a Igreja de Cristo: a sua fidelidade valeu-lhe passar quase vinte anos afastado, pela força, do exercício do seu ministério. O amor à verdade pôde mais que toda a violência sofrida diretamente no seu corpo, pelo que passou à História como Pai da Ortodoxia e Coluna da Igreja”, que “extraía a sua força de uma contemplação assídua”, disse São Gregório Nazianzeno grande admirador do Santo.

Morreu em Paz no dia 2 de maio do ano 373, dia no qual celebramos sua memória litúrgica.

Santo Atanásio Ora ao verbo de Deus que sejamos servos, fieis, e ortodoxos persistentes na fé e na Esperança da Salvação!

Amém

Coordenador. John Lennon J. da Silva

“O Filho santíssimo do Pai celeste, sendo a imagem do Pai, veio até nossa região, visando renovar o homem criado segundo seu modelo, visando remir os pecados daquele que estava perdido, a fim de reencontrá-lo; conforme as palavras da Escritura: “eu vim para encontrar e salvar o que estava perdido". Assim, dirá também ele aos judeus: "se alguém não renascer, não poderá ver o reino de Deus", aludindo, não a um renascimento a partir da mulher, como pensaram os judeus, mas ao renascimento que é a recriação da alma segundo a imagem divina.

Um bom mestre se interessa pelos alunos, procura descer, com ensinamentos mais simples, aos que não entendem as lições mais difíceis. Assim também faz o Verbo de Deus, conforme Paulo: "já que o mundo, com sua sabedoria, não chegou a conhecer a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem". Estando os homens desviados da contemplação divina e mergulhados em profundo abismo, com os olhos voltados para baixo, a procurarem Deus na criatura e nas coisas sensíveis, fabricando para si mesmos deuses, de homens mortais e de demônios, eis que o Verbo divino, “filantropo” e salvador, assume um corpo e vem viver como homem entre os homens, atrai a si a percepção dos sentidos - para que pudessem conhecer a verdade e chegar ao Pai os mesmos que situavam a Deus entre os seres corpóreos. Sendo homens e tudo pensando humanamente, eis que eles agora, onde quer que se deixassem levar pela percepção sensorial, encontravam o ensinamento da verdade.” (Santo Atanásio; Tratado Sobre a Encarnação do Verbo).

Fontes;

Santo Atanásio, coluna da Igreja / Plinio Maria Solimeo

As Heresias Trinitárias / D. ESTEVÃO BETTENCOURT, OSB.

Wikipédia, a enciclopédia livre / Santo Atanásio de Alexandria. http://pt.wikipedia.org/wiki/Atan%C3%A1sio_de_Alexandria

SANTO ATANÁSIO E A CRISE DA FÉ NO SÉCULO IV/ http://www.beneditinos.org.br/atualidades/documentos/atanasio.htm

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Guardar o Sábado ou Domingo?

Observação do Sábado ou Domingo?


Introdução

Um dos temas que suscita mais duvida, entre os católicos atualmente, está na questão da Observância do Domingo, ensinada pela Igreja católica, e listada no atual decálogo (10 Mandamentos) usado pelo Magistério Eclesiástico. Pois quando os mesmos lêem as Sagradas Escrituras, geralmente notam que no Livro do Êxodo quando Deus entrega à Moises, o Decálogo nele manda-se guardar o sábado;


Deve-se também notar no aparecimento desta duvida, uma realidade vista em nossos dias, a proliferação de seitas que contrariam os ensinos da Santa Igreja de Cristo Jesus, e perturbam a Interpretação da Igreja Cristã desde sua Antiguidade, de fato o assunto é versado de críticas por seitas ligadas às observâncias da lei Mosaica, como a chamada “Igreja Adventista do Sétimo Dia”.

Aqui estaremos realizando um estudo sobre a Observância do Domingo como dia de guarnição para os Cristãos, desde os primórdios do Cristianismo, usando a Tradição Apostólica e a Importância do Primeiro dia da Semana no contexto Bíblico, além de usar de outras fontes historiográficas e de testemunhos Valiosíssimos para atestar a legitimidade da Igreja Católica na Observância do Domingo.


Sábado Judaico
 

Para entramos no contexto histórico da observância do Domingo pelos Cristãos após a ressurreição de Jesus Cristo, analisemos o valor e o significado da Observância do Sábado pelos Israelitas em todo o Antigo Testamento, o Livro do Êxodo já nos traz a memória os acontecimentos anteriores à entrega das tabuas da Lei a Moises;

“Moisés subiu em direção a Deus, e o Senhor o chamou do alto da montanha nestes termos: “Eis o que dirás à família de Jacó, eis o que anunciarás aos filhos de Israel: vistes o que fiz aos egípcios, e como vos tenho trazido sobre asas de águia para junto de mim. Agora, pois, se obedecerdes à minha voz, e guardardes minha aliança, sereis o meu povo particular entre todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me sereis um reino de sacerdotes e uma nação consagrada.” (Ex 19, 3-6).

E o Terceiro Mandamento;

“Lembra-te de santificar o dia de sábado. Trabalharás durante seis dias, e farás toda a tua obra. Mas no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor, teu Deus, não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o estrangeiro que está dentro de teus muros.” Ex 20, 8-10.

“Trabalhar-se-á durante seis dias, mas o sétimo dia será um dia de repouso completo consagrado ao Senhor. Se alguém trabalhar no dia de sábado será punido de morte.” Ex 31, 15.

“Os israelitas guardarão o sábado, celebrando-o de idade em idade com um pacto perpétuo. Este será um sinal perpétuo entre mim e os israelitas, porque o Senhor fez o céu e a terra em seis dias e no sétimo dia ele cessou de trabalhar e descansou.” Tendo o Senhor acabado de falar a Moisés sobre o monte Sinai, entregou-lhe as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus.” Ex 31, 16-18.

Quando é entregue aos filhos de Israel a Lei e nesta consta à observância do Sábado, fica claro o propósito da Santificação deste dia, em memorial a Criação do mundo (cf. Ex 20, 11).
“Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que contêm, e repousou no sétimo dia; e por isso. O Senhor abençoou o dia de sábado e o consagrou.” Ex 20, 11.
Outro Ponto para entendermos o significado do Sábado, é em sua observância e Santificação, também em propósito de Memória à Libertação do Povo Hebreu da Escravidão no Egito;

“Lembra-te de que foste escravo no Egito, de onde a mão forte e o braço poderoso do teu Senhor te tirou. É por isso que o Senhor, teu Deus, te ordenou observasses o dia do sábado.” Dt 5, 15.

No Antigo Testamento os 10 Mandamentos tiveram e ainda hoje tem para os Cristãos uma magnânima excelência, Deus em Outra queria organizar e disciplinar seu povo através de suas ordens descritas em seus mandamentos fazendo-os amar. E o preceito divino do “Sabbat” (sábado), que era e ainda é praticado pelos judeus, começa as 6 horas da manhã e termina as 6 da noite, um dia para o judaísmo tem 12 horas como cronograma sua tradição e interpretação, mantém e tinha valor primordial era símbolo de reserva a Deus, descanso, folga para os homens e protesto contra a escravidão do trabalho e o culto ao dinheiro e etc. (cf. Ne 13, 15-22).
 
Um tema que Jesus abordou.

O próprio Cristo, confessa que não veio abolir a lei mais sim leva-las ao aperfeiçoamento, tal posição já destaca certa modificação ou mudança nesta caminha de aperfeiçoamento como é lógico.

“Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição.” Mt 5, 17.
E é o mesmo Cristo, que as dá uma nova interpretação.... Em outro caso da Impureza da - lês a verdadeira noção de puro e impuro cf. Mc 7, 14-23.

“Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus. Digo-vos, pois, se vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos céus. Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não matarás, mas quem matar será castigado pelo juízo do tribunal. Mas eu vos digo: todo aquele que se irar contra seu irmão será castigado pelos juízes. Aquele que disser a seu irmão: Raca, será castigado pelo Grande Conselho. Aquele que lhe disser: Louco, será condenado ao fogo da geena. Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta. Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para que não suceda que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão. Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena. E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado na geena. Foi também dito: Todo aquele que rejeitar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: todo aquele que rejeita sua mulher, a faz tornar-se adúltera, a não ser que se trate de matrimônio falso; e todo aquele que desposa uma mulher rejeitada comete um adultério. Ouvistes ainda o que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos. Eu, porém, vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes fazer um cabelo tornar-se branco ou negro. Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno. Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” Mt 5, 18-48.

Jesus também, replica contra a mesma Lei,

“Atravessava Jesus os campos de trigo num dia de sábado. Seus discípulos, tendo fome, começaram a arrancar as espigas para comê-las. Vendo isto, os fariseus disseram-lhe: Eis que teus discípulos fazem o que é proibido no dia de sábado. Jesus respondeu-lhes: Não lestes o que fez Davi num dia em que teve fome, ele e seus companheiros, como entrou na casa de Deus e comeu os pães da proposição? Ora, nem a ele nem àqueles que o acompanhavam era permitido comer esses pães reservados só aos sacerdotes. Não lestes na lei que, nos dias de sábado, os sacerdotes transgridem no templo o descanso do sábado e não se tornam culpados? Ora, eu vos declaro que aqui está quem é maior que o templo. Se compreendêsseis o sentido destas palavras: Quero a misericórdia e não o sacrifício... não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor também do sábado.” Mt 12 1-8.

Deixou contornado muitos por fazer milagre em dia de Observação,

“Estava Jesus ensinando na sinagoga em um sábado. Havia ali uma mulher que, havia dezoito anos, era possessa de um espírito que a detinha doente: andava curvada e não podia absolutamente erguer-se. Ao vê-la, Jesus a chamou e disse-lhe: Estás livre da tua doença. Impôs-lhe as mãos e no mesmo instante ela se endireitou, glorificando a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse ao povo: São seis os dias em que se deve trabalhar; vinde, pois, nestes dias para vos curar, mas não em dia de sábado. Hipócritas! Disse-lhes o Senhor. Não desamarra cada um de vós no sábado o seu boi ou o seu jumento da manjedoura, para os levar a beber? Esta filha de Abraão, que Satanás paralisava há dezoito anos, não devia ser livre desta prisão, em dia de sábado? Ao proferir estas palavras, todos os seus adversários se encheram de confusão, ao passo que todo o povo, à vista de todos os milagres que ele realizava, se entusiasmava.” Lc 13, 10-17.

“Por esse motivo, os judeus perseguiam Jesus, porque fazia esses milagres no dia de sábado. Mas ele lhes disse: Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também. Por esta razão os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado, mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus. Jesus tomou a palavra e disse-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma; ele só faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhantemente o Filho.” Jo 5, 16-19.

E em um dia de Sábado caminhava com os Apóstolos, quando proibido pela tradição, foi interrogado por fariseus e disse a celebre frase.

“Num dia de sábado, o Senhor caminhava pelos campos e seus discípulos, andando, começaram a colher espigas. Os fariseus observaram-lhe: "Vede! Por que fazem eles no sábado o que não é permitido?" Jesus respondeu-lhes: "Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros." E dizia-lhes: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado; e, para dizer tudo, o Filho do homem é senhor também do sábado." Mc 2, 23-28.


Pois sendo assim a lei de Cristo por que foi passada a ele como intermediário (cf. Gl 3,19) é superior à lei de Moises, pois que ele agora é o mediador de uma nova aliança, superior a velha, tem toda a plenitude junto a anterior.

“Ao nosso Sumo Sacerdote, entretanto, compete ministério tanto mais excelente quanto ele é mediador de uma aliança mais perfeita, selada por melhores promessas.” Hb 8, 6.


E estando sob esta mesma Lei, cf. (I Cor 9, 21 e Gl 6, 2). Que e dada por Cristo, a qual Nós entregou um novo mandamento cf. Jo 13, 34; 15, 12; 1Jo 3, 23: observemos como São Paulo, sua reflexão sobre a finalidade da Lei a caridade.


“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei.” Rm 13, 8-10.
 
Domingo Cristão

O ‘Primeiro dia da Semana’ em que houve a Ressurreição do Senhor, dia portanto do Senhor, em latim Dies Domini, de onde se originou a palavra Domingo. Os Santos autores dos Evangelhos são unânimes em afirmar que Cristo ressuscitou no primeiro dia da Semana;

São Mateus “Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, [...]” Mt 28, 1.

São Marcos também atesta o dia a qual o Senhor ressuscitou glorioso.

“Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios.” Mc 16, 9.

São Lucas “No primeiro dia da semana, muito cedo, dirigiram-se ao sepulcro com os aromas que haviam preparado.” Lc 24, 1.

São João Evangelista “No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro.” Jo 20, 1;

A Importância do Domingo para os seus Apóstolos, discípulos e os Cristãos que surgiriam após sua ressurreição será valorosa, é visto no livro dos Atos e também nas palavras de São Paulo que neste mesmo dia passou-se a celebrar a Eucaristia, e a reunirem-se comunitariamente os cristãos para lembrar do Senhor e sua valorosa paixão e Ressurreição.

“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o pão, Paulo, que havia de viajar no dia seguinte, conversava com os discípulos e prolongou a palestra até a meia-noite.” A t 20, 7.

Quando S. Paulo faz uma colheita financeira em pro da Igreja em Jerusalém que passava por crise, ele incentiva a comunidade de Corinto “por de parte o que tiver podido poupar”, tal pratica já era feita em Domingo dia a qual possivelmente os mesmo não trabalhavam.

“No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que tiver podido poupar, para que não esperem a minha chegada para fazer as coletas.” I Cor 16, 2.

São João ao escrever o Apocalipse, por fim do I século atesta o Dia do Senhor como o Domingo, em que certas traduções, o termo é atestado e referente ao nome do Dia a qual o Senhor ressuscitou o Domingo Dies Domini.

“Num domingo, [dia do Senhor] fui arrebatado em êxtase, e ouvi, por trás de mim, voz forte como de trombeta” Ap 1,10.

O preceito divino do “Sabbat” sucumbira com os rituais da Lei Mosaica, e a Igreja divide-se e expandi-se, separa-se da Sinagoga e governada pelo Espírito Santo transfere ao decorrer dos primeiros séculos a santificação do Sábado para Domingo.

A antiga aliança e o símbolo judaico da Observação (Deut 5,15) agora não são mais validos para os cristãos, pois com a nova aliança perfeita e não há cabimento neste novo mediador e sua Obra para as praticas antigas (Hb 8,6).

Historicidade do Dia do Senhor

Após o fim da era Apostólica, e inicio do século II, começa-se a parecer escritos e testemunhos relacionados ao Domingo.

Didaqué - Escrito entre os anos 90 e 100 d.C ou seja, ainda no I Século, era um antigo catecismo podemos dizer assim.

“Reúna-se no dia do Senhor para partir o pão e agradecer após ter confessado seus pecados, para que o sacrifício seja puro.” (Cap. XIV, nº 1).

São Justino, mártir; em 165 descreve as reuniões litúrgicas da Igreja Cristã no séc II.

“No chamado dia do Sol todos os fiéis das vilas e do campo se reúnem num mesmo lugar: em todas as oblações que fazemos, bendizemos e louvamos o Criador de todas as coisas, por Jesus Cristo, seu Filho, e pelo Espírito Santo.” “Celebramos nossas reuniões no dia do Sol, porque ele é o primeiro dia da criação em que Deus separou a luz das trevas, e em que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos”. (Apologia 2, 1, 65):

Didascália dos Apóstolos, um catecismo, escrito na metade do século III lemos;

“Não ponhais vossos cuidados temporais acima da palavra de Deus, mas abandonai tudo no dia do Senhor, e correi diligentemente às igrejas pra louvardes a Deus. Doutra maneira, que desculpa terão diante de Deus os que não se reúnem do dia do Senhor para ouvir a palavra da vida e alimentar-se do manjar divino que permanece para sempre”.

No século III em forma ordinária expressando as resoluções e posições da Igreja na época. O escrito anônimo, denominado de, Os 85 Cânon Apostólicos, nele encontra-se a seguinte afirmação.

"Se alguém do clero é visto jejuando no dia do Senhor, ou sábado, com exceção apenas um (Sábado Santo), que seja destituído. Se é leigo, que seja excomungado." Nº 64.

"Se alguém do clero ou um leigo entra ou vai rezar em uma sinagoga judaica ou com herege, que seja destituído da ordem sagrada e excomungado da comunhão com a Igreja." Nº 65.

Fato a lembrar é o exemplo dado pelos Mártires da Tunísia, presos por se reunirem em um Domingo, em 12 de fevereiro de 304, em Cartago, estando diante do representante do Imperador Romano, defenderam-se testemunhando e dando exemplo em sua fé:

O sacerdote Saturnino quando repreendido por desobedecer aos editos imperiais: ‘Nós temos que celebrar o dia do Senhor. É a nossa Lei’.

O Dono da casa onde os cristãos haviam se reunido: ‘Sim, foi em minha casa que celebramos o dia do Senhor. Nós não podemos viver sem celebrar o dia do Senhor’.

'Uma virgem chamada Vitória declarou: ‘eu fui à assembléia, porque sou cristã’.
Entres as varias analises que diversos Santos Fizeram sobre Fundamentação da mudança do sábado para o Domingo destacamos no inicio do séc. II, S. Inácio de Antioquia, e Santo Agostinho no séc. IV.

São Inácio de Antioquia
Em uma carta escrita no ano de 107 dC aos Magnésios cap. IX.

“Se, então, aqueles que eram educados na antiga ordem das coisas se apossaram da nova esperança, não mais observando o sábado, mas observando o Dia do Senhor, no qual também a nossa vida foi libertada por Ele e por Sua morte - alguns negam que por tal mistério obtemos a fé e nele perseveramos para que ser contados como discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre - como seremos capazes de viver longe Dele, cujos discípulos e os próprios profetas esperaram no Espírito para que Ele fosse o Instrutor deles? Era Ele que certamente esperavam, pois vindo, os libertou da morte.”

Santo Agostinho de Hipona.

“Por isso, o Senhor também imprimiu o seu selo no seu dia, que é o terceiro após a paixão. Porém, no ciclo semanal, aquele que é o oitavo dia depois do sétimo, isto é, depois do sábado, e primeiro da semana.”

Observação do dia pela Igreja católica

A santificação do domingo foi sendo tomado de maneira obrigatória e tendo uma consciência católica, pelos fiéis, que só no século IV em diante a Igreja prescreverá canonicamente como norma eclesiástica, entre os primeiros sínodos também chamados de concílios regionais que trataram o assunto foi no Concílio de Elvira, por volta do ano 300, que estabeleceu as conseqüências e normas penais para os fiéis, depois de três ausências à Igreja em dia de domingo. Seguiram-se outros decretos de concílios particulares.

Em 325 no I Concílio Ecumênico de Nicéia, a Igreja declara,

“Nos dias do Senhor e de Pentecostes, todos devem rezar de pé e não ajoelhados”.

“Doravante, com o intento de que todas as coisas sejam uniformemente observadas em todo lugar (em cada paróquia), como há pessoas que se ajoelham no Dia do Senhor e nos dias de Pentecostes, pareceu correto a este santo Sínodo que as preces sejam feitas a Deus, ficando todos de pé.” (Cânones do Concílio de Nicéia I, Cânon XX.).

No séc. VI, temos como um dos inúmeros testemunhos referentes à observância do Domingo, a obra escrita por São Martinho de Braga, com o intuito primário e característico em uma época conturbada ainda pela influência Pagã e seus costumes, de ser como o mesmo escrito demonstra, sua “Instrução Pastoral sobre Superstições Populares” para sua época, este mesmo escrito como em seu inicio atesta seu envio ao Bispo Polémio.


“O dia do Senhor, que, por isso mesmo se chama domingo, dado que o Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, nele ressuscitou dos mortos, não o desrespeiteis, mas cultuai-o com reverência. Trabalho servil é cuidar do campo, do prado, da vinha, ao menos enquanto se trata de trabalho pesado, não o façais em dia de domingo, excetuando apenas o que respeita aos afazeres da cozinha para satisfazer as necessidades do corpo e a necessidade de uma longa viagem. No dia do Senhor é permitido ir a sítios próximos, mas não para ocasiões de pecado, antes de boas ações, como seja, ir a locais santos, visitar um irmão ou amigo, assistir um doente ou levar um bom conselho a um atribulado ou ajuda para boa causa. É assim, pois, que convém que o homem cristão venere o dia do Senhor. Na verdade seria por demais iníquo e vergonhoso que aqueles que são pagãos e ignoram a fé de Cristo, porque prestam culto aos ídolos dos demônios, cultuem o dia de Júpiter ou de qualquer outro demônio, e se abstenham de trabalhos quando é sabido que nunca os demônios criaram qualquer dia ou ele lhes pertence e nós, que adoramos o verdadeiro Deus e cremos que o Filho de Deus ressuscitou dos mortos, quanto ao dia da sua ressurreição, ou seja, o domingo, não o respeitássemos minimamente! Não façais, pois, injúria à ressurreição do Senhor, mas honrai-a e cultuai-a com reverência, pela esperança que temos relativamente a ela. Na verdade, assim como Ele, Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, que é a nossa cabeça, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos na sua carne, assim também nós, que somos seus membros, esperamos vir a ressuscitar na nossa carne, no fim do mundo, a fim de cada qual receber ou o descanso eterno ou a pena eterna; consoante procedeu com o seu corpo neste século, assim receba.” (Da Correção dos Rústicos [De Correctione Rusticorum] , nº 18, S. Martinho de Braga +579.)

Na Liturgia católica, sempre se destacou o papel principal do Domingo na celebração da Eucaristia e no culto ao Senhor, desde os primórdios e entre os séculos a celebração dominical foi mantida pela Igreja em todos os lugares e até agora não tem sido diferente. Veja abaixo sua importância magnânima até na figura e função do Bispo, ao fim do séc. II transição como VI século.

“No domingo pela manhã, o bispo distribuirá a comunhão, se puder, a todo o povo com as próprias mãos, cabendo aos diáconos o partir do pão; os presbíteros também poderão parti-lo.” (S. Hipólito de Roma +235: Tradição Apostólica, Cap. 3).

“Nós acreditamos que o domingo da ressurreição teve lugar no primeiro dia (da semana) e não no sétimo, como muitos pensam. É o dia da ressurreição do Nosso Senhor Jesus Cristo que nós chamamos precisamente domingo, por causa da santa ressurreição. Foi o primeiro dia que viu a luz no começo do mundo, e foi o primeiro que mereceu contemplar o Senhor ressuscitando da tumba.” (História dos Francos (Historia Francorum; Liv. I, Cap. XXII, S. Gregório de Tours +594.).

Outro relato histórico e de importância para analisarmos como o Domingo posteriormente foi adotado pelo Império Romano, encontra-se nos Extratos sobre Religião no famoso Código de Teodósio, que começaram a ser escritos depois do século VI.

"No Dia do Senhor - isto é, o primeiro dia da semana - durante o Natal e também na Epifania, Páscoa e Pentecostes, considerando que as vestes [brancas dos cristãos] simbolizarão a luz da limpeza celestial, testemunhando a nova luz do sagrado batismo, também no tempo de sofrimento dos apóstolos - exemplos para todos os cristãos - os prazeres oferecidos pelos teatros e jogos deverão estar indisponíveis ao público, em todas as cidades, e toda meditação dos cristãos e crentes deverão se ocupar com a adoração de Deus. E se alguém se afastar da adoração em virtude da louca impiedade dos judeus ou por erro do insano e tolo paganismo, este deverá ficar sabendo que existe uma hora para rezar e outra para se divertir. E para que ninguém possa pensar que está obrigado a adorar nossa pessoa - como se tivesse grande necessidade de [cumprir] seu ofício imperial - ou tente dar sustentação aos jogos como desobediência da proibição religiosa [pagã], estará este ofendendo a nossa serenidade, demonstrando menos devoção para conosco; ninguém duvide que nossa clemência é reverenciada pela humanidade, no mais alto grau, quando a adoração de todo o mundo é prestada ao Deus todo-poderoso e todo-bondade". Teodósio Augusto e César Valentiniano. (Imperador Teodósio, no chamado Código de Teodósio, XV, 5, 1).

O Concílio de Viena (1311-1312) menciona a principal atividade do cristão no Domingo;

“[...] nos domingos e festas, quando as pessoas reúnem-se para adoração divina, [...]." (Decretos, N º 7)

A Observância do Dia do Senhor chegou a tal plenitude, no Ocidente que o Concílio de Florença (1431-1445) declarou;

"A fim de evitar demasiado intercurso, devem ser feitos pelos que habitam em zonas, das cidades e vilas, que estão para além das habitações dos cristãos e, distante de igrejas. Na medida do possível. Aos domingos e outras festas solenes não devem atrever-se a ter as suas lojas abertas para o trabalho ou em público." (SESSÃO 19: 7 Set. 1434).

E só no século XX o Código de Direito Canônico de 1917 compilou pela primeira vez essa tradição numa lei universal, hoje corporificada no 1º Preceito da Igreja: “Ouvir Missa inteira nos Domingos e Festas de Guarda”.

O Concílio do Vaticano II, também expressou a observância e a tradição do Domingo entre os Cristãos.
“Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir-se para participarem na Eucaristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a Paixão, Ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os »regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (1 Pedr. 1,3). O domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso.” (Constituição Conciliar Sacrosantium Conclilium, Vaticano II: nº. 106;

O atual Catecismo da Igreja declara;

“O Domingo, «Dia do Senhor», é o dia principal da celebração da Eucaristia, porque é o dia da ressurreição. É o dia por excelência da assembleia litúrgica, o dia da família cristã, o dia da alegria e do descanso do trabalho.” (CIC, nº 1193).